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terça-feira, 20 de junho de 2017

Universidade evangêlica
para filhos de déspotas na Coreia do Norte

Imagem de vídeo: no topo do prédio louvor ao “general Kim Jong-un”.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Num campus de 100 hectares na capital da Coreia do Norte, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang participa ativamente no culto à personalidade do ditador Kim-Jong-un.

Sobre o prédio principal, grandes caracteres vermelhos bajulam o “general Kim Jong-un”, o cruel e halucinado ditador do país. Do instituto depende a formação da futura elite marxista num país que proíbe a religião mas é dirigido por cristãos evangélicos americanos, descreve reportagem do “The New York Times”.

A Universidade foi fundada há sete anos por Kim Chin-kyung, um estadounidense nascido na Coreia do Sul. Ela fornece aos filhos da nomenklatura uma educação que nunca receberiam nas raquíticas escolas estatais. As aulas são dadas em inglês por um corpo docente internacional.

Os professores apenas não podem pregar. Mas podem servir de “carne de canhão” para as extorsões do regime. Desde abril, dois voluntários norte-americanos do instituto foram feitos reféns acusados de “atos hostis”, rótulo comum para espionagem ou proselitismo, para depois serem negociados com Washington.

A disciplina é militar e os estudantes vão de um local a outro cantando sua lealdade ao ditador comunista. Os materiais didáticos são censurados pelas autoridades ideológicas que têm agentes ativos no campus.

Os catedráticos devem ter “guias” que os acompanhem quando saem do campus. Os estudantes devem denunciar qualquer comentário “subversivo” feito pelos mestres.



Alunos da Universidade de Ciência e Tecnologia devem ir de um lado a outro em grupo cantando louvores ao ditador.
Alunos da Universidade de Ciência e Tecnologia devem ir de um lado a outro em grupo
cantando louvores ao ditador.
Um professor estadunidense foi deportado porque tentou passar uma Bíblia a um estudante.

Há por volta de 90 voluntários estrangeiros de mais de uma dúzia de países dando cátedra na universidade. É o único jeito dos futuros líderes norte-coreanos se fazerem uma ideia do que acontece no mundo.

Os voluntários convivem e comem junto com os perto de 500 estudantes cuidadosamente selecionados entre os filhos da nomenklatura, que também vivem e são controlados no campus.

Thae Yong-ho, um diplomático norte-coreano que desertou para a Coreia do Sul em 2016 disse que a universidade ensina princípios de mercado num país desesperado para sair de seu atraso primitivo e do estado famélico crônico, mas negou que o instituto estivesse formando futuros hackers.

Will Scott, que deu aula nessa faculdade, contou que os estudantes “tinham pesadelos” quando sabiam que o professor veio dos EUA, país que lhes foi demonizado desde a infância e cujo contato poderia lhes custar a vida e a de toda a família.

No centro da universidade foi erigido um obelisco para honrar o avô e o pai do ditador. Lee Ho, líder da anti-Communist Holy Korea Network, na Coreia do Sul conta que “as igrejas coreanas acabaram se transformando em templos onde se fazem cultos idolátricos” ao divinizado déspota marxista.

Kim Sang-duk, professor de contabilidade visitava o nordeste do país para distribuir ajuda humanitária às crianças.

Kim Hak-song, pastor evangélico, supervisionava um assentamento agrário na China, onde também agia como missionário. Os dois foram presos e o governo não fornece detalhes de seu destino.

Em 13 de junho (2017) o estudante americano Otto Warmbier foi devolvido à sua família em Ohio, EUA em estado de coma e com “graves lesões neurológicas” após passar 17 meses preso na Coreia do Norte, segundo noticiaram “O Globo” e “Clarín”.

Ele estudava na Universidade de Virginia, e participou com colegas de uma viagem de excursão a Pyongyang organizada pela agência chinesa Young Pioneer Tour.

Otto Warmbier foi constrangido a sessão de auto-acusação pública e condenado. Ficou em estado de coma após desastrosa intervenção médica.
Otto Warmbier foi constrangido a sessão de auto-acusação pública e condenado.
Ficou em estado de coma após desastrosa intervenção médica.
Na hora de voltar pegou um cartaz com um slogan político do governo e foi indiciado por atividades hostis e complô contra a unidade da Coreia do Norte. Foi condenado pelo Supremo Tribunal da Coreia do Norte a 15 anos de prisão com trabalhos forçados.

A diplomacia americana acusou Pyongyang de usar o jovem como moeda de troca de uma chantagem política. Nenhuma tentativa de recuperação médica foi possível nos EUA e Otto acabou falecendo o dia 19 de junho.

“Infelizmente, as terríveis torturas sofridas por nosso filho nas mãos dos norte-coreanos fizeram com que nenhum outro resultado fosse possível além do que nós vivemos hoje”, disseram os pais do jovem.

Warmbier “não podia falar, não podia enxergar e não era capaz de reagir a comandos verbais”.

O estudante havia sofrido “danos neurológicos severos”, de acordo com uma declaração da semana passada do Centro Médico da Universidade de Cincinnati, informou “O Estado de S. Paulo” (20.6.2017).

Ao menos 17 americanos foram presos na Coreia do Norte nos últimos dez anos. Três seguem em detenção.


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