quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Falências chinesas apavoram mercados

Falências chinesas apavoram mercados
Falências chinesas apavoram mercados
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A concordata do gigante imobiliário China Evergrande Group impactou as principais Bolsas do mundo e consolidou o pavor do desabamento da que pretende ser a segunda economia do mundo, escreveu “La Nación”.

A crise envolve dívidas de 300 bilhões de dólares, muitas contraídas no Ocidente superficialmente otimista sobre a economia chinesa, e vinha se alastrando há anos. O gigante pedia auxílios do governo comunista como foi de praxe até recente, mas com a instrução ideologia de Xi deixou de receber.

Pois o ditador comunista Xi Jinping declarou que o enriquecimento de chineses introduzia a desigualdade de bens incompatível com a filosofia do Partido Comunista Chinês (PCCh) o qual agora visa retornar ao ‘comunismo original’, leia-se: miséria igual para todos.

Enquanto isso bolsas e mercados de capitais chineses andam às corcovas e o mundo se pergunta, aliás tardiamente, se o bem-estar chinês rumava para onde dizia.

Os indicadores econômicos apontam a desaceleração em todos seus aspectos, porque o gigante em agonia está longe de ser o único nessa situação no império dos dragões de papelão.

Tudo ralentiza, preços e consumo caem e o governo esconde as taxas negativas, acrescentou “La Nación”.
O governo comunista de Pequim deixa cair e nada faz para evitar um efeito dominó sobre o resto da economia.

A confiança dos consumidores afundou demais e os economistas ocidentais clamam racionalmente contra a perspectiva de defaults em série. Mas, na realidade raciocinam errado, desconhecendo a ideologia marxista que tudo o decide na China.

Expressões como “a pior situação”, “desestabilização” ou “desastre” afloram nos escritos dos especialistas que acham que isso pode impressionar a elite do comunismo.

Cidades e províncias estão ao borde da falência sem poder pagar seus gastos básicos, pois ficaram acostumadas a décadas de empréstimos sem fundo do governo central, que agora minguaram ou cessaram.

Para o presidente americano Joe Biden a economia chinesa “é uma bomba de tempo”.

A crescente classe média da China acumulava riqueza comprando moradias ou terra. Este poderoso motor econômico nos critérios do capitalismo privado é o objeto do ódio do socialismo imperante no país porque gera desigualdade social.

Os cidadãos acreditavam estar comprando títulos rentáveis e seguros, e agora estão verificando que puseram o dinheiro num saco sem fundo.

O modelo comunista-capitalista de Xi está fracasando
O modelo comunista-capitalista de Xi está fracasando
Os gigantes imobiliários como Evergrande e Country Garden na realidade estavam vendendo aos chineses um sonho, o da casa própria.

Quarteirões inteiros de grandes prédios de apartamentos parados viraram a nova realidade. Centenas de futuros proprietários ficaram indignados porque pagaram muito, pensavam mudar proximamente e agora descobrem a falcatrua.

As promessas de estímulos para retomar as construções poderão nunca se efetivar. “A idade de ouro não voltará”, constatou Shitong Qiao, professor de Direito da Universidade de Duke.

Para “The Economist” até uma década atrás os tecnocratas chineses eram tidos em conta de sábios que conduziam uma maravilha transformação econômica. Hoje eles decepcionam acumulando falhas e falências com o governo cometendo erros, que na realidade estão planificados no PCCh.

Acresce ainda os sinais de que o ditador Xi prepara a China para um conflito militar em grande escala contra os EUA, a propósito de Taiwan e do Mar da China. Acabou o “wishful thinking” e o totalitarismo estraga a economia, introduzindo uma era de desilusões.

Não é que algo deu errado. É que a camarilha comunista quer enterrar a economia numa vala ideológica. 



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