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Jie Lijian contou as torturas padecidas c |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Dezenas de chineses críticos do governo socialista são internados em hospitais psiquiátricos, onde recebem antipsicóticos e tratamentos elétricos como repressão sem passar por tribunais.
O estudante Zhang Junjies foi denunciado à polícia e internado num “centro de testes de COVID” e diagnosticado de “doença mental muito grave” que causa “opiniões sobre o partido e o governo”.
Ficou 12 dias amarrado numa cama com uma medicação lhe fazia “sentir como seu cérebro embagunçado”, até fugir para a Nova Zelândia.
Esse abuso é proibido pela Lei de Saúde Mental do país mas seu uso aumenta em continuidade.
O advogado Huang Xuetao, que ajudou a redigir a lei, reconheceu ao BBC World Service que há muitos casos.
O ativista Jie Lijian que participou de um protesto por melhores salários na fábrica e polícia o internou num hospital psiquiátrico onde lhe injetaram medicamentos que afetaram seu pensamento crítico.
Como ele se recusou a seguir recebendo-os foi encaminhado para terapia eletroconvulsiva (TEC), com descargas de correntes elétricas pelo cérebro que lhe faziam doer desde a cabeça até os pés.
“Desmaiei várias vezes. Senti como se estivesse morrendo”, disse. Ele fugiu para Los Angeles e procura asilo nos EUA.
A BBC comunicou os resultados da investigação à embaixada chinesa no Reino Unido, a qual reconheceu que o Partido Comunista Chinês precisa “aprimorar os mecanismos” da lei, sem inspirar esperança alguma às vítimas.