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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Até as crianças foram proibidas de celebrar o Natal na China

Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Proibição das crianças na celebração da Noite de Natal, controles de trânsito e fechamento de empresas, proibição de exposição de ornatos natalinos nas residências universitárias.

Essas são algumas das medidas impostas pelas autoridades de Baoding, cidade da província de Hebei, no norte da China, não muito longe da capital, Pequim.

Grande número de católicos vive nessa região. Foi por isso que a polícia adotou medidas excepcionais de repressão na noite de Natal.

Houve até controles de trânsito no centro histórico de Yuhua Road, onde fica a catedral dos Santos Pedro e Paulo, sede da diocese de Baoding.

Todos os veículos foram proibidos de entrar no centro histórico após as 16h e os ônibus que passam pela área foram desviados. Todos os comércios próximos à igreja foram fechados e não foram permitidas vendas ou promoções de Natal.

Uma morador de Baoding informou à AsiaNews que a igreja estava cercada por policiais, viaturas perto da catedral e unidades com equipamento anti-motim.

Os uniformados impediam os pais de entrar com seus filhos no templo pretextando que “não era seguro para as crianças porque havia muitas pessoas lá dentro”. A polícia estava por toda parte dentro da igreja, criando uma atmosfera pesada, em forte contraste com o espírito da celebração.

Também os alunos das escolas e universidades locais foram obrigados a permanecer no campus na véspera de Natal, para evitar celebrações, e nos dormitórios todos os objetos com significado natalino foram proibidos.

Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
A atmosfera ficou tensa em Donglu onde a polícia tomou conta da cidade uma semana antes do Natal. Seu santuário é famoso pela imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, imperatriz da China, a padroeira do país que atrai muitos devotos.

Em 1900, os católicos procuraram refúgio nessa cidade durante a onda de violência contra os estrangeiros e o cristianismo denominada Rebelião dos Boxers.

Quando tentaram atacar os católicos e destruir a igreja, os fanáticos Boxers viram uma Senhora no céu que os apavorou e fugiram. Só eles viram e não sabiam descrevê-la.

Os católicos concluíram se tratar de Nossa Senhora. Afinal encomendaram a um pintor a confecção de uma pintura.

O artista A representou com as roupagens e insígnias da imperatriz. Os milagres se multiplicaram até que o Papa Pio XI a aprovou como Padroeira do país.

Como o fato prodigioso aconteceu na festa de Maria Auxiliadora (24 de maio) ficou com a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora Imperatriz da China. O ódio marxista hoje perpetua o furor dos nacionalistas Boxers.

O caso de Baoding refletiu o reforço dos controles sobre a religião impostos pela ditadura socialista em toda a China nos últimos anos.

Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Circulam ordens do governo para que escolas e empresas “boicotem feriados estrangeiros” e “proíbam a promoção do Natal”.

As autoridades só enviaram saudações de Natal à Associação Patriótica dos Católicos Chineses e ao Conselho Cristão Chinês, dependências burocráticas “oficiais” para oprimir católicos e protestantes.

A Administração Nacional de Assuntos Religiosos elogiou em carta essas dependências por seguirem a orientação do pensamento de Xi Jinping e o espírito do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês que, por hoje, está valendo como ensinando doutrinas dogmáticas.

No voto de Natal, o governo de Pequim pediu aderir ao caminho traçado por Xi e à sinicização para “administrar rigorosamente os assuntos religiosos”.

Wang Huning, conselheiro político e pregador protestante da ideologia marxista de Xi Jinping, exortou seus cofrades a “aderir à direção da sinicização”, os valores fundamentais do socialismo e da cultura tradicional chinesa, adquirindo “uma compreensão profunda das teorias e políticas do Partido sobre religião”.

“Vocês são chamados a administrar estritamente os assuntos religiosos”, reiterou Wang, obedecendo à ordem despótica de Xi.