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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Babéis vazias na China: maus presságios econômicos

Kangbashi: não e filme fiction mas é mais uma cidade fantasma da China
Kangbashi: não e filme fiction mas é mais uma cidade fantasma da China
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









É uma cidade fantasma, mas não é um cenário de novela. Está despovoada, mas não é uma cidade como as da Antiguidade.

Kangbashi, na Mongólia Interior, norte da China, pode dar moradia a um milhão de habitantes, más nela só há 50.000 pessoas, noticiou “La Nación” de Buenos Aires.

É um cidade brilhante pela sua modernidade. Milagre da planificação socialista, ela possui largas avenidas, enormes prédios, parques impecáveis e gigantescos shoppings, além de um museu e uma pista de corrida de carros ‘novinha em folha’.

Só que não tem gente.

Kangbashi está no meio das estepes da Mongólia, a 23 km de Dongsheng, capital de Ordos, uma das 12 zonas da região. 

O problema foi a sua má planificação. Ela é até um símbolo do erro crasso de se pretender fazer uma urbanização planificada, nos moldes que os Planos Diretores esquerdistas no Brasil tentam a seu modo imitar.

O pesadelo começou assim: na região de Ordos foram descobertas jazidas de carvão, gás natural e “terras raras”. A partir dali começaram as elucubrações cerebrinas de uma futura metrópole invejável. A iniciativa privada foi banida de vez.

A abissal diferença entre o cálculo e o produto final não pode ser reconhecida, sob pena de crime contra a sabedoria dos dirigentes totalitários do PC.

Kangbashi: o asfalto já esta rachando mas os carros não passam
Kangbashi: o asfalto já esta rachando mas os carros não passam
Mais ainda, o responsável pelas relações públicas da cidade fantasma, Chai Jiliang, sublinhou no jornal oficial China Daily que o absurdo descompasso faz parte de um plano estratégico! Plano esse que ele obviamente não explicou, estratégia que nem sequer disse no que consiste.

Desde 2013 a China construiu por volta de 20 cidades e distritos fantasmas.

No passado, a criação por Deng Xiao Ping de “Zonas Econômicas Especiais” favoreceu a instalação de fábricas de empresas capitalistas privadas e a aparição de gigantescos centros urbanos exportadores e importadores.

Shenzhen e Pudong, em Xangai e Zhengdou, são exemplos.

Mas a bonança econômica internacional já não está para isso. Capitais e indústrias até estão saindo da China.

Mas o Partido precisava exibir resultados econômicos fulgurantes, inclusive em plena recessão planetária, para justificar a crescente projeção chinesa no mundo todo.

Então as cidades fantasmas encheram os números do PIB, obedecendo às dogmáticas indicações do poder central. Mas já não dá mais, como disse Gary Liu, diretor executivo do Instituto Internacional Lujiazui, ao jornal espanhol El País.

As vendas imobiliárias caíram mais de 10% entre janeiro e maio deste ano em 71 das 100 cidades acompanhadas pelo Sistema de Índice Imobiliário da China. Só em Pequim a queda foi de 34,8%.

Fiel a seu infalível dirigismo, o socialismo anunciou um “Novo Plano de Urbanização Nacional 2014-2020” que custará US$7 bilhões.

Kangbashi: a cidade que não nasceu mas já tem seu museu
Kangbashi: a cidade que não nasceu mas já tem seu museu
Imperturbável em face do naufrágio deste “Titanic” de dimensões continentais, o governo anunciou que a urbanização artificial prosseguirá, porque “é um poderoso motor para o crescimento econômico num ritmo sustentável”. O slogan soa lindo aos ouvidos ambientalistas, mas não por isso o plano de urbanização é menos insustentável.

Haverá, pois, mais cidades e distritos fantasmas. Nelas, os exíguos habitantes como os de Kangbashi usufruem de benefícios exclusivos como ônibus grátis (poderíamos enviar muitos desordeiros brasileiros para fazer experiência lá), impostos quase zero e serviços subsidiados.

Algum dia a verdade baterá à porta e o desastre ficará exposto a todos os ventos. E isso talvez aconteça antes mesmo de esses fantasmas de cimento terem sido completados. Como Babel há alguns milênios atrás...


quarta-feira, 30 de junho de 2021

Cidades fantasmas chinesas podem afundar economia mundial

Kangbashi: cidade habitada por fantasmas
Kangbashi: cidade habitada por fantasmas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Enormes cidades-fantasma povoam o horizonte chinês e ameaçam jogar por terra o castelo de baralho da planificação econômica marxista, segundo descrevera há anos a “Folha de S. Paulo”.

Milhares de prédios novos em cidades completas e novas em folha, mas desabitadas, existentes em várias regiões chinesas, sugerem que imensa bolha está em vias de fazer voar aos pedaços a economia mais desequilibrada do mundo.

A escala dos empreendimentos vazios impressiona os observadores estrangeiros.

Só em Chenggong, no sudoeste chinês, há, vazios, 100 mil apartamentos e uma vasta infraestrutura de universidades, escolas, bancos e até duas estações de trem inteiramente vazias. 

Taiyuan: seres humanos são raridade. Bolha pode explodir.
Taiyuan: seres humanos são raridade. Bolha pode explodir.
A mais famosa das cidades fantasmas é Ordos, na desértica Mongólia Interior: 300 mil apartamentos e uma vasta infraestrutura, mas a população, segundo cálculos oficiais, é de cerca de 30 mil pessoas.

O governo precisava de cifras vertiginosas de crescimento para projetar a imagem da China no mundo.

Os funcionários estatais imaginavam cidades completas – ai deles se não o fizessem – com os mais variados argumentos e o governo os financiava alimentando vertiginosamente a bolha financeira.

Taiyuan: porco do mato anda como em sua floresta.
Taiyuan: porco do mato anda como em sua floresta.
Em Tianjin – cidade portuária que fica a meia hora da capital em trem-bala – um novo bairro, chamado Yujiapu, com dezenas de prédios de escritório, cresce para servir a um polo de empresas financeiras.

Será concluído em 2019 e terá réplicas de edifícios de Manhattan, incluindo o Rockfeller Center.

O custo estimado é de R$ 63 bilhões. Ele acrescentará mais 9,5 milhões de metros quadrados de escritórios e ameaça virar mais uma cidade fantasma.

Taiyuan: polícia abateu porco do mato em caçada surrealista.
Taiyuan: polícia abateu porco do mato em caçada surrealista.
Em Hainan, ilha no sul do país, emerge a Phoenix Island, um arquipélago artificial que abrigará um resort e uma torre de 200 metros, apelidada de “Dubai da China”.

O empresário britânico Mark Kitto, radicado na China, prevê que a bolha estourará ou, numa hipótese mais remota, se desinchará lentamente, gerando instabilidade social.

Ao mesmo tempo há dezenas de milhões de chineses morando em condições miseráveis, muitos deles expulsos de seus casebres para liberar terreno para essas cidades-fantasma que não são para eles.

Ao se associar economicamente à China, o Ocidente está abraçando um colosso de papelão que na sua queda poderá arrastar o mundo ao mais fundo dos precipícios.

Imobiliário chinês: próxima causa de catástrofe econômica mundial?



Cidades fantasmas - A farsa do crescimento chinês




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Crescimento da China seria metade do oficial, se tanto

Os agentes econômicos quebram a cabeça diante da ausência de dados críveis sobre a economia chinesa
Os agentes econômicos quebram a cabeça
diante da ausência de dados críveis sobre a economia chinesa



A economia chinesa cresce a apenas metade do ritmo apontado pelos dados oficiais, e talvez até mais lentamente.

A opinião é de investidores estrangeiros e analistas, que acham estranham como a teoricamente segunda maior economia do mundo possa ser medida com tanta precisão e de modo tão rápido como faz o governo socialista de Pequim, informou a agência Reuters.

Os estatísticos oficiais de Pequim divulgaram em julho de 2015 que a economia chinesa cresceu 7% nos dois primeiros trimestres do ano, atingindo de cheio sua meta oficial para 2015.

É claro que no regime de planificação socialista, os dados oficiais devem se tornar realidade à risca, sob pena de os subordinados incorrerem na desgraça dos chefes. Portanto, os números se conhecem com a antecipação às vezes anuais.

Mas, para os economistas objetivos, essas montagens de matriz ideológica não são fidedignas e não servem para os agentes da economia.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mais um “milagre” da Reforma Agrária: degradou 40% das terras chinesas

Num grande vaso antigo vemos reproduzida
intensa atividade agropecuária,
charretes carregadas de produtos da terra,
grande atividade comercial e fluvial
numa natureza poeticamente preservada.
Luis Dufaur


Mais de 40% das terras aráveis chinesas se encontram degradadas após décadas de exploração socialista, deplorou a agência oficial de imprensa China Nova, citada pela agência Reuters.

O povo chinês é rico em qualidades dos mais variados tipos, as quais podem ser apreciadas em incontáveis e admiráveis obras de arte.

Nas refinadas cerâmicas, nas delicadas pinturas, nos maravilhosos marfins, podemos contemplar, descrita em seus menores detalhes, a vida agrícola chinesa de séculos passados.

Toda ela está impregnada de espírito familiar e senhoril.

Nessas imagens, vemos refletida uma arte realista e requintada, uma vida no campo farta, poética, de uma riqueza surpreendente.

E além de preservar como que por instinto uma natureza única, vemos o trabalhador chinês bem alimentado, contente, e paradoxalmente contemplativo e pletórico de bens.
Que espécie de feitiço caiu sobre essa nação a ponto de arrasar a própria terra?

A terra negra e fértil da província de Heilongjiang, no norte da China, diminui em extensão, diz a agência do governo.

As terras agrícolas do sul estão entregues à acidificação, acrescenta a agência, que cita por sua vez estatísticas do Ministério da Agricultura.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fábricas na China usam métodos de campos de trabalho forçado soviéticos ou nazistas

Monumento a Lai Xiaodong, operário morto
numa explosão em fábrica da Foxconn
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Uma erupção de chamas que torceu tubos de metal como se fossem canudos matou na hora dois operários e feriu outros dez que faziam iPads e iPhones para a Apple na Foxconn, em Chengdu, relatou “The New York Times”.

As condições de trabalho nas fábricas chinesas são terríveis: horas extras excessivas, trabalho sete dias por semana, dormitórios superlotados comuns, trabalho em pé tão longo que as pernas incham a ponto dos operários quase não conseguirem andar.

Menores de idade montam produtos da Apple, as fábricas acumulam lixos tóxicos e falsificaram registros “para inglês ver”.

As ONGs dos direitos humanos que se apresentam como monitores independentes e confiáveis não sabem de nada nem percebem nada.

Há dois anos, 137 funcionários de uma fornecedora da Apple foram intoxicados usando uma substância química venenosa para limpar as telas do iPhone.

Em 2011, duas explosões em fábricas de iPad mataram quatro e feriram 77.

Explosão na Foxconn matou 4 e feriu 18 em Chengdu
A Apple que havia sido alertada, após muitas críticas no Ocidente nomeou uma ONG para verificar o estado dos direitos dos trabalhadores, mas ela é considerada uma das mais supeitas para fazer essa tarefa por outras ONGs do mesmo baralho.

Condições terríveis de trabalho também foram documentadas em fábricas de manufatura de produtos para a Dell, Hewlett-Packard, IBM, Lenovo, Motorola, Nokia, Sony, Toshiba e outras.

Na Foxconn, cartazes nas paredes exortam aos 120 mil empregados: “Trabalhe com afinco no seu emprego hoje ou vai ter que trabalhar duro para encontrar um emprego amanha”, denunciou o “The New York Times”.

A frase poderia ter figurado em qualquer campo de trabalho forçado nazista ou stalinista.

A Apple argui que manda que os operários não trabalhem mais de 60 horas por semana.

Funcionários da Foxconn montam redes
para impedir suicídios na fábrica em Shenzhen
Mas na sua empreitada Foxconn operários denunciaram que trabalhavam 12 horas por dia, seis dias na semana.

E esses eram os estavam melhor.

Há “turnos contínuos” e operários recebem ordens para trabalhar 24 horas seguidas.

Muitos dormitórios da empresa onde vivem 70 mil empregados concentram até 20 pessoas num apartamento de três cômodos.

A Foxconn contesta, de praxe, os relatos e diz que obedece aos códigos de conduta da Apple.

Outro procedimento que evoca a obediência ao líder supremo socialista e ao plano quinquenal do Partido Comunista.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Megalópoles de pesadelo

Kangbashi, megalópole fantasma

A planificação marxista de Pequim pretende planejar até 2020 a primeira megalópole do mundo. O Plano do Delta do Rio Pérola, fusionará nove cidades e ocupará 42.000 quilômetros quadrados. Será maior que a Suíça e incluirá 45 milhões de pessoas, noticiou a revista “Veja”.

150 projetos principais de infraestrutura conectarão as redes de transporte, energia, água e telecomunicações já existentes. Vinte e nove linhas de trem de alta velocidade, com um total de 5000 quilômetros, percorrerão a Babel chinesa em, no máximo, uma hora de viagem.