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Balão espião chinês foi o último de uma série |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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Não foi o primeiro, mas sim um da “frota” de balões espiões que a China já enviou por cima dos cinco continentes.
O primeiro de um total de quatro já derrubados pelos EUA após sobrevoar o espaço aéreo americano, motivou o cancelamento da visita de Estado à Pequim que pretendia fazer o secretário de Estado Antony J. Blinken. Essa teria sido a primeira viagem à China de um secretário de Estado dos EUA em seis anos, informou “
The New York Times”.
A descoberta pôs a China em alerta inclusive diante da balbuciante reação inicial do presidente Biden.
O Pentágono tentou minimizar o fato dizendo que não foi a primeira vez que a China enviou balões de espionagem aos EUA, e que este teria apenas permanecido no país por mais tempo.
Acrescentou que o balão não representava nenhuma ameaça militar ou física, e tinha um valor limitado para coleta de informações, palavras que depois desmentiu.
O balão viajou da China para as Ilhas Aleutas, no Alasca, e pelo noroeste do Canadá até chegar a Montana, onde ficou baseado. Mas, em Montana se encontra um dos três campos de mísseis balísticos intercontinentais americanos capazes de levar várias cabeças atômicas.
O Departamento de Defesa Nacional do Canadá informou que o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, que faz parte da parceria militar EUA-Canadá, estava “rastreando ativamente” os movimentos de um balão de vigilância de alta altitude.
A China tem vários satélites que orbitam a cerca de 300 milhas acima da Terra, podem tirar fotos e monitorar lançamentos de armas.
O fato ocorreu num momento em que as tensões entre Pequim e Washington aumentam.
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Grupo 2 de Eliminação de Artefatos Explosivos da Marinha dos EUA, recupera restos de balão de espionagem chinês derrubado |
Em um memorando vazado previamente,
o general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea dos EUA, afirmou que seu país e a China travarão uma guerra em 2025. O estopim seria uma tentativa de Pequim de tomar à força Taiwan, informou a
“Folha de S.Paulo”.
“As eleições presidenciais em Taiwan são em 2024, e elas darão a Xi [Jinping] um pretexto. As eleições nos EUA são em 2024 e oferecerão a Xi uma América distraída.
O time de Xi, suas razões e oportunidades estão todas alinhadas para 2025”, acrescentou.
O diretor da CIA, William Burns, pediu não subestimar as ambições de Xi por Taiwan. A principal agência de inteligência americana foi informada de que o líder chinês ordenou a seus militares estar de prontidão para uma invasão da ilha que pode acontecer antes de 2027.
Hipocritamente, a China disse estar investigando se um balão espião seu violou o espaço aéreo dos EUA e repetiu que a “China é um país responsável que sempre cumpre rigorosamente o direito internacional”, segundo recolheu
“La Nación”.
Diante da indignação nacional, Blinken qualificou o uso do balão de “irresponsável” e “uma clara violação da soberania dos EUA e do direito internacional”, registrou o
“The New York Times”.
Os civis de Montana ficaram alarmados quando começaram a avistar o balão, a que de início o Pentágono tirou importância.
Mas, o caso tornou-se uma crise diplomática quando a atenção da mídia aumentou e os políticos republicanos pediram que o presidente Biden e Blinken agissem.
Alguns legisladores republicanos criticaram Biden por permitir que o balão flutuasse durante dias sobre os EUA e não tomar medidas mais duras contra a China. Funcionários da Casa Branca disseram que esses balões já apareceram inclusive durante o governo Trump.
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O general quatro estrelas da Força Aérea Mike Minihan alertou para possível guerra com a China em 2025
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Pequim voltou à carga com suas mentiras e alegou que o balão se desviou acidentalmente, sendo usado só para pesquisa meteorológica.
Mais um balão espião chinês estaria sobrevoando a América Latina, confirmou o Pentágono em meio à crescente preocupação com o balão derrubado na costa leste dos EUA, difundiu o
“The Epoch Times”.
“Estamos vendo um balão transitando pela América Latina e avaliamos ser outro balão de vigilância chinês”, disse o secretário de imprensa do Pentágono, brigadeiro-general Patrick Ryder.
O Ministério da Defesa do Canadá disse monitorar um “segundo incidente em potencial” e Ryder tirou o corpo.
O presidente Biden de início recebeu a “forte recomendação” dos líderes militares para não o derrubar devido aos riscos de destroços ferir civis.
“Minha grande preocupação com o balão chinês é seja um teste para ver o quão rápido reagimos e o que fazemos”, analisou Art Thompson, CEO da empresa Sage Cheshire Aerospace, da Califórnia, que fornece serviços para balões estratosféricos.
Thomson examinou os balões que passaram sobre os EUA e a Costa Rica, e achou que são muito semelhantes.
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Chefes da NATO e do Departamento de Estado se reuniram para debater o caso do balão mais a crise da Ucrânia |
Thompson defendeu derrubar o balão com armas laser, ação que foi efetivada por um jato F22. Ele teme que o da Costa Rica “vai ficar fora de alcance rapidamente porque na Costa Rica, ele vai atravessar o golfo muito rápido”, disse.
“Os chineses definitivamente estão nos testando e se preparando para algo”. Por certo nada tranquilizador ouvidas as ameaças bélicas do ditador marxista Xi, que em tudo fazem dueto com as de Putin no Kremlin.
Os restos do balão caíram perto da praia de Myrtle Beach, Carolina do Sul, em águas de pouca profundidade. Foram recuperados por membros da Marinha americana experimentados na manipulação de material perigoso no mar e entregues ao FBI para análise, informou
“La Nación”.
Afinal, após anos de hipocrisia das administrações Trump e Biden, a Casa Branca reconheceu que a China usa balões meteorológicos extensivamente como ferramentas de espionagem em todo o mundo, registrou
BFMTV.
A capital do comunismo chinês, como sempre, nega e disse acreditar que seja parte de uma campanha de difamação contra ela.
“Balões chineses foram observados sobre países dos cinco continentes” cuja soberania eles “violaram”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Washington garante que a China enviou três aeronaves desse tipo para breves incursões nos céus americanos durante a presidência de Donald Trump, e já uma no início do mandato de Joe. Biden.
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O balão espião sendo derrrubado |
Para a China, a destruição do balão “foi um ato irresponsável”.
E acusou os EUA de ter enviado dezenas de balões do gênero para invadir seu espaço aéreo, sem dar especificações.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, lembrou que o exército americano continua com a coleta de detritos do balão na costa da Carolina do Sul, durante uma coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
“Os EUA não foram o único alvo desse vasto programa que violou a soberania de países nos cinco continentes”.
Jens Stoltenberg manifestou a preocupação dos países da NATO com estas atividades da espionagem chinesa, sublinhando que Pequim tem investido maciçamente para adquirir novas capacidades militares.
“Também vimos um aumento nas atividades de espionagem da China na Europa. Eles usam satélites, internet e, como vimos nos EUA, balões”, disse.
De acordo com o
“The Washington Post”, balões espiões foram usados para monitorar instalações militares no Japão, Índia e Taiwan, acrescentou o jornal.