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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Taiwan repudia China e adverte o Papa

Tsai Ing-wen foi reeleita massivamente em 2020 pela sua oposição ao comunismo
Tsai Ing-wen foi reeleita massivamente em 2020 pela sua oposição ao comunismo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Na República da China ou Taiwan, conhecida também por velhas denominações como Formosa ou China nacionalista, a presidente Tsai Ing-wen renovou o seu mandato com uma vitória comparada a um terremoto pelos comentaristas, noticiou o jornal chinês “The Epoch Times”, publicado em Nova York em 21 idiomas.

Ela derrotou Han Kuo-yu do partido Kuomingtang (KMT) que postulava relações mais amistosas com Pequim.

O veredito das urnas foi uma clara mensagem à ditadura marxista de Pequim, que não poupou esforços para intimidar o eleitorado taiwanês a fim de fazê-lo votar em sentido contrário, disseram especialistas.

Não restaram dúvidas de que o resultado democrático implicou “repúdio à China comunista”, e das tentativas de reunificação a ela, comentou June Teufel Dreyer, professor de ciências políticas da Universidade de Miami e membro do Foreign Policy Research Institute.

Tsai recebeu o recorde de 8,17 milhões de votos, equivalente a 57% do eleitorado.

Seu partido, o Democrata Progressista (DPP) ganhou 61 das 113 cadeiras no Legislativo.

Ela apoia o movimento pela democracia em Hong Kong, e foi muito contraditada pela diplomacia e pela guerra psicológica de Pequim.



Povo comemorou vitória que afasta as ameaças marxistas.
Povo comemorou vitória que afasta as ameaças marxistas.
Taiwan é independente em todos os sentidos da palavra, mas o comunismo a considera parte de seu território e quer anexá-lo num regime semelhante ao que vigora em Hong Kong, ou seja, “um país, dois sistemas”.

Para Derek Mitchell, ex-embaixador americano em Burma, a eleição foi “um referendo sobre a China” em que triunfou a “maioria silenciosa”.

O regime da China comunista não deve ter tido surpresas com o resultado, mas sim com o tamanho da margem de vitória, observou Bonnie Glaser, diretor do China Power do Center for Strategic and International Studies, sediado em Washington.

Sublinhou, contudo, que Taiwan não pode se dar por satisfeita, pois os poderes autoritários que o ameaçaram não cessarão de fazê-lo.

Com efeito, a presidente reeleita mostrou-se preocupada pelas tendências pro-comunistas que dominam a diplomacia vaticana no Oriente.

Tsai Ing-wen após a reeleição recebe congratulações do corpo diplomático.
Tsai Ing-wen após a reeleição recebe congratulações do corpo diplomático.
E enquanto chefe de uma nação vulnerável, um de seus primeiros atos foi o de advertir o Papa Francisco sobre a dificuldade de “dialogar” com um tirano, escreveu Life Site

Tsai Ing-wen, escreveu uma carta aberta ao pontífice em resposta à mensagem papal pelo Dia Mundial da Paz 2020.

Nela, o Papa havia renovado idílicos apelos a uma “genuína fraternidade baseada na nossa proveniência comum de Deus”. A presidente de Taiwan mostrou que por vezes semelhante fraternidade é “impraticável”.

“Muitos conflitos internacionais de hoje podem ser atribuídos ao desejo de dominar aos outros”, explicou Tsai em alusão ao expansionismo comunista chinês com o qual o pontífice parece se dar muito bem.

“Quando um lado tenta impor sua vontade por cima do outro, o diálogo se torna impossível”, lembrou ao Papa de Roma que não lembra essas obviedades tratando com os ditadores de Moscou, Pequim, Havana ou Caracas, nem na hora de receber a Lula, Kirchner ou Fernández.

“Nós sempre temos concordado com os ideais de paz de Vossa Santidade, e esperamos resolver pacificamente as diferenças que há dos dois lados do Estreito de Taiwan”, escreveu Tsai.

Política de aproximação do Papa Francisco aos ditadores marxistas de Pequim foi reprovada pelos chineses livres
Política de aproximação do Papa Francisco aos ditadores marxistas de Pequim
foi reprovada pelos chineses livres
Tsai Ing-wen escreveu carta-aberta ao pontífice em resposta à mensagem papal pelo Dia Mundial da Paz 2020.

Nela, o Papa havia renovado idílicos apelos a uma “genuína fraternidade baseada na nossa proveniência comum de Deus”.

A presidente mostrou que, por vezes, tal fraternidade é “impraticável”.

“Muitos conflitos internacionais de hoje podem ser atribuídos ao desejo de dominar os outros”, explicou Tsai em alusão ao expansionismo comunista chinês com o qual o pontífice parece se dar muito bem.

“Quando um lado tenta impor sua vontade por cima do outro, o diálogo se torna impossível”, lembrou ao Papa de Roma que parece não se lembrar dessas obviedades ao tratar com os ditadores de Moscou, Pequim, Havana ou Caracas, nem na hora de receber Lula, Kirchner ou Fernández.

“Nós sempre temos concordado com os ideais de paz de Vossa Santidade, e esperamos resolver pacificamente as diferenças que há dos dois lados do Estreito de Taiwan”, escreveu Tsai.

“O ponto crucial é que a China continental se recusa a amainar sua ânsia de dominar Taiwan.

“Continua sabotando a democracia, a liberdade e os direitos humanos, apelando à ameaça de força militar e implementando campanhas e manobras diplomáticas de desinformação e ciber ataque”.

O Vaticano é um dos poucos estados que reconhecem a independência de Taiwan.

Mas sua diplomacia de aproximação com os regimes comunistas, ou Ostpolitik, o tem levado a assumir uma conduta desigual e injusta em relação à China livre.

A presidente reeleita de Taiwan também apontou como Pequim viola o espírito da carta do Santo Padre, conduzindo manobras militares que causam inquietação na região.

A perseguição dos católicos se diz amparada em acordo secreto com o Vaticano
A perseguição dos católicos se diz amparada em acordo secreto com o Vaticano
Mas Taiwan cumprirá as suas obrigações internacionais ao resistir às provocações e condutas baixas a fim de manter a paz no Estreito que separa as duas Chinas, prometeu Tsai.

Pequim também está promovendo a violência policial em Hong Kong contra o povo que pede democracia e direitos humanos, liberdade de expressão, liberdade religiosa etc., lembrou a presidente ao Papa.

O que Pequim faz “só serve para atear o conflito”, acrescentou.

Tsai concluiu desejando um continuado crescimento da Igreja Católica.

David Mulroney, ex-embaixador canadense na China qualificou como “muito oportuna” a carta ao Papa Francisco.

“Em termos católicos, a presidente Tsai está pedindo muito educadamente ao Santo Padre que leia os signos dos tempos e que enxergue a China comunista como ela é, e não como ele desejaria que fosse”.

Mons. Lucas Li Jingfeng, bispo de Fengxiang (Shaanxi) recusou pactos com o comunismo e passou 21 anos preso morrendo com fama de santidade.
Mons. Lucas Li Jingfeng, bispo de Fengxiang (Shaanxi)
recusou pactos com o comunismo e passou 21 anos preso
morrendo com fama de santidade.
Por sua vez, o “Catholic Herald” destacou na carta da presidente taiwanesa a agressão e a perseguição da religião que faz Pequim.

Essas são os verdadeiros “obstáculos à paz”, pois o regime comunista pratica metódicos “abusos de poder.”

As palavras de Tsai foram as mesmas da mensagem de paz do Papa, mas divergiam diplomaticamente em 180º sobre o fautor das violações, ameaças e crimes mencionados.

O autoritário líder comunista Xi Jinping havia ameaçado Taiwan antes das eleições, dizendo que o Partido Comunista Chinês se reservava o direito de usar a força para submetê-la a seu controle.

Tal ameaça foi evocada por Tsai quando lembrou ao Papa da ameaça internacional daqueles que não renunciam a dominar os outros.

Desde 2018, o Vaticano e Pequim se pautam por um acordo secreto que, na prática, só redundou numa multiplicação das hostilidades marxistas contra o clero e os fiéis da Igreja Católica no continente.


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