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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Comunismo chinês pisa nos católicos em mais uma assembleia cismática

José Li Shen, submisso arcebispo de Pequim
José Li Shen, submisso arcebispo de Pequim
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Os órgãos religiosos “oficiais” controlados pelo Partido Comunista Chinês e que não tem nada a ver com a Igreja Católica, realizaram sua 10ª Assembleia Nacional de Representantes Católicos Chineses, segundo noticiou “Infocatólica”.

Ela é a mais importante ficção desejada pela ditadura comunista e foi assistida por 345 delegados “católicos” das 28 subdivisões administrativas do país.

A cidade do evento foi Wuhan, região de Hubei, famosa no mundo por ser a origem da pandemia de Covid-19.

O Partido quer que essa Assembleia dite a linha que devem seguir os católicos, além de renovar seus dirigentes.

A primeira delas foi realizada em fevereiro de 1957 em Pequim. Ali o comunismo chinês forjou a Associação Patriótica dos Católicos Chineses em ruptura com Roma, portanto cismática.

A segunda foi em 1962. Mas logo a seguir, as assembleias foram suspensas pela Revolução Cultural que perseguiu o catolicismo, até mesmo este engendro “oficial”.

A terceira só voltou a ser realizada em 1980, quando foi fabricado o Conselho dos Bispos Católicos da China, espécie de CNBB marxista, estritamente controlada pelo Partido, desobediente em tudo a Roma.

Nova cúpula da 'Associação Patriótica' submissa ao comunismo autogestionário
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Esta 10ª Assembleia aconteceu seis anos após a anterior, realizada em Pequim em 2016, e às vésperas do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês.

A escolha de Wuhan não é causal: o catolicismo tem uma longa história na cidade. No século XIX, nela convergia a evangelização no interior da China aproveitando a comunicação pelo rio Yangtzé (ou Azul, o maior da Ásia).

Os comunistas de Mao expulsaram a todos os missionários estrangeiros, em 13 de abril de 1958.

Na cidade aconteceu a primeira ordenação sacrílega de dois bispos, sem a aprovação da Santa Sé: Bernardino Dong Guangqing, “bispo” de Hankou, e Marcos Yuan Wenhua, “bispo” de Wuhan.

Após a morte em 2007 do primeiro (que no meio tempo havia pedido e recebido o retorno à comunhão com Roma), a diocese permaneceu vaga por 14 anos. Até que em setembro de 2021, José Cui Qingqi foi feito bispo na catedral da cidade Wuhan, no âmbito do contestado acordo sino-vaticano de outubro de 2018 e renovado até 2020.

Na cerimônia, o vice-ministro socialista Cui Mahou voltou a calcar a autonomia da Igreja “patriótica” por aderir à bandeira da pátria socialista e da religião alinhada com a ditadura.

Bispos Patrióticos Chines juraram lealdade ao Partido Comunista
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O funcionário da ditadura insistiu “na formação de uma ideologia e teologia chinesas” e exortou os católicos a “implementar as diretrizes do presidente Xi Jinping sobre o trabalho religioso, bem como as decisões do governo central para garantir os princípios de autonomia e autogestão, e promover a sinização da Igreja”.

O arcebispo de Pequim acatou a ordem do governo e assumiu a presidência da Associação Patriótica. A seguir o bispo de Haimen, leu um relatório com as submissões ofertadas ao comunismo desde a última Assembleia de 2016.

Para o bispo Shen Bin que ganhou a presidência do Conselho de Bispos (espécie de CNBB cismática), “a Igreja chinesa manteve a direção política correta, e preservou os princípios de autonomia e autogestão da Igreja”. Ressaltou também o progresso no democratismo na administração desse cisma.

Católicos fiéis se refugiam na clandestinidade
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Segundo a Associação Patriótica, nem o bispo de Haimen nem o Vice-Ministro Cui Mahou mencionaram o acordo sino-vaticano para a nomeação de bispos.

A omissão foi marcante porque dito acordo foi um dos eventos mais tragicamente importantes para a Igreja Católica na China entre 2016 e hoje.

A omissão confirmou o menosprezo do regime socialista pelo acordo com a Santa Sé, ao qual ela diz dar muita importância.

O Cardeal Zen, bispo emérito de Hong Kong, foi preso e liberado sob caução, porque não adere à 'Igreja Patriótica'
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porque não adere à 'Igreja Patriótica'
Os organismos comunistas não vêm nele mais do que uma servil ratificação, por parte de Roma, dos bispos eleitos pela seita marxista imperante.

Há quase um ano que não há novas nomeações de bispos, mas o Papa Francisco quer renovar o Acordo agora mais uma vez desrespeitado e achincalhado pela bota marxista.