O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS
Mostrando postagens com marcador comunismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comunismo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Nicarágua é amostra do que visa a China na América Latina

Lula da Silva e Alberto Fernández abrem as portas à invasãao solapada da China
Lula da Silva e Alberto Fernández abrem as portas à invasão solapada da China
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







continuação do post anterior: Nicarágua: feroz ditadura que diz ser "democracia"


11 bases espaciais e 40 portos na América do Sul


Logo após a viagem a Xangai do Ministro da Economia argentino, Sergio Massa, e do filho de Cristina Kirchner, Máximo Kirchner, o governador da Terra do Fogo aprovou a construção de um porto multivalente por uma empresa de fachada do Exército Vermelho.

Ele seria como um polo agroquímico, mas esconderia uma base naval para controlar os canais do Sul e serviria de porta de entrada à Antártica.

“Abrir as portas a uma potência totalitária como a China pode vulnerar a nossa soberania”, denunciou o legislador Pablo Daniel Blanco, que abriu, juntamente com outros, um processo na Justiça.

Os EUA temem pelas sucessivas concessões do regime peronista e lulo-chavista do presidente Fernández.

Este também quereria rearmar a Argentina com armas chinesas.

The Wall Street Journal revelou que a China também montou há anos em Cuba uma base de espionagem das comunicações nos EUA, como outrora fazia a URSS.

Militares suspeitam de uso bélico na Base Naval Integrada de Ushuaia que quer a China
Militares suspeitam de uso bélico na Base Naval Integrada de Ushuaia que quer a China
Ela está instalada num prédio de antiga URSS, na aldeia de Bejucal. “Os EUA só despertaram há quatro ou cinco anos para esta questão de segurança militar para o mundo”, disse Jonathan Ward, especialista na oposição China-EUA.

“A América Latina corre o risco da dependência econômica e da influência militar e diplomática chinesa”, que Ward comparou à expansão do Império Britânico no século XIX, citando o jornal La Nación.

Altos comandos militares insistem que as instalações de empresas chinesas na América Latina e no Caribe visam um “duplo uso”: na aparência são civis, na prática são dirigidas pelo exército comunista.

O Center for Strategic and International Studies (CSIS), enumerou onze instalações espaciais na América do Sul.

“Estas instalações constituem um segmento de uma rede mundial que pode mirar os EUA e interceptar informação sensível”, afirma num relatório.

Exemplo preocupante é a estação Espaço Remoto, em Neuquén (Patagonia), controlada pela Força de Apoio Estratégico do Exército Popular de Libertação, onde a Argentina não pode exercer sua soberania (cfr. La Nación).

Outras são as de El Sombrero, na Venezuela, de La Guardia, na Bolívia, e mais dois projetos em San Juan, Argentina.

Além desses, a China procura instalar-se em 40 portos, do México ao Peru, visando neste último o porto de Chancay, o complexo portuário mais importante no sul do Pacífico.

* * *

Povo resiste à ofensiva de comunistas e chineses apoiado na Padroeira do país
Povo resiste à ofensiva de comunistas e chineses apoiado na Padroeira do país

Há 440 anos, no porto de El Realejo, na Nicarágua, uma nau que deveria partir para o Peru não conseguia zarpar.

Nela, Don Lorenzo de Cepeda, irmão de Santa Teresa de Ávila, levava uma imagem da Imaculada Conceição.

Enquanto o barco não conseguia se mover do porto, ele se instalou na cidade de El Viejo com a imagem, que os mestiços cultuavam como a “Menina Branca”, que fazia milagres.

Formou-se a ideia de que a Imaculada Conceição queria ficar ali.

O irmão de Santa Teresa então doou a imagem à cidade e as velas do barco se enfunaram com vento muito favorável.

Em 2018, quando soldados da ditadura matavam centenas de cidadãos opostos à tentativa chinesa de construir o canal na Nicarágua, a sua imagem padroeira reinava sobre as barricadas salpicadas pelo sangue dos resistentes anticomunistas.

A iniciativa de Ortega a favor da China acabou fracassando. Foi um sinal de que Nossa Senhora, que esmaga a serpente infernal e seus sequazes, acabará vencendo na Nicarágua e no “continente da Esperança”.


quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Nicarágua: feroz ditadura que diz ser "democracia"

'Assassinos do povo' é o brado de todas as tendências
'Assassinos do povo' é o brado de todas as tendências
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







continuação do post anterior: Nicarágua: calvário de um povo entregue ao comunismo


“Democracia” que enforca a liberdade


Os ex-presidentes que compõem a Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA) denunciaram “agravadas perseguições à liberdade de religião”, manifestaram-se preocupados com “o incêndio de igrejas e a destruição selvagem de imagens do culto católico”, além de exigir a intervenção do Papa Francisco, aliás muito criticado por sua inexplicável inércia, que mais parece cumplicidade (cfr. Clarín).

O jornal espanhol El País apontou um despótico tripé legislativo do governo para afogar a liberdade de expressão.

Uma Lei contra Discurso de Ódio pune os opositores com prisão perpetua. Outra Lei, a de Agentes Estrangeiros, proíbe doações internacionais a sociedades civis, ONGs, jornalistas e grupos opositores.

Eleições falsificadas não foram reconhecidas internacionalmente
Eleições falsificadas não foram reconhecidas internacionalmente
Por fim, a Lei Especial de Delitos Cibernéticos, ou Lei da Mordaça, pune com 1 a 10 anos de prisão os críticos de Ortega nas redes sociais.

Em novembro de 2021 — prendendo candidatos opositores e enchendo as cadeias de inimigos políticos —, Ortega se fez eleger presidente mais uma vez, e se arvorou em campeão da democracia.

A comunidade nacional e a internacional viram a escandalosa farsa; os EUA, a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e dezenas de países democráticos recusaram o resultado.

Os ditadores de Cuba e da Venezuela participaram da posse do ditador, à qual China, Rússia, Coreia do Norte, México e Argentina fizeram-se representar e Irã enviou um chefe terrorista.

A posse preludiou a prisão de jornalistas, a fuga de empresas de comunicação e o encarceramento de familiares de exilados políticos que criticavam a tirania. 317 pessoas foram declaradas apátridas, tiveram seus registros civis apagados e seus bens confiscados.

“É a morte civil, como se a gente nunca tivesse existido”, deplorou o jornalista Héctor Mairena, refugiado na Costa Rica.

Segundo a instituição Transparência Internacional, a Nicarágua, irmanada ao lulo-chavismo, tornou-se o país mais corrompido da América Central e o terceiro mais corrupto de toda a América.

Papa rompe mutismo incompreensível


Os padecimentos de Nicarágua encontraram um Papa e o PT insensíveis
Os padecimentos de Nicarágua encontraram um Papa e o PT insensíveis
Após anos de horrores despóticos, com a colaboração de altos eclesiásticos e o mutismo muito criticado do Papa Francisco, este finalmente deplorou a tirania em março passado:

“Não tenho escolha a não ser pensar em um desequilíbrio na pessoa que lidera [Ortega]. [...] É como se estivesse trazendo a ditadura comunista de 1917 ou a hitlerista de 1935. São ditaduras grosseiras”, registrou a Folha de S. Paulo.

Ortega treplicou com gestos brutais, mas não mudou e reforçou as violências na Semana Santa.

No Domingo de Ramos, em San José de Cusmapa, oeste do país, fiéis se revoltaram após a polícia prender o Pe. Donaciano Alarcón quando este saiu da igreja para benzer os ramos.

Ainda revestido dos paramentos da missa, foi expulso pela fronteira com a Costa Rica, acusado de organizar procissões e sublevar a população.

Segundo ele, informantes presentes em todas as missas denunciaram sua menção ao Papa Francisco e ao bispo de Matagalpa, Mons. Rolando Álvarez, que continua preso por alegada “traição à pátria”, crime usado contra qualquer opositor, acrescentou a Folha de S. Paulo.

Pouco depois, o ditador fechou três universidades católicas que contavam com pelo menos onze unidades de ensino, e dissolveu as organizações caritativas católicas ligadas à Caritas, informou o site Vatican News 18 e O Globo.19

Poucas semanas antes, o ditador havia esbravejado:

“Se vamos falar de democracia, que se eleja também o papa por voto direto do povo. Que seja o povo quem decida, não a máfia que está organizada no Vaticano”.

Grosserias que poderiam ter sido recebidas com aplausos nas assembleias do famigerado Sínodo Alemão.

O silêncio cúmplice do PT


PT apoia o regime criminoso e antidemocrático de Ortega
PT apoia o regime criminoso e antidemocrático de Ortega
Mas o silêncio, afinal quebrado, do Papa, foi acompanhado de outro: o do PT e de Lula, autoproclamado herói da democracia, mas que persevera como velho amigo e companheiro de viagem do déspota comunista nicaraguense.

O jornalista Mairena pede mais ação do Brasil: “Lamentamos que o governo do presidente Lula não tenha tomado uma atitude firme”.

No Brasil, entre outros, Celso Rocha de Barros, autor de “PT uma história”, partilhou a perplexidade da omissão petista diante do regime de crimes ao afirmar no artigo:

“PT faria bem em adotar uma postura abertamente crítica à ditadura de Ortega”, Folha de S. Paulo20:

“A revolução nicaraguense de 1979 foi a revolução da geração em que o PT foi fundado. Nos anos 1980, o PT mandou médicos para a Nicarágua [...].

“Jovens petistas se tornaram voluntários para ajudar os sandinistas, tinham várias semelhanças de família com o PT, como a forte presença de católicos progressistas em seu meio.

“Na Nicarágua, houve padres-guerrilheiros [...]. Enquanto isso, o petista Frei Beto tentava aproximar católicos e comunistas em Cuba”.





quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nicarágua ‘chinesa’ revela planos de Pequim

Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Ao cobiçar a América Latina para seu comércio, a China seduz os governos esquerdistas para manter o velho sistema comunista. No momento, a Nicarágua é um paradigma.

Pelo menos desde o ano 2000 a China tenta sujeitar a América Latina multiplicando mais de 20 vezes o seu comércio com a vasta e estratégica região.

Simultaneamente forja um vínculo estratégico com os governos que adotam o “comunismo rosa”, uma mera reciclagem do velho comunismo.

Lula e Chávez criaram em 2011 a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para afastar os EUA e o Canadá do convívio com os países latino-americanos.

E no 1º Fórum China-CELAC, realizado em Pequim, o ditador maoísta Xi Jinping prometeu investir 250 bilhões de dólares ao longo de uma década.

Em troca, os países presentes omitiriam qualquer menção às violações dos direitos humanos e da democracia, observou El País, falando do nascimento de uma ‘chino-américa’.

Neste ano de 2023, o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa, comemorou em Pequim os suspeitos empréstimos recebidos dos chineses, dizendo: “Nós deveríamos nos chamar Argenchina”.2

Pequim comprou parte da dívida externa da Costa Rica e instalou o Instituto Confúcio, fechado nos EUA por espionagem e proselitismo marxista.

Fez um estádio de mais de 100 milhões de dólares — jamais sonhado pela Costa Rica —, mas só depois de o país romper seus laços diplomáticos com Taiwan...

‘Chino-américa’


'Nós deveriamos llamar nos chamar', dsse o  ministro de Economia argentino e candidato presidencial, Sergio Massa
'Nós deveríamos nos chamar Argenchina', disse o  ministro de Economia argentino
e candidato presidencial, Sergio Massa, vendendo seu país
Em novembro de 2014, o Brasil e o Peru puseram-se de acordo para fazer uma conexão entre o Atlântico e o Pacífico com financiamento chinês.

Nesse mesmo ano, Pequim fechou 20 acordos com a Argentina em troca da cessão, durante 50 anos, de um território alheio à soberania argentina onde funciona hoje uma estação espacial que segundo o consenso tem uso militar e na qual os argentinos não podem entrar.

A China promete colossais investimentos enriquecedores mas na realidade submete e afunda as economias que “beneficia”.

Exemplo típico é o Brasil que, segundo recente estudo da FIESP, numa década perdeu o 11% de suas exportações à América do Sul (R$ 52 bilhões), arrebatadas por produtos chineses, aliás baratinhos e de má qualidade como sempre.

A Universidade Cornell mostrou que a América Latina fornece apoio à política exterior chinesa nas Nações Unidas.

Acontece que, para Pequim, Colombo não descobriu a América em 1492, mas sim Zheng He, um almirante chinês muçulmano eunuco, em 1421. Agora a China procura reparação por essa “ignorância” histórica (cfr. El Mundo).

Canal chinês para superar o do Panamá?


A China tenta realizar o projeto faraônico de um canal transoceânico através da Nicarágua que supere o canal do Panamá.

O Grande Canal da Nicarágua, ou Lago Cocibolca, prenuncia um outro canal que cortaria pelo meio a região amazônica e tornaria a China uma virtual dominadora da região a pretexto de estender a Nova Rota da Seda (em inglês: Belt and Road Initiative), projeto trilionário que realiza o sonho de Mao Tsé-tung da hegemonia mundial chinesa.

O projeto do Canal da Nicarágua é elucidativo. O lago homônimo contém a maior massa de água doce da América Central e ficaria nas mãos de um consórcio chinês que o transformaria em um canal para cargueiros de grande calado.

Plano chinês do Canal de Nicaragua revoltou a população que viu entrada do comunismo
Plano chinês do Canal de Nicarágua revoltou a população que viu entrada do comunismo
O acordo original assinado pela ditadura sandinista de Daniel Ortega com o Grupo HKND foi anunciado em 2013, no aniversário do nascimento do líder guerrilheiro Sandino.

Segundo Ortega, passariam navios tão grandes “que não poderão fazê-lo pelo canal de Panamá”.

O chinês Wang Jing — que a imprensa nicaraguense, quando havia liberdade, chamava de “o fantasma” — recebeu a concessão da obra durante 100 anos.

A largura do canal seria de 230-520 metros e a profundidade variaria entre 27,6 e 30 metros ao longo de 105 quilômetros do lago.

A profundidade média de 14 metros exigiria remover 310 milhões de metros cúbicos de rocha e outros 65 de lodo, quando o Canal do Panamá movimentou apenas 41 milhões.

Jaime Incer Barquero, presidente da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Sustentável, estimou que requereria uma dragagem gigantesca, sendo “difícil pensar em qualquer tipo de vida de água doce que possa sobreviver nessas condições”.

A grande maioria dos camponeses e pescadores vizinhos do futuro canal foi contra o projeto.

“Quando os chineses vierem, vamos recebê-los com facões. Eles estão começando a expropriar propriedades. Eles oferecem um preço catastrófico. Não sai nada na imprensa porque está comprada”.

Até o ex-padre, ex-guerrilheiro e ex-ministro da Cultura sandinista Ernesto Cardenal criticou: “Querem roubar o país”.

Os protestos foram reprimidos com violência inaudita, matando entre 325 e 560 populares, deixando centenas de desaparecidos, milhares de feridos e dezenas de milhares de exilados.

A pena máxima na Nicarágua é de 30 anos, mas os líderes camponeses foram condenados a mais de 200 anos de prisão, segundo a BBC News.

Em 2018, o projeto inicial foi declarado oficialmente cancelado. Mas a atual onda do “comunismo rosa” está fazendo uma nova tentativa.




quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Grandes empresários fogem da China

Empresários fogem do colapso económico chinê
Empresários fogem do colapso econômico-ideológico chinês
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Tiveram uma aparição fulgurante e se anotaram entre os maiores empresários do mundo idolatrados pelo público chinês, adorados pelo governo e cortejados por investidores estrangeiros.

Transformaram a economia chinesa em uma potência com apoio decisivo do Partido Comunista Chinês, do qual são membros como condição para progredir.

Mas agora, esses magnatas viraram os antipatizados numa economia que retorna ao “comunismo originário” sob a batuta implacável do ditador Xi Jinping, segundo longa e documentada reportagem do “The New York Times”.

O governo socialista reprime as empresas, a economia enfraquece, e os bilionários abandonam suas empresas ou fogem do país.

“The New York Times”.  fornece o exemplo de dois dos mais ricos empresários da China, o casal Pan Shiyi e Zhang Xin, que renunciaram a seu império imobiliário: a Soho China.

Ambos já haviam se mudado para os EUA e tentavam administrar suas empresas com ligações noturnas para a China.

O casal de empresários chineses Pan Shiyi (esq.) e Zhang Xin (dir.) renunciou a seu império imobiliário
O casal de empresários chineses Pan Shiyi (esq.) e Zhang Xin (dir.)
renunciou a seu império imobiliário
Mas ficou difícil e as ações do Soho China perderam mais da metade de seu valor.

Eles representaram o modelo melhor sucedido de ascensão da pobreza à riqueza e foram uma bandeira inspiradora para milhões que queriam sair da miséria.

Nascidos em famílias pobres começaram trabalhando no operário até abrir negócios imobiliários na ilha de Hainan, no extremo sul da China.

Trouxeram arquitetos famosos do Ocidente e criaram edifícios com fachadas curvas, mas minimalistas.

A época lhes foi favorável. Deng Xiaoping continuou a estratagema concebida por Mao Tse Tung para fazer do comunismo chinês a maior potência econômica da Terra.

Recorreu a empresários após a devastação da Revolução Cultural, introduziu a China na Organização Mundial do Comércio e fez do país o maior exportador mundial. A estratagema foi continuada e ampliada por seus sucessores.

Até que Xi Jinping, o ditador comunista desde 2012, decidiu voltar para uma sociedade autoritária e estatista com precedência sobre o crescimento econômico.

Os líderes empresariais e ativistas de direitos humanos que se opuseram ao estrangulamento do setor privado foram presos.

Os empresários muito ricos deixaram de ser estrelas, mas suspeitos de criminosos.

Jack Ma ficou meses desaparecido
Jack Ma ficou meses desaparecido
Jack Ma, o cofundador do Alibaba que dominou o setor de comércio eletrônico da China foi encarcerado meses, dizem 'desaparecido', numa prisão de alta segurança e renunciou à direção da empresa.

O mesmo fez Colin Huang, fundador da Pinduoduo, rival do Alibaba.

Zhang Yiming, fundador da ByteDance, empresa controladora do TikTok, entregou o cargo supremo.

Xangai foi bloqueada alegando uma draconiana estratégia. Zhou Hang, proeminente capitalista de risco fugiu para Vancouver, Colúmbia Britânica, onde denuncia as políticas atuais da China, narra “The New York Times”.

Soho China foi devassada pela polícia e repetidamente acusada e multada em quase US$ 30 milhões.

Os golpes do governo contra o setor imobiliário e os suspeitos bloqueios pelo “zero COVID” fizeram cambalear todo o mercado imobiliário.

Os investimentos em Pequim e Xangai de Soho China caíram 80% e seus diretores deixaram de responder a ligações e mensagens de texto.

Xi Jinping quer uma sociedade totalitária dirigida pelo estado
Xi Jinping quer uma sociedade totalitária dirigida pelo estado
Pan e Zhang, após muitas intrigas, renunciaram quando o Partido Comunista Chinês preparava um novo congresso nacional que daria a Xi um terceiro mandato de cinco anos e reforçaria o controle do setor privado.

Mas a economia da China está em queda livre e as tensões com os EUA são altas.

Para muitos chineses, a habitação era o investimento mais importante, respondendo por dois terços da riqueza das famílias. E o casal atendia aos mais ricos da elite da China.

Pan e Zhang eram os rostos de uma nova geração de líderes empresariais chineses sofisticados e cosmopolitas. E isso haveria de perde-los ante o comunismo de Xi.

Na mídia social Weibo, Pan tinha mais de 18 milhões de seguidores. Zhang foi uma palestrante requisitada no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Mas Xi iniciou sua campanha de “prosperidade comum” para que empresas e magnatas compartilhem sua riqueza para promover a igualdade, valor supremo no comunismo.

Xi exigiu de empresas e empresários privados lealdade política ao Partido Comunista.

Ren Zhiqiang, rico promotor imobiliário e amigo de Pan, criticou Xi e por isso foi condenado a 18 anos de prisão.

Populares aplicaram em massa nas imobiliária que hoje caem nas bolsas chinesas
Populares aplicaram em massa nas imobiliária que hoje caem nas bolsas chinesas
Outros empresários foram silenciados nas redes sociais, prossegue “The New York Times”.  

Isso faz parte da evolução do Partido Comunista”, disse Drew Thompson, pesquisador visitante da Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Cingapura.

“Empreendedores privados, pessoas ricas e de alto perfil, são cada vez mais incompatíveis com a ‘prosperidade comum’ de Xi Jinping”.

O atual modelo chinês totalitário arruína a economia que ameaça arrastar na queda à economia mundial, enquanto Xi parece visar uma guerra com os EUA pelo Taiwan que sepultaria todo sonho de progresso universal.

Compreende-se, então, a razão da fuga dos líderes econômicos que ainda é tida como a 2ª maior economia mundial.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Conclave secreto do PCCh reescreveu a História para voltar ao comunismo radical

Xi Jinping proclama retorno ao 'comunismo raiz' de Mao. Fonte Xinhua
Xi Jinping proclama retorno ao 'comunismo raiz' de Mao. Fonte: Xinhua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em novembro, a reunião anual secreta da mais alta cúpula do Partido Comunista Chinês (PCCh) redefiniu a História de acordo com as interpretações do ditador Xi Jinping, informou Yahoo! Actualités.

Ele está no poder onipotente há nove anos e aspira a se reeleger indefinidamente, como já o fez seu comparsa Vladimir Putin na Rússia.

Porém, agindo assim poderia ultrapassar os anos de governo do fundador do regime comunista, o como que divinizado Mao Tsé-Tung, no poder de 1949 a 1976.

A opção então foi reescrever a História dos cem anos do PCCh, em favor de Xi.

O Comitê Central do PCCh, de costume, ocorre a portas fechadas, longe da mídia estrangeira, e aprovou uma resolução sobre a história do Partido, mudando-a para satisfazer o ditador.

Xi Jinping “explicou” que visa “prolongar a sua presença à frente do partido”, segundo interpretou a chinesice divulgada pela agência oficial Nova China Alice Ekman, analista responsável pela Ásia do Instituto de Estudos para a Segurança da União Europeia (EUISS).