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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Páginas heroicas escritas com sangue de cristãos

Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Na diocese de Baoding continua a repressão aos objetores de consciência católicos. Aqueles que veem uma traição no acordo Vaticano-China e não se juntam à Igreja Católica Patriótica estão sendo “desaparecidos”, escreveu “Bitter Winter” com dados chegados do coração da perseguição.

Após o acordo Vaticano-China de 2018, a Santa Sé encorajou os católicos a aderirem à excomungada Igreja Católica Patriótica, controlada pelo governo.

Porém, a diplomacia vaticana teve que admitir que aqueles que se recusam a fazê-lo por razões de consciência, embora não sejam encorajados nem aprovados pelo Vaticano, não são excomungados, continuam a fazer parte da Igreja Católica e devem ser tratados com “respeito”.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) expressa o seu “respeito” aos objetores de consciência católicos prendendo-os brutalmente.

A diocese de Baoding, cidade na província de Hebei, a 150 quilômetros de Pequim, é um centro de objeção de consciência católica.

A atitude do bispo Francisco An Shuxin, que se juntou à Associação Patriótica, foi condenada pelos objetores de consciência. Em represália, as igrejas e seminários clandestinos fiéis a Roma foram invadidos em 2020.

Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
O fiel bispo legítimo de Baoding Mons. Peter Joseph Fan Xueyan (1907-1992), “desapareceu” em 1990.

Seu corpo com claros sinais de tortura foi deixado à porta da casa de familiares em 1992 em um saco plástico.

Sua memória é venerada como a de um mártir modelar pelos objetores de consciência.

Dois líderes da resistência católica em Baoding, o Pe. Chi Huitian e o Prof. Chen Hekun, “desapareceram” em abril [2024], enquanto outros objetores de consciência católicos foram presos e submetidos a forte doutrinação na prisão.

Apesar da severa perseguição, o movimento de resistência católica continua a prosperar.

Não se trata de apenas de velhos incapazes de compreender os novos tempos.

A objeção de consciência é muito popular entre os jovens católicos.


quarta-feira, 3 de julho de 2024

Conúbio do Vaticano com os perseguidores de Pequim

A perseguição religiosa ficou muito acentuada a partir fo acordo do comunismo com o Vaticano
A perseguição religiosa ficou muito acentuada
a partir do acordo do comunismo com o Vaticano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Apesar do contínuo encarceramento de bispos e padres católicos, o Vaticano continua permitindo que os ditadores comunistas designem como bispos das dioceses católicas a candidatos favoráveis à doutrinação comunista e ao controle governamental dos fiéis, escreveu LifeSiteNews.

O PCCh também está aumentando o assédio à Igreja Católica em Hong Kong. Na cidade outrora livre aprovou uma lei de segurança cujo Artigo 23 exige que os padres violem o secreto de Confissão se ouvirem o que as autoridades consideram um “crime de traição”.

No retorno de uma viagem apostólica à Mongólia, em setembro 2023, o Papa Francisco I dirigiu palavras de elogio à República Popular da China, que teria sido o verdadeiro objetivo da visita papal a Ulaanbator, considerada uma etapa de aproximação com Pequim.

Falando sobre a relação do Vaticano com a China comunista, o Papa Francisco a descreveu como “muito respeitosa”, apesar das autoridades em Pequim proibirem os católicos chineses de viajar para a vizinha Mongólia para verem o Papa.

“Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, eles são muito abertos, por assim dizer... Para a nomeação dos bispos existe uma comissão que trabalha há algum tempo com o governo chinês e o Vaticano: é um diálogo.

“E há também alguns padres católicos ou intelectuais católicos que são convidados a lecionar em universidades chinesas”, disse Francisco I.

Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
O pontífice auspiciou ainda “que « os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita a sua cultura e valores, e que a Igreja depende de outra potência estrangeira”.

Numa outra conferência de imprensa aérea, regressando de Budapeste, o pontífice abandonou de fato o cardeal Zen, antigo arcebispo de Hong Kong que passou a vida a resistir as perseguições da China comunista,

O cardeal Zen encarna se destaca por defender os católicos chineses “clandestinos” que desde o acordo sino-vaticano têm o medo terrível de terem sido abandonados pelo Vaticano.

O Cdal. Zen está a ser julgado na Hong Kong controlada desde Pequim: a inércia do Vaticano levou até o Parlamento Europeu (!) a pedir à Santa Sé que fizesse alguma coisa pelo príncipe da Igreja chinês.

O acordo sino-vaticano, é tido como uma traição indescritível aos católicos chineses e à sua atual história de martírios.

O tratado é violado repetidamente por Pequim, que nomeou e transferiu bispos sem o consentimento de Roma. O Vaticano submeteu-se à vontade do Dragão.

Os sinais de enfeudamento da hierarquia católica ao poder marxista são visíveis há tempo e adotam formas cada vez mais revoltantes à moral e ao direito.

Um artigo em inglês no portal da Internet da Santa Sé qualificou de suposições os atos persecutórios do comunismo aos fiéis católicos da China.

Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci, precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci,
precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
A China hackeou os dados de um aplicativo de namoro homossexual, e disse encontrar imensas quantidades de homens consagrados.

Durante muito tempo o encarregado do acordo com Pequim foi o ex-cardeal Theodore McCarrick, envolvido em escândalos de pedofilia. Quando ia à China para tramar o acordo ele dormia num seminário da Igreja Patriótica Chinesa...

Os ‘desaparecidos’ continuam, as denúncias são falsificadas abertamente por denunciantes pagos, se tenta a lavagem cerebral de muitos padres, freiras são perseguidas e as demolições de igrejas e institutos religiosos continuam implacavelmente.

Porém o Vaticano convida prelados patrióticos para o Sínodo, e Pequim agradece “sagrando” bispos sem a anuência de Roma – enquanto os padres fiéis são torturados pelo governo socialista.

Já correm rios de sangue de mártires do comunismo que a atual diplomacia vaticana não reconhece como “sementes de cristãos”. Desconhecimento tolo, aliás, que prepara a futura conversão do país-continente chinês.


quarta-feira, 19 de junho de 2024

Perseguição comunista: padecimentos dos padres fiéis

Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai. Sofreu décadas em campos de concentração e prisões
Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai.
Sofreu décadas em campos de concentração e prisões.
Exemplos como os dele, inspiram a resistência católica.
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Luis Dufaur
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Em abril de 2023, a polícia prendeu o Pe. Xie Tianming, católico clandestino da diocese de Baoding, província de Hebei. Ele foi torturado e ainda está detido pelas autoridades por se recusar a aderir à igreja oficial estatal.

A ChinaAid escreveu que por volta das 18 horas do dia 10 de abril, o Pe. Xie Tianming, sacerdote católico clandestino da diocese de Baoding, na província de Hebei, “desapareceu”.

Descobriu-se que ele estava fora aprisionado num local secreto para receber “reeducação” política e “lavagem cerebral”.

Ele poderia enfrentar uma longa pena de prisão até “provar” que mudou de mentalidade. Devido ao bloqueio contínuo de informações por parte do governo chinês, há muito pouca informação sobre o padre.

Em Setembro de 2023, o Pe. Yang Xiaoming, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, foi acusado de “falsário” por não ser reconhecido pelo governo como líder religioso, uma vez que recusou a se inscrever na Associação Patriótica.

Segundo a ChinaAid, no início de setembro foi acusado, julgado e condenado por “atividades religiosas sob o disfarce de pessoal religioso ou obter dinheiro através de fraude e outras atividades ilegais”, por não aderir à estatal Associação Patriótica Católica Chinesa.

Sofreu sanções administrativas, incluindo “a ordem de cessar suas atividades (sacerdotais)”, o confisco de rendimentos de 28.473,33 yuan (cerca de 3.500 euros) e uma multa de 1.526,67 yuan (cerca de 200 euros)”.

O Pe. Yang foi ordenado em 18 de dezembro de 2020 por Mons. Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, aprovado pelo Vaticano, mas preso e monitorado porquee recusa entrar na Associação Patriótica Católica Chinesa”.

Assanhamento contra Mons. Peter Shao Zhumin

Mons. Peter Shao Zhumin
Mons. Peter Shao Zhumin
Em fevereiro de 2023, as autoridades prenderam o bispo católico clandestino Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, impedindo-o de assistir ao funeral de um dos seus sacerdotes, informou “Bitter Winter”.

O relatório de ChinaAid registra que “em 2 de fevereiro, as autoridades apreenderam o bispo e seu secretário, Pe. Paolo Jiang Sunian, para impedi-los de comparecer ao funeral do sacerdote “clandestino”, Pe.Leo Chen Nailiang.

Mons. Shao e Pe. Leo pertencem à Igreja “subterrânea” leal à Santa Sé. O Pe. Leo era sacerdote da paróquia de Pingyang, em Wenzhou, sendo profundamente querido pela congregação.

Após o seu desaparecimento, as autoridades proibiram todos os fiéis “ilegais” de participar no seu funeral e na celebração da missa presidida por três sacerdotes da paróquia de Rui'an.

Calvário do bispo James Su Zhimin


Foto histórica de Mons. Zhimin
Foto histórica de Mons. Zhimin
O bispo James Su Zhimin continua desaparecido após ser detido pelas autoridades comunistas. Em verdade, nem se sabe se ainda está vivo ou já ingressou na imensa legião dos mártires chineses que reina nos Céus.

Ele foi visto pela última vez em 2003, e hoje completaria 92 anos. Recusando-se firmemente a aderir à cismática Associação Patriótica, dirigida pelo ateu Partido Comunista Chinês.

Ele sofreu mais de 40 anos de prisão, nas pegadas do heroico cardeal de Xangai, Ignatius Kung, que passou 30 anos na prisão por se recusar a fundar uma igreja cismática a mando das autoridades comunistas em 1955.

Mons. Su padeceu numerosas detenções pelas autoridades chinesas e “Bitter Winter” escreveu que ele “é amplamente considerado um herói pelos católicos chineses.

“Ele foi um líder leigo católico preso três vezes entre 1956 e 1975. Libertado em 1979, estudou clandestinamente para se tornar padre e foi ordenado em 1981, aos 49 anos.

“Isto levou à sua quarta prisão em 1982. Libertado em 1986, em 1988 foi escolhido bispo auxiliar de Baoding e imediatamente preso novamente, pela quinta vez.

“Após a sua libertação, foi consagrado bispo na igreja clandestina em 1993, e promovido pela Santa Sé a bispo de Baoding em 1995, o que levou à sua sexta prisão.

“Seu caso começou a se tornar conhecido no exterior e, a pedido específico dos EUA, ele foi libertado e colocado em prisão domiciliar (que considerou sua sétima prisão). Porque ele continuou a ser popular entre os católicos, ele foi levado novamente para a prisão em 1997”.

“Esta oitava detenção foi a última. O PCCh conseguiu manter em segredo o nome da prisão onde ele estava detido.

“Ele foi ‘descoberto’ por acaso por parentes em um hospital em Baoding, onde havia sido internado por problemas oculares em 2003.

“Mas assim que foram reconhecidos, a polícia o tirou do hospital. Esta é a última vez que parentes ou amigos o viram”.




quarta-feira, 5 de junho de 2024

Acordo sino-vaticano resulta em bispos e padres presos, igrejas e cruzes demolidas

A China socialista é um imenso campo de concentração para os católicos
A China socialista é um imenso campo de concentração para os católicos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Vários bispos da Igreja Católica Romana clandestina da China continuam atrás das grades enquanto o Partido Comunista Chinês (PCCh) aumenta o assédio e a perseguição violenta aos fiéis e o Vaticano observa num silêncio perplezitante em que muitos veem covardia ou felonia.

Um destes bispos já cumpriu mais de 40 anos de prisão, se ainda estiver vivo explica “Bitter Winter”, um fato que Roma parece ter pouco interesse em investigar. Segundo relatou “LifeSiteNews”

O relatório anual de 2024 da associação ChinaAid sobre a perseguição aos cristãos pelo PCCh na China destacou o aumento da vigilância dos religiosos e das suas atividades pelas autoridades comunistas.

O Partido insistiu para que todas as religiões implementem um programa de sinicização que significa a pregação da ideologia comunista e a devoção aos líderes do partido, escreveu o site “Renovatio 21”.

A ChinaAid informou que “em 23 de dezembro [2023], Wang Huning, líder supremo dos assuntos religiosos do PCCh, pediu aos participantes na 11ª Conferência de Representantes Cristãos Chineses realizada em Pequim, que ‘se identificassem com o PCCh’ e ‘mantivessem uma governança rigorosa da religião’”.

Representação de métodos clássicos comunistas contra os cristãos
Representação de métodos clássicos comunistas contra os cristãos
Novos métodos da perseguição em 2023


A ChinaAid identificou as seguintes linhas principais da perseguição instituídas pelo governo em 2023:

Rotular o recebimento de dízimos e ofertas como fraude.

Hostilidade aberta crescente para com o cristianismo com uso da violência e da tortura.

Aumento dos julgamentos secretos e bloqueio estrito de informações sobre decisões judiciais, incluindo veredictos.

Reeducar os jovens que frequentaram a igreja, dentro e fora dos templos.

O relatório também detalha o “desaparecimento” forçado de clérigos “clandestinos” que se opõem às formas de religião sancionadas pelo Estado, como a versão cismática da Igreja Católica chamada de Associação Patriótica Católica (CPA).



quarta-feira, 24 de abril de 2024

China constrange Igreja a virar uma anti-Igreja “patriótica”

A perseguição religiosa ficou muito acentuada
A perseguição religiosa ficou muito acentuada
Luis Dufaur
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O Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês (PCCh) distribuiu o texto de uma nova “Lei Patriótica de Educação” (爱国主义教育法), válida desde o 1º de janeiro de 2024.

É uma das mais importantes leis chinesas porque reorganiza toda propaganda do Partido, explicou “Bitter Winter”.

O termo “educação” não se refere às escolas, mas à reeducação de todos os cidadãos, grande meta da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung, até agora lograda apenas parcialmente, malgrado as massacres.

Em janeiro de 2004, a 25ª Conferencia Nacional de Grupos Religiosos, na Associação Chinesa Islâmica, recebeu instruções sobre como as comunidades devem reeducar os praticantes.

Trata-se de convencê-los de que na China “o Estado é maior que a religião, e que a lei socialista passa por cima de todas as normas religiosas”. Em breve, a meta suprema da propaganda do Partido Comunista.

As crianas na escola deverão ser ensinadas a obedecer o comunismo por cima de qualquer igreja
As crianas na escola deverão ser ensinadas
a obedecer o comunismo por cima de qualquer igreja
O site “Bitter Winter” ofereceu uma tradução em inglês do texto completo do novo lineamento.

Segundo o site, o cerne do novo instrumento persecutório gira em volta do “patriotismo” que recebe um monstruoso novo significado.

Na essência “patriotismo” consistiria no amor ao Partido e ao socialismo.

Ele exige compreender que sem o Partido Comunista não haverá socialismo e não haverá vida saudável para as religiões e os crentes. Leia-se perseguição, tortura e morte.

Para atingir esse objetivo, os crentes devem apreender, pensar e praticar o pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas da Nova Era.

As religiões devem insistir nas ideias de “unidade” e “paz” e nisto parafraseia a propaganda progressista pós-conciliar.

A ideia de “unidade” exige construir o socialismo por todo lado num país moderno obedecendo sempre ao Partido Comunista e o socialismo com características chinesas.

Então as religiões devem aprofundar e solidificar a Sinicização da religião, reinterpretando nesse sentido as Escrituras, organizando o clero e fiéis, para que todos reunidos celebrem os festivais pagãos imemoriais chineses. Muito ecumênico (sob as lentes da polícia, os visores dos fuzis ou látegos dos torturadores, é claro).

Igrejas católicas estão sendo fechadas e os padres encarcerados
Igrejas católicas estão sendo fechadas e os padres encarcerados
Com a mesma finalidade as religiões devem agir nas cerimônias históricas, insistindo no desenvolvimento socialista e no amor do Partido Comunista.

Os religiosos darão ao governo uma boa imagem de “patriotismo” aderindo estritamente às ordens oficiais. 

O que significa educar os fiéis na obediência à lei socialista, instalando firmemente em suas mentes a consciência de que o Estado é maior que a religião, de que a lei estatal esta por cima das leis religiosas.

Revistas, sites, perfis de Internet devem produzir e difundir excelentes temas “patrióticos” assim concebidos. 

O governo fornecerá sabedoria e força para isso (se necessário com a chibata ou com a bala, aliás isto não está escrito, para inglês não ver).



quarta-feira, 6 de março de 2024

O bispo de Wenzhou Mons. Peter Shao preso mais uma vez

Bispo de Wenzhou, Mons. Pedro Shao Zhumin, mais uma vez sequestrado pela polícia
Bispo de Wenzhou, Mons. Pedro Shao Zhumin, mais uma vez sequestrado pela polícia
Luis Dufaur
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Para os católicos chineses, 2024 começou mal com a prisão do bispo Peter Shao Zhumin, de 61 anos, diocesano de Wenzhou, na província oriental de Zhejiang, disseram fontes à AsiaNews.

O Bispo bispo Shao não é reconhecido pelo governo chinês e, por isso, é rotineiramente preso pelas autoridades socialistas para impedi-lo de exercer o seu ministério ao serviço da vibrante comunidade católica local.

As forças de segurança levaram o prelado sob custódia ontem. “Ele recebeu ordens de levar roupas para a primavera, verão, outono e inverno”, disse uma fonte.

“Isso sugere que a situação dele não é promissora e que provavelmente ficará detido por muito tempo. Os fiéis estão preocupados porque nem sabem onde ele será detido”.

Dom Shao foi ordenado bispo coadjutor com mandato papal em 2011 e sucedeu ao bispo Vincent Zhu Wei-Fang quando este faleceu em setembro de 2016.

No entanto, nunca foi reconhecido pelas autoridades marxistas porque se ao recusa a aderir aos órgãos oficiais impostos pelo governo aos católicos chineses.

Considerando vacante o bispado, o governo colocou ilegitimamente no comando da diocese um membro da Associação Patriótica Católica Chinesa, Padre Ma Xianshi.

Mons. Peter Shao Zhumin, bispo de Wenzhou, resiste à perseguição comunista
Mons. Peter Shao Zhumin, bispo de Wenzhou, resiste à perseguição comunista
Durante as festividades, o Bispo bispo Shao é regularmente detido para que não faça as celebrações públicas litúrgicas numa cidade que é apelidada de Jerusalém do Oriente pelas quantidade desuas igrejas.

Em 2023, no dia 16 de dezembro, porém, as coisas foram um pouco diferentes. Poucos dias antes do Natal, no dia 16 de Dezembro, Mons. Shao foi levado pelas forças de segurança e libertado dois dias depois num ato de intimidação.

Nos dias 24 e 25 de dezembro, em pleno Natal, ele foi levado ao condado de Taishun para impedi-lo de celebrar a missa da grande festae natalina., mas ainda assim relatou que passou um dos Natais mais pacíficos de sua vida.

A sua detenção ocorreu mais tarde, na sequência de uma nova carta ao bispo usurpador que Dom Shao escreveu ao Padre Ma no dia 31 de dezembro, acreditando em sã consciência que devia protestar contra as decisões sobre a diocese tomadas sem a sua autoridade.

“Escrevi-vos”, diz a carta que Dom Shao tornou pública, “expressando o meu desejo de me encontrar convosco o mais rapidamente possível para discutir soluções para alguns dos problemas complexos da diocese neste momento.

“Sua resposta foi que não era conveniente para você me conhecer. Por isso, escrevo para pedir que transmitam minhas opiniões aos meus irmãos sacerdotes e aos paroquianos”.

“Em 2019, sem a minha permissão, houve uma mudança de paróquias e uma transferência de padres desta Igreja, e a desclassificação não autorizada da diocese de Lishui ao estatuto de paróquia sob a diocese de Wenzhou.

Mais de 5.000 fiéis assistiram ao velório do bispo anterior, Mons. Vincent Zhu Wei-Fang
Mais de 5.000 fiéis assistiram ao velório do bispo anterior,
Mons. Vincent Zhu Wei-Fang, fiel a Roma
“Depois de quatro anos, li novamente sobre uma divisão de paróquias e uma transferência de sacerdotes (decidida pelo Padre Ma para 6 de janeiro) sem a permissão do bispo. Escrevi para você imediatamente para pedir uma indicação.

“O mesmo se aplica à promoção dos seminaristas. De acordo com o direito da Igreja, é necessário ser ordenado pessoalmente pelo bispo da diocese ou ter dele procuração.

“De acordo com o Código de Direito Canônico, qualquer pessoa que receba ordens sagradas de alguém que não tenha poder legítimo para ordenar é automaticamente suspensa.”, acrescentou após denunciar numerosas ações anti-canonicas do usurpador.

A carta parece provocou uma forte irritação dos organismos comunistas da Igreja em Wenzhou, que aparentemente estão por detrás da prisão de Mons.Shao.

“Agora”, disse a fonte à AsiaNews, “os fiéis estão rezando por ele, pedindo ao Senhor que o traga de volta à sua comunidade o mais rápido possível”.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Até as crianças foram proibidas de celebrar o Natal na China

Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Luis Dufaur
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Proibição das crianças na celebração da Noite de Natal, controles de trânsito e fechamento de empresas, proibição de exposição de ornatos natalinos nas residências universitárias.

Essas são algumas das medidas impostas pelas autoridades de Baoding, cidade da província de Hebei, no norte da China, não muito longe da capital, Pequim.

Grande número de católicos vive nessa região. Foi por isso que a polícia adotou medidas excepcionais de repressão na noite de Natal.

Houve até controles de trânsito no centro histórico de Yuhua Road, onde fica a catedral dos Santos Pedro e Paulo, sede da diocese de Baoding.

Todos os veículos foram proibidos de entrar no centro histórico após as 16h e os ônibus que passam pela área foram desviados. Todos os comércios próximos à igreja foram fechados e não foram permitidas vendas ou promoções de Natal.

Uma morador de Baoding informou à AsiaNews que a igreja estava cercada por policiais, viaturas perto da catedral e unidades com equipamento anti-motim.

Os uniformados impediam os pais de entrar com seus filhos no templo pretextando que “não era seguro para as crianças porque havia muitas pessoas lá dentro”. A polícia estava por toda parte dentro da igreja, criando uma atmosfera pesada, em forte contraste com o espírito da celebração.

Também os alunos das escolas e universidades locais foram obrigados a permanecer no campus na véspera de Natal, para evitar celebrações, e nos dormitórios todos os objetos com significado natalino foram proibidos.

Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
A atmosfera ficou tensa em Donglu onde a polícia tomou conta da cidade uma semana antes do Natal. Seu santuário é famoso pela imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, imperatriz da China, a padroeira do país que atrai muitos devotos.

Em 1900, os católicos procuraram refúgio nessa cidade durante a onda de violência contra os estrangeiros e o cristianismo denominada Rebelião dos Boxers.

Quando tentaram atacar os católicos e destruir a igreja, os fanáticos Boxers viram uma Senhora no céu que os apavorou e fugiram. Só eles viram e não sabiam descrevê-la.

Os católicos concluíram se tratar de Nossa Senhora. Afinal encomendaram a um pintor a confecção de uma pintura.

O artista A representou com as roupagens e insígnias da imperatriz. Os milagres se multiplicaram até que o Papa Pio XI a aprovou como Padroeira do país.

Como o fato prodigioso aconteceu na festa de Maria Auxiliadora (24 de maio) ficou com a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora Imperatriz da China. O ódio marxista hoje perpetua o furor dos nacionalistas Boxers.

O caso de Baoding refletiu o reforço dos controles sobre a religião impostos pela ditadura socialista em toda a China nos últimos anos.

Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Circulam ordens do governo para que escolas e empresas “boicotem feriados estrangeiros” e “proíbam a promoção do Natal”.

As autoridades só enviaram saudações de Natal à Associação Patriótica dos Católicos Chineses e ao Conselho Cristão Chinês, dependências burocráticas “oficiais” para oprimir católicos e protestantes.

A Administração Nacional de Assuntos Religiosos elogiou em carta essas dependências por seguirem a orientação do pensamento de Xi Jinping e o espírito do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês que, por hoje, está valendo como ensinando doutrinas dogmáticas.

No voto de Natal, o governo de Pequim pediu aderir ao caminho traçado por Xi e à sinicização para “administrar rigorosamente os assuntos religiosos”.

Wang Huning, conselheiro político e pregador protestante da ideologia marxista de Xi Jinping, exortou seus cofrades a “aderir à direção da sinicização”, os valores fundamentais do socialismo e da cultura tradicional chinesa, adquirindo “uma compreensão profunda das teorias e políticas do Partido sobre religião”.

“Vocês são chamados a administrar estritamente os assuntos religiosos”, reiterou Wang, obedecendo à ordem despótica de Xi.




quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Católicos chineses padecem sob a “sinodalidade vaticano-comunista”

Bispo cismático comunista  Joseph Li-Shan semeou preocupação nos fiéis visitando Hong Kong
Bispo cismático comunista  Joseph Li-Shan semeou preocupação nos fiéis visitando Hong Kong
Luis Dufaur
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A visita a Hong Kong de Dom Joseph Li-Shan, líder do órgão do Partido Comunista Chinês enganosamente nomeado Associação Católica Patriótica Chinesa (APCC), convidado pelo Bispo de Hong Kong, Cardeal Stephen Chow causou arrepios. 

Lord Patten, o último governador britânico de Hong Kong, chamou a abordagem do Vaticano de "autoengano" e pouco mais do que uma “política de apaziguamento” em relação “ditadores que demonstram violência delictiva”, escreveu “Infovaticana” .

A “Igreja clandestina” da China, leal a Roma, é perseguida desde que Mao Zedong assumiu o poder em 1949, em castigo dessa lealdade. Seus bispos estão em comunhão com Roma e rejeitam a jurisdição do Partido Comunista Chinês sobre a Igreja.

Em sentido oposto, a APCC criou bispos e dioceses que eram outro ramo do Estado chinês. Seus bispos da APCC ordenados de forma ilícita, foram automaticamente excomungados. A ilegalidade continuou até que o pacto Sino-Vaticano de 2018 força a união da Igreja clandestina com a APCC.

Pelo pacto, deveria haver uma Igreja Católica única: a excomunhão de sete bispos ordenados ilicitamente seria levantada e o PCCh iria concordaria com o Vaticano sobre a nomeação de bispos no futuro.

Porém, para muitos fiéis esse pacto cai encima dos católicos clandestinos que sofrem pela sua lealdade ao Papa.

O Cardeal Joseph Zen, um dos mais respeitados Cardeais, transmitiu essas preocupações ao Vaticano e foi ignorado; quando solicitou uma audiência urgente com o Santo Padre, foi rejeitado.

Mais recentemente, o Cardeal foi preso pelas autoridades chinesas; e agora, aos noventa anos, vive sob vigilância. Por outra parte, o Pacto Sino-Vaticano está sendo repetidamente violado pelo PCCh, o Vaticano sabe mas engole.

Bispo cismático Joseph Li-Shan comanda organismo burocrático comunista chamado de Igreja Patriótica
Bispo cismático Joseph Li-Shan comanda organismo burocrático comunista chamado de Igreja Patriótica
João Paulo [nome fictício], um chinês que vive e estuda nos EUA, mantém contacto regular com a família e amigos no seu país, concedeu uma entrevista sob anonimato em que falou do Cardeal Zen com carinho e profunda reverência

“Ele foi preso e condenado. Estamos todos em perigo. ... Não sei o que vai acontecer comigo”., se referindo ao Sínodo da Sinodalidade.

Num momento em que precisávamos desesperadamente de apoio, Roma traiu-nos. Agora, ao silêncio do Vaticano sobre as perseguições sistêmicas na China acrescenta-se a sua forte promoção da imoralidade sexual, que levará a minha nação pelo mesmo caminho da desordem ocidental”.

“Os membros da Igreja oficial controlada pelo PCCh – continua João Paulo – usam a opinião do Papa Francisco de que os chineses podem ser bons cristãos e bons cidadãos ao mesmo tempo. Mas o Santo Padre não descreve o regime como antidemocrático. 

“Na verdade, qualquer verdadeiro cristão que não deseje ser um sujeito pró-PCCh – sofre muito sob a ditadura chinesa”.

O Centro Jesuíta de Pequim, única congregação religiosa não condenada pelo PCCh, garante aos estudantes americanos que “viver num país comunista não é muito diferente de viver num país com um sistema político democrático”.

Há belas igrejas oficiais, mas nelas não brilha a luz da verdade. Não precisamos do catolicismo sinicizado do Presidente Xi. “Precisamos de uma doutrina social que ensine inequivocamente por que o comunismo é inimigo do cristianismo”, prossegue o testemunha.

A perseguição aumentou, em vez de diminuir, desde que o Vaticano fechou o seu acordo com a China em 2018. A tentação de apostatar tem sido forte: “um número crescente de padres clandestinos – coagidos pelo PCCh e encorajados por Roma – começaram a registar-se no governo. “Eles foram imediatamente autorizados a presidir missas e administrar os sacramentos nas igrejas oficiais”.

“Obedecem frequentemente a ordens para proibir as crianças de entrar em igrejas e campos de verão, comprometem ou distorcem a sua pregação sobre a doutrina, a moralidade e as relações entre a Igreja e o Estado”

“Os católicos clandestinos identificam-se com os mártires pós-1949 e recusam-se a aderir à Igreja oficial e reforçam a sua heroica lealdade à Santa Sé. “Continuam a circular cartas de Pio XII, João Paulo II e Bento XVI que condenaram o regime e apoiaram os perseguidos”.

“Sentem-se totalmente traídos pelo acordo entre a China e o Vaticano, a ponto de considerarem que os sacramentos da Igreja oficial não são válidos. 

Raramente encontram um “padre leal” não registrado – que não aderiu ao Partido Comunista – para celebrar uma missa clandestina num local seguro, têm de receber os sacramentos apenas em espírito. "Alguns 'padres leais' remanescentes celebram missas privadas em casas."

“Este grupo clandestino tem uma visão conservadora sobre questões morais e está horrorizado com a sugestão de que os ensinamentos sociais tradicionais da Igreja possam agora ser objecto de debate”.

João Paulo II explica que “quando os que apoiam o acordo e afirmam que ‘só existe uma igreja na China’, eles aceitam que uma igreja que não é livre para pregar toda a verdade”.

João Paulo publicou artigos em um blog mas, como ele mesmo explica, “minha conta foi encerrada permanentemente três dias depois, fui denunciado às autoridades por membros da Igreja oficial.” No entanto, os elogios ao Papa Francisco e ao ditador Xi não têm problemas de divulgação.

Missa na clandestinidade de fiéis chineses leais a Roma que temem a sinodalidade
Missa na clandestinidade de fiéis chineses leais a Roma que temem a sinodalidade
“Após 30 anos de perseguição, muitos filhos leais que conseguiram sair dos campos de trabalho regressaram às suas cidades e paróquias. 

Os padres esforçavam-se por celebrar missas, administrar os sacramentos e pregar de casa em casa. As igrejas foram recuperadas e reconstruídas. 

A antiga missa em latim estava bem preservada, porque a China estava fechada ao mundo desde 1949.

Tem havido muita angústia e raiva entre aqueles que mantiveram viva a chama da fé na China; em grande parte dirigida contra o Papa Francisco. Perante isto, o Cardeal Zen apelou à prudência.

“Eles traíram vocês”, ele lhes disse. “não comecem uma revolução, voltem para casa, orem com sua família e esperem por tempos melhores. É um regresso às catacumbas: mas o comunismo não é para sempre.

O Cardeal Zen interpelou os membros do Colégio Cardinalício em 2019: “Podemos testemunhar passivamente este assassinato da Igreja na China por aqueles que deveriam protegê-la e defendê-la dos seus inimigos?”

Ele implorou a seus irmãos cardeais que agissem: “Eu imploro de joelhos”.

“Eu me junto a ele de joelhos”, acresce João Paulo: “eu vos imploro; não vos prostreis diante deste mal”.



quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Pequim prende padres e remove cruzes para afogar o catolicismo

Representação dos métodos comunistas chineses para apostatar da fé
Representação dos métodos comunistas
para induzir à apostasia da fé
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Cruzes removidas, pastores presos pelo crime de professar a fé católica, locais de culto forçados a apoiar a campanha de “sinicização” de acordo com o marxismo do ditador Xi Jinping.

Essa é, na China, a nova escalada na repressão às atividades religiosas, desde o cuidado pastoral até as tarefas próprias dos leigos, segundo “AsiaNews”.

As restrições foram reforçadas com leis: a partir do 11 de setembro 2023, foi intensificado o “controle” de mosteiros, templos, mesquitas, igrejas e outros locais de prática religiosa.

Esses “serão proibidos de fazer ligações a organizações no exterior [estrangeiros]” e terão que garantir “uma educação patriótica para os crentes”, leia-se ensinar o socialismo e treiná-los para se inserir no igualitarismo sonhado por Mao Tsé-Tung.

Um blog cristão chinês, narra a detenção de um pastor protestante em Nanning, Guangxi, região autônoma do sul, na fronteira com o Vietnã, acusado de ter “usado a religião” para “perturbar a ordem social”.

O decreto foi emitido pela seção de Liangqing do Departamento de Segurança Pública de Nanning, do governo comunista.

O governo de Wenzhou, cidade da província de Zhejiang, costa leste da China, vai retomar a remoção forçada de cruzes nas fachadas dos locais de culto.

Em 3 de agosto, uma igreja em Dongqiao foi avisada da remoção de sua cruz e os líderes cristãos pediram aos fiéis que orassem contra esse atentado.

Um pastor da cidade, sob condição de anonimato por medo de retaliação, relatou à ChinaAid o retorno de um “vento demoníaco” pela “remoção das cruzes”. É claro que esse vento infernal atinge os católicos.

Na cidade de Shanxi, do condado de Yongjia e do distrito de Lucheng, as placas de bronze instaladas nas portas e paredes com inscrições como “Jesus” ou “Cristo” também serão removidas.

Zhejiang, província de alta população cristã é um dos principais alvos da política de controle e “sinicização” do ditador Xi Jinping.

Entre 2014 e 2016, foram demolidos mais de 1.500 locais de culto e removidas cruzes e símbolos religiosos das fachadas.

Reiniciada a demolição dos cruzeiros
Reiniciada a demolição dos cruzeiros
Em documento confidencial o governo chinês elogiou o “significado político” da campanha contra as cruzes, parte de uma “luta ideológica” entre os comunistas e os cristãos.

Em Henan, em 2018 houve massiva demolição de cruzes, queima de Bíblias e destruição de placas e símbolos religiosos, incluindo as casas dos fiéis.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) emitiu uma nova lei repressiva da liberdade religiosa fixando tirânicas regras para locais de culto.

Elas foram publicadas no site do Departamento de Trabalho da Frente Unida (DLFU), que depende diretamente do Comitê Central do PCCh.

Nelas lemos: “Nenhuma organização ou indivíduo pode usar locais de atividades religiosas para realizar atos que ponham em risco a segurança da nação, perturbar a ordem social [ou] prejudicar os interesses nacionais”.

Violência oficial contra o cristianismo
Violência oficial contra o cristianismo
Os líderes religiosos locais serão submetidos a um escrutínio cuidadoso pelos responsáveis dos Assuntos Religiosos, para ver se ensinam a “apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês e do sistema socialista”.

Os religiosos devem manter um arquivo completo do pessoal detalhando suas atividades religiosas e sociais e todos os contatos “com organizações ou indivíduos no exterior”.

Os grupos religiosos não podem aceitar contribuições de instituições estrangeiras sem autorização prévia do regime.

Entrevistado pela Radio Free Asia (RFA), Chang Chia-lin, professor do Instituto da China Continental da Universidade de Tamkang, em Taiwan, destaca que o novo marco regulatório representa o triunfo da política comunista sobre a espiritualidade.

“A política – explica – prevalece sobre a religião, de modo que se você quebrar essas regras eles podem entrar com uma ação judicial”.

“Depois de 1º de setembro – alerta – os locais de culto serão obrigados a obedecer ao governo ou à Administração Estatal de Assuntos Religiosos ou ao Departamento de Trabalho da Frente Unida”.



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Desaparece sacerdote embora aceitando a “Igreja Patriótica”

Métodos comunistas chineses para 'convencer'
Métodos comunistas chineses para 'convencer'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O padre Xie Tianming foi feito desaparecer após querer ingressar na Igreja do governo. Os sacerdotes que fazem essa censurável escolha não deixam de caírem presos pela polícia em local secreto onde são submetidos a sessões de “lavagem cerebral” para sua “reeducação” política, noticiou “Infocatólica”. 

O Pe Xie, como outros que optaram por essa péssima iniciativa, corre o risco de ficar detido por muito tempo, até dar “provas certas” de mudança de mentalidade.

Essa detenção dos clérigos que imaginam falsamente poder melhorar sua sorte é chamada de “guanzhi”: não há prisão real, mas uma restrição de movimento.

Nela o religioso deve submeter-se a sessões políticas e coerção para confirmar aos carrascos que sua adesão e subserviência ao Partido Comunista da China é sincera.

Outros 10 padres clandestinos da diocese foram libertados após meses de prisão nos primeiros meses de 2022.

Igreja Católica dita “oficial” segue as orientações da Associação Patriótica Católica Chinesa, um engendro administrativo criado pelo Partido Comunista chinês – PCCh.

O acordo entre a China e o Vaticano assinado em 2018 e renovado em outubro de 2020 e 2022 não adiantou de nada. Antes bem piorou a situação dos religiosos.

O PCCh sentiu que suas costas ficaram quentes com uma “aprovação“ do Vaticano e lançou uma campanha para forçar todos os padres a aderirem à Igreja oficial e ao Partido Comunista.

Aqueles que se recusam são frequentemente expulsos de suas paróquias e acabam na detenção.

O “guanzhi” fez seu mal efeito em pelo menos metade dos sacerdotes de Baoding que acabaram aderindo à Igreja oficial.

Policia chinesa reforçou a repressão após o acordo com o Vaticano
Policia chinesa reforçou a repressão após o acordo com o Vaticano
Os 10 clérigos que a polícia fez sumir em 2022 foram libertados após sessões de doutrinação e alguns ingressaram em órgãos oficiais; mas os que não aderiram não podem mais exercer seu ministério.

Um padre clandestino libertado depois de quase um ano de “lavagem de cérebro” marxista e que não queria renunciar ao cargo foi confinado em sua casa e obrigado a renunciar ao serviço pastoral.

A comunidade católica clandestina de Baoding é uma das mais antigas e numerosas da Igreja chinesa.

Seu bispo, monsenhor James Su Zhimin, é refém da polícia há mais de 25 anos, tendo passado mais de 40 anos em trabalhos forçados sob o regime de Mao Tsé Tung, fato que o transforma num herói mártir orgulho do catolicismo.

Os católicos locais se dividiram depois que o então Bispo Auxiliar de Baoding, Dom Francis An Shuxin, decidiu passar para a pseudo igreja comandada pelo PCCh.

Esse bispo prevaricador é oficialmente o atual diocesano de Baoding, mas a ditadura se autojustifica com o acordo assinado e renovado pelo Vaticano.

Ele está numa oposição radical com o heroísmo cristão do legítimo bispo encarcerado.


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Repressão chinesa equipara Bíblia e pornografia

Polícia vasculha livrarias procurando textos bíblicos ou pornografia
Polícia vasculha livrarias procurando textos bíblicos ou pornografia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O regime comunista chinês requinta em maldade na hora de perseguir a religião católica.

A polícia da cidade de Xinyang, na província de Henan, no centro do país fez numerosas devassas nas livrarias arguindo que estavam combatendo a “pornografia e a obscenidade” além do “xie jiao” [termo que indica 'ensinamentos heterodoxos' proibidos pelo governo socialista, e sumariamente equiparados a ‘culto’], noticiou “Bittter Winter”, com dados mandados por habitantes da própria China.

As torpes suspeitas e acusações visavam com especial sanha as Escrituras, os livros católicos, e cristãos em geral.

Os ensinamentos dos livros de religião, aliás sempre qualificada de “ilegal e de superstição”, são os principais conteúdos que as agências governamentais devem procurar e confiscar na China.

Em junho [2023], oficiais e policiais do Escritório de Vigilância dos Mercados vasculharam as livrarias do condado de Shangcheng, Henan, revirando prateleiras e livros, aduzindo que procuravam pornografia e publicações religiosas ou “supersticiosas” não autorizadas.

Livraria devassada com intenções persecutórias anticristãs
Livraria devassada com intenções persecutórias anticristãs
As livrarias perto de escolas e faculdades foram particularmente visadas. Mas os agentes não encontraram muito, e para justificar seus atropelos alegaram procurar livros de “terror” que também são considerados “imorais”.

Os católicos locais sabem que o governo desenvolve uma política que coloca livros religiosos não autorizados (leia-se que não fazem propaganda do socialismo) e pornografia na mesma categoria, e os cristãos ficam ofendidos por essa difamação.

Essa política virou comum na China, malgrado a aproximação que a diplomacia do Vaticano tenta fazer com o governo socialista chinês.

Imprimir e distribuir a Bíblia e quaisquer outros textos religiosos não autorizados é um “crime” punido com as mesmas penalidades da produção e venda de pornografia.