A China precisa blefar para construir seu mundo de escravos |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
“Conto da carochinha” em espanhol se traduz por “cuento chino”, literalmente “conto chinês”.
A expressão define bem a imagem da China em matéria de inteligência artificial – a IA –, segundo o jornalista Vincent Lorin, especializado em tecnologia e comércio, no artigo “A inteligência artificial chinesa chega à Europa blefando?”, reproduzido por VoxEurop.
Em minuciosa reportagem, Lorin tratou dos projetos chineses de investimento em inteligência artificial oferecidos a empresas europeias, tendo ficado atônito com o seu lado suspeito.
O jornalista destaca a importância estratégica desse setor, no qual a China é muito ativa, ao instalar sistemas de policiamento e vigilância dos cidadãos na Malásia, no Paquistão, no Japão, na Coreia do Sul, na África.
A China quer ficar com os sistemas de policiamento facial que oferece a outros |
Pequim também acena para a promessa de construir uma “Rota da Seda Digital” com um custo de 200 bilhões de dólares em estruturas básicas.
Essa poria sob o seu controle um guarda-chuva digital único, apoiado em uma rede global de cabos, administrada pelo BeiDou, o sistema chinês de georreferenciamento por satélite.
Todos sabemos que as empresas chinesas da IA são grossamente financiadas pelo seu próprio governo.
Até aí se compreende: a China quer a hegemonia mundial e busca submeter os demais, isso é altamente previsível.
As incógnitas começam com a ingenuidade dos seus correspondentes ocidentais, empresas privadas e governos.
Surpreende a ingenuidade dos ocidentais face a uma ditadura policialesca |
Mas é isso o que faz o comunismo pequinês, e é o que oferece, sob a camuflagem de sistema lucrativo, aos ocidentais apalermados.
Só o faraônico programa de vigilância sobre 1,4 bilhões de chineses, em vias de instalação naquele país, consumirá uma quota inicial de um bilhão de dólares.
Mas, para funcionar Pequim precisa de muita IA.
E aqui entra o conto da carochinha chinês.
Pequim banca que tem muita, e muito avançada IA, regada com muito dinheiro, para investir em projetos comuns com os ocidentais.
“Cheias de dinheiro, afogadas em dados e patrocinadas pelo Estado, as empresas chinesas podem se beneficiar, além disso, de nossa própria credulidade”, alerta Lorin.
Por que a China está longe de ser o que banca em IA? Na investigação fundamental, a Europa e os EUA têm mais cientistas líderes na área.
No setor de hardware, as indústrias de semicondutores e de microprocessadores requeridos pela IA pertencem a fabricantes norte-americanos.
“Toda a guerra é baseada no engano” (Sun Tzu) |
No entanto, e eis o mistério, a China é descrita pela mídia ocidental como uma força imparável tocada pelo destino, e que irá se tornar inelutavelmente a líder mundial onipotente em IA.
O que é isso? É só propaganda? Lorin lembra o famoso pensamento militar de Sun Tzu em seu livro A arte da guerra: “Toda a guerra é baseada no engano”.
E a disputa pelo domínio da IA com seus sistemas é visto por Pequim como a maior das guerras.
continua no próximo post: Inteligência artificial: fingir até conseguir
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