Igreja de Xiahuang esvaziada |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Vincenzo Guo Xijin, bispo despojado de sua diocese de Mindong (Fujian) em consequência do Acordo entre o Vaticano e o PC chinês foi enxotado de sua residência, tendo de dormir como um ‘sem teto’ na porta daquela que foi a sua Cúria e Casa do Clero em Luojiang, noticiou entristecida a agência AsiaNews.
As autoridades comunistas lhe entregaram a ordem de despejo, extensiva aos sacerdotes que trabalham com ele.
E para apressar a saída deles lhes foram cortadas a eletricidade e a água.
O cínico pretexto utilizado foi o de segurança... Um cartaz afixado diante da Cúria ‘informa’ que o prédio construído há 10 anos não respeita as regras contra incêndio!
Na verdade, não passou de mera hostilização, pois o bispo e os sacerdotes se recusam a aderir à “Igreja independente”.
Mons. Guo Xijin – escreve o especialista Pe. Bernardo Cervellera – é uma das “vítimas” do acordo sino-vaticano, que se utiliza da diocese de Mindong para um “projeto piloto” de sua aplicação.
Pelo acordo, o Papa Francisco levantou a excomunhão do “bispo patriótico” Vincenzo Zhan Silu, e ordenou que o bispo titular fiel a Roma Mons. Guo ficasse como auxiliar.
A casa do clero de Luojiang antes de ser fechada pela ditadura do Acordo Secreto |
Nesses mesmos dias, pelo menos cinco paróquias foram fechadas sob a alegação de terem forjado normas anti-incêndio.
Entre estas estão duas grandes paróquias: a de Fuan, com mais de 10 mil fiéis, e a de Saiqi, com cerca de 3 mil.
O pároco de Fuan, Pe. Liu Guangpin, 71anos, foi um dos que reconstituíram a vida da Igreja após as perseguições maoístas.
Agora não tem onde morar nem onde celebrar a missa. Por sua vez, o pároco de Saiqi, Pe. Huang Jintong, 50 anos, foi simplesmente expulso da cidade.
Também em Saiqi, o governo fechou uma casa para idosos desamparados, administrada pelas Pequenas Irmãs da Misericórdia e Caridade.
O hospital funcionava há 20 anos, e vários anciãos ficaram literalmente na rua. Na paróquia de Suanfeng a polícia baniu o sacerdote que se negou a aderir ao cisma.
O bispo nomeado pelo Acordo passou a paróquia para um padre da Igreja submissa ao PCC.
Enquanto isso, os fiéis católicos de Fuan fazem vigília dia e noite no templo onde foram cortadas a luz e a água.
Muitos denunciam o “bispo patriótico” Mons. Zhan Silu pelo fato de não defender a liberdade da Igreja, e se “assemelhando mais a um político que a um pastor”.
Mas, infelizmente, isso é decorrência imediata do malfadado acordo com o Vaticano.
Mons. Zhan não se incomoda com a Igreja, e se empenha em assediar os sacerdotes que não assinaram a adesão à igreja do Estado comunista ao insistir que essa foi a instrução dada pela Santa Sé em orientações recentes.
Casa de Misericórdia católica fechada em Saiqi. |
Enquanto isso o governo está disposto a erradicar qualquer elemento que não se submeta à sua autoridade, não respeitando nem mesmo o “bispo patriótico” Mons. Zhan Silu.
Esse mesmo governo ameaça represálias às famílias dos sacerdotes, desalojando-os de suas casas ou lhes retirando o emprego.
Alguns sacerdotes falam de “excessiva leviandade” por parte Santa Sé, e “já é hora de a Secretaria de Estado do Vaticano acordar de seu sono e reconhecer o erro e não se tornar cúmplice desta situação”, dizem.
Parabéns por informar as pessoas, precisamos muito desse incrível trabalho. Trabalho árduo e de muita utilidade. Infelizmente alguns comentários tentam desnortear o que está aqui provado. Será que é a IA chinesa implantada aqui no Brasil. Para muitos isso não existe, mas sabemos bem quem são esses "muitos". Abraço.
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