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terça-feira, 7 de março de 2017

China ameaça EUA, Japão, Taiwan e Filipinas com eventual guerra

Pequim voltou a ameaçar com seu míssil que seria capaz de atingir as bases dos EUA na Ásia
Pequim voltou a ameaçar com míssil que poderia atingir as bases dos EUA na Ásia.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O Exército vermelho da China (Exército de Libertação Popular – ELP) exibiu em vídeo um de seus mísseis de última geração, com o qual anuncia que pode atingir as bases dos EUA em Okinawa (Japão).

As imagens veiculadas pelo jornal oficial China Daily apresentam veículos lançadores com os mísseis Dongfeng DF-16.

É a terceira vez, desde setembro de 2015, que a China os mostra em público. Sua propaganda soa agora como mais um lance de guerra da informação em meio às tensões com os EUA e o Japão pela hegemonia no Mar do Sul da China.

Os DF-16 deveriam ser projéteis de alta precisão, com um alcance de mais de 1.000 quilômetros. Por isso poderiam ameaçar as instalações militares americanas no Japão, em Taiwan e nas Filipinas.



O lance de guerra fria foi a resposta ao novo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que acenou bloquear o acesso de Pequim às ilhas disputadas no Mar da China.

A imprensa oficial chinesa escreveu que se o presidente Donald Trump prosseguir com desafios, Pequim e Washington “terão que pensar em se preparar para um enfrentamento militar”, informou Clarín, de Buenos Aires.

O jornal Global Times, diretamente ligado ao Partido Comunista e famoso pelo seu exacerbado nacionalismo, também verberou o novo secretário de Estado americano Tillerson.

E lhe recomendou ironicamente que atualize suas estratégias nucleares, se não quiser experimentar a potência nuclear chinesa em território americano.

A invasão da ilha de Taiping, ou Itu Aba, no Mar do Sul da China, é fonte de tensão.
A invasão da ilha de Taiping, ou Itu Aba, no Mar do Sul da China, é fonte de tensão.

O fulcro local da disputa é a soberania de alguns arquipélagos, como os das ilhas Spratly ou das Paracel, que pertencem a outros países e nos quais a China continua instalando bases militares, em violação à lei internacional.

Para além das bravatas, Pequim explora o distanciamento crescente da nova administração de Washington de seus antigos aliados regionais.

Diante desse distanciamento, as Filipinas e o Vietnam já acenaram melhorar as relações com o gigante provocador local.

O jornal oficial China Daily agita o espectro do conflito termonuclear e de uma “devastadora confrontação entre a China e os EUA”.

A China também combinou com a Rússia uma série de acordos cujo conteúdo não foi revelado, mas sim o objetivo: contrarrestar o sistema antimísseis THAAD americano na Coreia do Sul, informou a agência estatal Xinhua.

Os radares do sistema THAAD varrem territórios da China e da Rússia. E os dois não têm tecnologia para reagir à altura.

Por isso a declaração conjunta russo-chinesa emitida em Moscou após reunião bilateral se limita a ameaças verbais.

O sistema THAAD foi anunciado pelos EUA e a Coreia do Sul após a série de testes com foguetes e ensaios nucleares por parte da Coreia do Norte.

Bombardeiro chinês H-6K sobre as ilhas e recifes que a China tenta se apropriar sem Direito.
Bombardeiro chinês H-6K sobre as ilhas e recifes que a China tenta se apropriar sem Direito.
As relações EUA-China parecem ter retornado à era que se dizia superada da Guerra Fria em que Pequim e Washington disputando a hegemonia no Extremo Oriente.

Mas desta vez, a China reaparece armada com a tecnologia e as fábricas que as potências ocidentais lhe forneceram. E estende uma mão insincera aos países da região apresentando os EUA como um aliado que não sustenta suas promessas.

Do lado oposto, já desde a administração Obama os EUA não estão exibindo a determinação de outrora se restringindo a declarações verbais desacompanhadas das medidas concretas proporcionadas.

Resultado: os países do Extremo Oriente, a Austrália e vizinhos inclusive, hesitam diante do canto de sereia maoista e a aparente incongruência nas posições de Washington.



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