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quarta-feira, 26 de março de 2025

Diocese católica faz caravana “para exprimir gratidão ao Partido Comunista”

Delegação diocesana de Sichuan no Local Revolucionário de Jinggangshan, Jiangxi
Delegação diocesana de Sichuan
no Local Revolucionário de Jinggangshan, Jiangxi
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






De 8 a 14 de outubro dede 2024, o bispo Luo Xuegang da diocese católica de Yibin na província de Sichuan liderou 39 padres, freiras e líderes da Associação Patriótica Católica numa “Viagem Vermelha para Expressar Gratidão ao Partido” em Jiangxi, noticiou a bem informada publicação “Bitter Winter”.

A delegação fez propaganda marxista em Nanchang e Jingdezhen, incluindo o Nanchang Uprising Memorial Hall, o Jinggangshan Revolutionary Martyrs Memorial Hall, a Red Army Mint e o Lushan Conference Site.

A iniciativa é conhecida na China como uma “viagem vermelha” que escolas e empresas devem fazer regularmente para não serem suprimidas ou punidas.

A diocese justificou a caravana maoista dizendo em comunicado que “ouvir os feitos revolucionários no local, assistir a documentários de educação patriótica e depositar coroas de flores para os mártires revolucionários, os padres e fiéis fortaleceram ainda mais sua identificação com a grande pátria, a nação chinesa, a cultura chinesa, o Partido Comunista da China e o socialismo com características chinesas”.

Assim o comunicado da diocese adotou as “Cinco Identificações” no jargão do Partido Comunista Chinês, o cerne da propaganda e da doutrinação glorificadora do ditador Xi Jinping.

A diocese reconheceu que “todos os participantes acreditavam que esta ‘Viagem Vermelha para Expressar Gratidão ao Partido’ estava cheia de espírito revolucionário”.

Mas tentou afundar a resistência dos fiéis, acrescentando que os participantes “se beneficiaram muito” e que “todos eles ... constantemente aprimorarão as ‘cinco identificações’, aderirão firmemente à Sinicização do Catolicismo em nosso país, ouvirão e sentir-se-ão gratos ao Partido, ... e contribuirão ativamente para o desenvolvimento econômico e social com um estado de espírito mais elevado”.

Delegação católica de Sichuan adoutrinam 'católicos patrióticos' procomunista em Jiangxi
Delegação católica de Sichuan
doutrinam 'católicos patrióticos' pro-comunistas em Jiangxi
A doutrinação marxista dos padres, freiras e líderes leigos católicos chineses continua assim a todo vapor puxado pelos bispos colaboracionistas.

Os fieis, explica “Bitter Winter”, para serem aceitos como “sinicizados”, devem ter líderes selecionados pelo PCCh e operar dentro dos objetivos indicados pelo PCCh.

Por sua vez, a publicação explica que o ditador comunista Xi Jinping, presidente da China desde 2013, promove uma ditadura pessoal e um culto à sua personalidade que lembra o Presidente Mao Tsé-tung, fundador do comunismo chinês.

Também promove uma repressão a todas as religiões mais forte do que nas décadas anteriores.



quarta-feira, 12 de março de 2025

Bispo de Shangai manda fidelidade ao Partido Comunista

Mons. Shen Bin, bispo de Shangai nomeado pelo Partido Comunista junto ao Secretário de Estado vaticano Cardeal Parolin
Mons. Shen Bin, bispo de Shangai nomeado pelo Partido Comunista
junto ao Secretário de Estado vaticano Cardeal Parolin
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Mons. Shen Bin foi empossado em abril de 2023 pelas autoridades comunistas chinesas como bispo de Xangai, sem consentimento prévio do Vaticano, elevando mais um grau de tensão diplomática.

Três meses depois, o Papa Francisco aprovou a sua nomeação, explicando que a decisão visava o “bem maior” da diocese.

A verdade é que o novo bispo já havia mostrado a quem serve verdadeiramente: o Partido Comunista Chinês (PCCh).

Num simpósio realizado de 4 a 6 de novembro de 2024, sobre “Sinicização da Religião em Xangai”, o mau prelado defendeu a integração das atividades religiosas católicas dentro dos planos e doutrinas do regime comunista, o qual aplica uma política claramente oposta ao catolicismo e à liberdade religiosa, em geral.

Naquela funesta ocasião, o bispo Shen centrou o seu discurso na necessidade de adaptar a Igreja Católica na China às ideologias promovidas pelo ditador Xi Jinping.

Dita “sinicização” exige anular a autonomia das religiões, subordinando-as aos objetivos do Partido Comunista. Relatório recente da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), define essa “sinicização” como violação da liberdade religiosa e subordinação da fé ao controle estatal e à visão marxista da religião.

Essa política inclui a censura e reescrita dos textos religiosos; a substituição de imagens de Jesus Cristo e da Virgem Maria por retratos de líderes do PCCh, como Xi Jinping; restrições à participação de menores em atividades religiosas como a catequização; proibições de transmissão de cerimônias religiosas pela internet.

O bispo Shen não hesitou em fazer a apologia da “sinicização” num congresso realizado em 2024 no Vaticano, defendendo hipocritamente que essa política “não procura mudar a fé católica, mas sim adaptá-la às características socialistas da sociedade chinesa”.

Mons. Shen Bin, ocupando a sé de Xangai, promove o comunismo entre os fiéis
Mons. Shen Bin, ocupando a sé de Xangai, promove o comunismo entre os fiéis
No evento de Xangai, segundo testemunhas citadas pelo portal digital “Bitter Winter”, o prevaricador bispo Shen exortou o clero e os fiéis a estudar e promover documentos-chave do regime, incluindo as resoluções do 20º Comitê Central do PCCh.

Segundo os observadores, a insistência em divulgar apenas as orientações ideológicas do PCCh mostra uma subordinação da Igreja Católica em Xangai ao aparelho estatal chinês e que afasta da união com Roma.

A gestão de Shen Bin em Xangai tornou-se um símbolo do acordo secreto entre o Vaticano e a China, renovado em outubro de 2024, que regula a nomeação de bispos no país.

O acordo mente dizendo que visa preservar a unidade da Igreja na China, quando na prática favorece claramente ao PCCh em sua repressão para submeter os fiéis à sua influência anticristã. Cfr. “Infocatólica”.