Jang Song Thaek preso de modo humilhante em sessão do Partido Comunista |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Kim Jong-um, o ditador comunista da Coreia do Norte, ordenou a execução de seu tio e antigo tutor, Jang Song-thaek.
A supressão repentina do tio do ditador aconteceu nas condições mais humilhantes.
Ele foi preso durante a reunião do Partido Comunista, na presença de todo o plenário de dirigentes, e julgado sumariamente.
Do tribunal militar de condenação ele foi arrastado diretamente para a execução de forma degradante.
Jang Song-thaek foi vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional, órgão de decisão mais poderoso do país, explicou o jornal “Libération” de Paris,
Nunca se saberá exatamente a causa do homicídio do dirigente. A agência oficial KCNA o acusou de “traidor”.
Como é costume, os insultos e acusações misturam-se arbitrariamente na ata de morte:
“O acusado é um traidor da nação, tem perpetrado atos facciosos e contrarrevolucionários contra o partido, visando derrubar a direção de nosso partido, do Estado e do sistema socialista”, disse a KCNA.
A mesma agência reproduz uma “confissão” do morto, cuja autenticidade é mais do que duvidosa, pois provavelmente foi forjada pelo tribunal que o condenou.
“Ele revelou sua verdadeira imagem de traidor de todos os tempos”, acrescentou a agência. A KCNA especificou alguns dos piores “crimes” do executado: aplausos insuficientemente vigorosos nas reuniões políticas, impedir a instalação numa fábrica de um mosaico criado especialmente para glorificar o ditador supremo marxista!!!
Jang Song Thaek levado de modo vexatório do tribunal à execução |
Mas tudo aconteceu entre densas brumas, devido ao secretismo que envolve a ditadura.
Os analistas estrangeiros apenas acenam com alguma certeza para a hipótese de que a morte foi determinada pela inveja e paranoia do ditador, obsedado por temores de golpes e tentativas de assassinato, como ocorre, aliás, com inúmeros ditadores com a consciência em desordem.
Segundo Abraham Denmark, especialista do Escritório Nacional de Pesquisa Asiática, baseado nos EUA, “outra interpretação é que o ditador Jong-um já não tinha necessidade dele e não queria ninguém que partilhasse seu poder”.
Mas o especialista reconheceu que “não se podem fazer senão suposições, dada a natureza do regime”.
O crime e o mistério tenebroso somados traduzem o lado sinistro e, em certo sentido, satânico do comunismo.
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