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terça-feira, 5 de abril de 2016

Ditadura chinesa se agiganta, mas seus pés de barro
estão cada vez mais frágeis

Peter Dahlin foi obrigado a fazer uma 'autocrítica' pela TV oficial CCTV, e logo depois foi liberado e deportado.
Peter Dahlin foi obrigado a fazer uma 'autocrítica' pela TV oficial CCTV,
e logo depois foi liberado e deportado.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



A televisão estatal socialista difundiu uma “confissão de crimes” antissocialistas do cidadão sueco Peter Dahlin preso pelo regime.

O caso aconteceu após a reaparição misteriosa no território continental de dois editores desaparecidos em Hong Kong, a expulsão de uma jornalista francesa e citações policiais a advogados dos direitos humanos, noticiou o site 20minutes.fr.

Jean-Vincent Brisset, diretor de pesquisas no Institut de Relations Internationales et Stratégiques – IRIS, especializado na Ásia explicou que semelhantes crimes contra a liberdade são coisa de todos os dias na China.



“Quando os presos são pobres ou cristãos então ninguém fala. Mas quando se prende intelectuais ou europeus, é diferente: a mídia ecoa...”, disse.

O poder chinês se consolida prendendo as pessoas. Na China se diz: ‘mata o frango para assustar o macaco’, que quer dizer que se você ataca o mais débil você intimidará o mais forte”, explicou.

O embaixador da União Europeia na China manifestou “vivas apreensões” pela prisão de cidadãos da UE. Mas, segundo Brisset, isso não terá consequência relevante alguma.

A União Europeia não tem caráter e não reagirá, como podem fazê-lo os EUA, completou.

Hong Kong manifestantes pedem a liberdade de 5 livreiros 'desaparecidos' nas mãos da polícia política.
Hong Kong manifestantes pedem a liberdade de 5 livreiros
'desaparecidos' nas mãos da polícia política.
As autoconfissões pela TV não é coisa nova no comunismo. É uma montagem em que a pessoa não tem mais jeito senão se declarar culpado e enumerar os seus “crimes”, verdadeiros ou não.

O regime manteve o seu singular hibridismo de comunismo dirigista com o capitalismo ocidental ao oferecer comida e trabalho ao povo, mas isso está diminuindo.

O regime vem perdendo legitimidade aos olhos dos chineses. Há uma fratura social profunda no país, prosseguiu Brisset, com motins de camponeses que a China não conhecia há vinte anos.

Por fim, as cidades são intensamente poluídas, chegando a ser mortais. E os chineses percebem que o poder comunista não é apenas incapaz, mas não quer reparar o desastre.

Por isso a ditadura chinesa é ao mesmo tempo forte, mas em vários pontos muito frágil. Os pés dessa estátua são de barro...



2 comentários:

  1. A China sempre foi regida por 'imperadores' e a Rússia por 'czares'. Talvez já tenha se tornado uma tradição indissolúvel. Legado perpétuo. Penso que esses países nunca serão democracias.

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  2. É possível. Mas isso não significa que não seja possível substituir o comunismo nesses países por um regime mais humano, ainda que não totalmente democrático.

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