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quarta-feira, 2 de junho de 2021

Queda de foguete simboliza o futuro da China?

Captura da queda de um Longa Marcha 3B que levava satélite indonésio, em abril de 2020
Captura da queda de um Longa Marcha 3B
que levava satélite indonésio, em abril de 2020
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O módulo central do foguete chinês Longa Marcha 5B, pesando 22,5 toneladas, com cerca de 50 metros de altura e 5 metros de largura, ficou completamente descontrolado em rota de colisão contra a Terra transformado num bólido incandescente que se despedaçava.

O lançamento foro realizado no dia 29 de abril, na base de Wenchang, província de Hainan. O corpo do 5B Longa Marcha ejetou o módulo não tripulado Harmonia Celestial para orbitar em volta da Terra, noticiou “Clarín”

Longa Marcha evoca a retirada nos anos 1934-1935 em que o líder marxista Mao Tsé Tung consolidou sua liderança no comunismo chinês.  Harmonia Celestial evoca a massacre dos estudantes que pediam uma liberalização da ditadura na Praça da Paz Celestial em 1989.

É o nome do mais recente e grave desafio da China ao mundo: a construção de uma estação espacial chinesa permanente, Tianhe em chinês.

Portanto, nada de Paz nem de Harmonia, palavras frequentes no linguajar de Xi Jinping e ausentes em seu acionar.

No palavreado de Xi a Harmonia é muito aplicada à relação entre os povos e o meio ambiente, em que a China é líder da destruição.



Não foi isso o que aconteceu. O modulo central do foguete saiu de órbita e se temeu que produzisse um acidente descontrolado na Terra. A maior preocupação foi despencar numa zona habitada em forma de chuva incandescente de fragmentos que poderiam se até grandes.

Um outro dos vários Longa Marcha falido
Um outro dos vários Longa Marcha falidos
Os engenheiros espaciais não podiam calcular o possível ponto geográfico de impacto, que não excluía, ao norte, Nova York, Madri e Pequim, e ao sul até o Chile e Wellington, na Nova Zelândia.

Foi a segunda vez que partes de um foguete chinês ameaçaram a Terra. Em maio de 2020, destroços da Longa Marcha-5B despencaram no Oceano Atlântico, e quase atingiram a cidade de Nova York.

Desta vez a potencial chuva de morte caiu no Oceano Indico, perto da Índia e Sri Lanka, felizmente sem fazer vítimas.

O administrador da NASA, Bill Nelson, criticou duramente a gestão de foguetes da China: “não está cumprindo os padrões de responsabilidade em relação ao seu lixo espacial”, afirmou.

“É fundamental que a China (...) atue de maneira responsável e transparente no espaço”, acrescentou, citou “El País”.

Do episódio felizmente superado ficou uma lição: a China se lançou à conquista do mundo, como a “Harmonia Celestial” e o Longa Marcha à conquista do espaço, e quase causou uma catástrofe histórica.

A elevação meteórica do gigante marxista asiático sem sabedoria não poderá levar a uma catástrofe universal no dia menos pensado?

A calamidade do coronavírus cujo nascedouro o “Wall Street Journal” põe de novo em Wuhan não foi uma prefigura de outras que como enlouquecidos bólides podem se abater sobre o mundo?


O livro de Jung Chang e Jon Halliday
Xi Jingping desenvolve a meta recolhida por Jung Chang e Jon Halliday, especialistas em Mao Tsé-Tung:


‘No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética queriam os dois consegui-lo. (...). Mas, todos fracassaram.

“’Entretanto (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo’”.

“Para açular esta ambição planetária – prosseguem os especialistas –, Mao se lançou em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear.

“Neste sentido, o episódio mais assombroso aconteceu quando, em 27 de outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oitocentos quilômetros, sobrevoando várias cidades bastante importantes.

“Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajetória.

Mao adorava o poder destrutivo da bomba atômica
Mao adorava o poder destrutivo da bomba atômica
“Três dias antes, o próprio Mao disse ao responsável que procedesse ao lançamento, e que em caso de fracasso assumiria a responsabilidade.

Quase todas as pessoas engajadas no projeto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...)

“Nesse caso o ensaio foi um sucesso, apressando-se em atribuí-lo ao ‘pensamento’ de Mao (...).

“Na realidade, foi um puro golpe de sorte.

Todos os ensaios posteriores fracassaram, pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter decolado”. (Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p. p. 609-610).

Mao foi o único chefe de Estado do mundo que saudou com festividades a nascença desta arma de destruição massiva.

Em privado, ele compôs dois versos de má qualidade: Bomba atômica explode quando lhe é dito de explodir. Ah, que alegria inefável! (p. 526)

Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.



6 comentários:

  1. Entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90 do século passado, Brasil e China eram praticamente iguais em quase tudo: PIB, desenvolvimento, produção,...TUDO.

    Nesse meio tempo a China criou o "socialismo de mercado", e não estou aqui para dizer se é válido ou não esse modelo de sistema.

    O Brasil adotou o modelo neoliberal comandado pelo departamento norte-americano: Os burocratas do Titio Sam e de suas agências de finanças e economia.

    Pergunto: Quem se desenvolveu e quem parou no tempo? Brasil ou China?

    Enquanto a China lança foguetes e satélites para o espaço, indiferente se eles estão em grande parte caindo ou não, o Brasil teve a base de lançamento de Alcântara sabotada pelos norteamericanos, e que mais uma vez foi repassada para os mesmos norteamericanos que mais uma vez, assim como aconteceu anteriormente, já disseram que NAO passarão tecnologia espacial o Brasil!

    Sabendo-se que os Estados Unidos nos tratam como inferiores e como lixo, pergunto:

    Por que essa rede social ainda coloca o Titio Sam como "nossos salvadores"?

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    1. Nós adotamos ZERO estratégia (neo)liberal, muito menos por influência do Tio Sam.

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    2. Eh mesmo!!!!

      Na área econômica qual foi adotada pelo Brasil se não aquela ditada pelo "consenso de Whashinton" e do FMI?

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  2. A China seguiu a linha do Estado Desenvolvimentista, semelhante aos tigres asiáticos, só que com características próprias, e por isto desenvolve alta tecnologia como o 5G, processadores etc. E o Brasil com o liberalismo, ainda mais agora com esse ministro, que pretende vender tudo ou quase, tenderá a ficar semelhante ao Chile, que depende, pelo menos 53%, de cobre. Aqui será commodities como soja.
    https://en.wikipedia.org/wiki/Economy_of_Chile
    É o modelo desse ministro brilhante, que aprendeu com os americanos a vender o país para os americanos, assim ele "evoluí". Esse é o modelo que o Brasil quer? Commodities?

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    1. Pois é. Se os foguetes da China estão caindo, pelo menos eles estão testando e lançando foguetes. E aqui no Brasil?
      Nem sequer um dronezinho a gente lança para o espaço porque os nossos "salvadores norte-americanos" não deixam é nem passam tecnologia pra gente.

      E ainda tem brasileiros que bajulam o Titio Sam!!!!

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  3. Se a tecnologia atual não permite "voltar à lua" depois da explosão da Challenger em 1986, ficou claro que há uma cultura muito superior comandando o espaço e os mares https://nationalvanguard.org/2020/02/the-jewish-plot-against-america/#comment-45509

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