Manifestante diante do quartel geral da polícia em Hong-Kong |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O representante não oficial do Vaticano, Mons. Javier Herrera-Corona, enviou uma alerta às 50 missões católicas da cidade de Hong Kong avisando que as liberdades serão extintas e devem se preparar para sofrer a repressão socialista chinesa, noticiou “Religião Digital”.
O bispo soou a finados para a liberdade dos católicos dizendo: “Hong Kong já não é a grande cabeça de praia católica que foi até agora”.
Do lado estatal, quem soou o gongo fúnebre foi o ditador chinês Xi Jinping.
Em 30 de junho [2022], foi a Hong Kong, na sua primeira viagem fora das fronteiras da China continental após a pandemia.
Na ocasião ele comemorou com o novo chefe do Executivo “autônomo” o 25º aniversário da escravização da ex-colônia britânica à soberania de Pequim.
Cruzes coladas em mapa da China diante do escritório do Partido Comunista em Hong Kong |
Em quatro reuniões realizadas desde outubro do ano passado, o prelado mexicano Javier Herrera-Corona preparou os missionários católicos em Hong Kong para um futuro difícil.
Ele os exortou a proteger suas propriedades, arquivos e fundos, segundo extenso relatório da agência Reuters.
Mons. Herrera-Corona avisou que nos próximos anos virão restrições cada vez mais tirânicas a grupos religiosos no “estilo continental”.
A notícia é especialmente alarmante para os católicos leais ao Vaticano e que no continente formam a “Igreja clandestina” por oposição aos submissos ao socialismo autogestionário oficial que são apoiados, mas também humilhados, pelo estado comunista.
Os católicos fiéis a Roma tinham toda a liberdade, como também os outros.
Já estão sofrendo restrições, enquanto que nada garante que também os “oficiais” não venham a ser ainda mais aviltados, inclusive sob o acordo que o Papa Francisco quer renovar com os déspotas de Pequim.
Mons. Cosme Shi Enxiang, bispo de Yixiang, morreu após 14 anos de prisão na China Continental. Protesto em Hong Kong |
Muitas vezes são financiadas e dirigidas desde outros países, mas isto é considerado crime e traição pela ditadura comunista.
Acresce que algumas dessas sociedades mantêm laços estreitos com os católicos no continente, onde a atividade religiosa é controlada e o trabalho das missões estrangeiras permanece estritamente limitado pelo governo como delitiva interferência externa nos assuntos chineses.
O Vaticano não tem Nunciatura na China depois que as relações diplomáticas foram rompidas em 1951 pela revolução marxista de Mao Tsé Tung perpetuada por Xi Jinping. Apenas mantém a presença de dois enviados não oficiais em Hong Kong.
Nenhum comentário:
Postar um comentário