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quarta-feira, 10 de maio de 2023

China volta a violar acordo com o Vaticano

Shen Bin , pau mandado de Pequim, discursa em evento do Partido Comunista chinês. Fonte Xinhua
Shen Bin , pau mandado de Pequim, discursa em evento do Partido Comunista chinês.
Fonte: Xinhua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A China voltou a violar o iníquo acordo com a Santa Sé para escolher bispos, nomeando o diocesano de Xangai sem ligar para o prometido aval vaticano, informou a “Folha de S.Paulo”.

O pacto foi firmado em 2018 e foi renovado em 2022. Segundo sua letra, que todos os católicos sinceros denunciavam que não seria respeitada, as indicações de bispos e padres na China haveriam de ser reconhecidas pelo Papa.

Supostamente o tratado serviria de primeiro passo para o regime de Xi Jinping reconhecer o pontífice como líder da Igreja Católica. Falsidade perfeita pois o comunismo chinês não tolera autoridade alguma estabelecida fora do território que domina.

Os eclesiásticos oficialmente instalados no território comunista só contavam com o endosso da factícia Associação Patriótica Católica Chinesa, que é uma dependência burocrática das autoridades comunistas.

A Santa Sé só afirmou ter sido informada “há alguns dias” por meio da mídia local da decisão marxista de transferir o bispo Shen Bin de Haimen, na província de Jiangsu, para a diocese de Xangai. A embaixada chinesa em Roma não fez comentários.

A China já tinha violado o pacto em novembro de 2022 um mês depois da renovação do acordo nomeando Giovanni Peng Weizhao como bispo auxiliar de Jiangxi, diocese não reconhecida pelo Vaticano.

Mons. Zhang Weizhu, o legitimo bispo de Xinxiang leva mais de nove anos prisioneriro e não se sabe dele. Fonte AsiaNews
Mons. Zhang Weizhu, o legitimo bispo de Xinxiang leva mais de nove anos prisioneiro
e não se sabe dele. Fonte: AsiaNews
À época, a Santa Sé disse que a nomeação “não ocorreu em conformidade com o espírito de diálogo existente e com o estipulado pelo acordo provisório de nomeação de bispos” e pediu que “episódios similares não se repetissem”, uma moleza verbal que só serviria para liberar mais atropelos.

O Papa Francisco defendeu uma visão de longo prazo na China e que um diálogo imperfeito é melhor do que não ter nenhum diálogo, e entregou todos os pontos.

O Vaticano insiste com contorções verbais em que o acordo com a China envolve apenas a estrutura da igreja no país e que não se trata de relações diplomáticas.

Na prática leva as lideranças católicas a cortar laços com Taiwan para ganhar o beneplácito dos tiranos comunistas que preparam uma guerra contra o país vizinho.


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