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Perseguição religiosa acentuada na China |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O braço do Partido Comunista chinês para Assuntos Religiosos ditou “Regras Detalhadas” para os estrangeiros que queiram praticar sua religião no país, descritas pela agência “Asia News”.
Eles devem ter permissão das autoridades e obedecer ao Partido, aceitando a “independência e autogoverno” dos cultos, ou “sinicização” do ditador Xi.
O artigo 5 obriga aos “estrangeiros a respeitar a autogestão e aceitar o comando religioso do governo”.
Os católicos ficam proibidos de qualquer contato com “clandestinos” ou com os padres que não se filiaram à Associação Patriótica.
O Artigo 10 especifica que, mesmo em igrejas e templos “oficiais”, os estrangeiros só podem assistir a atos “presididos por religiosos chineses”.
O Artigo 16, postula uma estrita Separação: “as atividades religiosas em grupo realizadas por estrangeiros na China estão limitadas à participação de estrangeiros na China”.
Os religiosos estrangeiros que entram na China por meio de intercâmbios acadêmicos e culturais devem ser autorizados um a um pelo Partido.
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Igreja católica sendo demolida em Shanxi para construir prédios de apartamenos |
O Artigo 21 decreta quantos livros e material audiovisual os religiosos podem trazer para uso pessoal (nunca mais de 10).
O Artigo 26 especifica que “organizações ou indivíduos estrangeiros não devem recrutar estudantes no exterior com o propósito de cultivar novas religiões em território chinês sem autorização”.
Finalmente, o Artigo 29 lista uma série de proibições religiosas que se aplicam a qualquer estrangeiro na China.
Entre outras, estão: interferir nas atividades de grupos religiosos, realizar conferências ou sermões não autorizados, “recrutar seguidores entre cidadãos chineses”, produzir livros ou outros materiais sobre temas religiosos, aceitar doações de indivíduos ou organizações chinesas e realizar atividades religiosas na internet.
A síntese é clara: na China, nenhuma expressão religiosa fora do controle do Partido é permitida, mesmo para estrangeiros – incluindo a Igreja Católica – devem aceitar a autogestão sob a batuta do PCCh.
A universalidade da Igreja Católica só pode ser uma referência ideal genérica; com total submissão às diretrizes políticas do governo de Pequim.