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terça-feira, 25 de março de 2014

Ditador da Coreia do Norte reeleito com mais votos que Fidel Castro: 100%

Nas eleições da Coreia do Norte: ou sim ou "inexiste"
Nas eleições da Coreia do Norte: ou sim ou "inexiste"
Em eleições totalmente controladas, a Coreia do Norte reelegeu o ditador supremo, Kim Jong-um, com 100% dos votos. A abstenção atingiu 0%.

Em cada uma das 700 circunscrições havia apenas um candidato – apontado pelo partido único –, sem necessidade de urnas eletrônicas.

Os cidadãos inscritos, equivalentes a todos os que têm direito a existir sob a ditadura, podiam optar entre o 'sim' e o 'não'.

O eleitor que pretendesse escolher o 'não', deveria se dirigir a uma cabine especial.

Mas segundo Stefanie Dekker, correspondente da Al Jazeera, isso é “algo que poucos estão dispostos a arriscar”. Se alguém arriscou, não sobreviveu para contar ou seu voto não foi computado.

O voto é facultativo, como em quase todas as democracias, mas se algum eleitor não comparecia aos locais de votação, era tido como prófugo e seus parentes corriam o sério risco de serem enviados para um campo de concentração.

Obviamente, no distrito eleitoral do ditador Kim-Jong-un, os votos sem exceção foram para o líder socialista.

Ele acumula toda espécie de cargos e títulos, tão díspares como deputado, comandante supremo das Forças Armadas ou presidente da despótica Comissão Nacional de Defesa.

Para a agência oficial, houve “apoio absoluto do povo e sua profunda confiança no supremo líder Kim Jong-un”.


Militares dançam para comemorar a vitória a 100%
Militares dançam para comemorar a vitória a 100%
Para os líderes democráticos ocidentais, sempre sôfregos a clamar pela liberdade quando não é eleito um candidato esquerdistoide, tudo se passou em brancas nuvens.

A circunscrição de Kim – a número 111, do Monte Paektu – tem um caráter sagrado porque, segundo a propaganda, o fundador da dinastia de ditadores marxistas Kim Jong-Il nasceu nesse morro.

A votação serviu também para atualizar o censo: os funcionários da ditadura socialista visitaram todas as residências, para confirmar se os eleitores não tinham fugido do país e garantir que votariam pelo déspota.

O elenco dos candidatos eleitos também serve para saber quem ainda goza das boas graças do líder supremo e não está num campo de extermínio.

Os meios de comunicação e analistas ocidentais se autocensuraram, só reproduzindo as informações oficiais de Pyongyang, sem queixa nem crítica alguma.


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