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terça-feira, 18 de junho de 2019

Dois milhões em Hong Kong contra sequestro “legal” de opositores

Angústia em Hong Kong o sistema ditatorial comunista parece próximo
Angústia em Hong Kong o sistema ditatorial comunista parece próximo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Por volta de dois milhões de cidadãos de Hong Kong saíram às ruas vestidos de preto no domingo 16 contra o projeto de lei que autoriza extradições para a China continental, segundo noticiou a “Folha de S.Paulo” e a imprensa nacional e internacional.

A populosa e rica cidade de Hong Kong vive um lento, mas incoercível processo de transição político-econômica. Todos os poderes que outrora estavam nas mãos do Reino Unido estão sendo transferidos a Pequim.

Um acordo de 1984 transferiu a soberania a Pequim em 1º de julho de 1997, mas com a condição que a cidade seria uma Região Administrativa Especial com a fórmula “um país, dois sistemas” com liberdade de imprensa.

Sob o amparo dessa fórmula ambígua, o regime comunista ousa cada vez mais violando as liberdades que ficam na cidade. Entre múltiplos delitos internacionais praticou o sequestro de oposicionistas que foram recluídos em cárceres marxistas no continente.

No momento atual, Carrie Lam, governadora de Hong Kong, promove um projeto que autoriza extradições para a China continental.



Quase dois mihões de habitantes de Hong Kong pedem o fim das extradições a China.
Quase dois mihões de habitantes de Hong Kong pedem o fim das extradições a China.
Considerados os sequestros já praticados sem lei, qualquer autorização de descontentes chineses é percebida como o fim da liberdade de expressão e extensão do regime repressivo que vigora no continente.

O protesto foi tão grande e indignado que a governadora anunciou que daria marcha ré.

Até o Ministério das Relações Exteriores da China preferiu apoiar essa decisão a fim de “escutar mais” as opiniões e “reestabelecer a calma” no território. Mas isso soou a recuar um passo para depois dar um pulo mais feroz para frente.

O governo britânico parabenizou sua ex-colônia pelo recuo que salvaria os direitos humanos dos cidadãos, afirmou o chanceler em Londres Jeremy Hunt.

A proposta da lei de extradição provocou críticas de países ocidentais, porque temem que seja a via para julgamentos ideológicos na China. Também temem que a reforma prejudicará a imagem internacional do território semi-autônomo que, na prática, deixaria de ser livre.

Os protestos em anos recentes contra outros passos de corrosão da liberdade foram muito intensos, mas os atuais foram os mais violentos em décadas.

Cfr.: Hong Kong: imensa multidão lembrou massacre de Tiananmen

Hong Kong protesta pelo esfaqueamento de um jornalista dissidente

Durante a semana a polícia aplicou uma violenta repressão no próprio centro financeiro, que é o coração da cidade.

Não ao regime comunista de Pequim em Hong Kong.
Não ao regime comunista de Pequim em Hong Kong.
A tropa disparou balas de borracha e usou bombas de gás lacrimogênio contra civis desarmados e pacíficos.

No sábado 15, a própria Lam disse estar profundamente arrependida e prometeu reativar a comunicação com a sociedade e ouvir diferentes opiniões.

Mas isso não foi achado suficiente, a reação popular exige que Lam retire definitivamente o projeto de lei.

Acresce que, como escreveu Philip Bowring, colunista do jornal South China Morning Post, a governadora Carrie Lam é um modelo de “trair as ideias ou o pessoal que a apoiou no passado, segundo registrou o jornal espanhol “El Mundo” sob a sugestiva manchete “Carrie Lam: rogando a Deus e obedecendo a Pequim”.

Piora a imagem de falsidade de Lam o fato de ser católica de tipo colaboracionista com o comunismo.

“Aqui temos a Lam, escreve Bowring, um produto da igreja católica, (...) que trai as expectativas do povo se convertendo em porta-voz e agente do autocrata antirreligioso que comanda o Partido Comunista Chinês”, Xi jin Ping.

Lam é ex-aluna de colégio católico, como também foi Dilma Rousseff, e explorou esse passado para ser eleita chefe do gabinete autonômico de Hong Kong com o apoio de Pequim.

“Desde o primeiro dia disse que esta é uma oportunidade que Deus me concede”, arguiu ela.

Quando Deus me chamou para me dizer que precisavam de mim para continuar servindo a Hong Kong, respondi”, disse com palavras que são lembradas como obras primas da hipocrisia de quem está levando a cidade para o comunismo, tal vez o mais ditatorial da terra.

A pró-comunista Carrie Lam explora seu catolicismo colaboracionista. Na foto com o novo arcebispo de Hong Kong D Michael Yeung (esq.)
A pró-comunista Carrie Lam explora seu catolicismo colaboracionista.
Na foto com o novo arcebispo de Hong Kong D Michael Yeung (esq.)
Seu passado ideológico esquerdista é evocado, mencionando seu ativismo apaixonado pelas “causas sociais” em seu tempo de Universidade.

Lam se empenhou a fundo para angariar a confiança das autoridades do Partido Comunista Chinês.

Sua cumplicidade com o comunismo e tão íntima que a pôs em risco de prejudicar sua imagem astuciosamente construída, quando apoiou a causa pró-comunista durante a Revolução dos Guarda-chuvas em 2014.

Cfr. “Revolução dos guarda-chuvas” enfrenta repressão

Em apenas dois anos à testa do governo autonómico, Lam bateu os recordes de animadversão popular de seu predecessor, Leung Chun-ying, sendo objeto de incisivos impropérios nas ruas de Hong Kong.

É tida como responsável pela acelerada degradação das liberdades locais patenteada na desqualificação de políticos dissidentes, na negativa a renovar o visto ao correspondente do Financial Times e controvertidos projetos ferroviários que deixariam a cidade à mercê de uma invasão partida do território dominado pela foice e o martelo.

Lam vem usando slogans melífluos, no estilo de seu modelo Xi Jin Ping, como “sarar a divisão social” e “unir a sociedade para avançar”.

Melúrias insinceras que o ditador de Pequim aplica com crueldade contra seus opositores.

Essas frases são, segundo “El Mundo” , uma amostra acabada da “defasagem manifesta que existe entre sua dialética e suas ações, e entre sua invocação ao Altíssimo e sua devoção ao poder de Pequim”.


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