Agência putinista Sputnik anunciou com agrado a inclusão do Peru |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Pode uma via poética mas riquíssima do passado se transformar numa espécie de superautoestrada para consolidar a hegemonia totalitária de Pequim?
Na aparência são coisas incompatíveis. Entretendo, a cúpula marxista chinesa pensa diferente.
O plano tem um nome antigo e poético, mas pode enfiar sua faca até a costa atlântica brasileira.
O belo nome antigo é “Rota da Seda” constituiu durante milênios uma série de percursos interligados através da Ásia. Por ela circulava o comércio da seda e outras preciosidades entre o Oriente e a Europa.
Caravanas de toda espécie e tamanho ou até embarcações oceânicas, quando navegavam pelo Pacífico e pelo Índico, ligavam comercialmente o Extremo Oriente e a Europa.
Investimentos chineses no mundo |
As caravanas chegavam por diversos caminhos até Antioquia, na Ásia Menor, dominados pelo menos na metade final por tribos nômades islâmicas que faziam sua riqueza com o transporte.
Foi a maior rede comercial do Mundo Antigo.
Em Antioquia encontravam as naus de Veneza, rainha do Mediterrâneo, que também fazia seu imenso lucro.
Até que Portugal deu a volta na África e dominou o comércio com o Oriente.
Nos séculos seguintes, Portugal foi superado pela Inglaterra que passou a ser a rainha dos mares e a dominadora do intercambio econômico com o Oriente.
Mas, hoje Pequim anseia recriar uma nova “Rota da Seda” que obviamente não vai trazer magníficas sedas, mas pretende ser um instrumento de hegemonia comercial planetária.
Nova Rota da Seda, projeções |
Investe pesadamente em energia e, onde lhe permitem, em terra, subsolo, agricultura. E o faz globalmente.
Os investimentos são particularmente visíveis na África, mas os principais destinos dos capitais pequineses na última década foram EUA, Austrália, Canadá e Brasil.
E isso não é ingênuo ou inocentemente comercial. Quando a imensa rede da nova “Rota da Seda” chegar encontrará os clientes já preparados, chineses eles próprios.
China está tomando conta da infraestrutura africana e mira o mundo. |
Governos sensibilizam-se com eventual perda de soberania sobre recursos naturais.
Trabalhadores ressentem-se do estilo escravizante com que os chineses exploram a seus empregados-escravos.
O Fundo da Rota da Seda e o investimento estatal e privado no exterior por parte do marxismo chinês já foi comparado a um “Plano Marshall chinês”.
Porém, o nome é exageradamente dissimulado. Poderia ser chamado de “Plano Mao Tsé Tung de conquista do mundo”.
“O que Mao cuidava bem de não esclarecer era a natureza essencialmente militar desse plano, a qual iria ficar escondida, e ainda é muito pouco conhecida na China de hoje. (...)
“O objetivo de Mao era que a China se tornasse uma superpotência para que quando ele falasse o mundo inteiro ouvisse”. (Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 págs. 414)
Xi JinPing: a China está disposta a jogar com quem queira entrar na manobra. |
Pequim não cogita em caravanas de camelos para fazer os 8.000 km aproximadamente entre Xiam e Veneza, mas numa ampla rede de ferrovias, estradas, oleodutos e cabos de fibras ópticas, entre outros.
Pequim criou um fundo de US$ 40 bilhões, e confia na participação de outros 21 países que forneceriam um capital de mais US$ 50 bilhões.
A Rússia é uma das maiores esperanças.
Segundo o sinólogo David Kelly, a nova Rota da Seda é fruto de uma decisão do mais alto nível na hierarquia comunista, só definida pelos líderes máximos, como Mao Tse-Tung e Deng Xiaoping, hoje Xi Jinping. “É como uma bula papal, não pode ser contestada”.
Em alguns mapas prospectivos a nova Rota da Sede já aparece atravessando de lado a lado o Brasil, entrando pelo Peru, para plasmar a ordem internacional maoista do século 21.
A magnitude dos investimentos chineses no nosso continente visa essa integração sob a chibata pequinesa.
27 Quem dá ao pobre não passa necessidade; e quem fecha os olhos para ele ficará coberto de maldições.
ResponderExcluir28 Quando os injustos imperam, todo mundo se esconde; quando eles DESAPARECEM( E VÃO) desaparecem, os justos prosperam.
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