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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

93% dos testes rápidos chineses não têm certificação

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Na América Latina, 76 laboratórios chineses estão vendendo testes rápidos não apropriados para detectar o coronavírus. E isso é feito sob a vista grossa do Partido Comunista Chinês (PCC), informou o jornal chinês “The Epoch Times” publicado em Nova Iorque.

No entanto, uma investigação da Rede de Jornalistas Latino-Americanos pela Transparência e Anticorrupção (PALTA), descobriu que apenas 5 laboratórios chineses têm o certificado de saúde aprovado pela Administração Nacional de Produtos Médicos (NMPA) do regime chinês, ou seja, apenas 7%.

“Para essa investigação, foi construído um banco de dados com dezenas de contratos públicos, e foi determinado que os testes rápidos dos outros 71 laboratórios chineses não possuem autorização sanitária do Governo de Xi Jinping, nem constam da lista de referência para a China da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, diz o estudo publicado em 8 de setembro.

Empresa chinesa doa máscaras e kits de testes para o Distrito Federal
Empresa chinesa doa máscaras e kits de testes para o Distrito Federal

De acordo com o grupo de jornalistas, a NMPA só emitiu certificados sanitários para um total de 7 fabricantes de testes rápidos até 24 de agosto; dos quais 5 comercializam os testes na região: Wondfo Biotech de Guangdong; o Innovit Pharmaceutical Group de Pequim; Hecin Scientific de Xangai; Vazyme de Nanjing e Livzon Diagnostics de Zhuhai.

O Peru é a maior vítima dos testes rápidos chineses fajutos, com um total de 68 laboratórios comercializando-os no país; 94% dos quais não têm certificação.

O laboratório chinês Realy Tech é o que mais engana sem certificação de Pequim. O Realy Tech alega que seus testes rápidos são aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. Porém, é um falso porque esses testes não aparecem na lista oficial da agência americana.

Na Colômbia, jornalistas descobriram que dos 20 laboratórios chineses que comercializam seus testes rápidos, 15 não têm certificação sanitária.

O ministro da Saúde colombiano, Fernando Ruiz Gómez, denunciou mais de 47.000 testes rápidos com defeito produzidos por um laboratório “pirata” pequinês.

Na Argentina, o governo Fernández autorizou a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) comprar 15 tipos de testes rápidos chineses; dos quais 80% nem estão certificados no país comunista.

No México, só um grupo farmacêutico contratado recebeu a certificação sanitária da NMPA.

500 mil kits de teste rápido chegam ao Brasil
500 mil kits de teste rápido chegam ao Brasil

Perto de 10 países – a maioria europeus – foram enganados por suprimentos médicos da China, prossegue “The Epoch Times”.

Em março, a Espanha recebeu 8.000 kits desses dos que só 30% reagiu seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Embaixada da China na Espanha reconheceu que a Shenzhen Bioeasy Biotechnology da qual o governo espanhol comprou os kits nem existia.

Segundo “The Epoch Times” é longa a lista de iniciativas fracassadas de Pequim para bancar de líder mundial contra a pandemia. A estratégia é conhecida como “diplomacia da máscara”.

Essa “diplomacia da máscara” do Partido Comunista Chinês integra uma campanha para desviar a atenção mundial do manejo inicial incorreto da epidemia que desencadeou a pandemia.

Milhões de máscaras e testes rápidos para COVID-19 doados pela Fundação chinesa Jack Ma à Etiopia
Milhões de máscaras e testes rápidos para COVID-19
doados pela Fundação chinesa Jack Ma à Etiópia

“A China tenta se apresentar como um ator internacional confiável e responsável, além de benfeitor, graças a generosas doações”, diz o relatório do pesquisador e jornalista espanhol Juan Pablo Cardenal, “Propaganda chinesa para um cenário pós-COVID-19” (em PDF)

“Nem todo o material enviado pela China tem o propósito altruísta que o regime comunista finge professar”, diz Cardenal.

Segundo o autor, a politização da “ajuda” comunista deita luz sobre a “excessiva dependência que o resto do mundo tem da China em certos setores estratégicos”.


Milhares de empresas chinesas ingressaram no ramo de fabricação de equipamentos médicos, como máscaras faciais, sem que os ocidentais verificassem se obedeciam aos padrões de saúde e segurança.

Agindo assim puseram em perigo a vida de incontáveis pessoas, sobre tudo nos países com menos recursos.


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