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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

“Manual do delator” ensina a denunciar cristãos

A repressão religiosa aos cristãos (Xie jiao) envolve prisão, torturas e morte
A repressão religiosa aos cristãos (Xie jiao)
envolve prisão, torturas e morte
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Na China, a polícia especializa informantes para denunciar cristãos. A prática não é nova, já acontecia nos milenares regimes pagãos, mas agora se requinta com ódio marxista, e desenvolve pérfidas habilidades compatíveis com as novas tecnologias.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) que promove o genocídio cultural da língua e da cultura mongol, na imensa região da Mongólia Interior, passou a aplicar contra eles as astúcias montadas contra os cristãos.

A perfídia comunista explora a palavra-talismã xie jiao entendida como “seitas do mal”, ou “ensinamentos heterodoxos”, ou incompatíveis com a versão do comunismo de Xi Jinping.

Se o PCCh identifica um grupo religioso crescendo fora de seu controle, o proíbe como xie jiao e lhe imputa o crime definido no artigo 300 do Código Penal Chinês. Os “culpados” são condenados entre três e sete anos ou até mais de prisão.

Na perseguição dos xie jiao, o PCCh apela a delatores recompensados com dinheiro.
Repressão do grupo étnico-religioso Uigur, Xinjiang
Repressão do grupo étnico-religioso Uigur, Xinjiang
Mas o PCCh ávido de crueldades contra os cristãos não está satisfeito com o desempenho dos agentes.

Na Mongólia Interior publicou o que Massimo Introvigne, diretor de Bitter Winter, chamou de “Manual do Denunciante”. O perverso texto foi divulgado inicialmente no distrito de Dongsheng, na prefeitura de Ordos, e atingiu todo o país.

O “Manual” leva o título “Anúncio de recompensas para cidadãos do distrito de Dongsheng, na cidade de Ordos, na Mongólia Interior, que denunciam atividades ilegais e criminosas realizadas por grupos xie jiao”.

Ele promete um bom negócio aos delatores de xie jiao ou “seitas do mal”:

“As pistas fornecidas serão verificadas e classificadas ... O informante receberá uma recompensa de 500 renminbi quando uma infração puder ser processada graças às pistas fornecidas.

“Caso as pistas permitam um processo criminal, o informante receberá 2 mil yuans.

“Se um processo criminal muito importante for iniciado, a recompensa para o informante será de 10 mil yuans”.

O manual define que xie jiao se caracteriza por “realizar atividades ilegais sob a bandeira da religião”, “organiza suas atividades de forma furtiva” e seus líderes “são tidos como Suprema divindade’”.

Introvigne, especialista em ‘seitas’ e perseguição religiosa, explica que com essas definições, “todas as religiões podem ser consideradas xie jiao ou “seitas do mal” a critério do Partido Comunista.

“O cristianismo vê Jesus como Deus: as igrejas domésticas protestantes e os objetores de consciência católicos que não se filiam à Associação Patriótica Católica Chinesa ‘realizam atividades ilegais’”.

Católicos podem ser presos com sofismas contidos no 'Manual do delator'
Católicos podem ser presos com sofismas
contidos no 'Manual do delator'

Há contradições flagrantes porque “o próprio PCCh, embora não use a palavra ‘deus’, promove o culto à personalidade de seus líderes, do presidente Mao a Xi Jinping.

“Estátuas dos líderes do PCCh são mantidas até mesmo em templos. Aplicando os padrões acima, não seria difícil argumentar que o próprio Partido Comunista é um xie jiao”, aponta o diretor de Bitter Winter.

Nenhum delator deve imaginar quem é xie jiao. O manual explica quais são os grupos religiosos que o PCCh quer denunciados pelo ‘crime’.

O manual aponta aqueles que têm uma cruz na casa, que rezam quando estão doentes; abençoam os alimentos, pregam o Evangelho “disfarçados de cristianismo” ou oram de joelhos.

Quase não há grupo cristão que fuja desses critérios de condenação a priori.

O manual adota a perseguição ‘anti-seita’ ocidental usando os mesmos sofismas de “uso fraudulento da religião”, “adoração do líder”, “lavagem cerebral”, “pedidos de dinheiro” e “dano à sociedade”.

Essas são características mais próprias do PCCh do que de qualquer grupo religioso ativo na China, registra o especialista.

No geral, é um comércio desprezível, no qual os denunciantes são treinados para processar pessoas que podem ser seus vizinhos ou amigos.

Essas, por dinheiro, serão presas e torturadas. O manual demonstra que o Partido Comunista realiza essa atividade abertamente e sem a menor vergonha, conclui Bitter Winter.


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