A advogada Zhang Zhan denunciou irregularidades em Wuhan e foi condenada |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Zhang Zhan, advogada de 37 anos e “cidadã jornalista” chinesa foi condenada a quatro anos de prisão após informar sobre a quarentena em Wuhan.
Foi acusada de “provocar agitação” por um tribunal de Xangai num julgamento de várias horas disse Ren Quanniu, um de seus advogados à Agência France-Presse (AFP), escreveu “Le Monde” de Paris.
Uma dúzia de diplomatas estrangeiros tentou sem sucesso entrar no tribunal onde o julgamento ideologicamente deformado estava sendo realizado, mas a polícia os empurrou para longe junto com os jornalistas.
A expressão “provocação à agitação” é usada contra os opositores da ditadura marxista de Xi Jinping.
O tribunal a acusou de disseminar informações falsas na Internet, acrescentou seu outro advogado, Zhang Keke. “Ela acredita que morrerá na prisão”, explicou Keke.
Zhang denunciou notavelmente o confinamento imposto a Wuhan qualificando-o de “uma grave violação dos direitos humanos”.
Zhang Zhan viajou para Wuhan quando estava declarada a epidemia, postando reportagens nas redes sociais sobre a situação caótica nos hospitais.
Oficialmente a metrópole de 11 milhões de habitantes contabilizou quase 4.000 mortes por Covid-19, a quase totalidade dos 4.634 falecimentos reconhecidos pelo governo em toda a China.
A viróloga Li-Meng Yan denunciou que o vírus do Covid foi criado, mas foi silenciada |
Desde o início da pandemia, a China deteve os ativistas que tentavam relatar o que estava acontecendo no 'marco zero' da pandemia e, embora alguns tenham sido libertados, se desconhece o destino dos outros.
Pequim esperou demais para colocar Wuhan em quarentena e os médicos que haviam denunciado um vírus misterioso foram levados pela polícia, que os acusou de “espalhar boatos”.
A Human Rights Watch (HRW) exortou as autoridades chinesas a acabar com as “detenções arbitrárias” de jornalistas e ativistas porque as prisões de repórteres se intensificaram desde o início da epidemia e depois que o país expulsara 12 correspondentes estrangeiros, informou “La Nación”.
“O governo chinês parece não ter aprendido nada com o apagão de informações após o surto do Covid-19”, disse o pesquisador chinês Yaqiu Wang da HRW.
Na realidade os hierarcas comunistas aprenderam demais com o regime de terror e de campos de concentração e sabem o fim horrível de quem não diz o que o ditador quer.
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