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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Conclave secreto do PCCh reescreveu a História para voltar ao comunismo radical

Xi Jinping proclama retorno ao 'comunismo raiz' de Mao. Fonte Xinhua
Xi Jinping proclama retorno ao 'comunismo raiz' de Mao. Fonte: Xinhua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em novembro, a reunião anual secreta da mais alta cúpula do Partido Comunista Chinês (PCCh) redefiniu a História de acordo com as interpretações do ditador Xi Jinping, informou Yahoo! Actualités.

Ele está no poder onipotente há nove anos e aspira a se reeleger indefinidamente, como já o fez seu comparsa Vladimir Putin na Rússia.

Porém, agindo assim poderia ultrapassar os anos de governo do fundador do regime comunista, o como que divinizado Mao Tsé-Tung, no poder de 1949 a 1976.

A opção então foi reescrever a História dos cem anos do PCCh, em favor de Xi.

O Comitê Central do PCCh, de costume, ocorre a portas fechadas, longe da mídia estrangeira, e aprovou uma resolução sobre a história do Partido, mudando-a para satisfazer o ditador.

Xi Jinping “explicou” que visa “prolongar a sua presença à frente do partido”, segundo interpretou a chinesice divulgada pela agência oficial Nova China Alice Ekman, analista responsável pela Ásia do Instituto de Estudos para a Segurança da União Europeia (EUISS).

Xi Jinping decidiu “limpar os momentos da história de que não gosta” e alegou a premente necessidade de evitar uma queda como a do regime comunista na extinta União Soviética.

Esse perigo proviria dos “excessos das reformas econômicas lançadas no final da década de 1970”.

Ou seja as concessões feitas ao capitalismo e à propriedade privada após os acordos do “deus” do comunismo Mao Tsé-tung com o presidente americano Richard Nixon.

Assim interpretou a chinesice, o sinologista Chris Johnson, do Center for Strategic International Studies, um think tank de Washington.

Em 1981, o PCCh adotou decisão extraordinária análoga para que Deng Xiaoping pudesse lançar as reformas de conteúdo capitalista, que fizeram da China a segunda maior potência econômica do mundo, marginando a ortodoxia marxista furiosa imperante.

Deng virou a página – aliás, parcialmente – dos excessos monstruosos da industrialização forçada do “Grande Salto para a Frente” e do caos social da “Revolução Cultural”.

Comite Central do PCCh eleva Xi Jinping ao nível de Mao Tsé Tung
Comitê Central do PCCh eleva Xi Jinping ao nível de Mao Tsé Tung
Agora Xi Jinping inverteu o movimento e como apontou o especialista Chris Johnson “fez com Deng o que Deng fez com Mao”, em outras palavras, suprimiu a franja de liberdade econômica para retornar ao “comunismo raiz” de Mao.

Para uma mudança tão grande, Xi Jinping fez elevar seu pensamento ao do “divino” Mao Tsé Tung e mandou inclui-lo na Constituição.

A decisão se encaixa na derrubada do setor privado posta em marcha nos últimos meses, e dos quais a queda da incorporadora Evergrande é só um fato premonitório do retorno à miséria igualitária maoísta.

“O processo de liberalização iniciado pelos líderes anteriores é fundamentalmente questionado”, observou Alice Ekman, autora de “Bright Red, the Communist Ideal Chinese”.

A mídia chinesa, que só ecoa o que o PCCh manda, vive elogiando a política de “zero Covid” ordenada pelas autoridades.

Essa desencadeou uma campanha de furor policial implacável contra os proprietários, vedando as portas dos apartamentos ou ruas inteiras com grandes prédios de moradia.

Vídeos divulgados pelas redes sociais chinesas que chegaram a Ocidente registram o apavorador espetáculo dos moradores gritando de janelas e sacadas que estão morrendo de fome porque a polícia impede ir aos mercados para comprar o básico.

“O tempo mostrou que essa abordagem rígida é a única opção viável”, tentou justificar a agência oficial de notícias Xinhua.

Para a propaganda oficial, Xi é “um homem de pensamento e sentimentos profundos, que herdou uma história e tem uma visão para o futuro pela qual está determinado a trabalhar incansavelmente”.

Leia-se acabar com todas as desigualdades sociais tidas como fruto execrável do período agora encerrado de concessões à ocidentalização.

E o retorno ao comunismo implacável de Mao Tsé-tung.


Um comentário:

  1. Tomara que os líderes comunistas aqui do Brasil , resolvam ir morar na China . Será ?????

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