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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Páginas heroicas escritas com sangue de cristãos

Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Na diocese de Baoding continua a repressão aos objetores de consciência católicos. Aqueles que veem uma traição no acordo Vaticano-China e não se juntam à Igreja Católica Patriótica estão sendo “desaparecidos”, escreveu “Bitter Winter” com dados chegados do coração da perseguição.

Após o acordo Vaticano-China de 2018, a Santa Sé encorajou os católicos a aderirem à excomungada Igreja Católica Patriótica, controlada pelo governo.

Porém, a diplomacia vaticana teve que admitir que aqueles que se recusam a fazê-lo por razões de consciência, embora não sejam encorajados nem aprovados pelo Vaticano, não são excomungados, continuam a fazer parte da Igreja Católica e devem ser tratados com “respeito”.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) expressa o seu “respeito” aos objetores de consciência católicos prendendo-os brutalmente.

A diocese de Baoding, cidade na província de Hebei, a 150 quilômetros de Pequim, é um centro de objeção de consciência católica.

A atitude do bispo Francisco An Shuxin, que se juntou à Associação Patriótica, foi condenada pelos objetores de consciência. Em represália, as igrejas e seminários clandestinos fiéis a Roma foram invadidos em 2020.

Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
O fiel bispo legítimo de Baoding Mons. Peter Joseph Fan Xueyan (1907-1992), “desapareceu” em 1990.

Seu corpo com claros sinais de tortura foi deixado à porta da casa de familiares em 1992 em um saco plástico.

Sua memória é venerada como a de um mártir modelar pelos objetores de consciência.

Dois líderes da resistência católica em Baoding, o Pe. Chi Huitian e o Prof. Chen Hekun, “desapareceram” em abril [2024], enquanto outros objetores de consciência católicos foram presos e submetidos a forte doutrinação na prisão.

Apesar da severa perseguição, o movimento de resistência católica continua a prosperar.

Não se trata de apenas de velhos incapazes de compreender os novos tempos.

A objeção de consciência é muito popular entre os jovens católicos.


quarta-feira, 10 de julho de 2024

Carros elétricos chineses entopem portos

Carros elétricos chineses empilhados em portos europeus
Carros elétricos chineses empilhados em portos europeus
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A China montou numa megaestrutura produtora de carros híbridos e elétricos imaginando dominar o mercado mundial de carros, explicou “La Nación”.

Os capitais do regime maoista financiaram marcas novas como a BYD, que surgiram do nada para se posicionar por cima das maiores montadoras ocidentais de carros elétricos e dominar o setor a nível mundial.

A China chegou a construir pelo menos oito megacargueiros capazes de distribuir no Ocidente a fabulosa produção dos novos carros.

Em outros rubros o regime de Pequim já vinha dando poderosos sinais dessa vontade hegemônica com ambiciosos planos de expansão mundial, incluindo Europa e América Latina.

A capacidade das montadoras chinesas tocada a ritmo de produção militar, entretanto, atingiu logo o desequilíbrio e superou a procura por esses carros. Simultaneamente, os consumidores do velho continente e da América do Norte vinham se afastando dos carros elétricos por problemas novos ligados a essa tecnologia.

O resultado é que veículos de diversas marcas chinesas, bem melhores que os miseráveis primeiros modelos, se acumulam nos portos europeus e entopem as atividades.

O “Financial Times” exemplificou com a situação no porto de Antuérpia-Brugge, Bélgica, e o de Bremen, na Alemanha, principais terminais onde chegam os rodados chineses para serem distribuídos na União Europeia (UE).

Catástrofe dos carros elétricos chineses estocados nos portos europeus. Mais de100.000 em Bruges
Catástrofe dos carros elétricos chineses estocados nos portos europeus.
Mais de100.000 em Bruges
A própria UE estava pavimentando o mercado para a entrada chinesa obrigando as montadoras europeias a cessarem a produção de carros com motores a explosão em prazos ultra-apertados.

A UE errou em todos os sentidos e hoje se discute a subsistência futura dessa União. No que se refere aos carros elétricos chineses, eles saturam há meses a capacidade de armazenamento dos portos que os recebem.

Por falta de escoamento no mercado, muitos deles ficam estacionados por períodos prolongados, que podem levar até 18 meses até serem vendidos ao usuário final, conforme informa o setor de logística automotiva à mídia internacional.

Segundo as mesmas fontes diversas montadoras chinesas do novo estilo alugaram grandes áreas em zonas próximas dos portos para armazenarem veículos sem clientes.

“Os fabricantes chineses de automóveis elétricos estão cada vez mais a utilizar os portos como estacionamento ou armazéns”, se queixou um porta-voz de uma empresa de logística ao “Financial Times”.

E um executivo do porto de Antuérpia explicou que “em vez de exibi-los nas concessionárias, eles os vendem com retirada direta no terminal portuário”. Mau sinal.

Porto de Bruges inundado por carros chineses sem saída
Porto de Bruges inundado por carros chineses sem saída
À queda de interesse pelos carros elétricos na Europa soma-se o fato de que em 2024, alguns países da UE retiraram os subsídios financeiros para sua compra.

O financiamento governamental tem sido decisivo para a expansão das “energias alternativas” e suas aplicações, sendo aproveitado pelos consumidores enquanto existe. Mas cessando a distorção do mercado assim induzida, as promessas futuristas ambientalistas esmorecem ante a realidade.

A Alemanha, pioneira neste tipo de benefícios e de sua retirada, é um exemplo paradigmático: só em março 2024 a venda dos carros elétricos teve uma queda de 29%.

O baixo consumo abalou as ofensivas hegemônicas da China, embora ofereça preços comparativamente muito baixos.

Em 2022, as exportações chinesas de carros elétricos para a Europa aumentaram 58%, notadamente das marcas Great Wall, Chery, SAIC e BYD. Mas agora a tendência se inverteu acentuadamente.

Acresce que as marcas chinesas são cada vez mais vistas como predadoras incomparáveis que não compensam as exageradas facilidades nas tarifas europeias de importação que se aproximariam a um fim.

Na terminal do porto de Zeebrugge na Bélgica, os carros elétrricos chineses ficam em até 18 meses aguardando comprador
Na terminal do porto de Zeebrugge na Bélgica,
os carros elétricos chineses ficam até 18 meses aguardando comprador
“Os portos estão saturados há muito tempo”, disse Wolfgang Goebel, presidente da Associação Europeia de Logística de Veículos Acabados. “Temos um mercado fraco, o que provoca poucas vendas”.

As utopias ambientalistas não convenceram aos homens e só seriam implantáveis com uma introdução acelerada por governos que atropelam os desejos profundos de seus governados.

As diversas tecnologias “alternativas” estão irritando aos cidadãos não convencidos pela propaganda de quiméricas catástrofes espalhadas pela imprensa.


quarta-feira, 3 de julho de 2024

Conúbio do Vaticano com os perseguidores de Pequim

A perseguição religiosa ficou muito acentuada a partir fo acordo do comunismo com o Vaticano
A perseguição religiosa ficou muito acentuada
a partir do acordo do comunismo com o Vaticano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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sócio do IPCO,
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Apesar do contínuo encarceramento de bispos e padres católicos, o Vaticano continua permitindo que os ditadores comunistas designem como bispos das dioceses católicas a candidatos favoráveis à doutrinação comunista e ao controle governamental dos fiéis, escreveu LifeSiteNews.

O PCCh também está aumentando o assédio à Igreja Católica em Hong Kong. Na cidade outrora livre aprovou uma lei de segurança cujo Artigo 23 exige que os padres violem o secreto de Confissão se ouvirem o que as autoridades consideram um “crime de traição”.

No retorno de uma viagem apostólica à Mongólia, em setembro 2023, o Papa Francisco I dirigiu palavras de elogio à República Popular da China, que teria sido o verdadeiro objetivo da visita papal a Ulaanbator, considerada uma etapa de aproximação com Pequim.

Falando sobre a relação do Vaticano com a China comunista, o Papa Francisco a descreveu como “muito respeitosa”, apesar das autoridades em Pequim proibirem os católicos chineses de viajar para a vizinha Mongólia para verem o Papa.

“Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, eles são muito abertos, por assim dizer... Para a nomeação dos bispos existe uma comissão que trabalha há algum tempo com o governo chinês e o Vaticano: é um diálogo.

“E há também alguns padres católicos ou intelectuais católicos que são convidados a lecionar em universidades chinesas”, disse Francisco I.

Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
O pontífice auspiciou ainda “que « os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita a sua cultura e valores, e que a Igreja depende de outra potência estrangeira”.

Numa outra conferência de imprensa aérea, regressando de Budapeste, o pontífice abandonou de fato o cardeal Zen, antigo arcebispo de Hong Kong que passou a vida a resistir as perseguições da China comunista,

O cardeal Zen encarna se destaca por defender os católicos chineses “clandestinos” que desde o acordo sino-vaticano têm o medo terrível de terem sido abandonados pelo Vaticano.

O Cdal. Zen está a ser julgado na Hong Kong controlada desde Pequim: a inércia do Vaticano levou até o Parlamento Europeu (!) a pedir à Santa Sé que fizesse alguma coisa pelo príncipe da Igreja chinês.

O acordo sino-vaticano, é tido como uma traição indescritível aos católicos chineses e à sua atual história de martírios.

O tratado é violado repetidamente por Pequim, que nomeou e transferiu bispos sem o consentimento de Roma. O Vaticano submeteu-se à vontade do Dragão.

Os sinais de enfeudamento da hierarquia católica ao poder marxista são visíveis há tempo e adotam formas cada vez mais revoltantes à moral e ao direito.

Um artigo em inglês no portal da Internet da Santa Sé qualificou de suposições os atos persecutórios do comunismo aos fiéis católicos da China.

Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci, precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci,
precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
A China hackeou os dados de um aplicativo de namoro homossexual, e disse encontrar imensas quantidades de homens consagrados.

Durante muito tempo o encarregado do acordo com Pequim foi o ex-cardeal Theodore McCarrick, envolvido em escândalos de pedofilia. Quando ia à China para tramar o acordo ele dormia num seminário da Igreja Patriótica Chinesa...

Os ‘desaparecidos’ continuam, as denúncias são falsificadas abertamente por denunciantes pagos, se tenta a lavagem cerebral de muitos padres, freiras são perseguidas e as demolições de igrejas e institutos religiosos continuam implacavelmente.

Porém o Vaticano convida prelados patrióticos para o Sínodo, e Pequim agradece “sagrando” bispos sem a anuência de Roma – enquanto os padres fiéis são torturados pelo governo socialista.

Já correm rios de sangue de mártires do comunismo que a atual diplomacia vaticana não reconhece como “sementes de cristãos”. Desconhecimento tolo, aliás, que prepara a futura conversão do país-continente chinês.