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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Cidade fantasma de US$ 100 bi reflete crise da China

Prédios inconclusos num contexto de cidade mau assombrada
Prédios inconclusos com ar de cidade mal assombrada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A crise imobiliária chinesa está atingindo projetos no exterior como o da cidade de Forest City na Malásia que custou US$ 100 bilhões.

Ela foi construída sobre areia e mangues arbustivos e a propaganda prometia ser um luxuoso “paraíso dos sonhos”, mas a maioria dos moradores hoje são zeladores do terreno, varredores das ruas vazias, garis ou jardineiros, explicou o “The New York Times”.

À distância, os arranha-céus de Forest City sobre o Estreito de Johor, entre Cingapura e Malásia, parecem um monumento aos triunfos econômicos da China. De perto, a maioria estão vazios, sem moradores e com as luzes apagadas.

A gigantesca imobiliária chinesa Country Garden fazia sonhar com uma “cidade verde futurista de 31 km², incluídas quatro ilhas artificiais, e com 700 mil apartamentos. Mas apenas foi construída uma ilha, com 26 mil unidades e várias dezenas de torres.

A Country Garden tornou-se um emblema dos excessos do boom imobiliário da China, um caloteiro corporativo incapaz de pagar suas contas.

Os credores a estão processando em Hong Kong, onde os juízes parecem não ser tão corruptos e sobre os quais o Partido Comunista Chinês ainda parece não ter tanto poder.

Uma promessa deslumbrante que virou pesadelo assustador
Uma promessa deslumbrante que virou pesadelo assustador
Centenas de milhares de compradores de casas e projetos chineses sedutores como o Forest City estão no limbo.

A Country Garden se empanturrou de dinheiro barato, fornecido pelo governo comunista para estender sua hegemonia explorando o frenesi imobiliário da China.

Desde o início só houve irregularidades e problemas.

A construção começou sem se saber o impacto ambiental sobre terras arenosas, as autoridades de Cingapura ficaram preocupadas, até que o próprio governo socialista chinês proibiu que seus cidadãos comprassem propriedades na Malásia e em outras nações.

As autoridades da Malásia, prometeram transformar o projeto numa zona financeira especial e reduziram todos os impostos sobre os investidores ultra-ricos.

A Country Garden espalhou anúncios da Forest City em Pequim, Xangai, Guangzhou e outras cidades. Levou eventuais compradores chineses e acenou a possibilidade de obter um caminho para a cidadania malaia.

Forest City seria um passo gigantesco na conquista econômica dos vizinhos pela China
Forest City seria um passo gigantesco na conquista econômica dos vizinhos pela China
Em toda a China, tantas incorporadoras faliram que um grande número de compradores de imóveis ficou sem os apartamentos pelos quais haviam pago.

A Country Garden jura que 80% de seus apartamentos foram vendidos a compradores de mais de 20 países, mas em uma viagem do jornalista do “The New York Times”, a Forest City parecia abandonada.


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