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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Tiram Nossa Senhora e põem fotos de comunistas nas igrejas

Retrato de Xi Jinping no centro da igreja entre slogans de propaganda
Retrato de Xi Jinping no centro da igreja entre slogans de propaganda.
Foto de Bitter Winter proveniente da clandestinidade.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









A igreja católica da cidade de Ji'na que tem status de província, era tida como “A fonte verdadeira e original do Universo”, evocando o nome que o imperador Kangxi (1654-1722) mandou inscrever numa placa em igreja católica em Pequim em 1711, noticiou Bitter Winter.

Porém, no final de setembro, as autoridades marxistas ordenaram cobrir a placa com o nome da igreja pondo as palavras “Siga o Partido, obedeça ao Partido e seja grato ao Partido” e levantar a bandeira comunista na entrada.

O quadro da Virgem Maria com o Menino Jesus na nave central foi relegado a um canto escuro da igreja e substituído por um retrato do presidente Xi Jinping, cercado de slogans de propaganda.

Alguns dias depois, os policiais sequestraram as chaves da igreja e trancaram portas e janelas perdendo os católicos o templo para rezar.



No condado de Poyang, Jiangxi, os ex-católicos que se tinham aviltado aderindo à Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC) para terem liberdade ficam proibidos de atividades religiosas e foram ameaçados de perder a aposentadoria para os idosos.

O crucifixo, uma pintura de Nossa Senhora e dísticos religiosos foram todos substituídos por retratos de Xi Jinping e Mao Tsé Tung.

Em maio, os católicos receberam a cominação de que “qualquer igreja que se recusa a ingressar na Associação Patriótica Católica Chinesa é uma seita perigosa”.

Os fiéis resolveram se reunir para rezar em seus próprios lares.

Em setembro, na cidade de Fuzhou, distrito de Linchuan, tendo em vista uma inspeção do presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, impôs à Catedral de São José, em mãos do Estado, exibir cartazes com slogans apoiando o PCCh e promovendo a cultura tradicional chinesa fora da igreja.

Quadro principal da Sagrada Família enxotado num canto. Foto de Bitter Winter proveniente da clandestinidade.
Quadro principal da Sagrada Família enxotado num canto.
Foto de Bitter Winter proveniente da clandestinidade.
Durante o “comissariado” os religiosos que aderiram ao cisma da Associação Patriótica (APCC) proclamaram total apoio à liderança do Partido único, amor ao país e à religião e prometeram “fazer sua parte para ajudar a realizar a grande renovação da nação”.

Um padre local comentou que a Igreja liderada pelo Estado só tem aparência de local de oração, mas, na realidade, adora o Partido e promove sua ideologia.

“Cair sob controle comunista representa uma calamidade. Juntar-se à APCC é como se colocar nas mãos do diabo”, explicou um padre aposentado de Jilin.

O sacerdote decidiu se aposentar para não sofrer doutrinação pelo Partido e não contribuir a passar falsa doutrina aos fiéis.

Como, aliás, fazem no Ocidente muitos sacerdotes intoxicados pelas teologias “modernistas” ou da “libertação”.



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