O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Mundo padece “neo-maoização” do presidente Xi Jinping

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Um dos primeiros mais impressionantes do então novo presidente chinês Xi Jinping consistiu em peregrinar até a luxuosa casa de campo de Mao Tsé Tung, às margens de um lago.

Nela, o fundador do comunismo chinês passava suas férias nos anos 1950 enquanto ordenava exterminar classes sociais inteiras.

Para Xi, o sítio de lazeres do cruel líder comunista deveria ser declarado centro de educação da juventude no espírito da revolução.

Com efeito, Xi  tomou a decisão de reforçar a retórica “mística” maoísta desde os primeiros meses de seu governo, como registrou naquela época reportagem do “The Wall Street Journal”.

Ele se valeu do “livro vermelho” de Mao para expurgar o Partido Comunista Chinês dos que não são inteiramennte fiéis a seus ensinamentos.

Também montou um cerco à discussão de ideias como democracia, Estado de direito e aplicação da Constituição.

Visando reforçar o espírito igualitário intrínseco ao comunismo, o presidente ordenou que os generais e os membros mais antigos do governo trabalhem como domésticos pelo período mínimo de 5 dias a fim de aprenderem a se reconectar com as “massas”.



A atitude de Xi pareceu decisiva, pois a China estava entrando numa crise econômica em boa parte impulsionada pelo desejo de propriedade privada e enriquecimento pessoal em detrimento das arcas do Estado.

Pipocavam as revoltas populares pela propriedade da terra e por maiores ganâncias nas fábricas.

Caminhões militares italianos transportam féretros
Caminhões militares italianos transportam féretros
Para Xi Jinping que passa horas lendo livros de teoria marxista e maoísta, “isto é apenas o início”, leia-se da repressão.

Xi está espantado pelo que aconteceu na União Soviética. Segundo ele, a cratera de onde brotou o comunismo  havia entrado em colapso.

E a causa teria sido a falta de convicção ideológica marxista de seus líderes e não haver um “homem” para estancar o processo de liberalização.

Obviamente ele viu bem o esmagamento com tanques dos estudantes na Praça da Paz Celestial, ou Tiananmen em 1989.

E ele tem a pretensão de ser o “homem” que impedirá qualquer abrandamento de uma ditadura que já ceifou pelo menos cem milhões de vidas da sofrida nação chinesa...

E quem sabe, já nessa época cogitava em algum golpe no mundo ocidental que o pusesse de joelhos ainda que fosse ao custo de centenas de milhares, ou milhões se necessário, de vidas.

Com esse ditador a diplomacia vaticana, ou Ostpolitik, foi assinar uma dos mais iníquos tratados de perseguição religiosa da História.

Enquanto mandava erigir o Centro de Cultivo de Virus de Wuhan classe segurança máxima (Wuhan P4, ou Wuhan Institute of Virology - WIV em inglês) em condições que deixavam a desejar para testar vírus transmissíveis aos homens.

Maioria das máscaras contra o coronavírus enviadas pela China eram imprestáveis
Maioria das máscaras contra o coronavírus enviadas pela China eram imprestáveis
O divinizado Mao já tinha instruído à nova geração de líderes comunista que haveria de sucede-lo e entre os quais estava Xi. “Mao estava pronto para que houvesse hecatombes e fez entender aos dirigentes que eles não deveriam se mostrar chocados se aconteciam” (Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p., págs. 478-479)

Em Moscou em 1957, Mao afastou toda dúvida: “nós estamos dispostos a sacrificar 300 milhões de chineses pela vitória da revolução mundial”, ou seja, a metade da população de então.

E reafirmou no Congresso do Partido de 17 de maio de 1958: ‘não façam, pois, tantas histórias a propósito de uma guerra mundial.

“Na pior das hipóteses, ela causará mortes (...) a melhor das hipóteses é que uma metade da população fique com vida, se não pelo menos um terço...’” (op. cit., p. 500-501).

Xi haveria se propus ser seu melhor aluno, com ou sem coronavírus.


Um comentário: