Hubertus Troska, conselheiro da Daimler na China, apresenta o novo modelo GLA |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A China foi o ponto de irradiação da pandemia que está deixando dezenas de milhares de vidas truncadas no mundo e desastrosas consequências econômicas para os países que tentam progredir.
A epidemia do coronavírus se mostrou relativamente benigna em relação ao país que a viu nascer – ou provocar.
E com rapidez suspeita o regime comunista chinês se jogou a tirar imensos lucros dos países e dos grupos econômicos não-marxistas severamente atingidos.
Após Pequim comprar em massa as desvalorizadas empresas ocidentais instaladas no continente amarelo, Xi Jinping ordenou partir à caçada de empresas ocidentais em apuros no próprio Ocidente.
A famosa Volvo sueca passou a ser propriedade chinesa |
Esses estão agindo como em ferozes “caçadores chineses de barganhas”, segundo qualificação do “The New York Times International Weekly”.
Pequim, agindo por trás de biombos obscuros, está explorando a pandemia para engolir empresas europeias em dificuldades financeiras a preço de banana.
Ocidente está reagindo tarde como se estivesse lidando com fundos honestos a-ideológicos.
Segundo o jornal nova-iorquino, a alarme soou quando uma empresa controlada pelo governo chinês comprou uma parte da grande low-cost Norwegian Air em problemas.
Às pressas, funcionários da União Europeia em Bruxelas e governos nacionais em inúmeras capitais europeias saíram a erigir obstáculos legais para canibalismos oportunistas na crise.
A Comissão Europeia, cabeça executiva da União Europeia – UE, ditou critérios para que inversores estrangeiros não explorem a contingencia para engolir ativos europeus estratégicos.
A reação visa claramente a China, que procura indústrias chave.
A Europa se deixou seduzir fácil demais por capitais de origem misterioso e agora treme. |
A Alemanha, a Áustria, a República Checa e a Polônia estão examinando as aquisições e bloqueando inversões que possam atentar contra os interesses nacionais.
Enigmáticos investidores chineses aplicaram 12 bilhões de euros na Europa em 2019. E isso é só um terço do que investiram em 2016, segundo o Grupo Rhodium e o Instituto Mercator de Estudos sobre a China de Berlim, organizações de investigação.
Não é um dragão de papel. Eles têm as costas esquentadas pelo Partido Comunista Chinês ou o Exército Vermelho.
Eles cobiçam especialmente as empresas europeias que possam lhes fornecer tecnologia, acesso aos mercados internacionais e alavancas políticas.
“A preocupação não é o volume da inversão”, disse Agatha Kratz, especialista do Grupo Rhodium. As empresas chinesas procuram tecnologia nevrálgica.
Um exemplo foi dado pelo gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba que comprou Data Artisans, empresa berlinense especializada na gestão de grandes quantidades de dados.
Angela Merkel propôs que os investidores estrangeiros peçam aprovação do governo para comprar 10% ou mais de empresas de setores críticos como o farmacêutico, montadoras de carros ou inteligência artificial.
“Não desejamos que a infraestrutura crítica, como a energia, a água e as ruas, seja assumida por empresas das quais não estamos 100% seguros de suas intenções”, disse Peter Altmaier, ministro de economia alemão, num debate no Parlamento.
O ministro da economia alemão fez acordos com a China.
Agora chora
Mas, paradoxalmente os países europeus querem o dinheiro chinês.
E Pequim acha melhor “caçar barganhas” na Europa do que nos EUA.
Em qualquer caso os europeus andam mais cautelosos com as intenções chinesas.
A China promete, garante, jura que não fará nada ruim, mas mente sempre.
Problema típico é conhecer quem é de fato o dono das empresas chinesas que aparecem comprando por bilhões do dia para a noite sem se saber de onde surgiram e de onde tiram suas fabulosas disponibilidades financeiras.
As empresas chinesas já têm uma presença importante na Europa após investir mais de 160 bilhões de euros desde o ano 2000, dizem a Rhodium e o Instituto Mercator, já citados.
Compraram a Volvo sueca, montadora de carros; o fabricante de pneumáticos italiano Pirelli; o porto grego de El Pireo; a agroquímica suíça Syngenta; a Amer Sports, empresa finlandesa de produtos esportivos icónicos.
Em 2016 a Midea, fabricante chinesa de eletrodomésticos, comprou Kuka, fabricante alemã de robôs para as fábricas.
A Volvo é uma das barganhas caçadas que causa polêmica na Suécia. |
As montadoras alemãs de carros produzem mais unidades na China do que em casa.
As atitudes dos consumidores começaram a mudar.
Os planos de fusionar a Volvo com a chinesa Geely Auto provocaram um debate na Suécia.
Os dorminhocos funcionários europeus perceberam tarde que os novos comparadores orientais tinham apoio financeiro implícito ou explícito do governo comunista, fato que os convertia em instrumentos da política exterior.
Mas isso que os chineses estão fazendo é o que os norte-americanos sempre fizeram!
ResponderExcluirO governo norte-americano HÁ DÉCADAS vem criando empresas estatais que aos olhos dos desavisados parecem ser empresas privadas.
As empresas estatais norte-americanas atuais que parecem ser privadas são (alguns exemplos):
SPACE-X (cujo "dono" Elo Musk é apenas um empregadinho)
Microsoft (onde Bill Gates também é outro empregadinho do governo americano)
...e muitas outras empresas.
Além do mais o governo norte-americano também se especializou em criar empresas estatais em que parecem ser empresas estrangeiras.
Do que você está falando? Você pode se perguntar.
Para dominar mercados em países estrangeiros, o governo norte-americano cria empresas estatais naquele países, mas que para não dar suspeitas, fingem ser empresas privadas estrangeiras.
Exemplos?
Em países como o Brasil o governo norte-americano se especializou em criar falsas empresas privadas brasileiras na área financeiras.
A XP Investimentos é uma empresas estatal norte-americana que aos olhos de todos parecem ser brasileira. Assim como Bill Gates da Microsoft e Elon Musk da Space-X, o "dono" da XP Investimentos (Guilherme Benchimol) é só um empregadinho da Matriz norte-americana.
Se for seguir a lógica do livre mercado que a XP diz seguir, eles já eram para ter fechado as portas há muito tempo. Por quê?
Porque a XP Investimentos errou na maioria das suas previsões sobre o momento econômico no Brasil pelo menos nos últimos 6 anos.
Por que eles não quebraram ainda? Não são bons naquilo que fazem!
Não fecharam as portas porque a empresa não é deles e muito menos brasileira.
Como a XP é norte-americana e recebe ordens da MATRIZ nos Estados Unidos, eles ainda estão na ativa.
Pergunte se Elon Musk, Bill Gates, Guilherme Benchimol de outras empresas estatais norte-americanas, com cara de empresas privadas, que supostamente tem donos, podem vender suas "empresas"?
Não. Eles não podem vendê-las. A não ser que a Matriz norte-americana permita a venda, que será comprada pelo próprio governo norte-americano.
Parece que a China aprendeu bem com os Estados Unidos e resolveu atuar da mesma forma...
Rio. 23.07.2020
ResponderExcluirPrezado Amigo Sr. Luis Dufaur:
Recebo seu excelente e estratégico blog pelo qual agradeço e o parabenizo. Ous sugerir que o mesmo seja tambem divulgado por canal do Youtube e por meio de grupos de Whatsapp. No formato atual fica dificil repassar a divulgação das informações cruciais registradas no seu blog. Fica portanto a sugestão de esse excepcional serviço de inteligencia seja ampliado urgentemente para outros canais adicionais, alem do atual. A SITUAÇÃO É MUITO GRAVE.
Saudações cordiais.
Sem querer aqui defender a China. Mas qual é a lição que a China dá-nos?
ResponderExcluirSe os nossos milicos não fossem um bando de entreguistas, mamateiros e patriotas de nação estrangeira, as FFAA brazucas poderiam ser líderes em inovação e tecnologia.