China multiplica agressões nas fronteiras

Os combates foram corpo-a-corpo e acabaram em mata-mata com armas brancas

Luis Dufaur

Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs

Tropas chinesas provenientes da região onde nasceu a pandemia invadiram território disputado com a Índia na região de Ladakh matando 20 soldados indianos.

A força empregada sugere que o exército comunista não teria tido sua capacidade de combate afetada pela Covid-19, noticiou a Gazetaweb.

Simultaneamente, a China mobilizou milhares de paraquedistas e veículos blindados para um treinamento próximo da fronteira em atrito.

Pequim pode especular que o mundo não se interessará pela violação do Direito Internacional, enquanto a pandemia segue fazendo estragos atraindo todas as atenções sobre o próprio país.

Os dois gigantes asiáticos têm 3.488 km de fronteira compartilhada, e a última crise havia ocorrido em 2017 no platô de Doklam.

A rivalidade se insere no contexto maior do embate entre China e os EUA. Os indianos se mostram amigos dos americanos, mas são grandes clientes de armas russas. O governo de Donald Trump vem se aproximando mais de Nova Déli.



As provocações militares chinesas em quase todas as suas imensas fronteiras, excetuadas a colaboração militar ativa e amiga com a Rússia, suscitaram a reativação do QUAD (abreviação inglesa para Diálogo de Segurança Quadrilateral), embrião de uma aliança militar que inclui Índia, Austrália, Japão e EUA e visa cercar estrategicamente a China.

Teste nuclear indiano batizado Pokhran-II há 20 anos

A disputa se espraia por toda a imensa região do Himalaia.

A China vem investindo pesadamente em infraestrutura no Paquistão, país muçulmano que é o maior rival dos indianos, com quem já disputou quatro guerras e diz dispor da bomba atômica.

Além da China, também a Índia diz possui-la. Isso torna nevrálgica para todo o planeta qualquer disputa na região.

Segundo fontes indianas reproduzidas pela agência France Press os combates teriam sido com armas brancas em violentas lutas corpo-a-corpo.

Após as violências, a China afirma ter retirado suas tropas da fronteira conflitiva.