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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Estocada final a Hong Kong

Manifestante pela liberdade preso em Hong
Manifestante pela liberdade preso em Hong
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







As liberdades relativas da ex-colônia britânica ficaram condenadas.

Foi a estocada final, marca o fim de Hong Kong como uma cidade livre concluiu “Le Monde” de Paris.

“É o fim de Hong Kong como o mundo o conhecia”, resumiu Joshua Wong, uma figura do movimento pela democracia.

A executiva-chefe local Carrie Lam, católica formada na teologia da libertação e admiradora do Papa Francisco, defende a imposição de Pequim.

A Lei de Segurança Nacional “certamente não é tão sombria quanto parece”, disse hipocritamente em conferência de imprensa.

E reconheceu que sua aplicação envolve violência: “as consequências de violar esta lei são muito graves” acrescentou.

Todo mundo estava vendo na rua os soldados comunistas esmagando os partidários da liberdade.



Em Hong Kong pânico de serem enviados ao interior da China continental e não voltarem mais ou com a saúde estragada
Em Hong Kong: pânico de serem enviados ao interior da China continental
e não voltarem mais ou com a saúde estragada
Os lojistas pró-democracia retiravam às pressas os slogans democráticos de suas vitrines e os candidatos à emigração já estavam na casa dos milhares, observou editorial do mesmo “Le Monde”.

É uma “trágica farsa” que institui uma justiça que abusa dos delitos da subversão ou de violação da ordem pública, em desrespeito grave à Constituição e dos direitos de defesa em nome da supremacia absoluta do Partido Comunista e dos valores principais componentes do “pensamento de Xi Jinping”, acrescentou mais um artigo do “Le Monde”.

O espetáculo-exibição intitulado “História do primeiro ano” no salão municipal de Yau Tong, um distrito semi-residencial de Hong Kong, foi proibido telefonicamente pelo Departamento do Interior porque suspeito de não afinar com o novo regime da lei opressiva, informou ainda o “Le Monde”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, encerrou o regime econômico preferencial concedido a Hong Kong e promulgou lei de sanções a Pequim pela repressão no território de Hong Kong.

“Hoje, eu assinei uma lei e um decreto para responsabilizar a China pela repressão do povo de Hong Kong”, disse numa coletiva de imprensa.

O Congresso americano aprovou por unanimidade a “Lei de Autonomia de Hong Kong”, que cria “ferramentas poderosas para responsabilizar indivíduos e entidades envolvidas na supressão das liberdades em Hong Kong”, sublinhou Trump.

Dissidente hongkongueses aguardam o pior se enviados ao interior
Dissidente hongkongueses aguardam o pior se enviados ao interior
A lei visa também a polícia de Hong Kong, penaliza os bancos que, através financiamento, contribuiriam para a erosão da autonomia de Hong Kong.

“Hong Kong será tratado como a China: sem privilégios especiais, sem tratamento econômico especial e sem exportação de tecnologias sensíveis”, acrescentou.

Trump considera que o controle de Pequim sobre Hong Kong marca o fim do poder econômico do território. Ele também previu uma hemorragia de cérebros de Hong Kong que partiriam para a emigração.

A União Europeia  restringiu a exportação de equipamentos de vigilância para o território.

Por sua parte, “New York Times” saiu de Hong Kong e mudou sua sede regional para Seul aduzindo a incerteza criada pela lei de segurança nacional imposta por Pequim.

Vários países se solidarizaram com os EUA banindo a gigante chinesa de telecomunicações Huawei da competência pelo 5G. Eles acusam a empresa de propriedade real do Exército Vermelho de espionar para Pequim.

Em represália, Pequim sancionou três parlamentares republicanos mais críticos do regime comunista: os senadores Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas) e o deputado Chris Smith (Nova Jersey).

Logo a seguir, em um passo incomum e grave, após acusar hackers chineses de tentarem roubar estudos sobre uma vacina para o novo coronavírus, Trump determinou o fechamento do consulado da China em Houston, no Texas, segundo noticiou o “Jornal de Brasília”. 

Outros consulados poderão ser fechados. Grande número de unidades de guerra aérea e naval americanas foram transferidas para as bases do Extremo Oriente.

A China vermelha é a que mais executa no mundo, quando não despedaça os dissidentes para lhes tirar os órgãos.
A China vermelha é a que mais executa no mundo,
quando não despedaça os dissidentes para lhes tirar os órgãos.
Em retaliação, a China fechou o consulado americano em Chengdu.

A Lei de Segurança Nacional cujo conteúdo foi mantido em sigilo até o último momento, cria quatro “crimes”: subversão, separatismo, terrorismo e conluio com forças externas, explica “Le Monde”, jornal socialista francês velho admirador do comunismo chinês.

Essa lei torna a justiça comunista continental competente para os crimes mais graves, cujas sentenças podem variar de dez anos de prisão a prisão perpétua.

Por exemplo o apoio à independência de Taiwan, Tibete e região de Xinjiang virou crime gravemente punível na antiga colônia britânica.

Um outro documento tira a polícia de Hong Kong do controle judicial. 

Os policiais podem realizar buscas alegando a segurança nacional sem terem sequer indícios. Poderá monitorar e excluir qualquer informação on-line se acha que há “motivos razoáveis” para acreditar que viola a referida lei.

A polícia pode intervir empresas da Internet e provedores de serviços, remover informações e pode apreender todos os seus equipamentos. Essas empresas devem fornecer registros de identificação e assistência na descriptografia de dados.

Cada vez mais fica evidente que o covid é manipulado com intenções ditatoriais
Cada vez mais fica evidente que o covid é manipulado com intenções ditatoriais
As organizações políticas internacionais devem fornecer ao chefe de polícia informações sobre suas atividades em Hong Kong - incluindo dados pessoais, fontes de receita e despesas.

A executiva-chefe Carrie Lam recebeu amplos poderes de vigilância, como o poder de interceptar comunicações.

Os ativistas pró-democracia brandiram ostensivamente folhas de papel branco ou recorreram a trocadilhos e slogans cujo som lembra os princípios banidos. A polícia prendeu oito manifestantes silenciosos com folhas brancas num shopping.

Os moradores apagam os vestígios computacionais de seu envolvimento nas manifestações pela democracia.

Facebook, Google e Twitter disseram que não responderão a pedidos de informações sobre seus usuários, enquanto o chinês Tiktok anunciou a suspensão de seu aplicativo em Hong Kong “à luz dos eventos recentes”.

As escolas devem remover o material educacional, incluindo livros, em caso de “conteúdo relacionado com os quatro tipos de ofensa definidos pela lei”.

Livros escritos por figuras do movimento pró-democracia estão desaparecendo das prateleiras das bibliotecas.

Ofensiva de hackers contra empresas americanas obedece a instruções de Pequim
Ofensiva de hackers contra empresas americanas obedece a instruções de Pequim
Vinte e sete países membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, condenaram a lei de Pequim porque temem que reprima toda oposição política. Mas Pequim dá de ombros às decisões da ONU onde está cheia de amigos e cúmplices.

Obcecado em “garantir” o sistema político e o partido, Xi Jinping considera que a guerra comercial e a ofensiva dos parlamentares americanos impedem que a China “ocupe um lugar central no cenário mundial”, comentou “Le Monde”.

O Covid-19 lhe foi ideal para proibir as religiões e opositores com as fronteiras fechadas. O vírus funcionou como uma bênção para o ditador chinês.

Hong Kong tinha o privilégio de ser a única cidade chinesa onde as liberdades individuais ficaram protegidas.

Proibido falar, hong konguesees protestam com folhas em branco.
Proibido falar, hongkonguesees protestam com folhas em branco.
Mas, “esta lei é feita para aterrorizar, intimidar, reduzir Hong Kong a nada, fazer dela uma cidade na qual não haverá mais dissidência, nem mais manifestações, nem mais oposição”, disse Claudia Mo, deputada do campo pró-democracia, ao Le Monde.

A nova lei até aniquilará, as liberdades civis e políticas de qualquer cidadão que discorde do sistema chinês.

“Basicamente, Pequim será capaz de prender qualquer pessoa, por qualquer crime, já que é ele quem tem o poder de afirmar o que você fez de errado e como está errado”, disse um grande advogado que, como a maioria das pessoas, só fala sob condição explícita de não ser citado, uma novidade nesta cidade.

Hong Kong agora está “continentalizada” com a presença habitual de temores e horrores que isso significa.


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