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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

China depreda a pesca mundial

Comandos sulcoreanos abordam pesqueiros chineses ilegais.
Comandos sul-coreanos abordam pesqueiros chineses ilegais.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O jornalista Ian Urbina do “The New York Times” acompanhou policiais marítimos da Gâmbia que em apenas uma semana prenderam 15 embarcações em plena pesca ilegal. Todas, exceto uma, vieram da China, segundo reproduziu o “Clarín” de Buenos Aires.

Meses depois partindo de Punta Arenas, Chile, os únicos navios que avistou foi uma dúzia de pesqueiros chineses tão enferrujados que mal pareciam em condições de navegar.

Num navio sul-coreano de pesca de lulas, em maio de 2019 viu quase duas dezenas de navios chineses entrando em águas norte-coreanas em flagrante violação das sanções das Nações Unidas.

Todos esses fazem parte da maior frota de barcos ilegais do mundo: 800 navios de arrasto chineses só no mar do Japão segundo a rede de TV NBC.

Em 2019, na sensível Reserva Marinha de Galápagos apareceram mais de 340 barcos chineses pescando ilegalmente, segundo a C4ADS, uma empresa especializada em investigação de conflitos.

Três anos antes, uma flotilha chinesa de tamanho semelhante incursionou nas mesmas águas e um barco foi detido com 300 toneladas de peixes capturados ilegalmente, que incluíam espécies ameaçadas de extinção.

Os subsídios governamentais chineses impulsionam entre 200.000 e 800.000 pesqueiros – alguns chegam à Argentina – que agem sem regras.

As manchas de luz no mar são de 'cidades' flutuantes de pesqueiros  chineses frente à Patagônia
Luzes no mar de  'cidades' flutuantes de pesqueiros  chineses frente à Patagônia.

Quando a Marinha dos EUA saiu das águas da África Ocidental e do Oriente Médio, a China fortaleceu sua presença pesqueira. 

No Mar do Sul da China e na Rota do Oceano Ártico Setentrional, Pequim se instalou em rotas marítimas vitais, com depósitos subaquáticos de petróleo e gás.

Poucos países se dispuseram a resistir quando os barcos de pesca da China entraram em suas águas exclusivas.

As reservas marinhas próximas do gigante asiático foram esgotadas devido à superexploração e seus navios se aventuram mais longe para encher suas redes.

O governo chinês diz ter 2.600 embarcações de pesca em águas distantes, o que torna sua frota três vezes maior que as outras quatro potencias pesqueiras somadas: Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Espanha.

Nas últimas duas décadas, o total de subsídios chineses à pesca foi de US 7,2 bilhões, explica Tabitha Grace Mallory, professora da Universidade de Washington especializada em política de pesca da China.

A maior parte desse dinheiro foi para subsídios “prejudiciais”, que incluem embarcações de segurança armadas e embarcações médicas que evitam ancorar.

Daniel Pauly, investigador principal do Projeto “Sea Around Us” (“O mar que nos cerca”) do Instituto de Oceanos e Pescarias da Universidade de British Columbia, explica que esses subsídios alimentaram tensões geopolíticas.

Diz Pauly: “Eles desempenham um papel importante no esgotamento dos estoques de peixes porque mantêm em operação navios que, de outra forma, seriam sucateados”.

90% da população de peixes comerciais rastreados pela Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas foi sobrepescada ou capturada e sua capacidade de se reconstituir de forma sustentável foi excedida. incluindo as 10 espécies comerciais mais importantes do mundo.

Os subsídios não só estão deixando os oceanos rapidamente sem peixes. Eles estimulam disputas territoriais e pesca ilegal.

“É como pagar ladrões para roubarem a casa do seu vizinho”, disse Peter Thomson, enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Oceano.

A China está na pior posição no mundo em pesca ilegal, de acordo com a consultoria de pesca e aquicultura Poseidon Aquatic Resource Management.

Pesqueiro pirata chinês Jing Yuan 626 capturado após invadir Zona Econômica Exclusiva argentina.
Pesqueiro pirata chinês Jing Yuan 626 capturado
após invadir Zona Econômica Exclusiva argentina.

Em 2016, Pequim lançou um plano para limitar as embarcações de pesca em águas distantes, mas não está claro se fez algo em direção a essa meta.

Em junho, as autoridades pesqueiras chinesas anunciaram que suspenderiam a colheita de lulas em certas águas da América do Sul de julho a novembro para permitir a reconstituição das populações de lulas. É a primeira vez que a China limita voluntariamente uma temporada de pesca.

A sobrepesca é devastadora, desestabiliza as relações entre os países e conduz a confrontos violentos.

Em 2016, a Guarda Costeira sul-coreana abriu fogo contra dois navios de pesca chineses. Um mês antes, pescadores chineses abalroaram e afundaram uma lancha sul-coreana.

Nesse mesmo ano, a Argentina afundou um navio chinês (versão chinesa) ou se afundou a si próprio para esconder sua atividade (versão argentina) alegando que pescava ilegalmente em suas águas. 

Indonésia, África do Sul e Filipinas tiveram confrontos recentes com frotas pesqueiras chinesas.

A frota chinesa é tão grande porque tem outras finalidades além da pesca. Segundo Greg Poling, esses barcos integram uma “milícia civil”: para intimidar e afastar barcos pesqueiros ou de segurança de outros países.

Mais de 200 desses barcos dessa milícia ocupam as águas ao redor das disputadas ilhas Spratly do Mar do Sul da China. Imagens de satélite mostram que esses barcos passam a maior parte do tempo ancorados sem pescar.

“Os pescadores chineses menores vão para Spratlys porque eles são pagos para isso”, diz Poling. A presença desses barcos gerou confrontos e deu à China um álibi para construir instalações militares em alguns dos recifes.

Pesqueiros 'piratas' chineses roubam mais de um bilhão de dólares anuais em águas argentinas.
Pesqueiros 'piratas' chineses roubam
mais de um bilhão de dólares anuais em águas argentinas.
Ao enviar um esquadrão de embarcações industriais para pescar em águas proibidas, a China desloca violentamente embarcações menores da Coreia do Norte liderando o declínio das populações de lulas antes abundantes.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse em comunicado à Rede NBC que tem “cumprido conscienciosamente” as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e “punido consistentemente” a pesca ilegal.

Os barcos de pesca chineses costumam ser agressivos com os concorrentes. Eu o vi, escreve o jornalista do “The New York Times”, de perto a bordo de um pesqueiro de lulas sul-coreano indo para a costa do Mar do Japão.

Pouco depois de escurecer no primeiro dia quase duas dúzias de navios entravam em águas norte-coreanas com bandeiras chinesas e nenhum com o transponder ativado

Filmamos, documentamos seus números de identificação e colocamos um drone no ar. Em resposta, um dos capitães dos navios chineses desviou em nossa direção em uma manobra de impacto. Quando ele se aproximou de nós a menos de 10 metros, viramos de repente para evitar a colisão.

Manobras provocativas análogas aconteceram no Atlântico Sul parecendo corresponder a uma estratégia do comunismo chinês em nível mundial.



Vídeo: Agressividade da frota ilegal chinesa provoca atritos, como estes na Patagônia CLIQUE NAS FOTOS






Um comentário:

  1. Elon Musk se deu mal? Ações da Tesla caem 21%. A farsa não se sustenta.

    https://www.youtube.com/watch?v=Dym6MNLWwf4

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