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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Invasão de Hong Kong
e paroxismo de perseguição religiosa

Igreja de Zhangmengtun 'decapitada ou «sinisizada'.
Igreja de Zhangmengtun 'decapitada ou «sinisizada'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em pleno surto de coronavírus, as administrações provinciais como as de Henan, Shanxi, Jiangxi e Shandong forçam os cristãos pobres a remover os símbolos religiosos de suas casas e a renunciar à fé em Deus para receberem bolsas.

Caso não se submetam perdem as bolsas mínimas de subsistência ou redução da pobreza. A intimidação se espalhou por todo o país, noticiou “Bitter Winter”.

Em junho, um funcionário do condado de Lin – norte do país – alertou repetidamente pelas redes sociais para remover todos os símbolos religiosos das casas.

O agente do Estado marxista pregou que a Cruz representa ensinamentos heterodoxos e que deve ser eliminada por ordem superior. Em seu lugar as famílias pobres devem instalar retratos de Xi Jinping.

Quem não obedecer deve responder criminalmente.

As bolsas contra a pobreza também serão cortadas se os residentes não se livram de livros e objetos religiosos.

Um morador de Lin disse a“Bitter Winter”: “Todas as famílias, sem exceção, devem exibir os retratos de Xi Jinping e tirar fotos ao lado deles”.

Um idoso de 84 anos, em cuja casa a Cruz foi substituída pela foto de Xi e reclamou, ouvindo como resposta: “O secretário municipal do Partido Comunista pediu jogar fora a Cruz e que daquele momento em diante eu deveria orar a Xi Jinping”.

Os cristãos pobres ficam constrangidos porque dependem do subsídio de subsistência. As pessoas devem seguir o Partido que lhes dá dinheiro, e não a Deus.

É patente que todas as tiradas do Papa Francisco pelos pobres e contra os opressores aqui não têm validez e nem são objeto de desaprovações vaticanas.

Um fiel que recebia assistência social para famílias de baixa renda, residente na cidade de Qiaoshe, foi forçado a obedecer para não ficar sem sustento.

E contou: “os funcionários disseram que, já que acredito em Deus, deveria pedir-Lhe que me alimentasse e não viver graças ao Partido Comunista. Já não me atrevo a ler a Bíblia à luz do sol e sou forçado a fazê-lo à noite porque temo que os benefícios sejam revogados”.

Horrorosa situação que não incomoda à Ostpolitik vaticana que anda de braços dados com os marxistas sem sensibilidade humana.
Um católico de 75 anos de Fuzhou, Jiangxi, que recebe o benefício mínimo de subsistência ouviu que “os veteranos devem seguir o Partido Comunista e quem desfruta dos benefícios mínimos de subsistência não pode acreditar em Deus”. Foi forçado a pendurar um retrato do ditador Xi Jinping em sua casa.

Em abril, autoridades do distrito de Guangfeng, Shangrao, Jiangxi, destruíram um calendário religioso encontrado na casa de um cristão e em seu lugar afixaram retratos de Mao Tsé Tung e Xi Jinping e um pôster dizendo “Seja grato ao Partido, obedeça e siga o Partido”.

Os déspotas que se empossaram de Hong Kong vetaram a oposicão democrática e adiaram um ano as eleições legislativas cujo resultado se previa desastroso para o comunismo.

O pretexto aduzido foi os riscos do coronavírus , segundo o “ABC” de Madri.

Esse está virando um alibi universal para as esquerdas 

Igreja da aldeia de Wangdangjia 'retificada' pelo regime comunista
Igreja da aldeia de Wangdangjia 'retificada' pelo regime comunista
Os acossadores arguiram a Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim. A lei também serviu para prender a Jimmy Lai, magnata da imprensa crítica a autoritário regime de Pequim.

O recém criado Departamento de Segurança Nacional prendeu a Lai e pelo menos seis de seus colaboradores, inclusive dois de seus filhos, por “colusão com forças estrangeiras, publicar mensagens sediciosas e conspirar para defraudar”, segundo atas do processo citadas pelo jornal “South China Morning Post”.

Mais de 200 agentes fizeram uma devassa nos escritórios da empresa que edita seu jornal, o Next Digital. A policia garante que a investigação visa o departamento financeiro e o administrativo, e não a redação nem os jornalistas que escrevem as notícias.

Com a prisão do filantropo católico Jimmy Lai o Partido Comunista Chinês quer mostrar que quem o critica acabará na prisão, escreveu o diretor de “Bitter Winter” Massimo Introvigne.

Em segundo lugar, que a mídia independente não será mais tolerada.

Terceiro, e mais grave é a mensagem enviada à Igreja Católica: não serão tolerados os objetores de consciência católicos da China continental – bispos, padres e leigos – que não aderem à Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC), controlada pelo Estado, embora sejam autorizados e até encorajados a fazê-lo pela Santa Sé.

O Vaticano em 2019 pediu que esses objetores de consciência sejam “respeitados”, fato que não está acontecendo, sendo eles perseguidos e presos e o Papa Francisco não se dando por informado.

As comunidades perseguidas são geralmente muito pobres mas podiam receber apoio, direto ou indireto, de Lai. Entre 2005 e 2011 o magnata doou cerca de 20 milhões de dólares de Hong Kong ao ex-bispo da cidade, o cardeal Joseph Zen Ze-kiun.

O dinheiro financiou os estudos dos padres chineses em Roma, as viagens do cardeal ao Vaticano e outras boas causas.

O dinheiro restante foi para a Igreja clandestina na China que recusa se submeter à Igreja Patriótica comunista. ao PCA.

É velha tática do Partido Comunista estrangular os dissidentes religiosos drenando seus recursos financeiros.

Hong-Kong languidesce sob dominio de Pequim
Hong-Kong enlanguesce sob domínio de Pequim
Agora a própria Igreja Católica de Hong Kong dirigida por novos bispos pro-comunista poderia aderir à Igreja Patriótica, da qual era independente até agora, concluiu Introvigne.

Quando a notícia de o padre Huang, da diocese de Mindong, foi torturado por não se filiar à Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC) chegou ao estrangeiro as autoridades chinesas entraram em pânico, escreveu “Bitter Winter” com informações do continente vermelho.

O iniquo Acordo de 2018 entre a Santa Sé e a China dever ser renovado em próxima data.

A polícia alega que o Pe. Huang “minou a unidade da Igreja Católica chinesa” por causa de “infiltrações de forças estrangeiras”.

O Ministério da Segurança Pública quer saber a todo custo que o informante seja identificado. Também exige que assine uma declaração negando que sofreu à tortura conhecida como “esgotamento de uma águia”.

Um padre católico, que pediu para permanecer anônimo, comentou: “O Acordo entre a Santa Sé e a China de 2018 irá expirar em breve e o PCCh teme que no curso das negociações para a renovação o Papa possa pedir explicações sobre o que aconteceu com o padre”.

O sacerdote acrescentou: “Esperamos que o Papa reconsidere a renovação do acordo. Esperamos que o Papa veja claramente a essência do PCCh e sua atitude em relação ao catolicismo. O regime tem o objetivo final da eliminação do catolicismo ”.

O Pe Huang e qualquer pessoa que o contatar são investigados. Também são monitorados os telefones celulares de religiosos e fiéis que sabem das torturas infligidas ao sacerdote.

Outros religiosos clandestinos querem revelar a intimidação contra padres católicos.

Um deles disse a “Bitter Winter”: “Os fatos relativos às perseguições devem ser divulgados no exterior. Desde a denúncia da tortura sofrida pelo padre Huang, o regime deixou de usar esse método para obrigar outros padres a aderirem à APCC, pelo menos por enquanto”.



Vídeo: viróloga chinesa denuncia fabrico premeditado do COVID. CLIQUE NA FOTO




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