Patrulheiro EUA USCGC Stone enviado ao Atlântico Sul |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os EUA ofereceram um navio guarda-costas de mais de 4.000 toneladas para patrulhar águas profundas no Atlântico Sul em cooperação com o Brasil, a Argentina, a Guiana e o Portugal, informou o “Clarín”.
Trata-se do navio patrulha USCGC Stone (Cortador da Guarda Costeira dos Estados Unidos) que chegou ao Rio de Janeiro em 18 de janeiro para exercícios conjuntos com a Marinha nacional.
Depois prossegue para o porto de Mar del Plata para uma recepção meramente protocolar posto que os exercícios combinados com o governo Macri foram suspensos pela atual administração esquerdista argentina.
Agora com Joseph Biden em Washington e Alberto Fernández na Casa Rosada, o ponteiro ideológico se inverteu para a esquerda no país vizinho.
A grande beneficiada no caso foi a China e os grandes prejudicados são os países sul-americanos que estão tendo seus recursos pesqueiros continua e ilegalmente depredados.
A presença do USCGC Stone era inusitada, mas foi provocada pela presença de frotas pesqueiras “piratas” chinesas.
Continua em pé a necessidade de intimidar as atividades ilícitas chinesas e principalmente a pesca ilegal, que se tornou um dos principais flagelos nas águas do planeta.
Pesqueiro pirata chinês Jing Yuan 626 capturado após invadir Zona Econômica Exclusiva argentina. |
A pesca em alta mar é livre. Mas, na orla das áreas mais ricas em peixes, nas águas internacionais junto à “milha 200” que é a fronteira legal para pescar sem licença, se instalam frotas de centenas de pesqueiros chineses que fotografados dos satélites parecem cidades fantasmas, na realidade flutuantes.
Quando os navios-patrulha nacionais se afastam em seu percurso de vigilância costumeira ao longo da “milha 200”, os chineses invadem as áreas exclusivas nacionais e pescam ilegalmente.
O USCGC Stone viria patrulhar não as águas soberanas, mas o alto mar que serve de “refúgio” a essas frotas de procedimento fraudulento.
O Instituto Naval dos Estados Unidos havia explicado a chegada do USCGC Stone na área dizendo:
“Embora muita atenção tenha sido dada ao Pacífico, onde as autoridades americanas acham que a expansão das frotas de pesca e patrulha da China desafiam o direito internacional e ameaçam a segurança econômica e a soberania das nações, há preocupações semelhantes sobre os recursos do Atlântico Sul.
“A crescente preocupação com as atividades ilegais na pesca ao largo da América do Sul, prossegue a carta, incluindo avistamentos de mais barcos de pesca chineses e asiáticos, levou a Argentina a comprar novos navios de patrulha offshore para sua guarda costeira”.
Argentina encomendou patrulheiros de última geração e já prendeu 'piratas' chineses
A Argentina manteve a cooperação em segurança com os EUA até que se materializou a ascensão de Joseph Biden, velho amigo dos ditadores de Pequim, da teologia da libertação e das esquerdas latinoamericanas.
Em Buenos Aires se estima que durante 2019 os chineses teriam roubado o equivalente a 1,4 bilhões de dólares em peixe pescado na Zona Econômica Exclusiva argentina. Com a nova orientação das Casas Branca e Rosada tal vez projetam roubar mais.
Em anos recentes foram presos vários pesqueiros ilegais em episódios até violentos que incluíram um discutido afundamento de um suspeito barco chinês em águas argentinas.
Cidades flutuantes de pesqueiros encostam em limites territoriais aguardando o momento de dar o golpe |
O USCGC Stone pertence à classe Legend, é servido por 120 tripulantes e é várias vezes superior em tonelagem e recursos aos patrulheiros de alto mar sul-americanos mais modernos, podendo desempenhar tarefas inacessíveis a nossas frotas.
Ele devia navegar além das 200 milhas da Zona Econômica Exclusiva durante “vários meses no Atlântico Sul para combater a pesca ilegal, não regulamentada e não declarada, ao mesmo tempo que fortalece as relações de soberania marítima e segurança em toda a região”, disse um comunicado de imprensa da Guarda Costeira.
A preocupação, porém, ia além da pirataria pesqueira.
Agora o expansionismo chinês recebeu um sinal verde para suas intenções declaradas legais e ilegais, as suspeitas e ... as ocultas!
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