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terça-feira, 9 de março de 2021

É tirania despótica,
mas os amigos de Xi veem liderança

É tirania despótica, mas os amigos de Xi veem liderança
É tirania despótica, mas os amigos de Xi veem liderança
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A obsessão pelo controle das ideias, do tamanho das famílias, da fidelidade ao Partido, das religiões, etc., é devoradora na China. E Xi Jinping é seu mais recente e radical executor, disputando a macabra herança de Mao Tsé Tung.

As esquerdas ocidentais, que clamam pelos direitos humanos, pelos direitos das minorias, das mulheres, da cultura, etc. etc. foram e seguem sendo insensíveis aos crimes de massa do comunismo chinês.

Em maio de 68, nas ruas de Paris durante a revolta da Sorbonne, ou no campus de Berkeley, na California, o nome de Mao compunha alguns dos slogans mais cantados pelos militantes do sexo livre, da droga e da anarquia.

Marx, Mao, Marcuse e McLuhan compunham as “4Ms” do anti-establishment. Charles Manson com seus crimes abjetos completava por fora o leque das “Ms”.

Há matéria para um livro reconstruindo esta história dos demolidores da humanidade.

Nas últimas décadas o presidente americano Bill Clinton escreveu algumas das mais danosas páginas desse Thriller. Com um sorriso lunar, se mostrou esperançoso de que a internet facilitaria a abertura política no império ditatorial pequinês.

Com uma ingenuidade indigna de sua posição Clinton defendeu que seria impossível o comunismo chines controlar a internet em seu país. Seria como querer colar uma gelatina na parede, afirmou.

Hoje a “Muralha de fogo” chinesa internou a população chinesa num imenso campo de concentração digital.

A pandemia forneceu a ocasião para levar a tirania ao paroxismo e justificar todos os excessos. E não só na China. A pandemia está sendo a luva digital na mão de ferro que visa estrangular o mundo todo, como um dia Mao Tsé Tung mandou a seus seguidores.

As igrejas devastadas não são exceção sob a 'liderança admirável' de Xi
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E Xi Jinping está passando essa mão com cautela, mas decisão envolvendo o pescoço informático da ordem humana.

Quiçá, como alguns pleiteiam, no futuro os historiadores elogiarão o golpe da disseminação da Covid-19 do “genial continuador de Mao Tsé Tung”.

A máquina de controle está sendo a grande favorecida pela pandemia.

O controle da imensa massa humana chinesa parece quase total e para lá rumam em velocidades diversas os regimes ocidentais. Um pouco por toda parte a propósito de sanidade asfixiam as religiões com o beneplácito de pontífices e bispos.

Nem falemos das economias cada vez mais alquebradas do mundo ocidental, da invasão cada vez mais firme do Estado na vida dos cidadãos nem dos partidos que trocam sorrisos com Pequim que emerge como nova primeira potência.

A recessão global ganhou um vigor e uma devoradora aparência de legitimidade nas circunstâncias atuais.

Em 2017, Xi Jinping ordenou que as estatais chinesas fossem “mais fortes, melhores e maiores”. O generoso propósito genérico escondia o que vinha: as células do partido coparam as empresas que tiveram uma janela de liberdade após a já remota viagem aperturista de Richard Nixon.

Os sovietes chineses pularam no governo das empresas privadas: dois anos depois aumentaram em 35,6% em relação a 2012, segundo a consultoria MacroPolo.

O empresário Jack Ma, um dos homens mais ricos do mundo, que havia aproveitado as franjas de liberdade econômica das décadas de crescimento para erigir Alibaba – um conglomerado de tecnologia multinacional — caiu na antipatia de Xi.

Ele é membro do Partido Comunista da China, condição indispensável para poder existir. Mas falou demais e criticou a asfixia regulatória do país.

Minorias étnicas oprimidas como os uigures são reprimidas com violência
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Foi declarado ameaça ao poder do Partido Comunista e de Xi, ficou “desaparecido”, suas empresas sofreram intervenção e ele perdeu grande parte de sua fortuna e caiu do pódio da riqueza suprema.

Mistério chinês: na crise sanitária que o país exportou ao mundo, a economia socialista se saiu espetacularmente bem, se Pequim não mente.

O PIB mundial caiu enquanto que o chinês cresceu. O comércio planetário encolheu enquanto as exportações chinesas se expandiram. Os investimentos internacionais despencaram, mas o fluxo para a China aumentou.

A ditadura policialesca saiu fortalecida, o controle sobre as pessoas foi multiplicado com risco de insatisfação popular e instabilidade.

Secretamente, o Partido Comunista Chinês comemora a vitória de uma grande manobra.

Em 2019, a Qiushi, revista do Partido Comunista Chinês, publicou um discurso secreto de Xi com a doutrina fundamental de seu autoritarismo: “sempre que grandes potências colapsaram ou decaíram, a causa foi a perda de autoridade central”.

Leia-se: vem mais ditadura.

Xi Jinping, ditador da China entrega a Putin, ditador da Rússia, a 'comenda de amizade'.
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Seu exemplo é uma tentação para as democracias até agora liberais e Biden disparou dezenas de decretos e normas administrativas para pulverizar os logros da administração Trump agindo bem no estilo despótico de seu amigo maoísta.

Sim, o grande amigo da China, sentado no salão oval, parece plagiar o estilo do dono do Palacio Secreto de Pequim: os fins justificam os meios. E os fins são inconfessáveis.

O mundo chama de autoritarismo o que Xi acha que é liderança, como escreveu com propriedade a professora da Universidade de Negócios Internacionais de Pequim Tatiana Prazeres na “Folha de S.Paulo”.

Recebendo esse olhar admirativo do mundo, em verdade de alguns cúmplices, Xi pode sonhar com o controle global sobre países deprimidos, sobre tudo agora que tem um amigo em Washington.

E mais outro no Vaticano. Francisco faz as vistas grossas quando Xi atropela alegre e criminosamente as promessas de um acordo secreto que, sem dizê-lo, desde o início violava os direitos da Igreja.


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