O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Nicarágua: calvário de um povo entregue ao comunismo como a China quer

Ex-guerrilheiro sempre marxista e mulher entregue à bruxaria causaram milhares de mortes durante o COVID
Ex-guerrilheiro sempre marxista e mulher entregue à bruxaria
causaram milhares de mortes durante o COVID
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





continuação do post anterior: Nicarágua ‘chinesa’ revela planos de Pequim


Repressão a médicos


Entre o primeiro projeto falido e a atual tentativa de construir o Canal da Nicarágua, a ditadura radicalizou a repressão exercendo um comando de terror sobre os médicos que lutavam contra o coronavírus, citou “La Nación” de Buenos Aires.

O sandinismo encheu os hospitais públicos com fotos dos “heróis e mártires” guerrilheiros, de Ortega e de sua mulher Rosario Murillo, consagrada à bruxaria.

O regime proibiu medidas anti-epidêmicas e contou apenas 83 mortes, quando o Observatório Cidadão, de médicos independentes, registrava 2.087 óbitos.

Em “enterros express”, a polícia sumia com os corpos. Os médicos não podiam usar equipamentos de proteção pessoal “para não alarmar'' os doentes.

Dezenas de especialistas foram demitidos por criticar esses erros.

As expulsões obedeciam a “ordens de cima”, ditadas pelo sindicalista presidente do Parlamento cognominado “doutor morteiro”, pelo uso de bombas artesanais.

Os jornalistas que iam aos centros de saúde eram presos, e os opositores feridos pela polícia não eram atendidos.

A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) contabilizou 328 mortos e mais de 2000 feridos a esse título.

De 800 funcionários do hospital Bertha Calderón, por volta de 250 foram mandados de volta para suas casas com sintomas de coronavírus, como repressão e vingança.

Nenhum deles foi julgado doente e as mortes foram atribuídas à “pneumonia atípica, infarto ou parada respiratória”.

A Nicarágua virou um portal de entrada na América Latina do terrorismo internacional.

Mohsen Rezai, iraniano procurado pela Interpol e envolvido no atentado terrorista contra a associação de saúde judaica AMIA em Buenos Aires, assistiu a mais de uma posse presidencial de Ortega.

Em Manágua, ele se confraternizou com o presidente argentino e os ditadores de Cuba e Venezuela, noticiou La Nación.

Até o clero sandinista ficou horrorizado


Dom Rolando José Álvarez Lagos foi preso em 2022
Dom Rolando José Álvarez Lagos foi preso em 2022
Infelizmente, a hierarquia eclesiástica e o clero local cooperaram com a revolução comuno-sandinista.

No Brasil, houve no Instituto Paulo VI, da Arquidiocese de São Paulo, uma “Noite Sandinista”, na qual o bispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, vestiu o uniforme de guerrilheiro sandinista como “sacramento de libertação”, dizendo: “Eu me sinto, vestido de guerrilheiro, como me poderia sentir paramentado de padre”.

A hierarquia eclesiástica foi o motor da Teologia da Libertação e das revoluções que esta promoveu na América Latina e, como é bem conhecido, está na raiz do PT brasileiro (Catolicismo, jul-ago/1980).

Leigos católicos integraram o primeiro gabinete guerrilheiro nicaraguense juntamente com quatro sacerdotes: o ex-ministro das Relações Exteriores Miguel D'Escoto (1979-1990), o ministro da Previdência Social, Pe. Edgard Parrales (1980-1982), o Pe. Ernesto Cardenal (1979-1982), ministro da Cultura (1987), e seu irmão, Pe. Fernando Cardenal, ministro da Educação (1984-1990).

Porém, quando o governo de Ortega foi desvendando seu cruel rosto comunista, a posição dos bispos nicaraguenses mudou parcialmente.

O arcebispo de Manágua, Cardeal Miguel Obando y Bravo (1926-2018), criticado por sua inércia cúmplice, passou a comparar o regime a uma “cobra venenosa e traiçoeira”.

Perseguição declarada à Igreja


Dezenas de religiosas foram expulsas da Nicarágua
Dezenas de religiosas foram expulsas da Nicarágua
Em agosto de 2022, após duas semanas de cerco à sede episcopal, por ordem do governo Ortega, os sandinistas invadiram a cúria de Matagalpa e sequestraram o bispo Dom Rolando José Álvarez e mais sete dos seus oito colaboradores, conforme publicado por La Nación.

Em março de 2021, Ortega expulsou o núncio apostólico Waldemar Sommertag, pondo fim a um vínculo diplomático de 115 anos.

E em 21 de setembro do mesmo ano, o país desistiu de ter embaixador ante a Santa Sé.

Duas universidades ligadas à Igreja foram fechadas e terão que entregar ao governo todas as informações sobre alunos, professores, planos de estudos, matrículas e habilitações, informou O Estado de S. Paulo (12-3-2023).

Logo depois da Semana Santa a tirania mandou para o exílio as religiosas dominicanas que cuidavam de um asilo de anciãos, além de confiscar o mosteiro das irmãs trapistas de São Pedro de Lóvago.

Em julho foi a vez das Missionárias da Caridade, acusadas de atividades “terroristas”, noticiou Infocatólica.

Em julho a polícia da ditadura sequestrou quatro freiras brasileiras da congregação Irmãs dos Pobres de Jesus Cristo, na cidade de León. Elas foram expulsas da Nicarágua.

A congregação estava no país há sete anos, atuando junto aos pobres mediante a distribuição de alimentos e rezando com eles.

Oficialmente 40 freiras e 44 religiosos foram expulsos pelo governo Ortega nos últimos cinco anos, mas o número real é muito maior, informou o site Aleteia.

Padre enfrenta policiais que impediam celebração de missa
Padre enfrenta policiais que impediam celebração de missa

Dezenas de estações de rádio e televisão católicas e mais de mil organizações não-governamentais foram fechadas, igrejas profanadas com bombas incendiárias, padres presos e os paroquianos proibidos de entrar na igreja de Ciudad Darío, também no município de Matagalpa.

Cabe mencionar que o regime comunista de Ortega — misturado com bruxaria praticada por sua mulher, Rosario Murillo, elevada a “copresidente” — ainda tem bispos identificados com eles, como o diocesano de León, Dom René Sandino, que instalou a insígnia da Frente Sandinista na catedral.

A diocese de Matagalpa foi indiciada sem nenhuma prova por “organizar grupos violentos” e incitar o “ódio” para “desestabilizar o Estado”.

O ditador acusou os bispos de “conspiradores golpistas” por apoiarem os protestos da oposição que pediram sua renúncia em 2018, e em cerimônia pública em 28-9-2022, deblaterou: “Tudo se impõe na Igreja Católica, é uma ditadura perfeita”.

Cenas evocaram os tempos dos sovietes
Cenas evocaram os tempos dos sovietes
Em Matagalpa, Monsenhor Oscar Escoto, depois de 14 dias sequestrado e preso juntamente com os padres que o acompanhavam na prisão, não recebiam comida, remédios, roupas ou material de higiene, noticiou Infocatólica.

O cardeal nicaraguense Leopoldo Brenes abençoou nove imagens de Nossa Senhora de Fátima para todas as dioceses do país.

Mas o governo proibiu a diocese de Matagalpa de recebê-la, e centenas de fiéis que se dirigiam à catedral para venerá-la foram enviados de volta para suas casas.

Ortega mandou tratar a Igreja Católica como inimiga do Estado, conforme informa o site da Unisinos,13 que apesar de ser a central da Teologia da Libertação no Brasil, viu-se obrigado a informar sobre os crimes anticatólicos de seus ex-companheiros de viagem.




quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nicarágua ‘chinesa’ revela planos de Pequim

Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Há duas décadas, Lula estendeu o abraço a Pequim, que prometeu muito dinheiro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Ao cobiçar a América Latina para seu comércio, a China seduz os governos esquerdistas para manter o velho sistema comunista. No momento, a Nicarágua é um paradigma.

Pelo menos desde o ano 2000 a China tenta sujeitar a América Latina multiplicando mais de 20 vezes o seu comércio com a vasta e estratégica região.

Simultaneamente forja um vínculo estratégico com os governos que adotam o “comunismo rosa”, uma mera reciclagem do velho comunismo.

Lula e Chávez criaram em 2011 a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para afastar os EUA e o Canadá do convívio com os países latino-americanos.

E no 1º Fórum China-CELAC, realizado em Pequim, o ditador maoísta Xi Jinping prometeu investir 250 bilhões de dólares ao longo de uma década.

Em troca, os países presentes omitiriam qualquer menção às violações dos direitos humanos e da democracia, observou El País, falando do nascimento de uma ‘chino-américa’.

Neste ano de 2023, o ministro da economia da Argentina, Sergio Massa, comemorou em Pequim os suspeitos empréstimos recebidos dos chineses, dizendo: “Nós deveríamos nos chamar Argenchina”.2

Pequim comprou parte da dívida externa da Costa Rica e instalou o Instituto Confúcio, fechado nos EUA por espionagem e proselitismo marxista.

Fez um estádio de mais de 100 milhões de dólares — jamais sonhado pela Costa Rica —, mas só depois de o país romper seus laços diplomáticos com Taiwan...

‘Chino-américa’


'Nós deveriamos llamar nos chamar', dsse o  ministro de Economia argentino e candidato presidencial, Sergio Massa
'Nós deveríamos nos chamar Argenchina', disse o  ministro de Economia argentino
e candidato presidencial, Sergio Massa, vendendo seu país
Em novembro de 2014, o Brasil e o Peru puseram-se de acordo para fazer uma conexão entre o Atlântico e o Pacífico com financiamento chinês.

Nesse mesmo ano, Pequim fechou 20 acordos com a Argentina em troca da cessão, durante 50 anos, de um território alheio à soberania argentina onde funciona hoje uma estação espacial que segundo o consenso tem uso militar e na qual os argentinos não podem entrar.

A China promete colossais investimentos enriquecedores mas na realidade submete e afunda as economias que “beneficia”.

Exemplo típico é o Brasil que, segundo recente estudo da FIESP, numa década perdeu o 11% de suas exportações à América do Sul (R$ 52 bilhões), arrebatadas por produtos chineses, aliás baratinhos e de má qualidade como sempre.

A Universidade Cornell mostrou que a América Latina fornece apoio à política exterior chinesa nas Nações Unidas.

Acontece que, para Pequim, Colombo não descobriu a América em 1492, mas sim Zheng He, um almirante chinês muçulmano eunuco, em 1421. Agora a China procura reparação por essa “ignorância” histórica (cfr. El Mundo).

Canal chinês para superar o do Panamá?


A China tenta realizar o projeto faraônico de um canal transoceânico através da Nicarágua que supere o canal do Panamá.

O Grande Canal da Nicarágua, ou Lago Cocibolca, prenuncia um outro canal que cortaria pelo meio a região amazônica e tornaria a China uma virtual dominadora da região a pretexto de estender a Nova Rota da Seda (em inglês: Belt and Road Initiative), projeto trilionário que realiza o sonho de Mao Tsé-tung da hegemonia mundial chinesa.

O projeto do Canal da Nicarágua é elucidativo. O lago homônimo contém a maior massa de água doce da América Central e ficaria nas mãos de um consórcio chinês que o transformaria em um canal para cargueiros de grande calado.

Plano chinês do Canal de Nicaragua revoltou a população que viu entrada do comunismo
Plano chinês do Canal de Nicarágua revoltou a população que viu entrada do comunismo
O acordo original assinado pela ditadura sandinista de Daniel Ortega com o Grupo HKND foi anunciado em 2013, no aniversário do nascimento do líder guerrilheiro Sandino.

Segundo Ortega, passariam navios tão grandes “que não poderão fazê-lo pelo canal de Panamá”.

O chinês Wang Jing — que a imprensa nicaraguense, quando havia liberdade, chamava de “o fantasma” — recebeu a concessão da obra durante 100 anos.

A largura do canal seria de 230-520 metros e a profundidade variaria entre 27,6 e 30 metros ao longo de 105 quilômetros do lago.

A profundidade média de 14 metros exigiria remover 310 milhões de metros cúbicos de rocha e outros 65 de lodo, quando o Canal do Panamá movimentou apenas 41 milhões.

Jaime Incer Barquero, presidente da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Sustentável, estimou que requereria uma dragagem gigantesca, sendo “difícil pensar em qualquer tipo de vida de água doce que possa sobreviver nessas condições”.

A grande maioria dos camponeses e pescadores vizinhos do futuro canal foi contra o projeto.

“Quando os chineses vierem, vamos recebê-los com facões. Eles estão começando a expropriar propriedades. Eles oferecem um preço catastrófico. Não sai nada na imprensa porque está comprada”.

Até o ex-padre, ex-guerrilheiro e ex-ministro da Cultura sandinista Ernesto Cardenal criticou: “Querem roubar o país”.

Os protestos foram reprimidos com violência inaudita, matando entre 325 e 560 populares, deixando centenas de desaparecidos, milhares de feridos e dezenas de milhares de exilados.

A pena máxima na Nicarágua é de 30 anos, mas os líderes camponeses foram condenados a mais de 200 anos de prisão, segundo a BBC News.

Em 2018, o projeto inicial foi declarado oficialmente cancelado. Mas a atual onda do “comunismo rosa” está fazendo uma nova tentativa.




quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Repressão chinesa equipara Bíblia e pornografia

Polícia vasculha livrarias procurando textos bíblicos ou pornografia
Polícia vasculha livrarias procurando textos bíblicos ou pornografia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O regime comunista chinês requinta em maldade na hora de perseguir a religião católica.

A polícia da cidade de Xinyang, na província de Henan, no centro do país fez numerosas devassas nas livrarias arguindo que estavam combatendo a “pornografia e a obscenidade” além do “xie jiao” [termo que indica 'ensinamentos heterodoxos' proibidos pelo governo socialista, e sumariamente equiparados a ‘culto’], noticiou “Bittter Winter”, com dados mandados por habitantes da própria China.

As torpes suspeitas e acusações visavam com especial sanha as Escrituras, os livros católicos, e cristãos em geral.

Os ensinamentos dos livros de religião, aliás sempre qualificada de “ilegal e de superstição”, são os principais conteúdos que as agências governamentais devem procurar e confiscar na China.

Em junho [2023], oficiais e policiais do Escritório de Vigilância dos Mercados vasculharam as livrarias do condado de Shangcheng, Henan, revirando prateleiras e livros, aduzindo que procuravam pornografia e publicações religiosas ou “supersticiosas” não autorizadas.

Livraria devassada com intenções persecutórias anticristãs
Livraria devassada com intenções persecutórias anticristãs
As livrarias perto de escolas e faculdades foram particularmente visadas. Mas os agentes não encontraram muito, e para justificar seus atropelos alegaram procurar livros de “terror” que também são considerados “imorais”.

Os católicos locais sabem que o governo desenvolve uma política que coloca livros religiosos não autorizados (leia-se que não fazem propaganda do socialismo) e pornografia na mesma categoria, e os cristãos ficam ofendidos por essa difamação.

Essa política virou comum na China, malgrado a aproximação que a diplomacia do Vaticano tenta fazer com o governo socialista chinês.

Imprimir e distribuir a Bíblia e quaisquer outros textos religiosos não autorizados é um “crime” punido com as mesmas penalidades da produção e venda de pornografia.



Torre de Babel de dívidas impagáveis esmaga pobres

Prédios inconclusos em Chengdu, corrupção e má qualidade são algumas causas da dívida interna recorde mundial
Prédios inconclusos em Chengdu: corrupção e má qualidade
são algumas causas da dívida interna recorde mundial
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A economia da China, que emprestou quase US$ 1 trilhão para cerca de 150 países se assemelha a uma Torre de Babel, não feita de tijolos, mas de baralho, porque elevou suas vertiginosas dívidas em dinheiro e títulos para agora bater o recorde planetário.

Segundo o “The New York Times” a contabilidade de Pequim é uma bomba de dívidas. Especialmente as contraídas em casa: trilhões de dólares devidos pelos governos locais – sem incluir as dívidas de seus afiliados – e pelas incorporações imobiliárias.

O sintoma que denuncia essa bolha é que Pequim não quer cancelar grandes dívidas contraídas por países pobres.

A “generosidade” dos investimentos e empréstimos chineses obedece a um plano de conquista mundial não confessado. Mas envolvem números que são de virar a cabeça sobretudo dos países menos desenvolvidos ou pobres: de ali sua expansão.

Quando a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, visitou recentemente Pequim, não conseguiu que a China coopere em afrouxar o enforcamento por dívidas dos países de baixa renda.

O sistema bancário controlado pelo Estado chinês não aceita perdas por empréstimos estrangeiros porque está tendo perdas muito maiores em empréstimos dentro da China.

A 'dívida oculta' de Pequim atingiria US$ 10 trilhões segundo The Economic Times
A 'dívida oculta' de Pequim atingiria US$ 10 trilhões segundo The Economic Times
Esses são imensos, mas é difícil conhecer exatamente seu montante porque o dirigismo socialista chinês dissimula os dados.

Pesquisadores do banco JPMorgan Chase calcularam em junho de 2023 que a dívida total dentro da China (incluindo famílias, empresas e governo) havia atingido 282% do produto interno bruto (PIB) anual do país.

Volume que falando em números vermelhos punha o regime comunista acima das economias do mundo todo.

O notável é a velocidade com que essa dívida se acumula em relação ao tamanho da economia. O forte aumento da dívida da China quase triplica seu PIB e é cada vez mais difícil de controlar.

Os empréstimos chineses a países em desenvolvimento encandilam os mais pobres, mas é pequeno em relação à dívida doméstica. Ainda assim, a China reluta em flexibilizar o tratamento dos inadimplentes.

Nas redes sociais chinesas, viralizam periodicamente as reclamações de que os bancos deveriam ter emprestado o dinheiro a famílias e regiões pobres em casa, não no exterior.

O setor imobiliário é o mais afetado. Várias dezenas de incorporadoras tomaram dinheiro de estrangeiros e deram calote porque estavam tentando pagar dívidas muito maiores dentro da China.

Chineses protestam contra inademplencia dos bancos menores
Chineses protestam contra inadimplência dos bancos menores
Muitas cidades e províncias se jogaram a contratar irrefletidamente empréstimos gigantes para cumprir o plano quinquenal, tranquilizar os chefes de Pequim e seduzir a população local.

Depois usaram o dinheiro para cobrir despesas, pagar bolsas, construir estradas, pontes, parques públicos e outras infraestruturas para contentar a população.

Os governos locais também coletavam dinheiro arrendando terrenos estatais para construtoras. Mas essas estão falindo e derrubando a receita dos governos locais. As afiliadas locais de financiamento ‘compraram’ até terra, que só pertence ao governo, mas não podem mais pagar.

E a dívida se acumula. A Fitch Ratings, agência de classificação de crédito, estimou que os governos locais amassaram dívidas equivalentes a cerca de 30% da produção econômica anual da China.

Os funcionários socialistas passaram da conta contraindo dívidas que não geram retornos suficientes. Agora não podem cumprir com seus credores, maioritariamente populares que com ingentes esforços tentam comprar uma moradia, que em muitos casos ficou inconclusa.

Num efeito dominó tampouco são atendidos os serviços públicos, de saúde ou aposentadorias.

O governo central marxista concedeu imensos créditos a países de baixa renda, pensados como instrumento de conquista. Agora, muitos desses países, como Sri Lanka, Paquistão e Suriname, estão agoniados pelas dificuldades para devolver.

Pagar dívida impagável a China gera miséria e revoltas no Sri Lanka
Pagar dívida impagável a China gera miséria e revoltas no Sri Lanka
Se não for feito um esforço de bom senso para reduzir essas dívidas, muitos governos mais pobres do mundo desviarão pesadamente dinheiro indispensável para escolas, clínicas e outros serviços.

Bradley Parks, diretor executivo da AidData na William & Mary, uma universidade em Williamsburg, Virgínia, disse:

“Os maiores perdedores acabarão sendo as pessoas comuns do mundo em desenvolvimento para as quais são negados serviços públicos básicos, porque seus governos estão sobrecarregados com dívidas insustentáveis”.

É assim que os amos comunistas de Pequim nos prometem fabulosos empréstimos e investimentos: para nos passar a corda no pescoço e nos enforcar.


Mas lá dentro, o castelo de baralho ameaça desabar. E subiu mais alto que a Torre de Babel!


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (2)

Avião russo no aeroporto do El Calafate
Avião russo no aeroporto do El Calafate
Luis Dufaur
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continuação do post anterior: Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (1)


Intrigantes viagens russas


Enquanto Lavrov girava pelo Brasil e pela Venezuela, causou estranheza a aterrissagem em El Calafate, Santa Cruz (Argentina), procedente de Moscou com escala em São Paulo, de um avião russo que conseguiu driblar controles internacionais.

El Calafate é a localidade patagônica preferida pela vice-presidente Cristina Kirchner para seus negócios ilegais.

Foi apresentado um pedido de investigação sobre esse avião na Câmara de Deputados argentina, obviamente desatendido pelo governo (cfr. Clarín).

Só se soube que nele chegou o magnata Andrey Kostin, conhecido como “o banqueiro de Putin”, financista da invasão à Ucrânia, acompanhado por Alexander Katunin, outro longa manus de Putin, noticiou o Clarín.

Os três envolvidos — Kostin, Katunin e Kirchner — foram apelidados de “tríplice K”.

Nesses mesmos dias a Justiça americana ordenou o confisco de um Jumbo 747 retido há um ano no aeroporto Internacional de Buenos Aires.

Ele chegou pilotado por um ex-chefe do terrorismo iraniano com cumplicidades nacionalistas-chavistas, suspeito de participar de atentados contra alvos judeus na capital argentina que fizeram mais de uma centena de mortos (Cfr. Clarín).

Papa Francisco tenta envolver o Brasil


Putin e Papa Francisco gostariam envolver Lula de seu lado no conflito bélico da Ucrânia
Putin e Papa Francisco gostariam envolver Lula de seu lado no conflito bélico da Ucrânia
Desde o início da guerra, apesar da divulgação das crueldades inenarráveis perpetradas pelas tropas russas contra idosos, mulheres e crianças ucranianos, o Papa Francisco vinha manifestando sorrateira simpatia pelo déspota do Kremlin, mas nos últimos meses moderou essa sua simpatia pelo putinismo.

Tudo passou a correr como se o Pontífice depositasse em Lula a esperança de uma mediação favorável ao ditador russo que ele próprio não conseguiu.

A tentativa chegou a parecer iminente no anúncio da visita de Lula ao Papa, mas ficou frustrada.

Por iniciativa do governo brasileiro Putin conversou com Lula, e disse não compartilhar os termos do diálogo proposto. Ele o teria convidado para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, mas Lula disse ter recusado, reafirmando seu posicionamento ao lado da China, Índia e Indonésia “pela paz”, informou O Tempo de Brasília.

Nesses mesmos dias, agentes russos ocuparam a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, violando compromissos e despertando o temor de uma sabotagem que provocaria uma nuvem radioativa maior do que a gerada pela explosão da usina de Chernobyl em 1996.

A Rússia acabava de dinamitar em Kakhovka a maior barragem da Ucrânia, causando dezenas de mortes e alagando uma grande superfície.

O misterioso Boeing venezuelano-iraniano retido em Ezeiza há mais de um ano e que é fequerido pelos EUA
O misterioso Boeing venezuelano-iraniano retido em Ezeiza há mais de um ano
e que é requerido pelos EUA
O presidente ucraniano advertiu que a central nuclear corria o mesmo perigo, citando o Brasil e demais países que se envolveram em negociações com a Rússia.

Pouco depois estourou a rebelião armada das milícias Wagner, chefiadas pelo até então “favorito” de Putin, Yevgeny Prigozhin, o que fez o país beirar a guerra civil.

Conflitos análogos os governos próximos de Putin poderiam fazer alastrar em nossos países do modo mais indesejável possível.

Mantenhamo-nos distantes desse flagelo anunciado por Nossa Senhora de Fátima que é a Rússia, que se aproxima de nós de braços dados com a China, enquanto as esquerdas da América Latina lhe estendem as mãos.


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (1)

Lavrov procura envolver o Brasil
Lavrov procura envolver o Brasil, sem se fotografar com Lula
Luis Dufaur
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A China vem entrando na América Latina através de colossais investimentos econômicos, sobretudo na América do Sul.

Eles encobrem uma estratégia de conquista político-militar visando a hegemonia universal, objetivo supremo de Mao Tsé Tung para o regime comunista chinês.

Mas não entra sozinha.

Ela o faz de mãos dadas com a Rússia de Putin, a qual está muito diminuída do ponto de vista econômico, militar e político com a cada vez mais catastrófica e criminosa invasão da Ucrânia.

A Rússia que está impossibilitada de reeditar as infiltrações ideológicas e subversivas do tempo da URSS, tenta entrar em nossos países pendurada no dragão vermelho de Pequim.

Em abril, o chanceler russo Serguei Lavrov veio ao Brasil para levar Lula a reafirmar suas posições partilhadas com o autocrata da China, Xi Jinping.

Lula se alineia com Pequim
Lula se alineia com Pequim
No final do encontro, voltaram a jogar a culpa pela guerra da Ucrânia nos EUA, na União Europeia e no presidente ucraniano Volodimir Zelenski com as palavras do presidente russo Vladimir Putin, o que gerou mal-estar no País, registrou o Correio Braziliense.

Após a visita, o Kremlin comemorou a proposta do atual ocupante da Presidência brasileira de criar um clube de mediação neutro para a guerra da Ucrânia, que de fato favoreceria os interesses russos.

Lula também sugeriu que a Ucrânia entregasse a Criméia, anexada ilegalmente por Putin em 2014.

Logo depois, no retorno de sua viagem a Pequim, Lula se expandiu em ataques aos EUA, acusando-os pela continuidade da guerra e propondo abandonar o dólar como moeda de troca internacional, registrou o site de esquerda PolíticaLivre.

O chanceler moscovita prosseguiu sua viagem passando por Caracas, onde elogiou as ditaduras “mais fiéis” da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua, qualificando-as de “países que escolhem seu próprio caminho”.

Aos países latino-americanos, Moscou propõe ser “necessário unir forças para conter as tentativas de chantagem e pressão unilateral ilegal do Ocidente”, noticiou A Gazeta do Povo.

A proposta pode arrastar nossos países para uma espiral fatídica em cujo fim se vislumbra uma III Guerra Mundial.

Pois tendo a invasão da Ucrânia e as tendências para uma guerra civil na Rússia dividido o mapa geopolítico do mundo, o Kremlin quer o maior apoio possível para atrair a América Latina, observou a BBC de Londres.

Putin e Xi Jingping mantém estreita relação pela formação marxista, mas China se afasta dos fracassos russos
Putin e Xi Jinping mantém estreita relação pela formação marxista,
mas a China se afasta dos fracassos russos
Viajando a Moscou, o ditador chinês Xi Jinping, que finge ser um facilitador da paz, deu claro sinal de apoio a Putin, de quem é um forte aliado, mas fez prudentes silêncios considerando os fracassos bélicos russos na Ucrânia, e desmoronamento da imagem de Putin no Ocidente.

Por sua vez, o presidente da martirizada Ucrânia pediu à América Latina sanções e munição contra a Rússia, mas a maioria dos países não atendeu ao pedido.

A BBC destacou a inconsistência “dessa suposta neutralidade” de certos países latino-americanos quando se trata de apoiar a Rússia.

E a América Latina ficou posta diante da alternativa entre perder estreitas relações comerciais com os chineses ou aderir à diplomacia sino-russa de fundo comunista.

A guerra na Ucrânia coincidiu com uma onda de presidentes de esquerda na América Latina, apoiados por coalizões que historicamente têm afinidade com a ex-União Soviética.

Lula quase disputa a Madura a sujeição a Moscou e Pequim
Lula quase disputa a Madura a sujeição a Moscou e Pequim
É o caso do PT de Lula e de um grupo de ditaduras latino-americanas que simpatizam com a Rússia no conflito, em especial Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia.

Em recepção ao ditador venezuelano Nicolás Maduro em Brasília, o presidente petista adotou os slogans preferidos de Putin como “multipolaridade”, escreveu Metrópoles.

Maduro e companheiros de viagem usam o termo para deblaterar contra um pretenso “mundo unipolar” dominado pelos EUA.

Mas dão prioridade à China e à Rússia, que Maduro definiu como “irmãos maiores” dos países latino-americanos e destinados por isso a nos chefiar.

Putin ameaça que “quem não entender” essa nova ordem geopolítica “vai perder”, glosando as doutrinas ocultistas e apocalípticas de seu filósofo preferido Alexander Dugin.


continua no próximo post: Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (2)