O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Desmoronam megaprojetos da China

Engenheiros acharam milhares de fissuras na hidroelétrica Coca Codo Sinclair causadas pela má qualidade do aço chinês
Engenheiros acharam milhares de fissuras na hidroelétrica Coca Codo Sinclair
causadas pela má qualidade do aço chinês
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A hidrelétrica Coca Codo Sinclair foi construída pela China perto de um vulcão em atividade. Trouxe grande popularidade ao ditador chavista Rafael Correa, significou uma forte entrada do comunismo de Pequim no país andino e paliou a crise energética, ao menos passageiramente.

Foi o maior projeto de infraestrutura já realizado no Equador, um colosso de concreto financiado com dinheiro chinês e é tão importante para Pequim que o líder da China, Xi Jinping, falou na inauguração em 2016, constatou “La Nación”.

Hoje, milhares de rachaduras aparecem na hidrelétrica de US$ 2,7 bilhões, disseram engenheiros do governo. Ao mesmo tempo, as encostas montanhosas do rio Coca estão sendo erodidas pelo caudaloso rio, cortando uma estrada e ficando ameaçada a integridade da barragem.

As falhas de planificação e execução alimentam a preocupação de que a maior fonte de energia do Equador possa vir abaixo.

“Podemos perder tudo”, disse Fabricio Yépez, engenheiro da Universidade de San Francisco, em Quito, que acompanha de perto os problemas do projeto. “Não sabemos se pode ser amanhã ou daqui a seis meses.”

É um dos muitos projetos financiados pela China em todo o mundo atormentados por falhas de construção, mostrou densa reportagem do “Wall Street Journal”.

Durante a última década, a China distribuiu um trilhão de dólares em empréstimos internacionais como parte da iniciativa Rota da Seda, destinada a desenvolver o comércio expandindo a ânsia de hegemonia da China na Ásia, África e América Latina.

Esses empréstimos fizeram de Pequim o governo mais credor para o mundo em desenvolvimento, com empréstimos quase equivalentes aos de todos os outros governos juntos, de acordo com o Banco Mundial.

Erosão do rio Coca pela má planificação chinesa da barragem Coca Codo Sinclair
Erosão do rio Coca pela má planificação chinesa da barragem Coca Codo Sinclair
No entanto, as práticas de empréstimos da China foram criticadas por líderes estrangeiros, economistas e outros, que dizem que o programa contribuiu para crises de dívida em lugares como Sri Lanka e Zâmbia, e muitos países que têm dificuldades para pagar os empréstimos.

Alguns projetos também resultaram incompatíveis com as necessidades de infraestrutura de um país ou prejudiciais ao meio ambiente.

A construção de baixa qualidade pode prejudicar a infraestrutura principal e sobrecarregar as nações com ainda mais custos nos próximos anos, em lugar de remediar os problemas.

“Estamos sofrendo hoje por causa da má qualidade de equipamentos e peças” em projetos construídos na China, disse René Ortiz, ex-ministro de Energia do Equador e ex-secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

A Embaixada da China no Equador não respondeu aos pedidos de comentários sobre o projeto hidrelétrico.

O dinheiro chinês foi usado para construir de tudo, desde um porto no Paquistão até estradas na Etiópia e uma linha de transmissão no Brasil.

As empresas de construção chinesas se apoiam em combinações ideológicas com autoridades locais prometendo pacotes de financiamento de bancos e seguradoras chineses, por vezes irrigando com dinheiro bolsos particulares.

Na África, mais de 60% da receita dos principais contratos em 2019 foram para empresas chinesas, de acordo com um artigo de 2021 da Iniciativa de Pesquisa China-África da Universidade Johns Hopkins.

Em pouco tempo, vieram à tona graves falhas em alguns dos projetos.

O Paquistão fechou a hidrelétrica Neelum-Jhelum feita por chineses por perigo de desabamento detectado
O Paquistão fechou a hidrelétrica Neelum-Jhelum feita por chineses
por perigo de desabamento detectado
As autoridades do Paquistão fecharam a usina hidrelétrica Neelum-Jhelum em 2022 depois de detectar rachaduras em um túnel que transporta água por uma montanha para acionar uma turbina.

O chefe do regulador de eletricidade do país, Tauseef Farooqui, disse ao Senado do Paquistão que estava preocupado com o colapso do túnel apenas quatro anos depois que a usina de 969 megawatts entrou em operação.

O fechamento da usina já custou ao Paquistão cerca de US$ 44 milhões por mês em custos de energia, de acordo com o órgão regulador.

A empresa de geração de energia de Uganda identificou mais de 500 defeitos de construção em uma usina hidrelétrica de 183 megawatts construída pela China no rio Nilo, que gerou quebras frequentes desde que entrou em operação em 2019.

O Projeto de Energia Hidrelétrica Karuma de 600 megawatts no Nilo, também na Uganda, está três anos atrasada por defeitos de construção, incluindo paredes rachadas.

A empreiteira chinesa Sinohydro Corp., instalou cabos, interruptores e um sistema de extinção de incêndio defeituosos.

A China International Water & Electric Corp., que liderou construção da Usina Hidrelétrica de Isimba, falhou em construir uma barreira flutuante para proteger a represa de ervas daninhas e outros detritos, o que levou a turbinas entupidas e falta de energia, de acordo com a Uganda Electricity Generation Co., ou UEGC.

Em Angola, 10 anos depois que os primeiros inquilinos se mudaram para o Kilamba Kiaxi, um vasto projeto de habitação social fora da capital Luanda, muitos reclamam de paredes rachadas, tetos mofados e construção precária.

O projeto foi construído pelo CITIC Group da China.

“O nosso prédio tem muitas fissuras”, disse Aida Francisco, que vive num apartamento de quatro quartos no Kilamba com o marido e três filhos.

Uganda identificou defeitos graves na hidrelétrica Isimba (na foto em construção)
Uganda identificou defeitos graves na hidrelétrica Isimba (na foto em construção)
A umidade se acumula nas paredes do apartamento, causando mofo enquanto muitos materiais de construção, incluindo portas e grades, são de baixa qualidade.

Nos últimos anos muitos edifícios, incluindo o dela, caíram em desuso.

“Esses prédios não vão durar muito”, disse dona Francisco. “Eles estão desmoronando pouco a pouco.”

Na pobre província de Jujuy, no norte da Argentina, a PowerChina construiu o parque solar Cauchari, o maior projeto do gênero na América do Sul. A mais de 13.000 pés acima do nível do mar, é capaz de abastecer cerca de 160.000 residências, de acordo com o governo argentino.

No Brasil, a State Grid da China construiu uma das linhas de transmissão mais longas do mundo, conectando a barragem de Belo Monte, no Nordeste, a cidades do sul, a cerca de 1.550 milhas de distância.

No Equador parlamentares, ex-ministros e ativistas anticorrupção dizem que os empréstimos carecem de transparência, os contratos foram concedidos sem licitações públicas, resultando em construção de má qualidade, altos custos e corrupção.

Funcionários do governo atual e economistas equatorianos disseram que alguns projetos fazem pouco sentido, incluindo a expropriação de milhares de acres de terras agrícolas em um vale andino para construir uma nova metrópole chamada Yachay City, que deveria transformar o Equador em uma potência tecnológica regional.

O Export-Import Bank of China forneceu um empréstimo de US$ 200 milhões para as primeiras obras de infraestrutura. Hoje, o projeto foi abandonado, com um supercomputador de $ 6,3 milhões inutilizado, mas que deveria ser usado por pesquisadores sentados ao ar livre.

Em 2019, a controladoria-geral revisou a construção de 200 escolas feitas pelos chineses, relatando que alguns dos prédios apresentavam problemas nas fundações e outros tinham salas de aula com piso inclinado e cabos expostos. Cinquenta e sete das escolas foram concluídas com atraso, disse o escritório do controlador geral.

“Correa gastou em muitos projetos que não eram adequados”, disse Vicente Albornoz, economista da Universidade de Las Américas em Quito. “E a China estava financiando os gastos de Correa [nos projetos].”

O ex-presidente esquerdista Correa disse que o dinheiro impulsionou o desenvolvimento com novas rodovias, hospitais e escolas, mas foi condenado em 2020 por corrupção e está exilado na Bélgica.

A família Carranza salvou tudo o que pode temendo o desabamento da usina chinesa
A família Carranza salvou tudo o que pode temendo o desabamento da usina chinesa
Desde a inauguração da hidroelétrica Coca Codo Sinclair em 2016, funcionários da concessionária estadual de eletricidade encontraram mais de 17.000 rachaduras nas oito turbinas da usina. Eles atribuem as fissuras ao aço defeituoso importado da China.

Em 2020, as encostas do rio Coca começaram a desmoronar sacudindo o solo como um terremoto. A erosão destruiu a maior cachoeira do Equador, uma estrada importante e um oleoduto.

O Pink House, um bordel em San Luis que os moradores dizem ser popular entre os trabalhadores chineses e equatorianos, caiu no rio.

Temendo pela segurança de sua família, a Sra. Carranza fugiu de San Luis em março, salvando tudo o que pôde de sua casa, tirando janelas, portas e até mesmo o telhado.

O governo precisará realocar uma parte importante da usina o que custaria milhões de dólares, antes que a estrutura seja destruída pela erosão.

Nancy Chicaiza, moradora de San Luis, tem poucas esperanças de sobrevivência de sua cidade, e acha que a erosão acabará por destruir toda San Luis. “A Coca Codo foi considerada muito boa. Ninguém pensou nessas consequências”, disse Chicaiza


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

China prende dissidentes em hospitais psiquiátricos

Liu Hongzhi foi internado e torturado porque pedia investigação de explosão mortal numa fábrica
Liu Hongzhi foi internado e torturado
porque pedia investigação de explosão mortal numa fábrica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Na China, criticar o Partido Comunista leva a uma cruel internação num hospital psiquiátrico, alertou o site Bitter Winter bem informado desde o interior do imenso país comunista.

O pior, acrescenta a fonte com testemunhos vindos do coração da China, é que se o infeliz dissidente tiver a sorte de ser solto, não pode revelar que foi abusado e torturado na clínica psiquiátrica.

Se o fizer, será enviado novamente para o hospital psiquiátrico, onde os médicos e enfermeiras que abusaram dele o tratarão com especial punição.

É a história do dissidente chinês Liu Hongzhi, entre outros. Seus parentes relataram em novembro [2022] ele foi detido e enviado novamente ao Hospital Mental Dali. Ele havia sido libertado em 16 de janeiro de 2020 e, desde então, reclamava publicamente de abuso e tortura.

Como muitos outros, Liu tornou-se dissidente por causa do Acidente Explosivo 321, ou seja, a explosão de 21 de março de 2019, na fábrica Tianjiayi Chemical em Chenjiagang, Jiangsu, que matou 78 e feriu 617 segundo a contagem oficial (as vítimas reais poderiam ter sido mais).

As reais causas do acidente nunca foram apuradas, mas muitos cidadãos locais e internautas apontaram a corrupção que tornava precárias as inspeções de segurança nas fábricas de produtos químicos.

A reação do PCCh foi proibir mais discussões sobre o acidente e fechar a área para jornalistas.

O método comunista para abafar as catástrofes trabalhistas se repete. O mesmo já tinha acontecido nas espantosas explosões no porto de Tianjin (escoa a produção da área de Pequim) que mataram pelo menos 114 pessoas e feriram mais de 700.

O regime “investigou as causas” e prendeu 15.000 internautas acusados de delitos que “puseram em perigo a segurança cibernética” e se deu por satisfeito. Cfr. Pequim “apura” explosões de Tianjin prendendo 15 mil descontentes 

Instantânea do 'Acidente  Explosivo 321' postado na rede social chinesa Weibo em 2019
Instantânea do 'Acidente  Explosivo 321'
postado na rede social chinesa Weibo em 2019
Neste caso, Liu, que é de Liaoning, foi um dos maiores críticos pela Internet da atitude das autoridades após o Acidente 321, e chamou a atenção da polícia.

Insatisfeito com o fato de terem sido ignoradas suas petições de um relatório oficial completo sobre o acidente, ele se juntou a outros dissidentes e em outubro de 2019 viajou para Hong Kong para apoiar o movimento pró-democracia local.

Isso foi demais para as autoridades, que o detiveram por “provocar brigas e confusão” (crime do artigo 293 do Código Penal, do qual os dissidentes são frequentemente acusados) e o declararam louco.

Ele foi enviado para um hospital psiquiátrico, rotina assustadora para reprimir dissidentes políticos e religiosos. Ali foi espancado e torturado repetidamente para “reformar” sua mente.

Ele também foi informado de que deveria manter silêncio sobre como foi tratado lá.

Mas ele falou. Então foi entregue novamente aos seus torturadores.



Corrupção teria sido culpada da explosão que deixou 47 mortos. Mas quem pedir esclarecimentos vai a hospital psiquiátrico.




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Balões espiões chineses causam intensa preocupação

Balão espião chinês foi o último de uma série
Balão espião chinês foi o último de uma série
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Não foi o primeiro, mas sim um da “frota” de balões espiões que a China já enviou por cima dos cinco continentes.

O primeiro de um total de quatro já derrubados pelos EUA após sobrevoar o espaço aéreo americano, motivou o cancelamento da visita de Estado à Pequim que pretendia fazer o secretário de Estado Antony J. Blinken. Essa teria sido a primeira viagem à China de um secretário de Estado dos EUA em seis anos, informou “The New York Times”.

A descoberta pôs a China em alerta inclusive diante da balbuciante reação inicial do presidente Biden.

O Pentágono tentou minimizar o fato dizendo que não foi a primeira vez que a China enviou balões de espionagem aos EUA, e que este teria apenas permanecido no país por mais tempo.

Acrescentou que o balão não representava nenhuma ameaça militar ou física, e tinha um valor limitado para coleta de informações, palavras que depois desmentiu.

O balão viajou da China para as Ilhas Aleutas, no Alasca, e pelo noroeste do Canadá até chegar a Montana, onde ficou baseado. Mas, em Montana se encontra um dos três campos de mísseis balísticos intercontinentais americanos capazes de levar várias cabeças atômicas.

O Departamento de Defesa Nacional do Canadá informou que o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, que faz parte da parceria militar EUA-Canadá, estava “rastreando ativamente” os movimentos de um balão de vigilância de alta altitude.

A China tem vários satélites que orbitam a cerca de 300 milhas acima da Terra, podem tirar fotos e monitorar lançamentos de armas.

O fato ocorreu num momento em que as tensões entre Pequim e Washington aumentam.

Grupo 2 de Eliminação de Artefatos Explosivos da Marinha dos EUA, recupera balão de espionagem chinês derrubado
Grupo 2 de Eliminação de Artefatos Explosivos da Marinha dos EUA,
recupera restos de balão de espionagem chinês derrubado
Em um memorando vazado previamente, o general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea dos EUA, afirmou que seu país e a China travarão uma guerra em 2025. O estopim seria uma tentativa de Pequim de tomar à força Taiwan, informou a “Folha de S.Paulo”.

“As eleições presidenciais em Taiwan são em 2024, e elas darão a Xi [Jinping] um pretexto. As eleições nos EUA são em 2024 e oferecerão a Xi uma América distraída. O time de Xi, suas razões e oportunidades estão todas alinhadas para 2025”, acrescentou.

O diretor da CIA, William Burns, pediu não subestimar as ambições de Xi por Taiwan. A principal agência de inteligência americana foi informada de que o líder chinês ordenou a seus militares estar de prontidão para uma invasão da ilha que pode acontecer antes de 2027.

Hipocritamente, a China disse estar investigando se um balão espião seu violou o espaço aéreo dos EUA e repetiu que a “China é um país responsável que sempre cumpre rigorosamente o direito internacional”, segundo recolheu “La Nación”.

Diante da indignação nacional, Blinken qualificou o uso do balão de “irresponsável” e “uma clara violação da soberania dos EUA e do direito internacional”, registrou o “The New York Times”.

Os civis de Montana ficaram alarmados quando começaram a avistar o balão, a que de início o Pentágono tirou importância.

Mas, o caso tornou-se uma crise diplomática quando a atenção da mídia aumentou e os políticos republicanos pediram que o presidente Biden e Blinken agissem.

Alguns legisladores republicanos criticaram Biden por permitir que o balão flutuasse durante dias sobre os EUA e não tomar medidas mais duras contra a China. Funcionários da Casa Branca disseram que esses balões já apareceram inclusive durante o governo Trump.

O general quatro estrelas da Força Aérea Mike Minihan alertou para possível guerra com a China em 2025
O general quatro estrelas da Força Aérea Mike Minihan
alertou para possível guerra com a China em 2025
Pequim voltou à carga com suas mentiras e alegou que o balão se desviou acidentalmente, sendo usado só para pesquisa meteorológica.

Mais um balão espião chinês estaria sobrevoando a América Latina, confirmou o Pentágono em meio à crescente preocupação com o balão derrubado na costa leste dos EUA, difundiu o “The Epoch Times”.

“Estamos vendo um balão transitando pela América Latina e avaliamos ser outro balão de vigilância chinês”, disse o secretário de imprensa do Pentágono, brigadeiro-general Patrick Ryder.

O Ministério da Defesa do Canadá disse monitorar um “segundo incidente em potencial” e Ryder tirou o corpo.

O presidente Biden de início recebeu a “forte recomendação” dos líderes militares para não o derrubar devido aos riscos de destroços ferir civis.

“Minha grande preocupação com o balão chinês é seja um teste para ver o quão rápido reagimos e o que fazemos”, analisou Art Thompson, CEO da empresa Sage Cheshire Aerospace, da Califórnia, que fornece serviços para balões estratosféricos.

Thomson examinou os balões que passaram sobre os EUA e a Costa Rica, e achou que são muito semelhantes.

Chefes da NATO e do Departamento de Estado se reuniram para debater o caso do balão mais a crise da Ucrânia
Chefes da NATO e do Departamento de Estado se reuniram
para debater o caso do balão mais a crise da Ucrânia
Thompson defendeu derrubar o balão com armas laser, ação que foi efetivada por um jato F22. Ele teme que o da Costa Rica “vai ficar fora de alcance rapidamente porque na Costa Rica, ele vai atravessar o golfo muito rápido”, disse.

“Os chineses definitivamente estão nos testando e se preparando para algo”. Por certo nada tranquilizador ouvidas as ameaças bélicas do ditador marxista Xi, que em tudo fazem dueto com as de Putin no Kremlin.

Os restos do balão caíram perto da praia de Myrtle Beach, Carolina do Sul, em águas de pouca profundidade. Foram recuperados por membros da Marinha americana experimentados na manipulação de material perigoso no mar e entregues ao FBI para análise, informou “La Nación”.

Afinal, após anos de hipocrisia das administrações Trump e Biden, a Casa Branca reconheceu que a China usa balões meteorológicos extensivamente como ferramentas de espionagem em todo o mundo, registrou BFMTV.

A capital do comunismo chinês, como sempre, nega e disse acreditar que seja parte de uma campanha de difamação contra ela.

“Balões chineses foram observados sobre países dos cinco continentes” cuja soberania eles “violaram”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Washington garante que a China enviou três aeronaves desse tipo para breves incursões nos céus americanos durante a presidência de Donald Trump, e já uma no início do mandato de Joe. Biden.

O balão espião sendo derrrubado
O balão espião sendo derrrubado
Para a China, a destruição do balão “foi um ato irresponsável”.

E acusou os EUA de ter enviado dezenas de balões do gênero para invadir seu espaço aéreo, sem dar especificações.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, lembrou que o exército americano continua com a coleta de detritos do balão na costa da Carolina do Sul, durante uma coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

“Os EUA não foram o único alvo desse vasto programa que violou a soberania de países nos cinco continentes”.

Jens Stoltenberg manifestou a preocupação dos países da NATO com estas atividades da espionagem chinesa, sublinhando que Pequim tem investido maciçamente para adquirir novas capacidades militares.

“Também vimos um aumento nas atividades de espionagem da China na Europa. Eles usam satélites, internet e, como vimos nos EUA, balões”, disse.

De acordo com o “The Washington Post”, balões espiões foram usados para monitorar instalações militares no Japão, Índia e Taiwan, acrescentou o jornal.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Rezemos pelos sacerdotes presos pelo comunismo

Cardeal Ernest Simoni
Cardeal Ernest Simoni
Luis Dufaur
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O Cardeal Ernest Simoni, 93 anos, foi ordenado em 1956, preso sete anos depois e condenado a morte duas vezes (1963 e 1973), pena mudada por trabalhos forçados pela ditadura socialista albanesa.

A ditadura quis fazê-lo apostatar em 1962 enquanto celebrava clandestinamente a Santa Missa em latim.

Acorrentaram-no, lhe leram a condena, o torturaram-no para blasfemar contra Jesus, a Igreja e o Papa. Nunca o fez e o enviaram para mais dez anos de trabalhos nos esgotos de Scutari, relatou “Religión en Libertad”.

Neste ano de 2023 que começa há bispos e sacerdotes chineses e de outras nacionalidades em situações análogas nos países comunistas.

Rezemos ao Menino Jesus para que os abençoe, lhes de coragem e seus sorrisos de consolo infinito.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

China condena ao Cardeal Zen cobrindo de vergonha a Santa Sede

Momento da prisão do Cardeal Joseph Zen
Momento da prisão do Cardeal Joseph Zen
Luis Dufaur
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O tribunal comunista de Hong Kong numa primeira sentença impôs ao Cardeal Joseph Zen e a outros cinco réus, uma pena material leve, mas de grande significado político e religioso, informou o site “La Nuova Bussola Quotidiana”.

A condena estava “cozinhada” desde o início e consiste em pagar uma multa de 4 mil dólares de Hong Kong (pouco menos de 500 euros)por não registrar adequadamente um fundo humanitário que ajudou os protagonistas das manifestações pró-democracia de 2019.

E isso é só o aperitivo, porque o Cardeal Zen terá em breve de enfrentar um processo muito mais pesado, o de “conspiração” com forças estrangeiras, sempre que a Lei de Segurança de 2020 considera crime gravíssimo.

Também aqui, qualquer condenação ainda teria um enorme significado político e religioso por que embaraçará ainda mais uma Santa Sé que continua a manter um silêncio injustificável para salvar o Acordo com os ditadores marxistas de Pequim, acrescenta o site.

O Cardeal Zen criou o Fundo Humanitário 612 para fornecer assistência econômica, psicológica e de saúde a pessoas presas ou feridas durante manifestações pró-democracia. As autoridades socialistas de Hong Kong contestam o registro.

A condenação do Cardeal Zen não é séria, mas tem como pano de fundo o acordo secreto entre a China e a Santa Sé para a nomeação de bispos, renovado há apenas um mês.

Então o processo se torna um grande escândalo da Igreja aceitando uma submissão ao regime chinês em troca de um prato de lentilhas envenenado: o das prometidas nomeações de bispos descumprido frequentemente pelo Partido Comunista Chinês.

Diante de um julgamento sensacional e injusto de um cardeal, a Secretaria de Estado do Vaticano continua mantendo um silêncio injustificável.

O Cardeal Zen e cooperadores presos pela polícia
O Cardeal Zen e cooperadores presos pela polícia
Mas Roma não estão tão arrependida já que o cardeal Zen é muito crítico do Acordo China-Santa Sé e, por isso, é um personagem indigesto tanto em Pequim quanto no Vaticano.

As perseguições aos católicos na China estão aumentando e dito Acordo só serve para anestesiar sobre a verdade.

Está aparecendo um sinistro espectro que fala da liberdade religiosa menosprezada em Roma.

Todos os sinais enviados a Pequim para demonstrar que a Santa Sé está pronta para transferir sua representação diplomática para a capital vermelha assim que o regime comunista assim o desejar.

E talvez no Vaticano se espere que o silêncio forçado do cardeal Zen facilite a operação. Porém mais uma condenação previsível por “conspiração” com forças estrangeiras será muito difícil de explicar ao mundo católico, por mais adormecido que esteja.

O cardeal Zen sempre lutou pela liberdade da Igreja e para ajudar os católicos perseguidos. Ele está dando a vida pela Igreja chinesa como muitos dos santos e mártires que o precederam na China.

Humilhá-lo dessa maneira é a última ignomínia de uma Cúpula do Vaticano cuja podridão está emergindo em processos morais e econômicos em andamento no próprio Vaticano.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Explosão de Covid na China satura hospitais e crematórios

Sem  opções, chineses acumulam cadáveres nos prédios. Divulgação
Sem  opções, chineses acumulam cadáveres nos prédios. Divulgação
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Dezenas de crematórios em Pequim estão sobrecarregados com a onda sem precedentes de vítimas de COVID-19 na China, que as autoridades dizem que em breve atingirá as áreas rurais do país, informou “Clarín” além de muitos outros órgãos da imprensa escrita e digital.

A epidemia está se espalhando rapidamente por todo o país, após a suspensão da maioria das restrições de saúde em vigor há quase três anos.

A ditadura vinha impondo um implacável, mas insensato controle dos cidadãos na campanha do “Covid-zero”. Bastava um empregado ou um morador de um prédio de dezenas de andares não passar pelo teste para todo mundo ficar preso no local.

Na Foxconn de Zhengzhou, maior fábrica mundial de Iphones com 220.000 empregados todos ficaram confinados dormindo no chão por causa de uma simples ocorrência.

No alto de muitos prédios de onde os moradores não podiam sair ouviam-se os gritos de “Socorro, morremos de fome!”. Até a extinção de um prédio interditado em chamas foi proibida pela polícia para evitar os contatos.

A situação ficou impossível e multidões se jogaram nas ruas em batalhas campais contra a polícia disfarçada de agentes de saúde. Pela primeira vez na história apareceram cartazes nominais contra o ditador Xi Jinping.

Se sentindo abalada, a ditadura fez uma abertura total imediata, altamente imprudente. A população não tinha gerado a imunização natural que ocorre em por volta de 80% dos casos.

Pequim reforma hospitais para fazer crematórios de massa
Pequim reforma hospitais para fazer crematórios de massa
Então aconteceu o pior previsível: a pandemia pegou como o fogo na palha seca. O governo liberou a partida dos chineses para o exterior, onde os países discutem se devem recebe-los, testa-los ou vacina-los. Muitas fábricas ocidentais migram para outros países ou continentes.

As autoridades admitem que agora é “impossível” contar o número de casos. Em vinte dias de liberalização descontrolada uma estimativa ponderada falava em 248 milhões de contagiados e mais de dois milhões de mortes. Mas a TV NTD avançava até 600 milhões, sem confirmação.

Cidades ultra-populosas como Pequim tinham um terço dos habitantes contagiados. Só a província de Zhejiang teria um milhão de contágios por dia, para citar apenas uma. E se aguarda pior para janeiro [2023]

“Nós cremamos 20 corpos por dia, principalmente de idosos. Muitas pessoas adoeceram recentemente", disse à AFP um funcionário de um crematório pequinês. “Dos 60 que trabalham aqui, mais de 10 deram positivo para COVID, mas não temos escolha porque há muito trabalho”, acrescentou.

Cadáveres entopem corredores de hospitais. Divulgação
Cadáveres entopem corredores de hospitais. Divulgação
Trabalhadores de outras duas funerárias de Pequim, contatados pela AFP, disseram que seus estabelecimentos estão trabalhando 24 horas por dia, oferecendo serviços de cremação no mesmo dia para atender à forte demanda. Hospitais em construção deram lugar às pressas a crematórios de massa.

Outro estabelecimento desse tipo indicou que sua lista de espera é de uma semana. Os cadáveres aguardam turno dentro das casas, filas de 80 ambulâncias e carros fúnebres aguardam intermináveis horas nas ruas.

No entanto, os números do governo não registram nenhuma morte relacionada ao COVID desde 4 de dezembro.

O esquema socialista instou os governos locais a aumentar a vigilância e os cuidados médicos para as pessoas que voltam para suas casas nas áreas rurais pelo feriado do Ano Novo Chinês em janeiro.

Nessa festa há multitudinárias movimentações de chineses e se aguarda dois milhões de contágios por dia.

O Ano Novo Chinês causa todos os anos o maior deslocamento populacional do mundo. Espera-se que seja ainda maior este ano, uma vez que as restrições de viagem entre as províncias foram suspensas.

A mídia estatal chinesa e os especialistas em saúde agora minimizam o perigo e o especialista em doenças respiratórias Zhong Nanshan propôs renomear o COVID como “vírus do resfriado”.

Pesquisadores da Universidade de Hong Kong afirmam que o COVID poderia matar um milhão de pessoas na China no inverno, que está transcorrendo.

Milhares de fábricas migraram para outros países e continentes. Divulgação
Milhares de fábricas migraram para outros países e continentes. Divulgação
No entanto, os testes e os medicamentos são escassos.

O governo só reconhece mais de 10.000 casos diários desde novembro, mas suas contas são tidas como falsos com intuito propagandístico. Antes disso, nos relatórios oficiais não havia mortes relacionadas ao coronavírus entre 28 de maio e 19 de novembro.

No início da pandemia, em dezembro de 2019 em Wuhan, muitas mortes não foram registradas em tempo por razões propagandísticas fato que impediu contramedidas em tempo e desencadeou a pandemia mundial.

Em Pequim, os funcionários de muitos lares de idosos, contatados pela AFP, se recusam a informar o que acontece em suas instalações.

Os pacientes com COVID sentam nos bancos do lado de fora de hospitais lotados. A AFP conseguiu filmar em frente a um hospital na cidade de Hanchuan, na província de Hubei (centro). Um funcionário explicou cinicamente que “os pacientes se ofereceram para se sentar ao sol porque havia muitas pessoas lá dentro”.


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

“Evacuem! Vem ai um míssil norte-coreano!”

TV da Coreia do Sul alerta para míssil balístico norte-coreano
TV da Coreia do Sul alerta para míssil balístico norte-coreano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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“Corra! evacue dentro de um prédio ou vá para o porão. A Coreia do Norte parece ter lançado um míssil. Área-alvo: Hokkaido” começou a repetir a televisão nacional japonesa, segundo “La Nación”.

O governo japonês emitiu essa alerta, aliás rara, e ordenou que os cidadãos se protegessem, pois o míssil de alcance intermediário (IRBM) ia sobrevoar seu território.

Vídeos nas mídias sociais mostraram as sirenes soando nas cidades, enquanto os moradores eram instruídos a procurar abrigo.

“Se você encontrar algo suspeito, não se aproxime e entre em contato imediatamente com a polícia ou os bombeiros”, postou a conta oficial do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida no Twitter.

Os EUA e a Coreia do Sul vinham alertando há meses que o país comunista estava preparando mais um teste de uma arma nuclear que podia tentar realizar em a data do Congresso do Partido Comunista da China e as eleições de meio de mandato dos EUA em novembro.

Percurso final do míssil Mupyong-ri que provocou mais uma alarme no Japão
Percurso final do míssil desde Mupyong-ri que provocou mais uma alarme no Japão
De fato, a Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado que sobrevoou o Japão, disseram militares sul-coreanos e a guarda costeira do Japão, levando as autoridades japonesas a difundir a alerta.

O lançamento do míssil desde Mupyong-ri, na província de Jagang, no norte, foi detectado em direção ao Japão pelo Estado-Maior Conjunto (JCS), de acordo com o Korea Times.

Este foi o quinto lançamento de Pyongyang em 10 dias, em meio a exercícios antissubmarino dos EUA, da Coreia do Sul e forças navais japonesas. Foi um número recorde de testes de armas este ano [2022].

A ditadura marxista da Coreia do Norte é um dos mais perigosos regimes “bandidos” do mundo e pratica toda espécie de crimes contra seus cidadãos e países vizinhos.

Acresce que seus famosos mísseis são de uma periculosidade única pela sua péssima qualidade, tendo vários caído no próprio território norte-coreano. O governo socialista não permitiu avaliação de danos e vítimas. Numerosos testes caíram em águas próximas ou no Pacífico.

O ditador nortecoreano prometeu enviar muita munnição à Rússia que está esvaziando seus estoques na Ucrânia
O ditador norte-coreano prometeu enviar muita munição à Rússia
que está esvaziando seus estoques na Ucrânia
Recentemente, a Rússia de Putin anunciou que compraria munição norte-coreana pois seus estoques estão se esvaziando na invasão da Ucrânia e suas fábricas não são capazes de repor os perdidos.

Também o regime comunista norte-coreano há anos se gaba de estar desenvolvendo um míssil com cabeças nucleares capaz de atingir os EUA.

Embora os testes melhor sucedidos tenham se precipitado no Pacífico a alguns milhares de quilômetros do ponto de lançamento, ainda ficaram muito longe do alvo anunciado.

No percurso, os testes rumo aos EUA sobrevoam o Japão, país que teme racionalmente essa “roleta russa” de mísseis de rumo incerto e que não se sabe se levam ou não as pavoneadas cargas atômicas.


quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Pesca mundial depredada pela China

Barcos pesqueros em Yangjiang, Guangdong
Barcos pesqueiros em Yangjiang, Guangdong
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Após esgotar sem sabedoria os estoques de peixes em suas águas costeiras, a China se jogou a pescar em qualquer oceano.

Para isso, nas últimas duas décadas construiu a maior frota mundial de pesca em alto mar, com quase 3.000 embarcações, cuja presença predatória se faz sentir cada vez mais do Oceano Índico, no Pacífico Sul, das costas da África às da América do Sul, Brasil incluído, registrou longa e pormenorizada reportagem do “The New York Times”.

China não ouve protestos diplomáticos e legais, e essa frota também exerce atividades ilegais, invade águas territoriais de outros países, pratica abusos trabalhistas e captura espécies ameaçadas de extinção.

Em 2017, o Equador apreendeu o Fu Yuan Yu Leng 999, com uma carga ilícita de 6.620 tubarões, muito prezados na China. No verão de 2020, cerca de 300 pesqueiros chineses operavam perto das ilhas equatorianas de Galápagos, e eram responsáveis de quase 99% das capturas na área.

“Nosso mar não aguenta mais essa pressão”, disse Alberto Andrade, pescador de Galápagos. “Estão destruindo os estoques e tememos que no futuro não haja mais pesca”, acrescentou.

Hai Feng 718, barco receptador da pesa ilegal propriedade chinesa
Hai Feng 718, barco receptador da pesa ilegal propriedade chinesa
China encomendou embarcações como o Hai Feng 718, um cargueiro refrigerado construído no Japão em 1996, propriedade da estatal China National Fisheries Corporation.

É um navio-mãe que recolhe toneladas de pescado dos pesqueiros e transporta toda espécie de suprimentos para que navios menores não parem de colher.

Em um ano, desde junho de 2021, o Hai Feng 718 fez o transbordo de 70 embarcações chinesas de pesca menores. Após partir de Weihai, cidade portuária na província de Shandong, foi à zona econômica exclusiva do Equador nas Galápagos, prosseguiu para a costa do Peru, e carregado de peixes congelados, retornou à China.

Em dezembro rumou para o Oceano Índico, fez seu serviço ilegal na costa da Argentina, e voltou às Galápagos.

Entre 1990 e 20 de fevereiro 2022, os barcos chineses de pesca de lula em alto mar passou de seis para 528, e a captura anual de 5.000 toneladas para 278.000.

Pesqueiro chinês de lulas perto das Galápagos em 2021Pesqueiro chinês de lulas perto das Galápagos em 2021
Pesqueiro chinês de lulas perto das Galápagos em 2021
Em 2019, no Pacífico Sul a China era dona de quase todos os barcos de lula, peixe muito bem cotado nos mercados.

Embarcações menores desligam seus transponders para evitar a detecção e disfarçar capturas ilegais. Já existem sinais preocupantes de declínio dos estoques, que preludiam um mais amplo colapso da pescaria.

Na Argentina, uma liminar foi introduzida na mais alta corte do país, mas o governo nacionalista-socialista ideologicamente afim com Pequim, pouco faz para defender os direitos soberanos do país.

Pesqueiros piratas na Indonesia prefrem se afundar a serem pegos com cargas e instrumentos ilegais
Pesqueiros piratas na Indonésia preferem se afundar
a serem pegos com cargas e instrumentos ilegais
Os EUA se comprometeram a ajudar a combater as práticas de pesca ilegais da China, mas o governo populista de Buenos Aires não quis receber nos portos o guarda-costas de alto mar da Guarda Costeira dos EUA designado para a missão.

O consumo de peixe no mundo atingiu o recorde em 2019, mas as populações conhecidas da maioria das espécies de peixes continuam a diminuir, segundo relatório da FAO, órgão da ONU para a Agricultura e a Alimentação.

Após ter jogado na subnutrição a imensa população chinesa e matado a dezenas de milhões de pessoas pela fome da reforma agrária socialista e confiscatória, agora Pequim parece querer repetir a dose macabra pelos mares do mundo inteiro.

Algumas associações ambientalistas protestam, mas a China parece saber que de ali não vai sair nada sério.


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Grandes empresários fogem da China

Empresários fogem do colapso económico chinê
Empresários fogem do colapso econômico-ideológico chinês
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Tiveram uma aparição fulgurante e se anotaram entre os maiores empresários do mundo idolatrados pelo público chinês, adorados pelo governo e cortejados por investidores estrangeiros.

Transformaram a economia chinesa em uma potência com apoio decisivo do Partido Comunista Chinês, do qual são membros como condição para progredir.

Mas agora, esses magnatas viraram os antipatizados numa economia que retorna ao “comunismo originário” sob a batuta implacável do ditador Xi Jinping, segundo longa e documentada reportagem do “The New York Times”.

O governo socialista reprime as empresas, a economia enfraquece, e os bilionários abandonam suas empresas ou fogem do país.

“The New York Times”.  fornece o exemplo de dois dos mais ricos empresários da China, o casal Pan Shiyi e Zhang Xin, que renunciaram a seu império imobiliário: a Soho China.

Ambos já haviam se mudado para os EUA e tentavam administrar suas empresas com ligações noturnas para a China.

O casal de empresários chineses Pan Shiyi (esq.) e Zhang Xin (dir.) renunciou a seu império imobiliário
O casal de empresários chineses Pan Shiyi (esq.) e Zhang Xin (dir.)
renunciou a seu império imobiliário
Mas ficou difícil e as ações do Soho China perderam mais da metade de seu valor.

Eles representaram o modelo melhor sucedido de ascensão da pobreza à riqueza e foram uma bandeira inspiradora para milhões que queriam sair da miséria.

Nascidos em famílias pobres começaram trabalhando no operário até abrir negócios imobiliários na ilha de Hainan, no extremo sul da China.

Trouxeram arquitetos famosos do Ocidente e criaram edifícios com fachadas curvas, mas minimalistas.

A época lhes foi favorável. Deng Xiaoping continuou a estratagema concebida por Mao Tse Tung para fazer do comunismo chinês a maior potência econômica da Terra.

Recorreu a empresários após a devastação da Revolução Cultural, introduziu a China na Organização Mundial do Comércio e fez do país o maior exportador mundial. A estratagema foi continuada e ampliada por seus sucessores.

Até que Xi Jinping, o ditador comunista desde 2012, decidiu voltar para uma sociedade autoritária e estatista com precedência sobre o crescimento econômico.

Os líderes empresariais e ativistas de direitos humanos que se opuseram ao estrangulamento do setor privado foram presos.

Os empresários muito ricos deixaram de ser estrelas, mas suspeitos de criminosos.

Jack Ma ficou meses desaparecido
Jack Ma ficou meses desaparecido
Jack Ma, o cofundador do Alibaba que dominou o setor de comércio eletrônico da China foi encarcerado meses, dizem 'desaparecido', numa prisão de alta segurança e renunciou à direção da empresa.

O mesmo fez Colin Huang, fundador da Pinduoduo, rival do Alibaba.

Zhang Yiming, fundador da ByteDance, empresa controladora do TikTok, entregou o cargo supremo.

Xangai foi bloqueada alegando uma draconiana estratégia. Zhou Hang, proeminente capitalista de risco fugiu para Vancouver, Colúmbia Britânica, onde denuncia as políticas atuais da China, narra “The New York Times”.

Soho China foi devassada pela polícia e repetidamente acusada e multada em quase US$ 30 milhões.

Os golpes do governo contra o setor imobiliário e os suspeitos bloqueios pelo “zero COVID” fizeram cambalear todo o mercado imobiliário.

Os investimentos em Pequim e Xangai de Soho China caíram 80% e seus diretores deixaram de responder a ligações e mensagens de texto.

Xi Jinping quer uma sociedade totalitária dirigida pelo estado
Xi Jinping quer uma sociedade totalitária dirigida pelo estado
Pan e Zhang, após muitas intrigas, renunciaram quando o Partido Comunista Chinês preparava um novo congresso nacional que daria a Xi um terceiro mandato de cinco anos e reforçaria o controle do setor privado.

Mas a economia da China está em queda livre e as tensões com os EUA são altas.

Para muitos chineses, a habitação era o investimento mais importante, respondendo por dois terços da riqueza das famílias. E o casal atendia aos mais ricos da elite da China.

Pan e Zhang eram os rostos de uma nova geração de líderes empresariais chineses sofisticados e cosmopolitas. E isso haveria de perde-los ante o comunismo de Xi.

Na mídia social Weibo, Pan tinha mais de 18 milhões de seguidores. Zhang foi uma palestrante requisitada no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Mas Xi iniciou sua campanha de “prosperidade comum” para que empresas e magnatas compartilhem sua riqueza para promover a igualdade, valor supremo no comunismo.

Xi exigiu de empresas e empresários privados lealdade política ao Partido Comunista.

Ren Zhiqiang, rico promotor imobiliário e amigo de Pan, criticou Xi e por isso foi condenado a 18 anos de prisão.

Populares aplicaram em massa nas imobiliária que hoje caem nas bolsas chinesas
Populares aplicaram em massa nas imobiliária que hoje caem nas bolsas chinesas
Outros empresários foram silenciados nas redes sociais, prossegue “The New York Times”.  

Isso faz parte da evolução do Partido Comunista”, disse Drew Thompson, pesquisador visitante da Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Cingapura.

“Empreendedores privados, pessoas ricas e de alto perfil, são cada vez mais incompatíveis com a ‘prosperidade comum’ de Xi Jinping”.

O atual modelo chinês totalitário arruína a economia que ameaça arrastar na queda à economia mundial, enquanto Xi parece visar uma guerra com os EUA pelo Taiwan que sepultaria todo sonho de progresso universal.

Compreende-se, então, a razão da fuga dos líderes econômicos que ainda é tida como a 2ª maior economia mundial.