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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Até as crianças foram proibidas de celebrar o Natal na China

Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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Proibição das crianças na celebração da Noite de Natal, controles de trânsito e fechamento de empresas, proibição de exposição de ornatos natalinos nas residências universitárias.

Essas são algumas das medidas impostas pelas autoridades de Baoding, cidade da província de Hebei, no norte da China, não muito longe da capital, Pequim.

Grande número de católicos vive nessa região. Foi por isso que a polícia adotou medidas excepcionais de repressão na noite de Natal.

Houve até controles de trânsito no centro histórico de Yuhua Road, onde fica a catedral dos Santos Pedro e Paulo, sede da diocese de Baoding.

Todos os veículos foram proibidos de entrar no centro histórico após as 16h e os ônibus que passam pela área foram desviados. Todos os comércios próximos à igreja foram fechados e não foram permitidas vendas ou promoções de Natal.

Uma morador de Baoding informou à AsiaNews que a igreja estava cercada por policiais, viaturas perto da catedral e unidades com equipamento anti-motim.

Os uniformados impediam os pais de entrar com seus filhos no templo pretextando que “não era seguro para as crianças porque havia muitas pessoas lá dentro”. A polícia estava por toda parte dentro da igreja, criando uma atmosfera pesada, em forte contraste com o espírito da celebração.

Também os alunos das escolas e universidades locais foram obrigados a permanecer no campus na véspera de Natal, para evitar celebrações, e nos dormitórios todos os objetos com significado natalino foram proibidos.

Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
A atmosfera ficou tensa em Donglu onde a polícia tomou conta da cidade uma semana antes do Natal. Seu santuário é famoso pela imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, imperatriz da China, a padroeira do país que atrai muitos devotos.

Em 1900, os católicos procuraram refúgio nessa cidade durante a onda de violência contra os estrangeiros e o cristianismo denominada Rebelião dos Boxers.

Quando tentaram atacar os católicos e destruir a igreja, os fanáticos Boxers viram uma Senhora no céu que os apavorou e fugiram. Só eles viram e não sabiam descrevê-la.

Os católicos concluíram se tratar de Nossa Senhora. Afinal encomendaram a um pintor a confecção de uma pintura.

O artista A representou com as roupagens e insígnias da imperatriz. Os milagres se multiplicaram até que o Papa Pio XI a aprovou como Padroeira do país.

Como o fato prodigioso aconteceu na festa de Maria Auxiliadora (24 de maio) ficou com a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora Imperatriz da China. O ódio marxista hoje perpetua o furor dos nacionalistas Boxers.

O caso de Baoding refletiu o reforço dos controles sobre a religião impostos pela ditadura socialista em toda a China nos últimos anos.

Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Circulam ordens do governo para que escolas e empresas “boicotem feriados estrangeiros” e “proíbam a promoção do Natal”.

As autoridades só enviaram saudações de Natal à Associação Patriótica dos Católicos Chineses e ao Conselho Cristão Chinês, dependências burocráticas “oficiais” para oprimir católicos e protestantes.

A Administração Nacional de Assuntos Religiosos elogiou em carta essas dependências por seguirem a orientação do pensamento de Xi Jinping e o espírito do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês que, por hoje, está valendo como ensinando doutrinas dogmáticas.

No voto de Natal, o governo de Pequim pediu aderir ao caminho traçado por Xi e à sinicização para “administrar rigorosamente os assuntos religiosos”.

Wang Huning, conselheiro político e pregador protestante da ideologia marxista de Xi Jinping, exortou seus cofrades a “aderir à direção da sinicização”, os valores fundamentais do socialismo e da cultura tradicional chinesa, adquirindo “uma compreensão profunda das teorias e políticas do Partido sobre religião”.

“Vocês são chamados a administrar estritamente os assuntos religiosos”, reiterou Wang, obedecendo à ordem despótica de Xi.




quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Divinizaçao materialista do ditador chinês

Xi no lugar de Mao
Xi no lugar de Mao
Luis Dufaur
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O ditador comunista chinês, Xi Jinping, visitou o mausoléu de Mao Tsé tung, no centro da Praça Tiananmen, oficialmente para comemorar o 130º aniversário do nascimento do carrasco da grande nação chinesa, segundo noticiou “AsiaNews”.

Na prática, se tratou de depor o velho Mao do seu pedestal de divindade materialista e colocar em seu lugar ao próprio Xi.

Para a apalhaçada cerimônia marxista, o ditador ingressou junto com outros seis membros do mais alto órgão de decisão do Partido Comunista Chinês (PCCh), no mausoléu onde está o corpo mumificado de Mao.

Eventos de homenagem análogos foram realizados em muitas outras partes do país, começando pela cidade natal de Mao, Shaoshan.

Mao, nascido em 26 de dezembro de 1893, continua a ser um mito importante na sociedade chinesa após a sua morte, há mais de 40 anos.

O Partido Comunista comemora o aniversário do nascimento de Mao a cada 10 anos.

Depois da homenagem de praxe ao “Grande Timoneiro” ao visitar mausoléu, Xi e os altos dignitários comunistas realizaram um simpósio no Grande Salão do Povo.

Xi sublinhou em discurso a importância de levar adiante a causa da hegemonia marxista chinesa que Mao promoveu.

Xi louvou o engolimento da cidade de Hong Kong, a unificação da China e à extinção da independência de Taiwan.

Qiushi, o principal jornal teórico oficial do partido no poder, elogiou o legado de Mao e glorificou a liderança de Xi Jinping, celebrando o líder que aponta a fortuna do Partido e do Estado como uma divindade ateia.

O novo deus ateu XI emerge apagando o velho deus ateu Mao
O novo deus ateu XI emerge apagando o velho deus ateu Mao
Xi no poder foi mudando subtilmente a atitude das autoridades em relação a Mao. Elogiou a Revolução Cultural, mas eximiu de culpa a Mao pelos monstruosos crimes coletivos e anuncia que pretende reviver algumas práticas políticas e econômicas daquela sanguinária época, consolidando a ditadura e controle estatal da economia.

A revista oficial Caixin cometeu a infelicidade de louvar o crescimento econômico num editorial de Natal, mas o artigo foi removido poucas horas depois de ter sido publicado online.

Na cidade natal de Mao, Shaoshan, uma enorme multidão de pessoas de diferentes partes da China reuniu-se para ver vídeos e entoar slogans e canções da época da Revolução Cultural, apelando em voz alta pelo retorno do socialismo.

A economia chinesa registrava um crescimento extraordinário após a visita do presidente americano Richard Nixon que inaugurou a torrente de investimentos ocidentais que deu à China, que então morria de fome, a atual projeção econômica.

A desigualdade crescente entre ricos e pobres motivou o aumento dos que pedem o retorno ao velho comunismo de Mao sob a batuta de Xi, o novo ídolo supremo.

Xi reconhece este movimento ao igualitarismo que matou milhões e não hesita, e até comemora, anunciar a crise e decadência da economia chinesa.

Poucos dias depois o imenso banco Zhonngzhi teve decretada sua falência por seus fabulosos vermelhos que habitualmente eram cobertos pelo governo central.

Mas esse cessou de salvar as monstruosas empresas chinesas que agonizam longe do igualitarismo miserabilista marxista.



quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Católicos chineses padecem sob a “sinodalidade vaticano-comunista”

Bispo cismático comunista  Joseph Li-Shan semeou preocupação nos fiéis visitando Hong Kong
Bispo cismático comunista  Joseph Li-Shan semeou preocupação nos fiéis visitando Hong Kong
Luis Dufaur
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A visita a Hong Kong de Dom Joseph Li-Shan, líder do órgão do Partido Comunista Chinês enganosamente nomeado Associação Católica Patriótica Chinesa (APCC), convidado pelo Bispo de Hong Kong, Cardeal Stephen Chow causou arrepios. 

Lord Patten, o último governador britânico de Hong Kong, chamou a abordagem do Vaticano de "autoengano" e pouco mais do que uma “política de apaziguamento” em relação “ditadores que demonstram violência delictiva”, escreveu “Infovaticana” .

A “Igreja clandestina” da China, leal a Roma, é perseguida desde que Mao Zedong assumiu o poder em 1949, em castigo dessa lealdade. Seus bispos estão em comunhão com Roma e rejeitam a jurisdição do Partido Comunista Chinês sobre a Igreja.

Em sentido oposto, a APCC criou bispos e dioceses que eram outro ramo do Estado chinês. Seus bispos da APCC ordenados de forma ilícita, foram automaticamente excomungados. A ilegalidade continuou até que o pacto Sino-Vaticano de 2018 força a união da Igreja clandestina com a APCC.

Pelo pacto, deveria haver uma Igreja Católica única: a excomunhão de sete bispos ordenados ilicitamente seria levantada e o PCCh iria concordaria com o Vaticano sobre a nomeação de bispos no futuro.

Porém, para muitos fiéis esse pacto cai encima dos católicos clandestinos que sofrem pela sua lealdade ao Papa.

O Cardeal Joseph Zen, um dos mais respeitados Cardeais, transmitiu essas preocupações ao Vaticano e foi ignorado; quando solicitou uma audiência urgente com o Santo Padre, foi rejeitado.

Mais recentemente, o Cardeal foi preso pelas autoridades chinesas; e agora, aos noventa anos, vive sob vigilância. Por outra parte, o Pacto Sino-Vaticano está sendo repetidamente violado pelo PCCh, o Vaticano sabe mas engole.

Bispo cismático Joseph Li-Shan comanda organismo burocrático comunista chamado de Igreja Patriótica
Bispo cismático Joseph Li-Shan comanda organismo burocrático comunista chamado de Igreja Patriótica
João Paulo [nome fictício], um chinês que vive e estuda nos EUA, mantém contacto regular com a família e amigos no seu país, concedeu uma entrevista sob anonimato em que falou do Cardeal Zen com carinho e profunda reverência

“Ele foi preso e condenado. Estamos todos em perigo. ... Não sei o que vai acontecer comigo”., se referindo ao Sínodo da Sinodalidade.

Num momento em que precisávamos desesperadamente de apoio, Roma traiu-nos. Agora, ao silêncio do Vaticano sobre as perseguições sistêmicas na China acrescenta-se a sua forte promoção da imoralidade sexual, que levará a minha nação pelo mesmo caminho da desordem ocidental”.

“Os membros da Igreja oficial controlada pelo PCCh – continua João Paulo – usam a opinião do Papa Francisco de que os chineses podem ser bons cristãos e bons cidadãos ao mesmo tempo. Mas o Santo Padre não descreve o regime como antidemocrático. 

“Na verdade, qualquer verdadeiro cristão que não deseje ser um sujeito pró-PCCh – sofre muito sob a ditadura chinesa”.

O Centro Jesuíta de Pequim, única congregação religiosa não condenada pelo PCCh, garante aos estudantes americanos que “viver num país comunista não é muito diferente de viver num país com um sistema político democrático”.

Há belas igrejas oficiais, mas nelas não brilha a luz da verdade. Não precisamos do catolicismo sinicizado do Presidente Xi. “Precisamos de uma doutrina social que ensine inequivocamente por que o comunismo é inimigo do cristianismo”, prossegue o testemunha.

A perseguição aumentou, em vez de diminuir, desde que o Vaticano fechou o seu acordo com a China em 2018. A tentação de apostatar tem sido forte: “um número crescente de padres clandestinos – coagidos pelo PCCh e encorajados por Roma – começaram a registar-se no governo. “Eles foram imediatamente autorizados a presidir missas e administrar os sacramentos nas igrejas oficiais”.

“Obedecem frequentemente a ordens para proibir as crianças de entrar em igrejas e campos de verão, comprometem ou distorcem a sua pregação sobre a doutrina, a moralidade e as relações entre a Igreja e o Estado”

“Os católicos clandestinos identificam-se com os mártires pós-1949 e recusam-se a aderir à Igreja oficial e reforçam a sua heroica lealdade à Santa Sé. “Continuam a circular cartas de Pio XII, João Paulo II e Bento XVI que condenaram o regime e apoiaram os perseguidos”.

“Sentem-se totalmente traídos pelo acordo entre a China e o Vaticano, a ponto de considerarem que os sacramentos da Igreja oficial não são válidos. 

Raramente encontram um “padre leal” não registrado – que não aderiu ao Partido Comunista – para celebrar uma missa clandestina num local seguro, têm de receber os sacramentos apenas em espírito. "Alguns 'padres leais' remanescentes celebram missas privadas em casas."

“Este grupo clandestino tem uma visão conservadora sobre questões morais e está horrorizado com a sugestão de que os ensinamentos sociais tradicionais da Igreja possam agora ser objecto de debate”.

João Paulo II explica que “quando os que apoiam o acordo e afirmam que ‘só existe uma igreja na China’, eles aceitam que uma igreja que não é livre para pregar toda a verdade”.

João Paulo publicou artigos em um blog mas, como ele mesmo explica, “minha conta foi encerrada permanentemente três dias depois, fui denunciado às autoridades por membros da Igreja oficial.” No entanto, os elogios ao Papa Francisco e ao ditador Xi não têm problemas de divulgação.

Missa na clandestinidade de fiéis chineses leais a Roma que temem a sinodalidade
Missa na clandestinidade de fiéis chineses leais a Roma que temem a sinodalidade
“Após 30 anos de perseguição, muitos filhos leais que conseguiram sair dos campos de trabalho regressaram às suas cidades e paróquias. 

Os padres esforçavam-se por celebrar missas, administrar os sacramentos e pregar de casa em casa. As igrejas foram recuperadas e reconstruídas. 

A antiga missa em latim estava bem preservada, porque a China estava fechada ao mundo desde 1949.

Tem havido muita angústia e raiva entre aqueles que mantiveram viva a chama da fé na China; em grande parte dirigida contra o Papa Francisco. Perante isto, o Cardeal Zen apelou à prudência.

“Eles traíram vocês”, ele lhes disse. “não comecem uma revolução, voltem para casa, orem com sua família e esperem por tempos melhores. É um regresso às catacumbas: mas o comunismo não é para sempre.

O Cardeal Zen interpelou os membros do Colégio Cardinalício em 2019: “Podemos testemunhar passivamente este assassinato da Igreja na China por aqueles que deveriam protegê-la e defendê-la dos seus inimigos?”

Ele implorou a seus irmãos cardeais que agissem: “Eu imploro de joelhos”.

“Eu me junto a ele de joelhos”, acresce João Paulo: “eu vos imploro; não vos prostreis diante deste mal”.



quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Cemitérios de carros elétricos na China

Um dos cemitérios de carros eléctricos na China. Foto Bloomberg
Um dos cemitérios de carros eléctricos na China. Foto Bloomberg
Luis Dufaur
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Na China, desde há poucos anos se constata um abandono massivo de carros elétricos.

Isso gerou campos de gerar arrepio com milhares de veículos largados em bom estado, alguns com bichos de pelúcia nos painéis, mostrou longa reportagem do “La Nación”.

Esses incríveis “cemitérios” constituem um exemplo ovante do fracasso da economia chinesa movida por estímulos e desestímulos dirigistas, como é típico do socialismo.

Segundo a agência Bloomberg, o fenômeno começou em 2019 e se repete em dezenas de cidades do país asiático.

Os carros parados por tempo indeterminado em baldios chineses têm um padrão comum: são modelos modernos, com carrocerias claras.

Há pouco mais de uma década, fabricantes chineses entraram no negócio da mobilidade elétrica para aproveitar subsídios governamentais.

Os cemitérios de carros elétricos existem em muitas cidades
Os cemitérios de carros elétricos existem em muitas cidades
Grande parte produziu modelos pequenos com um design básico, qualidade e duração da bateria efêmera, pelo que não eram atrativos para o utilizador médio.

Porém, eram utilizáveis por empresas que apostavam em um negócio que parecia estar começando.

As políticas governamentais socialistas afetaram ambas as partes: fabricantes e consumidores.

Um sistema de créditos recompensava o fabricante desses carros e penalizava o fabrico de automóveis com combustíveis tradicionais. Em algumas cidades, foram impostas restrições aos carros de combustão fósseis.

As empresas visando aproveitar o programa de subsídios, falsificavam os registros dos carros elétricos produzindo chassis vazios, sem baterias, ou baterias que não cumpriam as normas.

O quotidiano oficial “Diário do Povo” revelou em 2016 dezenas de fraudes envolvendo empresas que reivindicavam mais de 1,3 bilhões de dólares em subsídios.

Subsídios socialistas acabaram mal
Subsídios socialistas acabaram mal
Quando Pequim cortou os subsídios planificados pelo regime, muitas empresas foram à falência. Dos mais de 500 fabricantes chineses de automóveis elétricos de 2019, menos de 100 produzem até hoje.

Os incentivos geraram um boom que em pouco tempo levou o gigante asiático a representar 60% da frota elétrica mundial e a desenvolver a maior infraestrutura de carregamento existente.

O ritmo produtivo se mantém até hoje: só em 2022 a China fabricou seis milhões de veículos elétricos e híbridos plug-in.

No entanto, nem tudo que é elétrico é sustentável, escreve “La Nación” e a superprodução chinesa de EVs (veículos elétricos, em inglês) não foi acompanhada pela demanda.

Primeiro porque, possivelmente, os compradores ainda não estavam preparados para saltar de uma vez para o transporte elétrico.

Segundo, porque quando ficaram prontos, já tinham aparecido opções mais modernas e equipadas que superavam em muito os primeiros modelos de capacidades limitadas.

Embora as baterias destes veículos contenham metais preciosos como o níquel, o lítio e o cobalto, que poderiam ser reciclados e ter uma segunda vida no sector, estes automóveis são hoje uma fonte de resíduos tóxicos cuja desintegração será, mais cedo ou mais tarde, uma tarefa com a qual o governo terá que lidar.

Acúmulos de carros abandonados em consequência da planificação socialista
Acúmulos de carros abandonados em consequência da planificação socialista
Segundo a mídia local, o governo de Hangzhou teria se comprometido a limpar essas áreas. Ainda assim, quando os repórteres da Bloomberg News percorreram a cidade no final de julho 2022, encontraram vários cemitérios transbordantes nos distritos de Yuhang e West Lake.

Os cemitérios de carros elétricos não são o primeiro caso de abandono massivo em consequência de uma produção frenética planificada e irreal socialista.

Em 2018, Wu Guoyong, um fotógrafo radicado em Shenzhen, documentou esse tipo de “cemitérios” industriais fotografando pilhas de bicicletas com drones.

As bicicletas estavam destinadas a um sistema de pedalagem partilhado que resultou em milhões de cópias descartadas. em valas, rios e estacionamentos.

Em suma, ambos os exemplos representaram a dinâmica comunista chinesa de consumo induzido para projetar a imagem da China vermelha no mundo.

Cemitérios de bicicletas produzidas para obedecer à planificação socialista
Cemitérios de bicicletas produzidas para obedecer à planificação socialista
Até hoje as autoridades governamentais não querem comentar o desastre da planificação central que deu nesses cemitérios de carros esquecidos.

Qualquer crítica aos planos da central ditatorial do Partido Comunista Chinês pode atrair pesadas punições.



quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Arkansas proíbe chineses possuir propriedades agrícolas: roubam tecnologia

Governadora Sarah Huckabee Sanders não quer roubo de tecnologia agricola
Governadora Sarah Huckabee Sanders não quer roubo de tecnologia agricola
Luis Dufaur
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O estado norte-americano de Arkansas ordenou que a Northrup King Seed se desfaça de quase 65 hectares de terras agrícolas.

A empresa é subsidiária da Syngenta, que é controlada pela ChemChina, estatal química chinesa que por sua vez, afirmou o “Globo Rural” é uma companhia militar que opera nos EUA é e está numa lista negra do Departamento de Defesa do país.

A lei aprovada pelo legislativo estadual, foi assinada pela governadora republicana Sarah Huckabee Sanders, informou “Isto É Dinheiro”.

A ação é a primeira num estado e precede uma onda de iniciativas legais em outros que restringem as propriedades chinesas de terras agrícolas nos estados respectivos.

Atualmente, 24 Estados consideram leis similares em comparação a 14 no começo de 2023.

O “ponto político crítico” foi atingido após a divulgação massiva de que empresas chinesas compraram terras perto de bases militares em Dakota do Norte e no Texas, disse o advogado Micah Brown, do Centro Nacional de Direito Agrícola da Universidade de Arkansas.

O balão espião chinês que sobrevoou os EUA aumentou essas preocupações, acrescentou Brown.

Syngenta virou subsidiária de empresa chinesa militarmente suspeita
Syngenta virou subsidiária de empresa chinesa militarmente suspeita
Se a empresa não se desfizer das terras, Arkansas pode tomar medidas judiciais. O procurador estadual disse ter “total confiança” de que Syngenta venderá a propriedade.

Ele não informou se foram identificadas outras terras que poderiam motivar ações semelhantes.

A governadora Sarah Huckabe Sanders afirmou que vai garantir “que todas as empresas operando em Arkansas sejam amigas do Estado e boas para os trabalhadores locais”.

Syngenta nega que qualquer executivo da China esteja envolvido na “compra, arrendamento ou qualquer outra forma de aquisições de terras” no Estado.

“Nossos funcionários em Arkansas são americanos liderados por americanos que se importam profundamente em servir aos agricultores de Arkansas. Essa ação prejudica os agricultores locais mais do que qualquer outra pessoa”, disse a empresa.

Proibição de Arkansas poderá ser imitada por outros estados
Proibição de Arkansas poderá ser imitada por outros estados
Arkansas também multou a Syngenta em US$ 280 mil por não relatar sua propriedade estrangeira segundo exige lei estadual de 2021. A Syngenta disse que a registrou no Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O governo do Arkansas teme que a propriedade chinesa, ainda que sob fachada de empresas do EUA ponha em risco a segurança do país.

A governadora de Arkansas apontou que a Syngenta usa 64 hectares de terra para a pesquisa em tecnologia de sementes.

E explicou: “sementes são tecnologia. As empresas de propriedade chinesa levam essa tecnologia de volta para o país, roubando a pesquisa americana e dizendo aos nossos inimigos como atingir fazendas americanas”, disse Sarah, no discurso transmitido pela rede local THV11.

“É uma clara ameaça à nossa segurança e nossos grandes agricultores”, acrescentou.

A Syngenta, ao todo, possui 1,5 mil acres de terras nos EUA para pesquisa, desenvolvimento, testes regulatórios e produção.



quarta-feira, 15 de novembro de 2023

EUA condena tráfico de droga assassina e China se revolta

Policial da Flórida tem overdose após ser exposta à droga fentanil durante parada de trânsito
Policial da Flórida tem overdose após ser exposta à droga fentanyl durante parada de trânsito
Luis Dufaur
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A China comunista fustigou as sanções americanas contra uma rede chinesa de produtores de drogas, notadamente fentanyl, um opiáceo que causa milhões de overdoses nos EUA com milhares de mortes.

O fentanyl é um poderoso opiáceo sintético, usado no meio médico, mas não para uso de drogas. Ele é 50 vezes mais poderoso que a heroína.

As sanções visam 28 pessoas e entidades, principalmente da China, que ficaram interditadas ao acesso ao mercado financeiro americano.

A China está “fermentando oposição” a essas sanções em um comunicado transmitido à AFP.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros pôs a culpa nos EUA. “A crise do fentanyl nos EUA procede desse país”, disse na hora de encaminhar um protesto “solene”.

O tema dos opiáceos produzidos e exportados pela China visando os EUA por intermédio dos cartéis da droga mexicanos, está no centro da tensão entre Washington e Pequim.

Uma nota emitida pela ministra do Comércio, Gina Raimondo, durante sua visita à China no final de agosto, desagradou aos líderes marxistas que tem na droga assassina uma arma para corroer a moral de seu inimigo.

A luta contra o fentanyl aparece nas prioridades da Casa Branca.

Biden anunciou mais de 450 milhões de dólares de financiamento suplementar para combater a crise de overdoses nos EUA.

Mas o fundo da crise é moral e “libertária” enquanto a omissão da hierarquia eclesiástica católica é assustadora.



quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Pequim prende padres e remove cruzes para afogar o catolicismo

Representação dos métodos comunistas chineses para apostatar da fé
Representação dos métodos comunistas
para induzir à apostasia da fé
Luis Dufaur
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Cruzes removidas, pastores presos pelo crime de professar a fé católica, locais de culto forçados a apoiar a campanha de “sinicização” de acordo com o marxismo do ditador Xi Jinping.

Essa é, na China, a nova escalada na repressão às atividades religiosas, desde o cuidado pastoral até as tarefas próprias dos leigos, segundo “AsiaNews”.

As restrições foram reforçadas com leis: a partir do 11 de setembro 2023, foi intensificado o “controle” de mosteiros, templos, mesquitas, igrejas e outros locais de prática religiosa.

Esses “serão proibidos de fazer ligações a organizações no exterior [estrangeiros]” e terão que garantir “uma educação patriótica para os crentes”, leia-se ensinar o socialismo e treiná-los para se inserir no igualitarismo sonhado por Mao Tsé-Tung.

Um blog cristão chinês, narra a detenção de um pastor protestante em Nanning, Guangxi, região autônoma do sul, na fronteira com o Vietnã, acusado de ter “usado a religião” para “perturbar a ordem social”.

O decreto foi emitido pela seção de Liangqing do Departamento de Segurança Pública de Nanning, do governo comunista.

O governo de Wenzhou, cidade da província de Zhejiang, costa leste da China, vai retomar a remoção forçada de cruzes nas fachadas dos locais de culto.

Em 3 de agosto, uma igreja em Dongqiao foi avisada da remoção de sua cruz e os líderes cristãos pediram aos fiéis que orassem contra esse atentado.

Um pastor da cidade, sob condição de anonimato por medo de retaliação, relatou à ChinaAid o retorno de um “vento demoníaco” pela “remoção das cruzes”. É claro que esse vento infernal atinge os católicos.

Na cidade de Shanxi, do condado de Yongjia e do distrito de Lucheng, as placas de bronze instaladas nas portas e paredes com inscrições como “Jesus” ou “Cristo” também serão removidas.

Zhejiang, província de alta população cristã é um dos principais alvos da política de controle e “sinicização” do ditador Xi Jinping.

Entre 2014 e 2016, foram demolidos mais de 1.500 locais de culto e removidas cruzes e símbolos religiosos das fachadas.

Reiniciada a demolição dos cruzeiros
Reiniciada a demolição dos cruzeiros
Em documento confidencial o governo chinês elogiou o “significado político” da campanha contra as cruzes, parte de uma “luta ideológica” entre os comunistas e os cristãos.

Em Henan, em 2018 houve massiva demolição de cruzes, queima de Bíblias e destruição de placas e símbolos religiosos, incluindo as casas dos fiéis.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) emitiu uma nova lei repressiva da liberdade religiosa fixando tirânicas regras para locais de culto.

Elas foram publicadas no site do Departamento de Trabalho da Frente Unida (DLFU), que depende diretamente do Comitê Central do PCCh.

Nelas lemos: “Nenhuma organização ou indivíduo pode usar locais de atividades religiosas para realizar atos que ponham em risco a segurança da nação, perturbar a ordem social [ou] prejudicar os interesses nacionais”.

Violência oficial contra o cristianismo
Violência oficial contra o cristianismo
Os líderes religiosos locais serão submetidos a um escrutínio cuidadoso pelos responsáveis dos Assuntos Religiosos, para ver se ensinam a “apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês e do sistema socialista”.

Os religiosos devem manter um arquivo completo do pessoal detalhando suas atividades religiosas e sociais e todos os contatos “com organizações ou indivíduos no exterior”.

Os grupos religiosos não podem aceitar contribuições de instituições estrangeiras sem autorização prévia do regime.

Entrevistado pela Radio Free Asia (RFA), Chang Chia-lin, professor do Instituto da China Continental da Universidade de Tamkang, em Taiwan, destaca que o novo marco regulatório representa o triunfo da política comunista sobre a espiritualidade.

“A política – explica – prevalece sobre a religião, de modo que se você quebrar essas regras eles podem entrar com uma ação judicial”.

“Depois de 1º de setembro – alerta – os locais de culto serão obrigados a obedecer ao governo ou à Administração Estatal de Assuntos Religiosos ou ao Departamento de Trabalho da Frente Unida”.



quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Falências chinesas apavoram mercados

Falências chinesas apavoram mercados
Falências chinesas apavoram mercados
Luis Dufaur
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A concordata do gigante imobiliário China Evergrande Group impactou as principais Bolsas do mundo e consolidou o pavor do desabamento da que pretende ser a segunda economia do mundo, escreveu “La Nación”.

A crise envolve dívidas de 300 bilhões de dólares, muitas contraídas no Ocidente superficialmente otimista sobre a economia chinesa, e vinha se alastrando há anos. O gigante pedia auxílios do governo comunista como foi de praxe até recente, mas com a instrução ideologia de Xi deixou de receber.

Pois o ditador comunista Xi Jinping declarou que o enriquecimento de chineses introduzia a desigualdade de bens incompatível com a filosofia do Partido Comunista Chinês (PCCh) o qual agora visa retornar ao ‘comunismo original’, leia-se: miséria igual para todos.

Enquanto isso bolsas e mercados de capitais chineses andam às corcovas e o mundo se pergunta, aliás tardiamente, se o bem-estar chinês rumava para onde dizia.

Os indicadores econômicos apontam a desaceleração em todos seus aspectos, porque o gigante em agonia está longe de ser o único nessa situação no império dos dragões de papelão.

Tudo ralentiza, preços e consumo caem e o governo esconde as taxas negativas, acrescentou “La Nación”.
O governo comunista de Pequim deixa cair e nada faz para evitar um efeito dominó sobre o resto da economia.

A confiança dos consumidores afundou demais e os economistas ocidentais clamam racionalmente contra a perspectiva de defaults em série. Mas, na realidade raciocinam errado, desconhecendo a ideologia marxista que tudo o decide na China.

Expressões como “a pior situação”, “desestabilização” ou “desastre” afloram nos escritos dos especialistas que acham que isso pode impressionar a elite do comunismo.

Cidades e províncias estão ao borde da falência sem poder pagar seus gastos básicos, pois ficaram acostumadas a décadas de empréstimos sem fundo do governo central, que agora minguaram ou cessaram.

Para o presidente americano Joe Biden a economia chinesa “é uma bomba de tempo”.

A crescente classe média da China acumulava riqueza comprando moradias ou terra. Este poderoso motor econômico nos critérios do capitalismo privado é o objeto do ódio do socialismo imperante no país porque gera desigualdade social.

Os cidadãos acreditavam estar comprando títulos rentáveis e seguros, e agora estão verificando que puseram o dinheiro num saco sem fundo.

O modelo comunista-capitalista de Xi está fracasando
O modelo comunista-capitalista de Xi está fracasando
Os gigantes imobiliários como Evergrande e Country Garden na realidade estavam vendendo aos chineses um sonho, o da casa própria.

Quarteirões inteiros de grandes prédios de apartamentos parados viraram a nova realidade. Centenas de futuros proprietários ficaram indignados porque pagaram muito, pensavam mudar proximamente e agora descobrem a falcatrua.

As promessas de estímulos para retomar as construções poderão nunca se efetivar. “A idade de ouro não voltará”, constatou Shitong Qiao, professor de Direito da Universidade de Duke.

Para “The Economist” até uma década atrás os tecnocratas chineses eram tidos em conta de sábios que conduziam uma maravilha transformação econômica. Hoje eles decepcionam acumulando falhas e falências com o governo cometendo erros, que na realidade estão planificados no PCCh.

Acresce ainda os sinais de que o ditador Xi prepara a China para um conflito militar em grande escala contra os EUA, a propósito de Taiwan e do Mar da China. Acabou o “wishful thinking” e o totalitarismo estraga a economia, introduzindo uma era de desilusões.

Não é que algo deu errado. É que a camarilha comunista quer enterrar a economia numa vala ideológica. 



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Desaparece sacerdote embora aceitando a “Igreja Patriótica”

Métodos comunistas chineses para 'convencer'
Métodos comunistas chineses para 'convencer'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O padre Xie Tianming foi feito desaparecer após querer ingressar na Igreja do governo. Os sacerdotes que fazem essa censurável escolha não deixam de caírem presos pela polícia em local secreto onde são submetidos a sessões de “lavagem cerebral” para sua “reeducação” política, noticiou “Infocatólica”. 

O Pe Xie, como outros que optaram por essa péssima iniciativa, corre o risco de ficar detido por muito tempo, até dar “provas certas” de mudança de mentalidade.

Essa detenção dos clérigos que imaginam falsamente poder melhorar sua sorte é chamada de “guanzhi”: não há prisão real, mas uma restrição de movimento.

Nela o religioso deve submeter-se a sessões políticas e coerção para confirmar aos carrascos que sua adesão e subserviência ao Partido Comunista da China é sincera.

Outros 10 padres clandestinos da diocese foram libertados após meses de prisão nos primeiros meses de 2022.

Igreja Católica dita “oficial” segue as orientações da Associação Patriótica Católica Chinesa, um engendro administrativo criado pelo Partido Comunista chinês – PCCh.

O acordo entre a China e o Vaticano assinado em 2018 e renovado em outubro de 2020 e 2022 não adiantou de nada. Antes bem piorou a situação dos religiosos.

O PCCh sentiu que suas costas ficaram quentes com uma “aprovação“ do Vaticano e lançou uma campanha para forçar todos os padres a aderirem à Igreja oficial e ao Partido Comunista.

Aqueles que se recusam são frequentemente expulsos de suas paróquias e acabam na detenção.

O “guanzhi” fez seu mal efeito em pelo menos metade dos sacerdotes de Baoding que acabaram aderindo à Igreja oficial.

Policia chinesa reforçou a repressão após o acordo com o Vaticano
Policia chinesa reforçou a repressão após o acordo com o Vaticano
Os 10 clérigos que a polícia fez sumir em 2022 foram libertados após sessões de doutrinação e alguns ingressaram em órgãos oficiais; mas os que não aderiram não podem mais exercer seu ministério.

Um padre clandestino libertado depois de quase um ano de “lavagem de cérebro” marxista e que não queria renunciar ao cargo foi confinado em sua casa e obrigado a renunciar ao serviço pastoral.

A comunidade católica clandestina de Baoding é uma das mais antigas e numerosas da Igreja chinesa.

Seu bispo, monsenhor James Su Zhimin, é refém da polícia há mais de 25 anos, tendo passado mais de 40 anos em trabalhos forçados sob o regime de Mao Tsé Tung, fato que o transforma num herói mártir orgulho do catolicismo.

Os católicos locais se dividiram depois que o então Bispo Auxiliar de Baoding, Dom Francis An Shuxin, decidiu passar para a pseudo igreja comandada pelo PCCh.

Esse bispo prevaricador é oficialmente o atual diocesano de Baoding, mas a ditadura se autojustifica com o acordo assinado e renovado pelo Vaticano.

Ele está numa oposição radical com o heroísmo cristão do legítimo bispo encarcerado.


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Descalabro chinês fruto do controle da natalidade

Grandes prédios inconclusos é comum na China em crise
Grandes prédios inconclusos é comum na China em crise
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs








A China, badalada superpotência econômica, de fato titubeia a ponto de fazer temer um desabamento de efeito mundial que inauguraria o pior dos mundos econômicos, observou o Premio Nobel de Economia Paul Krugman, habitual companheiro de estrada das forças de esquerda, no “The New York Times”.

A monstruosa bolha chinesa composta de ações e imóveis estourou deixando bancos em crise, empresas imersas em dívidas e estagnação econômica. Algo semelhante experimentou o Japão no fim dos anos 80, compara Krugman.

A diferencia mais importante desses declínios é demográfica. Japão sofreu pela baixa fertilidade e diminuição da população economicamente ativa.

Mas a economia da China, que também padece por falta de jovens trabalhadores em decorrência de uma ferrenha política de controle da natalidade, encara um horizonte muito pior.

Sua economia está extremamente desequilibrada, a demanda de consumo caiu demais e sobreviveu pelo inchaço dirigista do setor imobiliário hipertrofiado agora colapsado.

E o pior é que a população economicamente ativa está diminuindo.

O comunismo chinês desintegrou a coesão social, contrariamente ao Japão, e não consegue administrar a decadência e o sofrimento massivo criador de instabilidade social.

Igualitarismo comunista exige empobrecer classes médias
Igualitarismo comunista exige empobrecer classes médias
Pequim tem um regime autoritário errático e não é capaz de pôr ordem no país sem recorrer à violência repressiva.

O índice de desemprego entre jovens na China é muito maior do que o japonês em todos os tempos.

Portanto, economicamente a China não será como o Japão.

Provavelmente terá um afundamento muito pior.

E o mundo apanhará repercussões negativas insuspeitadas para quem se iludiu com a fachada econômica mantida até há pouco pela ditadura socialista chinesa.


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Nicarágua é amostra do que visa a China na América Latina

Lula da Silva e Alberto Fernández abrem as portas à invasãao solapada da China
Lula da Silva e Alberto Fernández abrem as portas à invasão solapada da China
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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continuação do post anterior: Nicarágua: feroz ditadura que diz ser "democracia"


11 bases espaciais e 40 portos na América do Sul


Logo após a viagem a Xangai do Ministro da Economia argentino, Sergio Massa, e do filho de Cristina Kirchner, Máximo Kirchner, o governador da Terra do Fogo aprovou a construção de um porto multivalente por uma empresa de fachada do Exército Vermelho.

Ele seria como um polo agroquímico, mas esconderia uma base naval para controlar os canais do Sul e serviria de porta de entrada à Antártica.

“Abrir as portas a uma potência totalitária como a China pode vulnerar a nossa soberania”, denunciou o legislador Pablo Daniel Blanco, que abriu, juntamente com outros, um processo na Justiça.

Os EUA temem pelas sucessivas concessões do regime peronista e lulo-chavista do presidente Fernández.

Este também quereria rearmar a Argentina com armas chinesas.

The Wall Street Journal revelou que a China também montou há anos em Cuba uma base de espionagem das comunicações nos EUA, como outrora fazia a URSS.

Militares suspeitam de uso bélico na Base Naval Integrada de Ushuaia que quer a China
Militares suspeitam de uso bélico na Base Naval Integrada de Ushuaia que quer a China
Ela está instalada num prédio de antiga URSS, na aldeia de Bejucal. “Os EUA só despertaram há quatro ou cinco anos para esta questão de segurança militar para o mundo”, disse Jonathan Ward, especialista na oposição China-EUA.

“A América Latina corre o risco da dependência econômica e da influência militar e diplomática chinesa”, que Ward comparou à expansão do Império Britânico no século XIX, citando o jornal La Nación.

Altos comandos militares insistem que as instalações de empresas chinesas na América Latina e no Caribe visam um “duplo uso”: na aparência são civis, na prática são dirigidas pelo exército comunista.

O Center for Strategic and International Studies (CSIS), enumerou onze instalações espaciais na América do Sul.

“Estas instalações constituem um segmento de uma rede mundial que pode mirar os EUA e interceptar informação sensível”, afirma num relatório.

Exemplo preocupante é a estação Espaço Remoto, em Neuquén (Patagonia), controlada pela Força de Apoio Estratégico do Exército Popular de Libertação, onde a Argentina não pode exercer sua soberania (cfr. La Nación).

Outras são as de El Sombrero, na Venezuela, de La Guardia, na Bolívia, e mais dois projetos em San Juan, Argentina.

Além desses, a China procura instalar-se em 40 portos, do México ao Peru, visando neste último o porto de Chancay, o complexo portuário mais importante no sul do Pacífico.

* * *

Povo resiste à ofensiva de comunistas e chineses apoiado na Padroeira do país
Povo resiste à ofensiva de comunistas e chineses apoiado na Padroeira do país

Há 440 anos, no porto de El Realejo, na Nicarágua, uma nau que deveria partir para o Peru não conseguia zarpar.

Nela, Don Lorenzo de Cepeda, irmão de Santa Teresa de Ávila, levava uma imagem da Imaculada Conceição.

Enquanto o barco não conseguia se mover do porto, ele se instalou na cidade de El Viejo com a imagem, que os mestiços cultuavam como a “Menina Branca”, que fazia milagres.

Formou-se a ideia de que a Imaculada Conceição queria ficar ali.

O irmão de Santa Teresa então doou a imagem à cidade e as velas do barco se enfunaram com vento muito favorável.

Em 2018, quando soldados da ditadura matavam centenas de cidadãos opostos à tentativa chinesa de construir o canal na Nicarágua, a sua imagem padroeira reinava sobre as barricadas salpicadas pelo sangue dos resistentes anticomunistas.

A iniciativa de Ortega a favor da China acabou fracassando. Foi um sinal de que Nossa Senhora, que esmaga a serpente infernal e seus sequazes, acabará vencendo na Nicarágua e no “continente da Esperança”.