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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Milagre econômico chinês deu em terremoto financeiro mundial

Projetos concebidos sem relação com a realidade
Projetos sem relação com a realidade presagiam terremoto financeiro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









O editor de economia da BBC, Robert Peston, vem investigando como a desaceleração econômica da China pode levar a uma 'terceira onda' da crise econômica que abalou o mundo em 2008, noticiou G1.

A cidade chinesa de Wuhan é um exemplo: cresceu mais do que qualquer outra cidade do país nas últimas três décadas.

Mas hoje é o símbolo que o “milagre” econômico chinês beira o fim com sério risco para os mercados mundiais.

O prefeito de Wuhan, Tang Liangzhi, gasta quase R$ 800 bilhões na tentativa de transformar a cidade – 10 milhões de habitantes – querendo construir uma megametrópole que dispute com Xangai o segundo lugar entre as cidades chinesas.

Gigante chinesa ameaça desabar e o mundo e o Brasil podem ser afetados



Em Wuhan se constroem centenas de edifícios residenciais, anéis viários, pontes, ferrovias, um sistema de metrô e um aeroporto internacional, entre outras coisas mastodônticas.



Nos últimos anos, a China construiu um novo arranha-céu a cada cinco dias, mais de 30 aeroportos, sistemas de metrô em 25 cidades, as três pontes mais extensas do mundo e mais de 9,6 mil quilômetros de rodovias de alta velocidade, além de empreendimentos imobiliários comerciais e residenciais em larga escala.

Terminal ferroviário de Wuhan às moscas
Porém esse crescimento aparece como fruto de uma economia desequilibrada, cujas fontes de crescimento não são sustentáveis.

Na crise iniciada em 2007 e 2008, o comércio mundial teve um encolhimento catastrófico para a China, muito dependente das exportações ao Ocidente.

Hordas de migrantes chineses pobres foram forçados a voltar para suas aldeias.

Para evitar motins populares o governo chinês liberou o equivalente a R$ 1,5 trilhão em despesas estatais e ordenou aos bancos emprestarem dinheiro sem pensar no amanhã.

Os fabulosos investimentos podres, como cidades fantasmas, estradas sem carros e iluminação pública de ruas que não existem, além dos ilimitados empréstimos irrecuperáveis tinham que dar numa catástrofe.

Segundo a analista Charlene Chu, da agência Fitch, ninguém sabe a dimensão do endividamento do setor bancário.

Em 2008 seria de US$ 10 trilhões, mas hoje anda pelos US$ 24 e 25 trilhões.

Esse aumento é equivalente ao total do setor bancário comercial americano, que levou mais de um século para ser constituído, acrescentou Chu.

Zhenhzhou, cidade fantasma
Zhenhzhou, cidade fantasma
Não há exceções na história das finanças: empréstimos nessa escala significam futura inadimplência maciça.

Quando isso acontecer, ninguém conseguirá imaginar a dimensão do terremoto que tudo derrubará.

O milagre econômico chinês poderá então ter um desfecho planetário: uma crise que chacoalharia não apenas a China, mas o mundo inteiro.

O modelo chinês deu aos ocidentais produtos baratos e, para países exportadores (como o Brasil), a venda de commodities.

Como na lenda indiana da mão de macaco, ele trouxe sorte para o mundo, mas no fim se verifica que o fez do modo monstruoso.


2 comentários:

  1. Enquanto isso, o babaca do Caio Blinder fala que o crescimento chinês vai ser maior que o americano...É questão de tempo para a china ir para o buraco,,,

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  2. O ocidente não entende a lógica "de mercado" chinesa...e fazem analise com a lógica de Dow Jones e Nasdaq...daí piram, pois esses índices pra China é nada.

    A elite ocidental doidinha pra China abrir as pernas, pra querer provar que o estado forte socialista não se sustenta...vão quebrar a cara.

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