Haverá paz China estendeu sua mão para auxiliar os Talibãs. Foto Asia Times |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Haverá paz após a entrega do Afeganistão como dizem acreditar o presidente americano Joe Biden e muitos altos porta-vozes políticos da esquerda e do espectro eclesiástico?
Só se houver algum processo político diplomático em andamento que pudesse evitar uma saída conflitiva e os líderes do mundo estivessem agindo bem.
Mas se houvesse e os líderes não estivessem agindo bem, não haverá paz no mundo.
Para o colunista Thomas L. Friedman do “The New York Times” as incógnitas em volta dessa problemática giram em torno de uma só palavra: China.
E resume seus temores em alguns parágrafos:
Nos 40 anos de 1979 a 2019 as relações EUA-China consistiram no essencial na promoção econômica do gigante marxista.
A amola propulsora foram os capitais e condições de comércio favoráveis que Ocidente foi dando à ditadura comunista chinesa desde a desastrosa viagem do presidente americano Richard Nixon.
O resultado foi uma globalização da economia mundial e uma relativa paz entre as duas grandes potências econômicas mundiais.
No espírito ‘americanista’ se as relações econômicas vão bem, tudo vai bem: novos mercados, centenas de milhões de pessoas beneficiadas e muitos produtos muito mais acessíveis para os consumidores.
Toast entre Nixon e Zhou-enLai simbolizou uma era que hoje acabou |
Mas, para Friedman, a relativa paz e prosperidade do mundo nesses 40 anos se deve em grande medida aos imensos negócios entre os EUA e a China.
Porém, nos últimos cinco anos esse relacionamento, diz ele, entrou no caminho da desintegração e talvez do confronto direto.
A liderança cada vez mais agressiva da China em casa e no exterior degradou o ambiente dos negócios planetários.
Pode ser que daqui a 20 anos nossos netos digam que o mundo se tornou um lugar mais perigoso e menos próspero por causa do colapso das relações entre os EUA e a China no início de 2020.
As trocas por cima e por baixo da mesa foram apelando ao pontapé cada vez mais violento com risco de quebrar a mesa.
Mudanças climáticas, biodiversidade, ciberespaço, foram algumas das crescentes zonas de desordem e enfrentamento.
Nos primeiros 30 dos 40 anos de “paz” econômica, a China vendeu “produtos superficiais” como camisetas e tênis enquanto os EUA transferiam software e computadores que agigantavam o sistema de poder e ditadura marxista.
Xi Jinping encerrou a era da enganação Mao-Nixon |
E ali começamos a temer.
Acresce que Xi Jinping está estendendo o controle do Partido Comunista a todos os poros da sociedade, cultura e comércio chineses, dentro e fora do país.
Quer faze-lo no mundo todo deixando a América dependente de seu controle totalitário.
O plano foi montado com as tecnologias postas à sua disposição por Washington e, quando foi preciso, Pequim as comprou, roubou ou pirateou para ficar muito mais agressiva.
O nível de roubo de tecnologia e penetração nas instituições americanas se tornou intolerável.
Pequim extinguiu a democracia em Hong Kong, extermina os uigures em seu território porque muçulmanos e envia “diplomatas lobos” para intimidar vizinhos como a Austrália.
Assim agindo, Xi atrai todo o mundo ocidental contra a China.
Nader Mousavizadeh, fundador e C.E.O. da Macro Advisory Partners, empresa de consultoria geopolítica, acha que o mundo se encaminha para uma irreversível confrontação contra a China.
A China empreendeu como missão inevitável a disseminação global de seu autoritarismo, marcadamente nacionalista.
Os anos 2020 marcaram o início da grande turbulência |
Os EUA acham que o melhor contra a China é uma ampla coalizão transnacional, baseada em valores universais como o Estado de Direito, livre comércio, direitos humanos e princípios básicos de contabilidade.
Mas a China nem responde a esses temas.
O infeliz final de uma guerra de 20 anos contra o terrorismo e um “retorno a casa” para resolver problemas de infraestrutura, educação, renda e igualdade racial não vai sossegar o ímpeto de assalto chinês.
Pelo contrário, pode acender o incêndio da ambição chinesa face a um adversário que eles vêm acocorado voltado só para seus problemas.
Então teria chegado a hora de avassala-lo seguindo os ensinamentos dogmáticos de Mao Tsé Tung.
Nesse caso, a vergonha de Cabul nos encaminhou para o período mais turbulento da história.
O encobrimento do século.
A verdade que o PCCh ocultou ao mundo (em espanhol)
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