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segunda-feira, 19 de março de 2018

“Barcos fantasmas” norte-coreanos
lotados de cadáveres

Barcos fantasmas nortecoreanos chegam ao Japão com lúgubres cargamentos
Barcos fantasmas nortecoreanos chegam ao Japão com lúgubres cargamentos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A corrente marítima de Tsushima está trazendo carregamentos sombrios para as praias do Japão: dezenas de “barcos fantasma” norte-coreanos à deriva, muitas vezes cheios de cadáveres, informou “El Mundo” de Madri.

O número dessas decrépitas embarcações vem aumentando continuamente e seu mistério está sendo desvendado com os testemunhos de dez marinheiros excepcionalmente vivos a bordo, como aconteceu no fim do ano passado.

Numa rudimentar nau de madeira, boiando sem rumo diante da costa da cidade de Oga, os guarda-costas nipônicos encontraram horrorizados oito cadáveres, alguns deles reduzidos a ossos. Experiências anteriores apontavam que partiram da Coreia do Norte.

No mesmo fim de semana foram encontrados mais dois corpos em avançado estado de decomposição. Nos restos de um bote encontrado na ilha japonesa de Sado havia caixas de cigarro norte-coreano e um salva-vidas com inscrições no alfabeto coreano.

No Japão sabe-se que os pescadores norte-coreanos têm cotas impostas pela ditadura que os obriga a ir além de suas possibilidades, esgotando os cardumes e a gasolina dos botes.

Em 2017, centenas dessas naus pesqueiras em péssimo estado foram detectadas pescando ilegalmente na zona econômica exclusiva nipônica do Mar do Japão. Nos últimos meses, a guarda costeira japonesa advertiu quase 2.000 naves norte-coreanas.

Os pesqueiros não têm equipamento para pedir socorro e lhes falta combustível para ir tão longe e regressar.



Barco fantasma rebocado. Pesqueiros nortecoreanos carecem de instrumental essencial para sobreviver
Barco fantasma rebocado. Pesqueiros nortecoreanos
carecem de instrumental essencial para sobreviver
O ditador Kim Jong-un mandou expandir a indústria pesqueira, desviando recursos destinados à alimentação, para promover o esquema militar, garantiu o professor da Universidade Seigakuin, Satoru Miyamoto, à CNN.

O jornal oficial “Rodong Sinmun” louva as capturas fora de época como indispensáveis para a sobrevivência do país. “Os barcos de pesca são como os de guerra, que protegem a nós e à mãe pátria”, acrescentou.

Quando são pegos vivos, os pescadores não querem desertar, pois deixaram a família, que será punida horrivelmente em vingança pelo regime.

Mas houve exceções, que foram encaminhadas para a Coreia do Sul.

O horror da vida materialista na Coreia do Norte ficou ainda melhor ilustrado pelo britânico Nicholas Bonner. Ele recompilou durante mais de duas décadas objetos quotidianos da Coreia do Norte e os publicou num livro entusiasta da sua estética, escreveu “El Mundo” de Madri.

A compilação é uma acumulação de parafernália e cartazes do mais dessueto comunismo: trabalhadores com punho ao alto, macacões e sorrisos amarelos ou gestos agressivos.

Bonner exibe selos, invólucros de doces, postais, notas, etiquetas de equipagem e de produtos conhecidos, marcas e brinquedos, como pistolas plásticas com o emblema do Exército.

Caixa de brinquedo com mensagem antiamericana.
Caixa de brinquedo com mensagem antiamericana.
“Quase não há propaganda na Coreia do Norte”. Os cartazes estão reservados com exclusividade à propaganda ideológica.

Os emblemas do Partido dos Trabalhadores (marxista oficial) e os slogans “revolucionários” são uma constante em postais, cumprimentos de Ano Novo, desenhos em quadrinhos, etc.

Uma norma do governo manda incluir nos cumprimentos, além do comum “Olá” ou “Você está passando bem?”, frases como “Mutilemos os imperialistas dos EUA”, “os ianques são lobos com forma humana”, ou ainda “a família do grande líder é realmente una família revolucionária”.

Os produtos nacionais são defendidos como os melhores do mundo. E sempre trazem símbolos alusivos à ditadura, como o “cavalo alado”, espécie de PACS, ou movimento de produção.

A tonalidade monótona e risível, típica da era soviética, foi substituída por cores histéricas escolhidas pelo regime. E serve de tapeação da desgraça quotidiana.


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