Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O primeiro ministro britânico Boris Johnson e seus aliados no Parlamento se mostraram “furiosos com a campanha de desinformação da China, que se utiliza da pandemia para auferir vantagens”.
O ex-líder do Partido Conservador, Iain Duncan Smith escreveu: “Todos os problemas poderão e serão discutidos, exceto um, nosso futuro relacionamento com a China.
“Acredito ser vital começarmos a discutir quão dependentes nos tornamos desse estado totalitário”.
Enquanto isso, Xi Jinping, apontado como o máximo culpado pela pandemia, se vangloriava do sistema comunista chinês de saúde e exortava os outros países a copiar seu modelo.
Ao mesmo tempo em que pedia ao mundo para não “politizar” as preocupações com seus suprimentos, Pequim mobilizava um exército de trolls para fustigar na internet, com mentiras e meias verdades, os países e pessoas que questionassem a resposta sanitária maoísta.
A mídia estatal chinesa soltou um tsunami de notícias externando seu ódio ideológico herdado de Mao Tsé-Tung, e descrevendo como “calvário” e “apocalipse” (termos nada ateus, mas que servem para a guerra psicológica) as cenas em hospitais da Itália e da Espanha.
Mostrou falsas imagens de médicos dos EUA e do Reino Unido vestidos com sacolas de lixo, como única proteção.
Xi Jinping e Putin preparam domínio comunista mundial. Para isso têm cúmplices bem espraiados |
Um vídeo do presidente Trump, legendado em chinês, foi muito difundido pela mídia oficial. Trump falava algo, mas a legenda lhe punha nos lábios a frase contra a China: “Eles têm sangue nas mãos e deveriam ser julgados!”.
A mesma máquina punha nos cornos da lua declarações de ricaços de esquerda, como o multimilionário Bill Gates, elogiando as “boas notícias” provenientes da China!
O jornal Global Times do Partido Comunista, em inglês, sublinhava que a nova Revolução Cultural se faz hoje no ciberespaço.
Terceira Guerra Mundial em preparação?
Em 13 de abril, o jornal Washington Post informou ter conferido relatórios da embaixada dos EUA em Pequim alertando para o fato de que o Centro de Cultivo de vírus de Wuhan, classe segurança máxima (Wuhan P4, ou Wuhan Institute of Virology – WIV em inglês), o qual funcionava em condições que deixavam a desejar, testava com morcegos o coronavírus transmissível aos homens.
As comunicações diplomáticas coligidas pelo Washington Post registram que, em 2018, diplomatas e cientistas americanos foram enviados repetidamente ao local e alertaram para o risco de nova pandemia como a da SARS, originária da China nos anos 2002-2003, disse a BBC News.
Poucos dias antes essa denúncia havia sido considerada “conspiratória”, de extrema-direita, mas depois de publicada pelo Washington Post foi acolhida pelos maiores órgãos de imprensa do mundo, passando a ser tratada como muito séria.
Josh Rogin, do Departamento de Estado, exibiu documentos mostrando a preocupação de Washington, em 2015, com o temor da fuga de algum morcego usado como cobaia.
Exercícios militares com a Rússia, setembro 2018 |
A revista Scientific American noticiou que Shi Zhengli, renomada “morcególoga” chinesa, ficou surpresa com o novo coronavírus: “Nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer em Wuhan”, reagiu.
Acrescentou que isso só poderia aparecer naturalmente nas regiões quentes do sul.
Nos ambientes acadêmicos houve inúmeras proibições políticas de se falar sobre o caso.
Fontes próximas à máquina de desinformação do Kremlin espalharam que o coronavírus seria “não uma bomba nuclear, mas uma bomba bacteriológica de uma III Guerra Mundial”, da qual o vírus seria um estopim, como o ataque de Pearl Harbor.
Deus avertat (Deus afaste de nós tal hipótese), mas ela é corroborada pela declaração do Papa Francisco, de 23 de outubro de 2018, quando voltou a insistir mais de uma vez na ideia frequentemente externada de que “uma preparação para a III Guerra Mundial está em andamento em parcelas, e acredito não exagerar nisto”, registrou a agência EFE.
Comunismo X anticomunismo
Segundo o vaticanista Sandro Magister, o cardeal-arcebispo da capital de Myanmar e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia, Dom Charles Maung Bo, qualificou o gigante asiático de principal culpado pela expansão do vírus no mundo:
“Há um governo que é o principal responsável; e é o regime do Partido Comunista Chinês em Pequim, e não o povo da China”, afirmou.
Cardeal Charles Maung Bo: “o principal responsável
é o regime do Partido Comunista Chinês”
E incrimininou Xi Jinping por “repressão, mentiras e corrupção.
“As autoridades chinesas ocultaram a notícia. O Partido Comunista silenciou os denunciantes.
“Os médicos que tentaram alertar receberam ordem da polícia de ‘parar com os comentários falsos’”.
O cardeal sublinhou que um estudo epidemiológico da Universidade de Southampton descobriu que “se a China tivesse agido duas ou três semanas antes, as vítimas do vírus teriam sido reduzidas em 66%, 86% e 95%”.
E acrescentou: “Sua negligência deslanchou um contágio global que está matando milhares de pessoas”.
Concluiu dizendo: “O Partido Comunista Chinês acusou o exército dos EUA de ter provocado a pandemia. As mentiras e a propaganda puseram milhões de vida em perigo no mundo todo”.
A mesma linha de mentira e desinformação inundava as redes sociais a partir São Petersburgo, mas o Cardeal nada disse nesse sentido.
O advogado republicano Larry Klayman considerou insuficientes os comentários do Presidente Trump, etiquetando a Covid-19 de “vírus chinês”, e iniciou uma demanda coletiva de 20 bilhões de dólares contra a República Popular da China, o Exército de Libertação Popular da China, o Instituto de Virologia de Wuhan e seu diretor, Shi Zhengli.
“O governo da China deve ser julgado pelo que fez, e é necessário que o presidente Trump imponha sanções, como o congelamento de ativos chineses”.
Klayman considera que o governo chinês desenvolveu o vírus como arma biológica ilegal.
A simples criação desse vírus é uma violação de acordos internacionais, e por isso a China não poderia mais receber imunidade soberana.
Gordon Chang: “a verdadeira doença é o comunismo” |
Ficaram, assim, postas as bases para um entrechoque ideológico possivelmente devastador entre o comunismo e seus companheiros de viagem, de um lado; e do outro os verdadeiros anticomunistas.
Entende-se sob essa luz o que Klayman diz dos políticos democratas, e que se aplica a seus correspondentes no Brasil e no mundo: “Estão explorando o avanço do vírus para impor o socialismo no nosso país”.
“O coronavírus prova que, para o mundo livre, o comunismo é o inimigo, o único que conta realmente”, sentenciou o especialista na China Gordon Chang.
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