O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Fracassa quinto foguete chinês no ano

Captura da queda de um Longa Marcha 3B que levava satélite indonésio, em abril de 2020
Captura da queda de um Longa Marcha 3B
que levava satélite indonésio, em abril de 2020
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Pequim reconheceu publicamente sua quinta tentativa fracassada, em quatro meses, de lançar um foguete.

No dia 10 de julho caiu o Kuaizhou-11, o maior foguete sólido fabricado até hoje pela China, que devia atender às suas ambições espaciais, informou “The Epoch Times”.

O lançamento, em uma base na Mongólia Interior, não decolou, causando a perda de dois satélites de comunicação que estava carregando.

O regime havia planejado o lançamento do Kuaizhou-11 no final de 2016, mas adiou repetidamente a missão devido a dificuldades técnicas.

Pequim ainda não comunicou as perdas financeiras estimadas com os satélites destruídos.

Também sofreu uma série de contratempos no ano passado, tentando enviar satélites.

Um Longa Marcha 3B-G2 parte do complexo de Xichang, na província de Sichuan, 2020-03-09
Um Longa Marcha 3B-G2
parte do complexo de Xichang,
na província de Sichuan, 2020-03-09
Em 16 de março, a nova versão chinesa do Longa Marcha 7A também terminou em fracasso em seu lançamento de estreia.

Em abril, um foguete Longa Marcha 3B, transportando o satélite de transmissão e comunicações de banda larga Indonésia Palapa-N1, explodiu menos de um minuto após a decolagem.

Em 5 de maio, o grande foguete Longa Marcha 5B, de 20 toneladas, após mal funcionamento, voltou para a Terra, passou por cima de Los Angeles e do Central Park de Nova York, e caiu por acaso no Atlântico.

Em 16 de junho, atrasou o lançamento de seu mais recente satélite de navegação, o Beidou.

Pequim pretende montar um sistema de navegação global alternativo para competir com o GPS (Sistema de Posicionamento Global) dos EUA.

Em sua avaliação de ameaças espaciais de 2019, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais – um think tank baseado em Washington – descobriu que a China é um dos quatro países que representam o maior risco para os sistemas espaciais dos EUA, aproximadamente US$ 11 bilhões em programas espaciais, de acordo com o relatório.

Atingir a superioridade espacial significa que a China deve garantir sua capacidade de utilizar plenamente seus próprios recursos espaciais e, ao mesmo tempo, degradar, interromper ou destruir as capacidades espaciais de seus adversários”, segundo fontes chinesas citadas no relatório.

O espírito beligerante que subjaz aos planos espaciais comunistas chineses se manifesta na imprudência e na presa com que os foguetes são lançados com tecnologias incertas.

Xi Jingping desenvolve a meta recolhida por Jung Chang e Jon Halliday, especialistas em Mao Tsé-Tung:

O livro de Jung Chang e Jon Halliday

A ambição suprema de Mao era dominar o mundo. Em novembro de 1968, ele confidenciava a Edward Hill, chefe do partido maoista australiano:

‘No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética queriam os dois consegui-lo. (...). Mas, todos fracassaram.

“’Entretanto (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo’”.

“Para açular esta ambição planetária – prosseguem os especialistas –, Mao se lançou em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear.

“Neste sentido, o episódio mais assombroso aconteceu quando, em 27 de outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oitocentos quilômetros, sobrevoando várias cidades bastante importantes.

“Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajetória.

Mao adorava o poder destrutivo da bomba atômica
Mao adorava o poder destrutivo da bomba atômica
“Três dias antes, o próprio Mao disse ao responsável que procedesse ao lançamento, e que em caso de fracasso assumiria a responsabilidade.

Quase todas as pessoas engajadas no projeto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...)

“Nesse caso o ensaio foi um sucesso, apressando-se em atribuí-lo ao ‘pensamento’ de Mao (...).

“Na realidade, foi um puro golpe de sorte.

Todos os ensaios posteriores fracassaram, pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter decolado”. (Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p. p. 609-610).


Vídeos: clique nas fotos








Nenhum comentário:

Postar um comentário