Policia força família a praticar quarentena |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A incógnita, a fome, a paralisia econômica e os distúrbios populares se misturam em doses caóticas e inexplicadas na China.
No início da pandemia nesse país, os anúncios oficiais falaram de um número de vítimas em extremo reduzido. Algo estranho no país que foi o grande foco virótico para a Terra toda.
Porém, nas últimas semanas, enquanto no mundo a pandemia está sendo reduzida à mínima expansão, ela explode na China, notadamente em Xangai, a área urbana mais densa do país e a cidade mais populosa do mundo, com uma estimativa de mais de 26 milhões de habitantes.
As medidas de confinamento contra a doença estão sendo tão drásticas que paralisaram a economia da cidade mais rica do país-continente.
Na área industrial a crise atingiu a corrente de peças para carros e produtos eletrônicos no mundo, e provocou retardamentos nos portos, fechamentos de fábricas e atrasos no transporte marítimo.
Por volta de 500 navios cargueiros ficaram atravancados no porto de Xangai.
Como exemplo das consequências, a montadora Opel de Zaragoza, Espanha, não recebeu as peças e teve que paralisar duas linhas de produção, suspendendo 1.000 trabalhadores na fábrica e por volta de 20.000 funcionários de empresas auxiliares. Cfr.: El atasco de 500 barcos en el puerto de Shangái
Portos paralisados |
Empresas taiwanesas produtoras de placas fecharam suas portas. Tesla suspendeu a produção de automóveis.
Em mais quatro grandes cidades com um total de 55 milhões de habitantes, as pessoas se encontram fechadas em suas casas.
As medidas de clausura em algumas cidades já levam quatro semanas.
A ditadura socialista sonha com uma política de “contágio zero” que fracassou. No caso de Xangai, a população foi dividida em dois blocos, um de 11 milhões e outro de 16 sobre os quais caem alternadamente drásticos cortes.
Em Xangai, o consulado dos EUA autorizou seus empregados a abandonar o país com a família e o governo americano recomendou a seus cidadãos não ir para o país por causa das draconianas medidas de confinamento que podem dar até em separação de pais e filhos.
Mais de 40% dos bairros da cidade estão em regime estrito de fechamento a ponto de muitos terem que lutar para conseguir alimentos e remédios desafiando a repressão.
As redes sociais publicam casos de pessoas que morreram por outras doenças porque não puderam apresentar testes negativos ou não puderam sair de sua casa ou bairro para ir ao hospital ou foram recusados pelos mesmos.
Cidadãos presos em seus departamentos |
Uma fome geral na cidade mais rica da China parece incrível, mas é o que está acontecendo, disse o canal NTD, transmitindo as cenas de desespero.
E quem pode chegar até o supermercado não encontra alimentos. O governo enviou drones que ameaçam os residentes repetindo: “Quem alterar a ordem pública será severamente castigado”.
Os saques se multiplicam e cidadãos perguntam à polícia se, ficando presos receberão alimento no cárcere, pois já não têm nada em casa e só tem água da torneira para subsistir.
A NTD falou de imagens de moradores que pularam de seus prédios e se suicidaram em desespero.
“Os supermercados estão fechados! Estão nos matando!” bradava um residente pelo celular numa cena vazada para preservar sua identidade. A falta de dinheiro, trabalho e provisões acrescida de dívidas num país ateu é enlouquecedora.
Ruas bloqueadas em Xangai e 'contrabando' de alimentos |
O governo fala em 100.000 contágios de Covid-19, mas o verdadeiro número seria muito superior. O socialismo diz que não houve falecidos e nos hospitais os óbitos são atribuídos a outras doenças.
Entretanto, as denúncias de mortes reais feitas por parentes desmentem os dados oficiais.
Pode-se dizer que o confinamento atinge de um modo ou de outro aos 26 milhões de habitantes de Xangai.
A maquinaria de censura das redes sociais funciona incessantemente ameaçando aos que falem da contaminação pelo Covid-19 com severas sanções puníveis pelo crime de espalhar “boatos” nas redes.
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