Representação dos métodos comunistas para induzir à apostasia da fé |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Cruzes removidas, pastores presos pelo crime de professar a fé católica, locais de culto forçados a apoiar a campanha de “sinicização” de acordo com o marxismo do ditador Xi Jinping.
Essa é, na China, a nova escalada na repressão às atividades religiosas, desde o cuidado pastoral até as tarefas próprias dos leigos, segundo “AsiaNews”.
As restrições foram reforçadas com leis: a partir do 11 de setembro 2023, foi intensificado o “controle” de mosteiros, templos, mesquitas, igrejas e outros locais de prática religiosa.
Esses “serão proibidos de fazer ligações a organizações no exterior [estrangeiros]” e terão que garantir “uma educação patriótica para os crentes”, leia-se ensinar o socialismo e treiná-los para se inserir no igualitarismo sonhado por Mao Tsé-Tung.
Um blog cristão chinês, narra a detenção de um pastor protestante em Nanning, Guangxi, região autônoma do sul, na fronteira com o Vietnã, acusado de ter “usado a religião” para “perturbar a ordem social”.
O decreto foi emitido pela seção de Liangqing do Departamento de Segurança Pública de Nanning, do governo comunista.
O governo de Wenzhou, cidade da província de Zhejiang, costa leste da China, vai retomar a remoção forçada de cruzes nas fachadas dos locais de culto.
Em 3 de agosto, uma igreja em Dongqiao foi avisada da remoção de sua cruz e os líderes cristãos pediram aos fiéis que orassem contra esse atentado.
Um pastor da cidade, sob condição de anonimato por medo de retaliação, relatou à ChinaAid o retorno de um “vento demoníaco” pela “remoção das cruzes”. É claro que esse vento infernal atinge os católicos.
Na cidade de Shanxi, do condado de Yongjia e do distrito de Lucheng, as placas de bronze instaladas nas portas e paredes com inscrições como “Jesus” ou “Cristo” também serão removidas.
Zhejiang, província de alta população cristã é um dos principais alvos da política de controle e “sinicização” do ditador Xi Jinping.
Entre 2014 e 2016, foram demolidos mais de 1.500 locais de culto e removidas cruzes e símbolos religiosos das fachadas.
Reiniciada a demolição dos cruzeiros |
Em Henan, em 2018 houve massiva demolição de cruzes, queima de Bíblias e destruição de placas e símbolos religiosos, incluindo as casas dos fiéis.
O Partido Comunista Chinês (PCCh) emitiu uma nova lei repressiva da liberdade religiosa fixando tirânicas regras para locais de culto.
Elas foram publicadas no site do Departamento de Trabalho da Frente Unida (DLFU), que depende diretamente do Comitê Central do PCCh.
Nelas lemos: “Nenhuma organização ou indivíduo pode usar locais de atividades religiosas para realizar atos que ponham em risco a segurança da nação, perturbar a ordem social [ou] prejudicar os interesses nacionais”.
Violência oficial contra o cristianismo |
Os religiosos devem manter um arquivo completo do pessoal detalhando suas atividades religiosas e sociais e todos os contatos “com organizações ou indivíduos no exterior”.
Os grupos religiosos não podem aceitar contribuições de instituições estrangeiras sem autorização prévia do regime.
Entrevistado pela Radio Free Asia (RFA), Chang Chia-lin, professor do Instituto da China Continental da Universidade de Tamkang, em Taiwan, destaca que o novo marco regulatório representa o triunfo da política comunista sobre a espiritualidade.
“A política – explica – prevalece sobre a religião, de modo que se você quebrar essas regras eles podem entrar com uma ação judicial”.
“Depois de 1º de setembro – alerta – os locais de culto serão obrigados a obedecer ao governo ou à Administração Estatal de Assuntos Religiosos ou ao Departamento de Trabalho da Frente Unida”.