O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Perseguição comunista: padecimentos dos padres fiéis

Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai. Sofreu décadas em campos de concentração e prisões
Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai.
Sofreu décadas em campos de concentração e prisões.
Exemplos como os dele, inspiram a resistência católica.
.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Em abril de 2023, a polícia prendeu o Pe. Xie Tianming, católico clandestino da diocese de Baoding, província de Hebei. Ele foi torturado e ainda está detido pelas autoridades por se recusar a aderir à igreja oficial estatal.

A ChinaAid escreveu que por volta das 18 horas do dia 10 de abril, o Pe. Xie Tianming, sacerdote católico clandestino da diocese de Baoding, na província de Hebei, “desapareceu”.

Descobriu-se que ele estava fora aprisionado num local secreto para receber “reeducação” política e “lavagem cerebral”.

Ele poderia enfrentar uma longa pena de prisão até “provar” que mudou de mentalidade. Devido ao bloqueio contínuo de informações por parte do governo chinês, há muito pouca informação sobre o padre.

Em Setembro de 2023, o Pe. Yang Xiaoming, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, foi acusado de “falsário” por não ser reconhecido pelo governo como líder religioso, uma vez que recusou a se inscrever na Associação Patriótica.

Segundo a ChinaAid, no início de setembro foi acusado, julgado e condenado por “atividades religiosas sob o disfarce de pessoal religioso ou obter dinheiro através de fraude e outras atividades ilegais”, por não aderir à estatal Associação Patriótica Católica Chinesa.

Sofreu sanções administrativas, incluindo “a ordem de cessar suas atividades (sacerdotais)”, o confisco de rendimentos de 28.473,33 yuan (cerca de 3.500 euros) e uma multa de 1.526,67 yuan (cerca de 200 euros)”.

O Pe. Yang foi ordenado em 18 de dezembro de 2020 por Mons. Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, aprovado pelo Vaticano, mas preso e monitorado porquee recusa entrar na Associação Patriótica Católica Chinesa”.

Assanhamento contra Mons. Peter Shao Zhumin

Mons. Peter Shao Zhumin
Mons. Peter Shao Zhumin
Em fevereiro de 2023, as autoridades prenderam o bispo católico clandestino Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, impedindo-o de assistir ao funeral de um dos seus sacerdotes, informou “Bitter Winter”.

O relatório de ChinaAid registra que “em 2 de fevereiro, as autoridades apreenderam o bispo e seu secretário, Pe. Paolo Jiang Sunian, para impedi-los de comparecer ao funeral do sacerdote “clandestino”, Pe.Leo Chen Nailiang.

Mons. Shao e Pe. Leo pertencem à Igreja “subterrânea” leal à Santa Sé. O Pe. Leo era sacerdote da paróquia de Pingyang, em Wenzhou, sendo profundamente querido pela congregação.

Após o seu desaparecimento, as autoridades proibiram todos os fiéis “ilegais” de participar no seu funeral e na celebração da missa presidida por três sacerdotes da paróquia de Rui'an.

Calvário do bispo James Su Zhimin


Foto histórica de Mons. Zhimin
Foto histórica de Mons. Zhimin
O bispo James Su Zhimin continua desaparecido após ser detido pelas autoridades comunistas. Em verdade, nem se sabe se ainda está vivo ou já ingressou na imensa legião dos mártires chineses que reina nos Céus.

Ele foi visto pela última vez em 2003, e hoje completaria 92 anos. Recusando-se firmemente a aderir à cismática Associação Patriótica, dirigida pelo ateu Partido Comunista Chinês.

Ele sofreu mais de 40 anos de prisão, nas pegadas do heroico cardeal de Xangai, Ignatius Kung, que passou 30 anos na prisão por se recusar a fundar uma igreja cismática a mando das autoridades comunistas em 1955.

Mons. Su padeceu numerosas detenções pelas autoridades chinesas e “Bitter Winter” escreveu que ele “é amplamente considerado um herói pelos católicos chineses.

“Ele foi um líder leigo católico preso três vezes entre 1956 e 1975. Libertado em 1979, estudou clandestinamente para se tornar padre e foi ordenado em 1981, aos 49 anos.

“Isto levou à sua quarta prisão em 1982. Libertado em 1986, em 1988 foi escolhido bispo auxiliar de Baoding e imediatamente preso novamente, pela quinta vez.

“Após a sua libertação, foi consagrado bispo na igreja clandestina em 1993, e promovido pela Santa Sé a bispo de Baoding em 1995, o que levou à sua sexta prisão.

“Seu caso começou a se tornar conhecido no exterior e, a pedido específico dos EUA, ele foi libertado e colocado em prisão domiciliar (que considerou sua sétima prisão). Porque ele continuou a ser popular entre os católicos, ele foi levado novamente para a prisão em 1997”.

“Esta oitava detenção foi a última. O PCCh conseguiu manter em segredo o nome da prisão onde ele estava detido.

“Ele foi ‘descoberto’ por acaso por parentes em um hospital em Baoding, onde havia sido internado por problemas oculares em 2003.

“Mas assim que foram reconhecidos, a polícia o tirou do hospital. Esta é a última vez que parentes ou amigos o viram”.




quarta-feira, 5 de junho de 2024

Acordo sino-vaticano resulta em bispos e padres presos, igrejas e cruzes demolidas

A China socialista é um imenso campo de concentração para os católicos
A China socialista é um imenso campo de concentração para os católicos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Vários bispos da Igreja Católica Romana clandestina da China continuam atrás das grades enquanto o Partido Comunista Chinês (PCCh) aumenta o assédio e a perseguição violenta aos fiéis e o Vaticano observa num silêncio perplezitante em que muitos veem covardia ou felonia.

Um destes bispos já cumpriu mais de 40 anos de prisão, se ainda estiver vivo explica “Bitter Winter”, um fato que Roma parece ter pouco interesse em investigar. Segundo relatou “LifeSiteNews”

O relatório anual de 2024 da associação ChinaAid sobre a perseguição aos cristãos pelo PCCh na China destacou o aumento da vigilância dos religiosos e das suas atividades pelas autoridades comunistas.

O Partido insistiu para que todas as religiões implementem um programa de sinicização que significa a pregação da ideologia comunista e a devoção aos líderes do partido, escreveu o site “Renovatio 21”.

A ChinaAid informou que “em 23 de dezembro [2023], Wang Huning, líder supremo dos assuntos religiosos do PCCh, pediu aos participantes na 11ª Conferência de Representantes Cristãos Chineses realizada em Pequim, que ‘se identificassem com o PCCh’ e ‘mantivessem uma governança rigorosa da religião’”.

Representação de métodos clássicos comunistas contra os cristãos
Representação de métodos clássicos comunistas contra os cristãos
Novos métodos da perseguição em 2023


A ChinaAid identificou as seguintes linhas principais da perseguição instituídas pelo governo em 2023:

Rotular o recebimento de dízimos e ofertas como fraude.

Hostilidade aberta crescente para com o cristianismo com uso da violência e da tortura.

Aumento dos julgamentos secretos e bloqueio estrito de informações sobre decisões judiciais, incluindo veredictos.

Reeducar os jovens que frequentaram a igreja, dentro e fora dos templos.

O relatório também detalha o “desaparecimento” forçado de clérigos “clandestinos” que se opõem às formas de religião sancionadas pelo Estado, como a versão cismática da Igreja Católica chamada de Associação Patriótica Católica (CPA).



quarta-feira, 22 de maio de 2024

Barco chinês pego com toneladas ilegais de peixe no Atlántico Sul

O Tai An de 104 metros de eslora, retido no porto de Ushuaia.
O Tai An de 104 metros de eslora, retido no porto de Ushuaia.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Altos funcionários argentinos, ainda supérstites do anterior governo populista derrotado nas eleições, ativos no Ministério de Relações Exteriores e da província da Terra do Fogo tiveram que renunciar.

Eles são acusados de favorecimento da pesca ilegal de uma empresa chinesa cujo barco foi apreendido carregando toneladas de ‘merluza negra’ espécie de alto valor comercial protegida em todo o mundo.

Segundo o jornal portenho “Clarín” a apreensão também custou o cargo a um coordenador da Chancelaria envolvido no caso.

Trata-se de mais um episódio do prolongado e bilionário saque dos recursos pesqueiros do Atlântico Sul que vem acontecendo há muitos anos com a cumplicidade de políticos esquerdistas da região.

A mudança de tendência ideológica no governo da Argentina está repercutindo negativamente contra o conchavo ideológico da China com seus amigos sul-americanos.

O presidente Javier Milei recebeu em pessoa a um navio guarda-costas americano de alto mar que veio patrulhar os mares livres do Atlântico Sul.

O fato é que centenas de pesqueiros em sua imensa maioria chineses, apoiados por uma frota de buques fábricas e de logística, ficam no estrito limite das Zonas Econômicas Exclusivas (200 milhas náuticas da costa, ou 320 quilômetros).

E aguardam que os escassos guarda-costas argentinos que só podem exercer suas faculdades dentro de dita Zona, continuem seu patrulhamento, para ingressar em águas exclusivas e pescar ilegalmente.

Essa pesca ilegal, agravada pelo uso de métodos proibidos, acaba roubando em peixe o equivalente a bilhões de dólares.

Pesquero chinês pego pescando ilegalmente é escoltado por patrulheiro argentino
Pesqueiro chinês pego pescando ilegalmente é escoltado por patrulheiro argentino
Porém, Pequim não se satisfazia com esses furtos de ladrão de galinhas, e seduziu políticos de esquerda que outorgavam licenças de pesca descabidas.

Foi o caso atual de Julián Suárez, diretor nacional de Coordenação e Supervisão das Pescas desde 2020, nomeado pelo presidente peronista-esquerdista Alberto Fernández.

Trata-se de um militante confesso do grupo dito “La Cámpora”, criado pelo peronismo esquerdista para chefiar empresas e repartições públicas com flagrante corrupção a serviço das organizações de esquerda.

Suárez permanecia no posto exigindo que a Casa Rosada não revogasse as regras desenvolvidas pelo governo anterior.

Essas incluíam o registro da “empresa argentina” Prodesur S.A. que na realidade pertencia a capitais chineses e se dedicava à pesca ilegal e predatória, com base em portos argentinos.

O caso estourou quando o grande pesqueiro, um dos maiores da frota nacional, “Tain An” foi preso

O proprietário da Prodesur S.A é Liu Zhijiang, que se apresenta como requintado colecionador de arte que teria em seu acervo obras do pintor holandês Rembrandt, mas é um designado pelo governo marxista chinês.

O “Tain An” de 104 metros de comprimento foi denunciado e capturado por pesca ilegal de “merluza negra” e conduzido ao porto de Ushuaia com 163 toneladas do peixe em seus adegas sem as licenças correspondentes.

No mercado internacional a comercialização da carga ilegal descoberta pode chegar a custar 4 milhões de dólares.

A detenção do Tai-An cheio de exemplares juvenis de merluza negra em pesca predatória proibida.
A detenção do Tai-An cheio de exemplares juvenis de merluza negra em pesca predatória proibida.
Acresce que diferentes organizações ambientais, definem a atividade da empresa chinesa argentinizada como um “roubo de recursos naturais”, acrescentou “Clarín”.

Suspeita-se que tenha havido tráfico de influência e solicitações específicas para que o navio não fosse sancionado e pudesse comercializar sua carga.

A denúncia foi elaborada pelas empresas que detêm legalmente quotas desse peixe e visa o proprietário do “Tain An” e inclui um pedido de deportação do “assessor de pesca” do mesmo por atacar recursos naturais e não ter autorização.

O governador da Terra do Fogo, Gustavo Melella, havia solicitado uma quota extra de 300 toneladas de pesca para o navio chinês violando os critérios que definem dita quota para empresas e os períodos de tempo de pesca prejudicando aos pescadores argentinos.

O empresário chinês Liu Zhinjang, proprietário do navio, respondeu com escapatórias. Falou de uma “captura acidental” em “quantidades inesperadas”, sem olhar que pescavam também peixes muito juvenis, pesca essa proibida.

A 'cidade' de luzes é uma frota pesqueira chinesa flagrada desde avião
A 'cidade' de luzes é uma frota pesqueira chinesa no Atlántico Sul flagrada desde avião
“Eles sabiam que estavam causando um desastre e seguiram em frente”
, diz Lucía Castro, chefe da Organização Ambiental Sin Azul no Hay Verde, que quer áreas protegidas. Na Assembleia provincial o debate foi longe.

O maior temor é com a existência de empresas pesqueiras radicadas na Argentina que servem de fachada à China, que não respeitam os recursos pesqueiros violando as normas legais e de bom senso na pesca.

Em breve, quantos são os “Tai An” que andam fazendo estragos e roubando recursos no mar argentino?

A depredação desse mar vem acontecendo em conluio com políticos populistas violando as normas claras e precisas de modo surpreendente, notório e alarmante, segundo foi achado e fotografado nas adegas do “Tai An”, comentou “Clarín”.

O “Tai An” pelas faltas verificadas deveria pagar multa milionária, ter a mercadoria confiscada, ficar parado no porto por pelo menos sessenta dias e talvez perder a permissão de pescar. Mas, ali entra a política e os chineses proprietários acham que poderão voltar a pescar logo.


quarta-feira, 8 de maio de 2024

Pequim associa catolicismo ao demônio

Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista
Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O calendário tradicional pagão chinês associa os anos a animais reais ou mitológicos. E 2024 deu no ano do Dragão que o Partido Comunista (PCCh) associa ao catolicismo chinês que resiste à perseguição socialista, explicou “Bitter Winter”

2024 marca, de fato, o centenário da primeira reunião de todos os bispos da China no Concílio de Xangai (15 de maio a 12 de junho de 1924) que organizou a Igreja após as perseguições do paganismo, e na fidelidade ao Papa.

Agora, o rumo foi invertido pelo Acordo Vaticano-China de 2018, posteriormente renovado em 2020 e 2022, tornando-se permanente ou definitivamente abandonado.

Três premissas pesam sobre o destino da Igreja Católica na China em 2024.

A primeira é o “Plano Quinquenal para a Sinicização do Catolicismo na China (2023-2027)”, aprovado em 14 de dezembro de 2023, pelo órgão oficial.

Esse unifica a Conferência dos Bispos Católicos, entidade não reconhecida como tal pela Santa Sé, embora todos os seus Bispos membros sejam agora reconhecidos pelo Vaticano, e a Associação Católica Patriótica Chinesa, ambas operando sob a supervisão do Departamento de Trabalho da Frente Unida do PCCh.

O Plano da continuidade e amplia o “Plano Quinquenal para levar adiante a adesão da Igreja Católica à direção da sinicização em nosso país (2018–2022)”.

Esses dois documentos foram acompanhados pelo “Esboço de um Plano de Trabalho Quinquenal para Avançar ainda mais a Sinicização do Cristianismo (2023–2027)”, publicado em 19 de dezembro de 2023, e o “Esboço do Plano de Trabalho Quinquenal para a Promoção da Sinicização do Cristianismo em nosso País (2018–2022”).

'Ano do Dragão' em 2024 os católicos fiéis serão especialmente perseguidos
'Ano do Dragão': em 2024 os católicos fiéis serão especialmente perseguidos
Esse monstruoso empilhamento de normas burocráticas persecutórias, foi formulado por dois comitês nacionais protestantes chineses aprovados pelo governo: o Conselho Cristão da China e o Movimento Patriótico das Três Autonomias. Todos eles também sob a supervisão de funcionários da Frente Unida Departamento de Trabalho do PCCh.

Planos semelhantes foram e são adotados na China também para outras religiões, como mostra o “Esboço de Planejamento Quinquenal para Persistir na Sinificação do Islã (2018–2022)”. Estes documentos são fruto do trabalho constante e incansável do regime chinês para controlar e distorcer todas as religiões.

A segunda premissa é a chamada “Santa Sé de Xangai”, ou a imposição do PCCh ao Vaticano da nomeação sem a autorização do Papa de Giovanni Peng Weizhao como bispo auxiliar de Jiangxi em 24 de novembro de 2022, e de Joseph Shen Bin como bispo de Xangai em 4 de abril de 2023.

Isto tornou “óbvio que o acordo Vaticano-China de 2018 é considerado pelo PCCh como vinculativo apenas para o Vaticano, que não deverá criticar a perseguição religiosa na China, mas não é vinculativo para Pequim, que nomeia os bispos católicos conforme lhe aprouver, com ou sem mandato papal”. No final, o Papa Francisco aceitou ratificar a nomeação de Shen Bin post factum.

A terceira e última premissa é a ordenação de três novos bispos chineses em menos de uma semana, no início do 2024 do Dragão: Thaddeus Wang Yuesheng em 25 de janeiro como bispo de Zhengzhou; Anthony Sun Wenjun em 29 de janeiro como bispo das recém-criadas dioceses de Weifang; e Peter Wu Yishun em 31 de janeiro como chefe da Prefeitura Apostólica de Shaowu, que estava sem bispo desde 1964.

Desta vez, as ordenações tiveram a aprovação do Papa amigo dos ditadores e foram as primeiras acordadas entre o Vaticano e o governo chinês desde 2022, em cumprimento do Acordo de 2018.

Com a sinicização o PCCh quer marxistizar a religião.

Como diz o “Plano Quinquenal” trata-se de “construir uma base teórica sólida para que o catolicismo se manifeste constantemente com características chinesas”.

Bispos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci, precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
Bispos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci SJ, precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
O que quer dizer, explica o experiente sinólogo Pe. Gianni Criveller, que é uma “imposição […], por um regime autoritário, da adaptação da fé a uma política religiosa estabelecida pelas autoridades políticas”.

Assim, “o controle das autoridades políticas sobre os crentes católicos é justificado em nome da inculturação do Evangelho”. Por outras palavras, o PCCh tenta reformular o Cristianismo “com características chinesas” ou “Comunistizar a fé”.

O Pe. Criveller, não está entre os supercríticos ideológicos do Papa, mas ele vê como catastrófico o Acordo de 2018 e postula a sua revogação total pelo Vaticano porque visa “acabar pela raiz” a Igreja Católica na China.

Somente agindo assim, o Dragão de 2024, símbolo antigo chinês da sabedoria celestial, marcaria um ponto decisivo contra o Dragão Vermelho do Comunismo Chinês, conclui “Bitter Winter”.


quarta-feira, 24 de abril de 2024

China constrange Igreja a virar uma anti-Igreja “patriótica”

A perseguição religiosa ficou muito acentuada
A perseguição religiosa ficou muito acentuada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês (PCCh) distribuiu o texto de uma nova “Lei Patriótica de Educação” (爱国主义教育法), válida desde o 1º de janeiro de 2024.

É uma das mais importantes leis chinesas porque reorganiza toda propaganda do Partido, explicou “Bitter Winter”.

O termo “educação” não se refere às escolas, mas à reeducação de todos os cidadãos, grande meta da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung, até agora lograda apenas parcialmente, malgrado as massacres.

Em janeiro de 2004, a 25ª Conferencia Nacional de Grupos Religiosos, na Associação Chinesa Islâmica, recebeu instruções sobre como as comunidades devem reeducar os praticantes.

Trata-se de convencê-los de que na China “o Estado é maior que a religião, e que a lei socialista passa por cima de todas as normas religiosas”. Em breve, a meta suprema da propaganda do Partido Comunista.

As crianas na escola deverão ser ensinadas a obedecer o comunismo por cima de qualquer igreja
As crianas na escola deverão ser ensinadas
a obedecer o comunismo por cima de qualquer igreja
O site “Bitter Winter” ofereceu uma tradução em inglês do texto completo do novo lineamento.

Segundo o site, o cerne do novo instrumento persecutório gira em volta do “patriotismo” que recebe um monstruoso novo significado.

Na essência “patriotismo” consistiria no amor ao Partido e ao socialismo.

Ele exige compreender que sem o Partido Comunista não haverá socialismo e não haverá vida saudável para as religiões e os crentes. Leia-se perseguição, tortura e morte.

Para atingir esse objetivo, os crentes devem apreender, pensar e praticar o pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas da Nova Era.

As religiões devem insistir nas ideias de “unidade” e “paz” e nisto parafraseia a propaganda progressista pós-conciliar.

A ideia de “unidade” exige construir o socialismo por todo lado num país moderno obedecendo sempre ao Partido Comunista e o socialismo com características chinesas.

Então as religiões devem aprofundar e solidificar a Sinicização da religião, reinterpretando nesse sentido as Escrituras, organizando o clero e fiéis, para que todos reunidos celebrem os festivais pagãos imemoriais chineses. Muito ecumênico (sob as lentes da polícia, os visores dos fuzis ou látegos dos torturadores, é claro).

Igrejas católicas estão sendo fechadas e os padres encarcerados
Igrejas católicas estão sendo fechadas e os padres encarcerados
Com a mesma finalidade as religiões devem agir nas cerimônias históricas, insistindo no desenvolvimento socialista e no amor do Partido Comunista.

Os religiosos darão ao governo uma boa imagem de “patriotismo” aderindo estritamente às ordens oficiais. 

O que significa educar os fiéis na obediência à lei socialista, instalando firmemente em suas mentes a consciência de que o Estado é maior que a religião, de que a lei estatal esta por cima das leis religiosas.

Revistas, sites, perfis de Internet devem produzir e difundir excelentes temas “patrióticos” assim concebidos. 

O governo fornecerá sabedoria e força para isso (se necessário com a chibata ou com a bala, aliás isto não está escrito, para inglês não ver).



quarta-feira, 17 de abril de 2024

Pequim prega a natalidade porque diminui a população

Mãe junto a seu bebê abortado pela força na China comunista
Mãe junto a seu bebê abortado pela força na China comunista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









O Partido Comunista chinês quer que as mulheres tenham mais filhos por um motivo materialista: faltam operários e soldados para fazer crescer a economia e alavancar a expansão militarista.

O inumano controle da natalidade pela política do “filho único” durante décadas, tardiamente substituída pela dos “dois filhos” provocou imenso desequilíbrio populacional: faltam operários e soldados.

Acresce que a alta percentagem de idosos destrói as contas públicas e as poupanças privadas, constatou reportagem do jornal “The New York Times”.

A planificação socialista inverteu a propaganda materialista e passou a invocar o patriotismo das “boas esposas e mães”.

É tudo o contrário da posição marxista, inimiga da família bem constituída. Mas, agora, por razoes de interesse expansionista passou a oferecer moradias mais baratas, vantagens fiscais e dinheiro vivo às famílias com mais filhos.

Mas não obtém resultados. Os costumes pagãos pré-comunistas louvavam as famílias com prole numerosa.

Guerrilheiros cambojanos de orientação chinesa massacravam as crianças
Guerrilheiros cambojanos de linha chinesa massacravam as crianças
Porém, a Revolução Cultural maoista tirou as mulheres do lar e da dependência do marido para aumentar a mão de obra, tendo no máximo um único filho.

Aliás, é o que fazem as esquerdas no mundo todo.

A mudança antinatural “educou” as novas gerações de mulheres chinesas em evitar o casamento e as crianças. E foi feito num ritmo tão rápido que a população da China em 2023 se contraiu por segundo ano consecutivo.

Também o aumento estatístico da proporção de idosos está pondo em xeque o futuro econômico, fato que impressiona a fundo ao materialismo socialista.

Em 2023 diminuíram as nascenças por sétimo ano consecutivo: a China ganhou 9,02 milhões de bebes, cifra por baixo dos 9,56 milhões de 2022. Assim deixou de ser o país mais populoso do mundo, sendo superado pela Índia.

No mesmo 2023, faleceram 11,1 milhões de pessoas, e a China passou a ter mais idosos do que qualquer outra parte do mundo, e em rápido aumento.

A população total da China é de 1,409 bilhões, com uma diminuição de 2,08 milhões no último ano, mais do dobro dos 850.000 a menos de 2022, informou “AsiaNews”. 

É o primeiro declínio desde a Grande Fome de Mao Tsé-tung em 1961.

Detalhe de cena familiar na China, repleta de descendência. Celebrando o Ano Novo. século XVIII, dinastia Ching. Fonte Wikipedia
Detalhe de cena familiar tradiciional na China, repleta de descendência.
Celebrando o Ano Novo. século XVIII, dinastia Ching. Fonte: Wikipedia
Especialistas da ONU estimam que o total da população chinesa diminua 109 milhões por volta de 2050.

O número de idosos atingiu 296,97 milhões em 2023, constituindo o 21,1% da população total e tendo aumentado num ano em quase 17 milhões.

A expectativa é que esse número cresça em mais de 400 milhões por volta de 2035, quase duas vezes a população do Brasil.

A Academia Chinesa de Ciências calcula que o sistema de aposentadorias falirá por esse ano.

Os dados são do Escritório Nacional de Estatísticas comunista reproduzidos pela Reuters.

O ditador Xi Jinping instou aos funcionários do governo a promover uma “cultura do matrimonio e da maternidade e influenciar especialmente sobre o que pensam os jovens do “amor e matrimonio, da fertilidade e família.”

Mas as mulheres não querem saber de filhos porque as leis prometidas não são respeitadas e as mães não são protegidas.

Campanhas de propaganda e encontros patrocinados pelo Estado que incitam os jovens a se casar enchem as redes sociais clamando pelo “rejuvenescimento da nação”.

Comunismo quer operários e soldados mas faltam jovens. Praça para crianças em Xiapu, 2021, para promover nascimentos
Comunismo quer operários e soldados mas faltam jovens.
Praça para crianças em Xiapu, 2021, para promover nascimentos
Mas décadas de gerações criadas pelo comunismo na ideia de igualdade destruíram as opiniões tradicionais sobre o matrimonio.

Piora ainda a situação o fato de a “política do filho único” ter provocado um grande desequilíbrio entre o número de homens e mulheres. Só podendo ter uma criança, os casais preferiam que fosse um homem que os sustentasse na velhice.

E, horresco referens, abortavam os fetos de sexo feminino. Hoje há até muitos chineses que “compram” uma mulher em países vizinhos para poder casar.

No papel, as leis promovem a igualdade de gênero e ilegalizam a discriminação no emprego em função do gênero, raça ou origem étnico.

Mas na prática, as empresas querem candidatos masculinos.

Uma nova norma exige 30 dias de reflexão antes de efetivar o divorcio. Mas o índice de matrimônios desce há nove anos não só nas cidades, mas nas zonas rurais.

Em quase 150.000 sentenças judiciais de divórcio computadas por Ethan Michelson, professor da Universidade de Indiana, o 40% dos pedidos por parte de mulheres foram denegadas pelo juiz, até quando havia provas de violência doméstica.

O próprio Xi prega agora que a família é o fundamento da sociedade chinesa e a estabilidade familiar é a base da estabilidade social e do desenvolvimento nacional.

Agora China perde população pelo aborto e limitação forçada da natalidade
Agora China perde população pelo aborto e limitação forçada da natalidade
Então os juízes não concedem o divórcio. Os ditos populares na Internet giram com ideias como “uma licença de matrimonio virou uma licença para surrar”, ou algo ainda pior.

As políticas do governo que pretendem atrair as mulheres ao matrimonio, são percebidas como uma arapuca.

A instituição da família, ainda venerada no velho paganismo, hoje afunda sob o peso de monstruosas desordens criadas pelo igualitarismo socialista.

Só uma conversão do povo chinês ao catolicismo poderia restaurar a ordem e a paz da fundamental instituição familiar em meio a tanta confusão e decadência.


quarta-feira, 10 de abril de 2024

Falências chinesas terao efeitos dominó no mundo?

Tribunal de Hong Kong ordenou liquidação da Evergrande com colossal dívida
Tribunal de Hong Kong ordenou liquidação da Evergrande com colossal dívida
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Um tribunal de Hong Kong determinou a liquidação da endividada gigante imobiliária chinesa Evergrande abrindo um longo e intrincado processo de repercussão universal.

Os débitos da Evergrande chegam a US$ 330 bilhões. A maior parte dos ativos da companhia estão na China continental onde as decisões da Justiça dependem do Partido Comunista Chinês (PCCh) que decide se valem ou não.

A juíza do caso, Linda Chan já concedera à Evergrande sete adiamentos para negociar um acordo com seus credores, mas a empresa que acreditava ter as costas aquecidas pelo PCCh, fazia caso omisso. A final a juíza deu um basta.

Minutos após a liquidação, as ações da Evergrande caíram quase 21%, arrastando para baixo subsidiárias de veículos elétricos (-18,2%) e de administração de propriedades (-2,5%).

O processo promete se enrolar, mas ainda assim a queda da cotação irá para abaixo seguindo as vicissitudes do caso nos tribunais e os arbítrios do PCCh, órgão supremo do julgamento.

Pouparam tudo para ter uma casa e agora Evergrande está falida
Pouparam tudo para ter uma casa e agora Evergrande está falida
O tribunal de Hong Kong nomeou a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal para a liquidação da Evergrande, atendendo a um grupo de credores.

O CEO da Evergrande, Shawn Siu, prometeu “cooperar” com os liquidantes, mas deu a entender que levantaria todos os obstáculos legais possíveis.

Siu disse que a ordem afeta só o braço do grupo listado em Hong Kong, responsável de parte minúscula da Torre de Babel das dívidas da Evergrande.

Acrescentou que as imensas operações do conglomerado “permanecem intactas” na China continental.

A afirmação é enganosa, pois se multiplicam as denúncias de incontáveis construções há muito paralisadas no continente.

A Evergrande viveu dos subsídios do regime, mas agora esse diz querer voltar ao “comunismo originário” de Mao Tsé-tung, e teria fechado a torneira do dinheiro às empresas que outrora promovia com imensa largueza.

O jornal Standard, de Hong Kong, diz da ordem judicial que, seus “efeitos psicológicos podem acelerar a crise do mercado imobiliário”, e que pelo menos três outras incorporadoras chinesas já passaram por processos semelhantes.

Propriedade é incompatível com comunismo
Propriedade é incompatível com comunismo
A Evergrande está sediada em Cantão onde está protegida dos processos de liquidação iniciados em Hong Kong. Então pode rir da Justiça de Hong Kong, mas treme diante do retorno ao comunismo adotado por Pequim.

O grupo hoje é a principal face visível da crise imobiliária na China, que mergulha de uma em nova crise.

Seu fundador e presidente, Xu Jiayin, está em prisão domiciliar por “suspeita de atividades ilegais”. Mais uma faca nas mãos dos algozes do PCCh.



quarta-feira, 3 de abril de 2024

Pesadelo pode explodir de Taiwan ao mundo em 2024

Uma guerra de agressão da China contra Taiwan seria um pesadelo para o mundo todo
Uma guerra de agressão da China contra Taiwan seria um pesadelo para o mundo todo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Taiwan se dividiu escolhendo presidente a William Lai Ching-te, candidato do Partido Democrata Progressista (DPP) com ampla margem de vitoria, mas lhe negando a maioria no Parlamento em favor do Kuomintang, observou “AsiaNews”.

O último resultao, somando e restando, satisfaz a Pequim.

O fato dominante é que a grande maioria da população não quer a reunificação com a China comunista.

Porém, não quereria declarar a independência para não alastrar a ilha a uma guerra que estaria destinada ao fracasso. Então prefere manter o ‘statu quo’, relegando as aspirações nacionalistas predominantes.

A enganosa fórmula de “um país, dos sistemas”, que teria sido modelo também para Taiwan, acabou sendo abortada pela lamentável sorte de Hong Kong, hoje engolida por Pequim.

Portanto, ficou impensável a hipótese de “um país, dos sistemas” outrora aventada para uma reunificação que salvaguardaria as liberdades fundamentais.

Em Hong Kong, a ditadura chinesa encarcerou toda a oposição democrática, inclusive os líderes não violentos.

Constantes atritos servem a Pequim para testar as defesas taiwanesas
Constantes atritos servem a Pequim para testar as defesas taiwanesas
Em muitas partes opinião dos 23 milhões de taiwaneses, ainda que expressada em eleições livres, parece contar pouco: Taiwan é considerada só como um problema político ainda não resolvido com a China.

Em Pequim, o ditador Xi Jinping fala expressamente, até em ocasiões solenes, que não pode se adiar muito a reunificação e que para isso está disposto ao uso da força.

Desde 2005 uma lei excogitada por Pequim autoriza a guerra contra Taiwan se a ilha proclama a independência ou se a reunificação pacífica resulta impossível.

Desde 2023, Xi aumentou a pressão militar em volta de Taiwan, com operativos aéreos e movimentos de navios de guerra simulando um ataque.

Xi Jinping consolidou completamente o controle do aparelho militar que está prestes a executar as arbitrariedades que queira o ditador.

Para 2024 é de se temer a intensificação da escalada bélica rumando para um conflito econômico e militar numa zona clave para os equilíbrios mundiais.

A nível mundial, isolar Taiwan é uma condição que Pequim impõe a todos os que querem se beneficiar com sua cooperação econômica.

Mas os EUA não podem permitir que Taiwan vire um posto militar de avançada chinesa no Pacífico.

Nem catástrofes naturais adversos abalam a bem organizada Taiwan
Nem catástrofes naturais adversos abalam a bem organizada Taiwan
Taiwan produz mais do 80% dos microchips do mundo
, ferramentas indispensáveis para o funcionamento do planeta, desde celulares até computadores, desde componentes de veículos de transporte e militares até eletrodomésticos.

A destruição de Taiwan poria de joelhos o mundo que conhecemos hoje. Acresce que quase metade dos portacontenedores do mundo passa pelo Estreito de Taiwan.

Xi Jinping que não duvidou em eliminar adversários e opositores, quer passar à historia como uma divindade materialista à altura de Mao Tsé-tung, o fundador do comunismo chinês.

Mas, para isso precisaria ser glorificado.

E a anexação de Taiwan à China continental seria a tarefa histórica, sagrada e irrenunciável que o elevaria ao patamar dos deuses, melhor seria dizer demônios, marxistas.

E é de se temer que queira fazê-lo nesta vida, aliás a única que existe para um ateu.

Então estaria disposto a fazer pagar ao sofrido povo chinês o preço de uma guerra monstruosa que acabaria abalando até o último canto do mundo


quarta-feira, 6 de março de 2024

O bispo de Wenzhou Mons. Peter Shao preso mais uma vez

Bispo de Wenzhou, Mons. Pedro Shao Zhumin, mais uma vez sequestrado pela polícia
Bispo de Wenzhou, Mons. Pedro Shao Zhumin, mais uma vez sequestrado pela polícia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Para os católicos chineses, 2024 começou mal com a prisão do bispo Peter Shao Zhumin, de 61 anos, diocesano de Wenzhou, na província oriental de Zhejiang, disseram fontes à AsiaNews.

O Bispo bispo Shao não é reconhecido pelo governo chinês e, por isso, é rotineiramente preso pelas autoridades socialistas para impedi-lo de exercer o seu ministério ao serviço da vibrante comunidade católica local.

As forças de segurança levaram o prelado sob custódia ontem. “Ele recebeu ordens de levar roupas para a primavera, verão, outono e inverno”, disse uma fonte.

“Isso sugere que a situação dele não é promissora e que provavelmente ficará detido por muito tempo. Os fiéis estão preocupados porque nem sabem onde ele será detido”.

Dom Shao foi ordenado bispo coadjutor com mandato papal em 2011 e sucedeu ao bispo Vincent Zhu Wei-Fang quando este faleceu em setembro de 2016.

No entanto, nunca foi reconhecido pelas autoridades marxistas porque se ao recusa a aderir aos órgãos oficiais impostos pelo governo aos católicos chineses.

Considerando vacante o bispado, o governo colocou ilegitimamente no comando da diocese um membro da Associação Patriótica Católica Chinesa, Padre Ma Xianshi.

Mons. Peter Shao Zhumin, bispo de Wenzhou, resiste à perseguição comunista
Mons. Peter Shao Zhumin, bispo de Wenzhou, resiste à perseguição comunista
Durante as festividades, o Bispo bispo Shao é regularmente detido para que não faça as celebrações públicas litúrgicas numa cidade que é apelidada de Jerusalém do Oriente pelas quantidade desuas igrejas.

Em 2023, no dia 16 de dezembro, porém, as coisas foram um pouco diferentes. Poucos dias antes do Natal, no dia 16 de Dezembro, Mons. Shao foi levado pelas forças de segurança e libertado dois dias depois num ato de intimidação.

Nos dias 24 e 25 de dezembro, em pleno Natal, ele foi levado ao condado de Taishun para impedi-lo de celebrar a missa da grande festae natalina., mas ainda assim relatou que passou um dos Natais mais pacíficos de sua vida.

A sua detenção ocorreu mais tarde, na sequência de uma nova carta ao bispo usurpador que Dom Shao escreveu ao Padre Ma no dia 31 de dezembro, acreditando em sã consciência que devia protestar contra as decisões sobre a diocese tomadas sem a sua autoridade.

“Escrevi-vos”, diz a carta que Dom Shao tornou pública, “expressando o meu desejo de me encontrar convosco o mais rapidamente possível para discutir soluções para alguns dos problemas complexos da diocese neste momento.

“Sua resposta foi que não era conveniente para você me conhecer. Por isso, escrevo para pedir que transmitam minhas opiniões aos meus irmãos sacerdotes e aos paroquianos”.

“Em 2019, sem a minha permissão, houve uma mudança de paróquias e uma transferência de padres desta Igreja, e a desclassificação não autorizada da diocese de Lishui ao estatuto de paróquia sob a diocese de Wenzhou.

Mais de 5.000 fiéis assistiram ao velório do bispo anterior, Mons. Vincent Zhu Wei-Fang
Mais de 5.000 fiéis assistiram ao velório do bispo anterior,
Mons. Vincent Zhu Wei-Fang, fiel a Roma
“Depois de quatro anos, li novamente sobre uma divisão de paróquias e uma transferência de sacerdotes (decidida pelo Padre Ma para 6 de janeiro) sem a permissão do bispo. Escrevi para você imediatamente para pedir uma indicação.

“O mesmo se aplica à promoção dos seminaristas. De acordo com o direito da Igreja, é necessário ser ordenado pessoalmente pelo bispo da diocese ou ter dele procuração.

“De acordo com o Código de Direito Canônico, qualquer pessoa que receba ordens sagradas de alguém que não tenha poder legítimo para ordenar é automaticamente suspensa.”, acrescentou após denunciar numerosas ações anti-canonicas do usurpador.

A carta parece provocou uma forte irritação dos organismos comunistas da Igreja em Wenzhou, que aparentemente estão por detrás da prisão de Mons.Shao.

“Agora”, disse a fonte à AsiaNews, “os fiéis estão rezando por ele, pedindo ao Senhor que o traga de volta à sua comunidade o mais rápido possível”.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Até as crianças foram proibidas de celebrar o Natal na China

Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Policiais dissuadiam fiéis de entrarem nas igrejas no Natal
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Proibição das crianças na celebração da Noite de Natal, controles de trânsito e fechamento de empresas, proibição de exposição de ornatos natalinos nas residências universitárias.

Essas são algumas das medidas impostas pelas autoridades de Baoding, cidade da província de Hebei, no norte da China, não muito longe da capital, Pequim.

Grande número de católicos vive nessa região. Foi por isso que a polícia adotou medidas excepcionais de repressão na noite de Natal.

Houve até controles de trânsito no centro histórico de Yuhua Road, onde fica a catedral dos Santos Pedro e Paulo, sede da diocese de Baoding.

Todos os veículos foram proibidos de entrar no centro histórico após as 16h e os ônibus que passam pela área foram desviados. Todos os comércios próximos à igreja foram fechados e não foram permitidas vendas ou promoções de Natal.

Uma morador de Baoding informou à AsiaNews que a igreja estava cercada por policiais, viaturas perto da catedral e unidades com equipamento anti-motim.

Os uniformados impediam os pais de entrar com seus filhos no templo pretextando que “não era seguro para as crianças porque havia muitas pessoas lá dentro”. A polícia estava por toda parte dentro da igreja, criando uma atmosfera pesada, em forte contraste com o espírito da celebração.

Também os alunos das escolas e universidades locais foram obrigados a permanecer no campus na véspera de Natal, para evitar celebrações, e nos dormitórios todos os objetos com significado natalino foram proibidos.

Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
Tropas anti-motim e viaturas para intimidar os católicos
A atmosfera ficou tensa em Donglu onde a polícia tomou conta da cidade uma semana antes do Natal. Seu santuário é famoso pela imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, imperatriz da China, a padroeira do país que atrai muitos devotos.

Em 1900, os católicos procuraram refúgio nessa cidade durante a onda de violência contra os estrangeiros e o cristianismo denominada Rebelião dos Boxers.

Quando tentaram atacar os católicos e destruir a igreja, os fanáticos Boxers viram uma Senhora no céu que os apavorou e fugiram. Só eles viram e não sabiam descrevê-la.

Os católicos concluíram se tratar de Nossa Senhora. Afinal encomendaram a um pintor a confecção de uma pintura.

O artista A representou com as roupagens e insígnias da imperatriz. Os milagres se multiplicaram até que o Papa Pio XI a aprovou como Padroeira do país.

Como o fato prodigioso aconteceu na festa de Maria Auxiliadora (24 de maio) ficou com a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora Imperatriz da China. O ódio marxista hoje perpetua o furor dos nacionalistas Boxers.

O caso de Baoding refletiu o reforço dos controles sobre a religião impostos pela ditadura socialista em toda a China nos últimos anos.

Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Vigilância ostensiva para afastar os fiéis
Circulam ordens do governo para que escolas e empresas “boicotem feriados estrangeiros” e “proíbam a promoção do Natal”.

As autoridades só enviaram saudações de Natal à Associação Patriótica dos Católicos Chineses e ao Conselho Cristão Chinês, dependências burocráticas “oficiais” para oprimir católicos e protestantes.

A Administração Nacional de Assuntos Religiosos elogiou em carta essas dependências por seguirem a orientação do pensamento de Xi Jinping e o espírito do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês que, por hoje, está valendo como ensinando doutrinas dogmáticas.

No voto de Natal, o governo de Pequim pediu aderir ao caminho traçado por Xi e à sinicização para “administrar rigorosamente os assuntos religiosos”.

Wang Huning, conselheiro político e pregador protestante da ideologia marxista de Xi Jinping, exortou seus cofrades a “aderir à direção da sinicização”, os valores fundamentais do socialismo e da cultura tradicional chinesa, adquirindo “uma compreensão profunda das teorias e políticas do Partido sobre religião”.

“Vocês são chamados a administrar estritamente os assuntos religiosos”, reiterou Wang, obedecendo à ordem despótica de Xi.