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terça-feira, 3 de março de 2015

Regime tenta reanimar jovens desinteressados pelo socialismo

Jovens estudantes não se interessam pelo modelo comunista mas sim pelos modelos ocidentais.
Jovens estudantes não se interessam pelo modelo comunista
mas sim pelos modelos ocidentais.


O presidente chinês Xi Jinping já não sabe o que excogitar para o país se interessar pelo socialismo maoísta oficial.

Agora pediu maior “direção ideológica” nas universidades chinesas e exigiu o estudo do marxismo, segundo espalhou a mídia estatal.

Simultaneamente, o regime restringe o acesso à ideologia ocidental. Sinal de que o marxismo não está atraindo nem convencendo as gerações das quais depende o futuro.

A reclamação ranzinza de Xi foi o mais recente sinal de sua agenda repressora aplicada numa escalada no controle da imprensa, dos dissidentes e da Internet, noticiou a agência Reuters.

O presidente socialista parece dizer: ‘Se eles não se convencerem, baixai o porrete neles e tampai sua boca’.


Xi argüiu que as universidades tinham que “amparar o dever de aprender e pesquisar a disseminação do marxismo”, disse a agência estatal Xinhua.

Xi exigiu então das autoridades um aumento de “liderança e orientação” do PC nas universidades, e também que “fortaleçam e melhorem o trabalho ideológico e político”.

Os campi deveriam, segundo ele, “cultivar e praticar em seus ensinamentos os valores originais do socialismo”.

O presidente chinês Xi Jinping exige mais fidelidade à ideologia comunista,
porque os estudantes não estão ligando para o fundamento do regime
Na prática, o problema é que os estudantes não dão muita bola à disseminação do marxismo, nem aos valores originais do socialismo, e menos ainda a seus ensinamentos. Mas Xi tem que disfarçar esse fracasso com frases elípticas e com doses mais intensas de repressão.

As grades curriculares e o discurso nas universidades são altamente controlados pelo governo. Mas os estudantes passam por cima dos limites e desde 1989 engrossam até os protestos pró-democracia na praça Tiananmen, brutalmente reprimidos pelo Exército.

Um jornal influente do Partido Comunista pediu à Universidade de Peking, uma das principais do país, que os estudantes “combatam” o criticismo do partido, sinal de que os alunos estão arrancando a pele da obra máxima de Mao Tsé Tung.

No ano passado, um economista liberal, crítico aberto do PC, foi expulso dessa Universidade depois de pedir reformas democráticas.

Xi adotou o maoísmo antigo e participa do medo do PC de perder o controle, levando o socialismo a cair em ruínas no próprio país.

Incapaz de convencer os jovens com os surrados e indigestos argumentos do materialismo dialético, Xi os reprime fortemente, bem como a liberdade de expressão.

Para um regime tão ideologizado, não podia ser maior a confissão de fracasso moral e psicológico junto à juventude.

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